Guia de Percursos Pedestres NISA

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8 percursos pedestres de pequena rota (PR) marcados, no terreno, nos dois sentidos.

20 0

26 0

318

400 470 490

53

0

510

C창mara Municipal de Nisa


VILA VELHA DE RÓDÃO / CASTELO BRANCO

Rio Sever

- -E

Rio Tejo Arneiro EM

CM 100 2

EM 52 6

CM

10 05

EN

9 35

S.ra da Graça

IP 2

Monte do Claro

Vila Flor

59 N3

E

EM 546

EM 5 25 1

PR 1 EM 5 28

EN

PÓVOA E MEADAS

NISA

364

Arez EM

EN

EN 18

76 11

2

CM

IP

11 8

9 52

GAVIÃO / ABRANTES / PONTE DE SOR

CASTELO DE VIDE

CM

EN

38 11

Tolosa

6 24

Alpalhão EN 11 8

18

EN 24 5

EN

CRATO

PORTALEGRE

Percursos Pedestres de Nisa _ Localização geral no concelho

0

Km

10

PR 1: PR 2: PR 3: PR 4: PR 5: PR 6: PR 7: PR 8:

Trilhos das Jans - Amieira do Tejo - 12,6 Km Descobrir o Tejo - Chão-da-Velha - 4,25 Km Olhar sobre a Foz - Central eléctrica da Velada - 5,75 Km Trilhos do Conhal - Arneiro - 9,8 Km À descoberta de S. Miguel - Pé da Serra - 9,2 Km Rota dos Açudes - Salavessa - 10,6 Km Entre Azenhas - Montalvão - 6,5 Km Trilhos do Moinho Branco - Montalvão - 14 Km

-

54 4

PR 8

A-

Falagueira

Albarrol

PR 7

PR 5 Vinagra

EM

526 -2

EM 529

Monte dos Matos

EM

Pé-da-Serra

Velada

Chão da Velha Cacheiro

CASTELO BRANCO

Amieira do Tejo

Duque

PR 3

Montalvão

PR 6 EN 18

PR 2

Salavessa

527

NH

- - NIS A- -

S PA

PR 4


índice

Caminhos de evasão (Introdução da Presidente da Câmara Municipal de Nisa) : 7 A ter em conta (conselhos úteis, material necessário...) : 9 Introdução: 11 PR1: Trilhos das Jans: 13 PR 2: Descobrir o Tejo: 17 PR 3: Olhar sobre a Foz: 21 PR 4: Trilhos do Conhal: 25 PR 5: À descoberta de S. Miguel: 29 PR 6: Rota dos Açudes: 33 PR 7: Entre Azenhas: 37 PR 8: Trilhos do Moinho Branco: 41

Contactos úteis: 45 Simbologia presente nos mapas de percurso

x

observação da paisagem

início / fim do percurso

povoação

ponto de interesse

fonte / ponto de água

observação da fauna

observação da avifauna

observação da flora

pesca desportiva

monumento histórico

parque de merendas

gastronomia

AT monumento arqueológico

arquitectura tradicional

Chaminé em Vinagra _ PR 5


É por isto que o convidamos a fugir, a evadir-se. A deixar o constante frenesim das grandes cidades e a perder-se na deslumbrante e apaziguadora beleza do Norte Alentejano. A reencontrar-se com a natureza; a viajar pela alma de gentes que nela sempre se encontraram. A conhecer as suas estórias, os seus håbitos; a partilhar o seu tempo.

Caminhos de evasĂŁo

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PP _ _____Maria Gabriela Tsukamoto, Presidente da Câmara Municipal de Nisa

Terra, Sol, Água, Pedra. É esta a essência de Nisa. É a sua marca identitária, aquilo que temos para lhe oferecer. Que, esperamos, explore, tranquilamente, percorrendo estes “Percursos Pedestres de Nisa”

_Caminhos de evasão Numa época em que o conceito de lazer se encontra profundamente enraizado nas nossas vidas, atribuindo-se-lhe um valor inestimável e procurando-se dedicar-lhe todo o tempo disponível, sentimos que não conseguimos parar, descontrair! Um profundo paradoxo, este, em que vivem as sociedades modernas. Um presente que parece permanentemente escapar-nos. Rápido, estranhamente rápido demais! É por isto que o convidamos a fugir, a evadir-se. A deixar o constante frenesim das grandes cidades e a perder-se na deslumbrante e apaziguadora beleza do Norte Alentejano. A reencontrar-se com a natureza; a viajar pela alma de gentes que nela sempre se encontraram. A conhecer as suas estórias, os seus hábitos; a partilhar o seu tempo. A, verdadeiramente, ver, escutar, cheirar, tocar, sentir! Terra, Sol, Água, Pedra. É esta a essência de Nisa. A essência de toda a região. É a sua marca identitária, aquilo que

Caminhos de evasão

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_Zona histórica de Nisa

temos para lhe oferecer. Terra de gentes encantadoras e acolhedoras. Terra rural, da qual se extrai o barro e o linho com que se faz o nosso magnífico artesanato. Terra de onde nascem os nossos produtos tradicionais: do inigualável queijo de Nisa aos famosos enchidos de salsicharia. Terra de paisagens deslumbrantes, que ganham vida através do Sol. Um Sol quente, alentejano, que dá vida aos olivais dos socalcos, às azinheiras, aos sobreiros; faz crescer os medronheiros, a urze, a giesta, o rosmaninho, o junco, o salgueiro, o espargo silvestre... Um Sol a que se junta a Água, fresca, límpida. Quarenta e três quilómetros de Tejo, navegáveis e deslumbrantes, enquadrados em Rede Natura, a traçarem a raia entre o Alentejo e a Beira. É a Água a marcar a transição entre um norte, relativamente mais temperado e húmido, e um sul, mais quente e seco. Um Tejo diferente, do interior, que ainda é sustento dos nossos povoados piscatórios. Que corre por vales de declives acentuados e cujas margens, marcadas por penhascos inclinados e abundantes socalcos, servem de refúgio à cegonha-negra e à garça-real; ao abutre e ao grifo; ao veado, à raposa e ao javali; ao coelho e à lebre; ao milhafre e à águia-pesqueira... Margens onde desaguam diversos rios e ribeiras (nomeadamente o rio Sever, que serve de fronteira entre Portugal e Espanha ao longo de mais de quarenta quilómetros e junto ao qual passam alguns destes percursos) que oferecem a sua Água a açudes e noras, moinhos, azenhas e barragens, hortas e pomares. Mas é

Caminhos de evasão

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também a Água que nasce sulfurosa e curativa na Fadagosa, cujo complexo termal sofre, neste momento, uma intervenção de fundo, através de um projecto estruturante para todo o Norte Alentejano. É, por fim, a Pedra, que nesta zona é granítica, quartzítica, xistosa. A Pedra do Conhal do Arneiro, candidato a Património da Humanidade. A Pedra da nossa arquitectura, da qual se fizeram aldeias históricas, como Amieira do Tejo ou Montalvão. Pedra de que nasceram os imponentes castelos, (entre os quais se destaca o belíssimo exemplar de Amieira do Tejo), mas também os modestos muros apiários, os abrigos dos pescadores, as furdas e as picotas. A Pedra de que se ergue uma indústria fulcral para a região, com a extração do granito de Alpalhão, e a Pedra de que se faz a nossa original bienal artística (Bienal da Pedra). É tudo isto que queremos oferecer-lhe. Que, esperamos, explore, tranquilamente, percorrendo estes trilhos-de-pé-posto; estes “Percursos Pedestres de Nisa”, recentemente implementados no terreno e agora compilados em guia. Uma aposta ganha pelo presente Executivo, que, com certeza, o ajudará a usufruir com toda a proximidade das nossas riquezas e o fará sentir-se ainda melhor num concelho cujas gentes, seguramente, têm todo o prazer em o receber!

_Rio Tejo (ao longe, Arneiro)

Caminhos de evasão

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Percursos pedestres _concelho de Nisa

_ _____a ter em conta Os percursos pedestres constituem um meio privilegiado para se estabelecer um profundo contacto com a natureza, em todo o seu esplendor. Para desfrutar de todas as suas cores, texturas, cheiros e sons. Para apreciar, interpretar e sentir a sua beleza, calma e força. São também uma forma saudável áável de conhecer o património construído, a cultura e as gentes de uma região. Mas quando nos lançamos neste tipo de experiência, devemos fazê-lo com a plena consciência de que existem cuidados especiais, normas de conduta, conselhos úteis e material que não podem ser esquecidos. Tendo sempre em vista a sua segurança, a preservação da natureza e do património, e o bom relacionamento com as gentes e o ambiente que o rodeiam, deixamos aqui uma importante lista de aspectos que deve ter sempre em conta antes de partir para uma das caminhadas que propomos neste guia. Tudo para que a sua aventura corra da melhor forma.

_ ___conselhos úteis > Antes de partir, consulte sempre a documentação escrita e cartográfica acerca da área do percurso. • Informe sempre alguém acerca do percurso que vai fazer e do tempo que conta demorar. Não vá sozinho. > Tome conhecimento da previsão meteriológica. Caso previr que não consegue terminar o percurso antes de anoitecer, ou as condições meteriológicas se alterarem consideravelmente é mais prudente voltar para trás. • Adopte um ritmo mais moderado nos primeiros 20 minutos, de maneira a que os seus músculos possam aquecer. > Mantenha o mesmo tipo de ritmo, por forma a cansar-se menos. • O elemento mais lento do grupo deve ditar o passo, desta forma ninguém ficará para trás. Se um dos elementos do grupo parar, os outros também devem fazê-lo. > Caso se sinta muito cansado, deve descansar um pouco e voltar para trás, mas avalie bem a distância, pois pode ser mais rápido prosseguir até ao ponto de chegada. • Deve descansar quando necessário, mas não por períodos demasiados longos, pois poderá arrefecer. > Se tiver câimbras na barriga das pernas, deve sentar-se no chão e puxar os dedos dos pés para trás í ível, • Se tiver bolhas nos pés, descalce-se, estrelize uma agulha com uma chama, fure-as, aplique um penso e, se possível, mude de meias. > Se estiver muito calor, beba o equivalente a um copo de água de meia em meia-hora. Faça refeições leves. íível leve um telemóvel consigo e, em caso de emergência, fale pausadamente, por forma a explicar muito bem a • Se possível sua situação geográfica e o tipo de urgência. Mesmo em locais sem rede, é possível íível fazer chamadas de emergência. Caso não tenha meios de comunicação, o melhor corredor e conhecedor do terreno deve partir em busca de socorros.


_ ____a ter em conta

_ ___cuidados especiais e normas de conduta > Siga somente pelos trilhos sinalizados. • Cuidado com o gado. Embora manso, não gosta da aproximação de estranhos às suas crias. > Evitar barulhos e atitudes que perturbem a paz do local. • Observar a fauna à distancia, preferencialmente com binóculos. > Não abandonar o lixo, levando-o até um local onde haja serviço de recolha. • Fechar as cancelas e os portelos. > Respeitar a propriedade privada. • Não fazer lume. > Não danificar a flora. Não colher amostras de plantas ou rochas. • Ser afável com os habitantes locais, esclarecendo quanto à actividade em curso e às marcas do PR. > Respeite os costumes e as tradições locais.

_ ___material necessário Calçado – Uma das peças mais importantes do equipamento. São os pés que suportam a maior parte do esforço na caminhada e é no tornozelo, no calcanhar e nos dedos que podem surgir os principais problemas. Sapatilhas de jogging confortáveis podem ser uma opção, desde que não haja muita lama, água ou irregularidades de grande nível. íível. Devem usar-se com meias relativamente finas. Mas as botas de trekking serão sempre uma opção mais segura, desde que leves e confortáveis. Devem usar-se com meias específicas, com calcanhares e solas reforçadas, e fibras respiráveis. Leve sempre um par de meias de reserva. Nunca experimente pela primeira vez o calçado na caminhada. Proteja as zonas sensíveis ííveis com adesivo, unte os pés com vaselina e deite pó-de-talco nas palmilhas. Roupa – De verão e quando estiver mais calor, deve usar roupas leves e relativamente claras. (cores muito claras atraem os insectos) Deve também usar uma protecção para a cabeça e um protector solar. Os óculos escuros podem também ser uma boa opção. Os calções são frescos, mas não protegem as pernas de eventuais agressões. O ideal será usar calças com feicho éclair horizontal, que se transformam facilmente em calções. De Inverno, quando está mais frio, vento e chuva, recomenda-se o uso de um impermeável ( calças e casaco ) leve e transpirável, um blusão, uma camisola de lã ou de fibra polar (bastante mais leve) e umas calças. Para a cabeça utilize um gorro ou um chapéu impermeável. Em casos de muito frio, utilize roupa interior transpirável e

de fibras sintéticas, já que o algodão tende a permanecer húmido. Em qualquer altura do ano, as luvas são sempre um utensílio necessário, para proteger as mãos do frio, dos arbustos e das pedras. Mochila – É essencial para transportar o equipamento, a comida e a bebida. Como não se trata de expedições muito difíceis, deve levar o mínimo equipamento possível, íível, por forma a não ficar demasiado pesada. _ Recipiente com água; (1 litro para cada seis quilómetros de Verão e metade de Inverno). Evite bebidas açucaradas, pois aumentam a sede. De Inverno, pode também levar bebidas quentes, como chá ou café, em recipiente térmico. _ Farnel ligeiro; chocolate, frutos secos ou outros alimentos ricos em glucose deverão proporcionar refeições ligeiras e energéticas durante a marcha. _ Lanterna; muito útil, caso comece a escurecer ou em zonas com pouca luz. _ Binóculos; importantes para observar a avifauna, a paisagem e o caminho ao longe. _ Kit de emergência; deve conter um espelho para fazer sinais, um apito, uma mini-caixa de primeiros-socorros, repelente de insectos, fósforos, canivete ou ferramenta multiusos e spray anestésico.



Percursos pedestres _concelho de Nisa // introdução

Em pleno Norte alentejano, delimitado pelos rios Tejo e Sever e com Castelo de Vide e Gavião espreitando na linha do horizonte, o concelho de Nisa é, sem dúvida, uma zona privilegiada para contemplar em pleno a beleza da paisagem alentejana e observar o esplendor das raias beirã e espanhola. Com cerca de 8500 habitantes e uma área de 572 km2, o município, pertencente ao distrito de Portalegre, oferece ao visitante uma viagem fantástica pela natureza, o património, a cultura e a alma das gentes da região.

JL _Muro de Sirga na margem do Rio Tejo - Amieira do Tejo

Ao chegar à Vila, comece por entrar na zona medieval de Nisa, atravessando uma das portas das muralhas, que outrora envolviam o castelo, e admire as ruas labirínticas e as casas pintadas de branco e ocre, que nos remetem para um passado, que muitos julgam perdido no tempo. Aproveite para visitar o Núcleo do Bordado, primeiro polo do futuro complexo do Museu do Barro e do Bordado de Nisa, onde se pode familiarizar com uma arte muito enraizada na região. Já em pleno centro, na Praça da República, e comprovando a existência de uma dinâmica cultural que vem de longe, encontramos o cine-teatro, com as suas escolas de música, teatro e dança, e a biblioteca municipal, onde habitualmente são organizados diversos encontros e exposições. Conhecida como a capital do artesanato do norte alentejano, Nisa é famosa pelas rendas

Introdução

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São célebres as bilhas e cantarinhas de barro vermelho, ornamentadas com pedrinhas brancas formando motivos alusivos à flora regional.

Castelo da Amieira do Tejo

Outro dos locais obrigatórios é Amieira do Tejo, uma das doze vilas da Ordem de Malta

de bilros, que se transformam em xailes e cachecóis, pelos cobertores bordados a feltro e pelas saias de camilha. Na olaria do concelho, são célebres as bilhas e cantarinhas de barro vermelho, ornamentadas com pedrinhas brancas, formando motivos alusivos à flora regional. No que toca aos produtos tradicionais, a oferta estende-se aos enchidos de carne de porco e aos queijos de ovelha, destacandose o queijo de Nisa e o queijo mestiço de Tolosa, com os seus paladares únicos, ambos pertencentes à região demarcada de Nisa. A gastronomia é também rica em iguarias caracteristicamente alentejanas, como as migas e a açorda, as sopas de peixe, de cachola e de sarapatel, o ensopado de borrego, o peixe de escabeche, a alhada de cação, o feijão com couves, os maranhos com batatas, as febras da matança e as papas de milho. Na doçaria regional, a lista também é extensa: azevias, filhós, bolos batidos ou dormidos, de azeite, canela ou manteiga, broas de mel, queijadas, rebuçados de ovos, tigeladas e cavacas fazem as delícias dos mais gulosos.

Saciado o apetite, é tempo de se fazer à estrada e conhecer de perto cada uma das dez freguesias do concelho – Amieira do Tejo, Arez, Alpalhão, Montalvão, São Matias, São Simão, Santana, Tolosa, Espírito Santo e Nossa Senhora da Graça. Comece por visitar a capela de Nossa Senhora hora dos Prazeres e a ponte medieval sobre a ribeira de Figueiró, junto às ruínas da que foi a antiga Nisa, a três quilómetros da actual povoação. Outro dos locais obrigatórios é Amieira do Tejo, uma das doze vilas da Ordem de Malta, onde o castelo medieval, hoje monumento nacional, proporciona, através das suas quatro torres amuralhadas, uma excelente panorâmica sobre o vale do Tejo. Mais acima, junto ao rio, conheça a famosa “Barca da Amieira”, local onde se fazia a ligação entre as duas margens. Não deixe de visitar a vila de Alpalhão, para descobrir as abundantes marcas judaicas nas ombreiras das portas; Montalvão, onde poderá visistar um conjunto significativo de vestígios arqueológicos; Salavessa, onde sobressaem as casas de


JL

rodapés coloridos e chaminés gigantescas; e outras tantas aldeias onde certamente irá encontrar excelentes motivos de interesse. Mas, no concelho de Nisa, o património construído combina-se em harmonia com a diversidade natural. Comprove-o acompanhando a descida dos rios e ribeiras, em vales profundos, que alimentam antigos açudes, moinhos e azenhas, ou observando atentamente as antas megalíticas, as pontes, os caminhos de sirga e os muros apiários de xisto. Esta pedra é parte integrante da arquitectura tradicional da região, estando presente nas habitações caiadas de branco, nas barrocas de oliveiras dependuradas em socalcos ou ainda nas paredes de finas lajes dispostas ao longo dos trilhos e caminhos de terra, sempre acompanhados pela bela paisagem de sobrado. Prova do uso ancestral deste mineral, o Tejo possui também um importante complexo de arte rupestre, constituído por mais de 40 mil gravuras, hoje, na sua maioria, submersas pela albufeira da barragem do Fratel. Conhecidas as principais potencialidades de Nisa, recupere as energias descansando junto às margens de um rio ou

A maior riqueza de Nisa, as suas gentes simpáticas e hospitaleiras, com muitas e inigualáveis histórias para contar, em exclusivo e na primeira pessoa!

Introdução

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_Termas da Fadagosa de Nisa, cujas águas de carácter sulfuroso são utilizadas com fins medicinais há mais de 200 anos.

ribeira, ou contemple a paisagem deslumbrante a partir de um dos miradouros naturais. Mas se o que procura é a tranquilidade absoluta, a 11 quilómetros da sede de concelho, numa planície onde abundam os carvalhos e a vegetação rasteira, encontrará as Termas da Fadagosa, cujas águas de carácter sulfuroso, aconselhadas no tratamento de doenças reumáticas e respiratórias, são utilizadas com fins medicinais há mais de duzentos anos. Se no final ainda lhe restarem forças e quiser um pouco de acção, um moderno pavilhão desportivo e as piscinas coberta e descoberta da vila são os locais privilegiados para a prática de uma série de modalidades, que vão da natação à capoeira. Para os mais aventureiros, os desportos de natureza, pelas condições ideais de que dispõe o concelho, serão, com certeza, uma opção a ter em conta. Mas outras surpresas aguardam por si em Nisa. Para desvendar os segredos da região e desfrutar em pleno do que o concelho tem para lhe oferecer, aventure-se num dos percursos pedestres que agora lhe propomos, e passeie-se tranquilamente pelas aldeias rústicas e acolhedoras, onde o aguarda aquela que é talvez a maior riqueza de Nisa: as suas gentes simpáticas e hospitaleiras, com muitas e inigualáveis histórias para contar, em exclusivo e na primeira pessoa! Introdução

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_ pub


Para desvendar os segredos da regi達o e desfrutar em pleno do que o concelho tem para lhe oferecer, aventure-se num dos percursos pedestres que agora lhe propomos.

PR1_Trilhos das Jans

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PR Trilhos das Jans 1

_acesso: NISA > EN 364 > AREZ > EM 528 > AMIEIRA MIEIRA DO TEJO

grau de dificuldade: MÉDIO extensão: 12,6 KM duração: 3h30

JL Muro de Sirga. Rio Tejo.

Seguimos paralelamente ao rio, que corre apressadamente, comprimido entre as margens xistosas de onde se contempla o voo rasante de aves como a garça-real ou o corvo-marinho.

PR1_Trilhos das Jans

O percurso tem início em Amieira, freguesia anterior à fundação do país e uma das doze vilas da Ordem de Malta. Atravesse as estreitas ruas de calçada de pedra, espreite as arcadas dos antigos Paços do Concelho e suba ao castelo medieval para contemplar a soberba vista sobre o vale do Tejo. Visite também a igreja do Calvário e a capela de S. João Baptista. Saia pela estrada alcatroada, no largo da Junta de Freguesia, passando junto a um lagar de azeite. Encontrado o caminho de terra batida, siga entre muros, na companhia de azinheiras e oliveiras. Depois de uma ligeira subida, instalam-se na paisagem as estevas e as giestas e surgem os primeiros sobreiros e vinhedos. Siga em frente ou amplie o trajecto até Vila Flor, onde uma estreita quelha nos leva até às ruínas da igreja. Abandone o caminho principal e acompanhe os eucaliptos por um atalho onde desfrutará de uma panorâmica sobre Albarrol e a ribeira do Figueiró, que serpenteia vales inclinados antes de atravessar uma ponte romana e desaguar no Tejo. Após uma ligeira subida, cruzamo-nos de novo com os muros de xisto e a vegetação selvagem. Os percursos intersectam-se e avançam em direcção ao Tejo, com uma visão privilegiada sobre o Gardete e a barragem do Fratel, porta de entrada na Beira Baixa. Terrenos baldios, onde é normal encontrarmos algum gado, iniciam-nos na descida acentuada até à margem. Aqui começam os três quilómetros do muro de

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PR 1

sirga, entre a Barca da Amieira e a barragem do Fratel. Tenha em atenção que o piso se torna escorregadio com a humidade, devendo evitar-se aquando das grandes descargas de água. Seguimos paralelamente ao rio, que corre apressadamente, comprimido entre as margens xistosas de onde se contempla o voo rasante de aves como a garça-real ou o corvo-marinho. Para trás ficam um pontão com arco em xisto e a foz do rio Ocreza, escorrendo por encostas com oliveiras em socalco. Deste lado, abundam mortunheiros e medronheiros, substituindo-se ao arvoredo das tapadas. Com a estação da Barca da Amieira defronte, chegamos ao cais, em cuja rampa descansam os barcos de pesca característicos da zona.

Siga a estrada alcatroada, passando pelo parque de merendas com vista para o Tejo e para a praia dos ladrões, tomando à direita, junto às ruínas de um lagar, um caminho de terra. A subida acentuada é amenizada pela sombra de sobreiros e azinheiras, até à estrada alcatroada, onde espreitam o castelo de Amieira, a ribeira da Maia e, mais adiante, nas hortas da vila, velhas picotas. Terminado o percurso, e fazendo justiça ao adágio “o peixe do Figueiró, quem o apanha come-o só”, prove as sopas de peixe ou de feijão com couve, o ensopado de borrego, as migas de batata com entrecosto frito e as cavacas. Do artesanato local fazem parte os bordados e os artigos em madeira e cortiça.

JG

Arte Rupestre

Castelo da Amieira

O Tejo possui um importante complexo de arte rupestre de mais de 40 mil gravuras, a maior parte delas submersas desde 1974 pela albufeira da barragem do Fratel, lugar obrigatório para a pesca e os desportos náuticos. A imagem acima integra o núcleo de S. Simão, um dos que se encontram à superfície, e representa um caçador com um veado sobre os ombros.

Construído no séc. XIV por Álvaro Gonçalves Pereira, prior da Ordem de Malta, o castelo de Amieira fez parte da linha de defesa do Tejo. Palco de guerra na crise dinástica de 1383-85, foi residência de alcaides, prisão e cemitério. Junto a um dos quatro torreões deste monumento nacional encontra-se a capela de S. João Baptista, com um tecto decorado em esgrafito.

PR1_Trilhos das Jans

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Ribeira de Figueiró - descida acentuada para o Rio Tejo -

Rio Tejo Rio Ocreza

principais pontos de interesse

1_ Castelo da Amieira do Tejo 2_ Ruínas de Igreja 3_ Muro de Sirga 4_ Barca da Amieira

3

4

- subida acentuada -

2

VILA FLOR (280 m)

1

NI S

EM

AMIEIRA DO TEJO (240 m)

Rainha Santa Isabel e a lenda das Jans Entre os muitos passageiros, a barca da Amieira terá transportado o corpo da infanta aragonesa que casou com D. Dinis, mais tarde canonizada e conhecida como rainha Santa Isabel. Falecida em Estremoz e sepultada em Coimbra, esta foi conduzida pelo caminho que ia desde a Amieira até à margem do Tejo, trajando um vestido de linho tecido pelas Jans, nome dado às mulheres invisíveis que fiavam um linho muito fino e sem nós. Uma lenda da região conta que quem quisesse uma peça tecida por estas fadas, teria de deixar de noite o linho e um bolo de farinha de trigo a cozer na lareira. Terminado o trabalho, estas desapareciam misteriosamente, levando consigo o petisco.

PR1_Trilhos das Jans

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PR 1

Amieira do Tejo

Ruínas da igreja de Vila Flor

Trilhos da Jans contactos úteis:

Junta de Freguesia de Amieira do Tejo Tlf.: 245 457 315 ___ Associação Rumo Tlf.: 245 457 295 ___ Casa do Balcão Tlf.: 245 457 218 ___ Sociedade Educativa Amieirense Tlf.: 245 457 305

aspectos de interesse BARCA DA AMIEIRA O local tem este nome por haver uma embarcação que faz a ligação entre o apeadeiro ferroviário da Barca da Amieira, situado na margem norte do Tejo, na Beira Baixa, e a estrada que conduz à localidade de Amieira, já no Alentejo, unindo assim os dois cais que entram rio adentro. MURO DE SIRGA A jusante da barragem do Fratel são visíveis os muros de sirga, outrora essenciais à navegação até Ródão. O nome refere-se ao grosso cabo de sisal utilizado para rebocar os barcos a partir da margem. Neste caso, percorra os três quilómetros que se estendem da barca da Amieira à barragem do Fratel, sempre paralelamente ao rio, através de um belíssimo exemplar destas construções tradicionais, contemplando a beleza da paisagem envolvente.

fauna e flora em destaque

a ter em conta: Tenha em atenção que o piso do muro de sirga se torna escorregadio com a humidade, devendo evitar-se durante e imediatamente após as grandes descargas de água.

ESPARGO: Apreciado na culinária e rico em vitaminas C e E, é utilizado no tratamento de nevrites, reumatismo, má visão e dores de dentes. Com as hastes verde-escuro do espargo bravo podem fazer-se omeletas. CARPA: Peixe de dorso castanho-esverdeado, comum nas albufeiras e cursos de corrente fraca com vegetação abundante. Alimenta-se de invertebrados, plantas e algas. Pode chegar aos 120 cm e viver até aos 50 anos.

PR1_Trilhos das Jans

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PR Descobrir o Tejo 2

_acesso: NISA > EM 544 > CM 1159 > CM 1001 > CHÃO DA VELHA

JL

O percurso inicia-se junto à antiga escola grau de dificuldade: FÁCIL primária de Chão da Velha, aldeia situada no extensão: 4,25 KM extremo noroeste do concelho de Nisa, onde duração: 1h30 pode observar as casas envelhecidas, com as características chaminés alentejanas. Outrora, a agricultura e o pastoreio de vacas e cabras eram as principais fontes de subsistência desta povoação, praticamente desertificada. Hoje, a agricultura, a olivicultura, a exploração de cortiça e a rentabilização dos eucaliptais são as principais actividades económicas da zona. Assim que calcorreamos os primeiros metros, verificamos que em redor subsistem algumas hortas e vinhas, provando que ainda há quem não tenha abandonado definitivamente estes campos. Percorrendo as matas, povoadas de eucaliptos, desça por um trilho de pé posto, serpenteando um caminho estreito ao longo da encosRio Tejo. Barragem do Fratel ta, num percurso em terra batida, perdido nas barreiras do Tejo e que nos conduzirá até à sua Desça por um trilho de pé posto, serpenteando um caminho estreito ao longo da encosta, num percurso em margem sul. Aprecie a vista privilegiada sobre terra batida, perdido nas barreiras do Tejo. o rio, avolumado pela albufeira da barragem do Fratel, e em particular a panorâmica sobre a margem norte, pertencente ao concelho de Mação, com a linha da Beira Baixa a recortar por completo o horizonte. Chegados ao local, onde existe um pequeno cais de acostagem e um parque de merendas, obtém-se uma boa perspectiva daquela bacia hidrográfica, área privilegiada para a observação da avifauna local, em particular de aves como a garça-real,

PR2_Descobrir o Tejo

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PR 2

a cegonha-negra, o milhafre-real, a águia-pesqueira, o abutre-negro, o bufo-real, o corvo-marinho e o grifo. Este é também o território natural do javali, do veado, do coelho, da raposa, do ginete, da lebre, do saca-rabos e do gato-bravo, bem como um dos melhores locais para a prática da pesca desportiva. No Tejo podem pescar-se o barbo, a boga, a carpa, o achigã, a enguia, o bordalo e a perca. Inicie então a subida, num percurso em terra batida, passando por entre vários eucaliptais. Atravesse uma vereda até chegar ao ponto mais elevado do trilho, numa eira, acompanhando uma parede de xisto com a particularidade de apresentar um remate deitado. Antes de chegar ao Chão da Velha, passe por uma fonte,

por algumas construções em xisto e junto às barrocas, onde outrora abundavam os olivais. Em toda esta região, a paisagem reveste-se de sobreiros, azinheiras, oliveiras, pinheiros bravos e eucaliptos. Junto ao solo são comuns as estevas, as giestas, o rosmaninho, o zimbro, os medronheiros, a urze e o alecrim. Por sua vez, nas margens do Tejo abundam o junco, o salgueiro, o choupo e o freixo. Aproveite ainda para visitar a igreja matriz de São Matias, no Cacheiro, que conserva uma imagem de pedra do século XVI, representando S. Pedro. Nesta povoação, conheça também as fontes de mergulho e os fornos do povo, e não se esqueça de provar o queijo, as cavacas, as tigeladas, os enchidos e o ensopado de borrego.

Hortas tradicionais

Eiras

Grande parte do concelho de Nisa tem uma utilização agrícola, dominando as árvores de fruto, os olivais e as tradicionais hortas e vinhas. A maioria das casas das aldeias têm um quintal onde se cultivam legumes e vegetais, sendo a agricultura de subsistência utilizada também pelos reformados como terapia ocupacional.

Nas eiras, espaços amplos em terra batida, laje ou cimento, situadas em zonas soalheiras junto às casas, secavam-se e malhavam-se cereais como o trigo, o centeio ou o milho. Entre Julho e Setembro, na época das colheitas, malhavam-se as espigas,fazendo o grão soltar-se dos carolos, sacudindo-as depois ao vento para libertar a moinha com que se enchia as almofadas. Terminado o processo, o grão era guardado e mais tarde moído, servindo a palha de alimento a animais.

PR2_Descobrir o Tejo

24


1 Rio Tejo

- descida acentuada - subida acentuada -

2

3

AT

CHÃO DA VELHA EM 1 10 0

Produção de azeite Noutros tempos, para além das imediações de Nisa, a maioria da produção de azeite do concelho provinha das proximidades do Tejo, em particular dos arredores das povoações de S. Simão e de S. Matias. Devido ao seu microclima e ao tipo de azeitona aí existente, o azeite do Norte Alentejano apresenta um sabor frutado e suave. Para além dos cozinhados, é também utilizado na conservação de enchidos e queijos.

principais pontos de interesse

1 _ Cais fluvial 2 _ Horta tradicional 3 _ Eira

PR2_Descobrir o Tejo

25

(250 m)


FA

PR 2 Descobrir o Tejo

Rio Tejo

Muro em pedra. Chão da Velha.

aspectos de interesse

contactos úteis:

Junta de Freguesia de São Matias Tlf.: 245 469 226 ___

a ter em conta: Não deixe de estabelecer contacto com os poucos habitantes de Chão da Velha, gente simpática e hospitaleira, que devido ao isolamento geográfico se mostra especialmente calorosa para com os visitantes.

XISTO E SOCALCOS DE OLIVAL Há 670 milhões de anos, a região era ocupada por um mar interior de águas pouco profundas, onde se foram depositando sucessivas camadas de argila, que mais tarde emergiriam, formando colinas xistosas de declives acentuados. Esta pedra, abundante e fácil de trabalhar, tem sido utilizada na construção de muros, abrigos e casas, bem como de moinhos e azenhas, alimentados por rios e ribeiras, e que podem ser apreciados em todo o concelho de Nisa. Neste troço montanhoso do Tejo, num vale encaixado que marca a transição entre o sul do país, quente e seco, e o norte, temperado e húmido, destacam-se os abundantes socalcos de olival.

fauna e flora em destaque OLIVEIRA: A madeira desta árvore, dispersa no Mediterrâneo por gregos e romanos, é dura e compacta, sendo óptima para a marcenaria e aquecimento. As folhas são usadas em chás e o azeite, extraído do seu fruto, a azeitona, é utilizado na culinária e em cosméticos e relaxantes. LONTRA: De pêlo espesso, corpo e cauda alongados e membros curtos, alimenta-se de peixes, crustáceos, anfíbios e répteis. Animal de hábitos nocturnos, ágil na água, vive na margem de rios e lagoas, construindo abrigos na vegetação. Oliveira _____ Olea europaea Socalcos de olival

PR2_Descobrir o Tejo

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PR Olhar sobre a Foz 3 _acesso: NISA > EM 544 > CM 1159 > CM 1001 > CENTRAL ELÉCTRICA DA VELADA

JL

O percurso inicia-se na central hidroeléctrica da grau de dificuldade: FÁCIL Velada, onde pode observar atentamente a esextensão: 5,75 KM trutura de canais que a alimentam. Os primeiduração: 2h00 ros metros do trajecto são calcorreados ao longo do vale da ribeira de Nisa, até passarmos junto a uma azenha. Mais à frente, atravesse o pontão da represa e percorra o caminho em terra batida que acompanha a margem direita da ribeira até à foz, onde esta se cruza com o rio Tejo. Em redor, à medida que o trilho serpenteia o terreno onde abundam as estevas, podem observar-se ao longe os montes cobertos de oliveiras em socalco, outrora importante fonte de rendimento para as populações locais. Hoje, a agricultura, a olivicultura e a exploração de cortiça e dos eucaliptais, que por aqui também se destacam, são as principais actividades económicas. Inicia-se então o ponto mais difícil do percurso. Rio Tejo junto à foz da Ribeira de Nisa Com os eucaliptos a adensarem-se, suba até ao alto da colina, onde encontrará um miradouro Percorra o caminho em terra batida que P acompanha a margem direita da ribeira até à privilegiado sobre os nós da ribeira de Nisa e foz, onde esta se cruza com o rio Tejo. sobre o Tejo. O vale deste rio estabelece a transição entre o sul do país, quente e seco, e o norte, temperado e húmido. No seu troço inicial em território português, são comuns as zonas de declive acentuado, ricas em xisto, granito e quartzo. Em frente, a linha da Beira Baixa demarca a paisagem, num ponto privilegiado de observação de aves, como a águia-pesqueira, a garça-real, a cegonha-negra, o milhafre-real, o abutre-negro, o bufo-real, o corvo-marinho

PR3_Olhar sobre a Foz

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PR 3

ou o grifo. Este é também o território inato do javali, do veado, do coelho, da lebre, da raposa, do ginete, do saca-rabos e do gato-bravo. Nesta região, a paisagem natural é dominada por sobreiro, azinheira, oliveira, pinheiro-bravo, eucalipto, amieiro, choupos branco e negro, bem como pela esteva, a giesta, o rosmaninho, o zimbro, o medronheiro, a urze e o alecrim. Um pouco abaixo, nas margens do Tejo, abundam o junco, os salgueiros branco e comum, o choupo e o freixo. Depois de percorridos mais uns metros, surge uma descida por entre eucaliptais e estevais, que culmina no pontão que liga as duas margens da ribeira de Nisa, águas que convidam a uma pausa para pescar o barbo, a boga, a

carpa, o achigã, a enguia, o bordalo ou a perca, ou apenas a merendar com a família. Termine o percurso junto à central hidroeléctrica da Velada, saciando a sede numa fonte com óptima água fresca. Aproveite ainda para visitar a igreja matriz de São Matias, edificada no monte de Cacheiro, que conserva uma imagem de pedra, do século XVI, representando S. Pedro. Nesta povoação, conheça ainda as fontes de mergulho e os fornos do povo. No final, não se esqueça de provar o queijo, as cavacas, as tigeladas, os enchidos e o ensopado de borrego, e de trazer consigo alguns bordados, artigos em madeira, barro e cortiça ou mesmo ferrarias.

Ribeira de Nisa

Olivais

Nasce na serra de S. Mamede, tendo como afluente a ribeira de S. Bento. Atravessa Souto Velho, Vale Grande, Tapada das Nogueiras, Cabeça Gorda, Sobreiras, Hortas, Monte Carvalho, Monte Paleiros, Laranjeiras, Quatro Azenhas, Paulo da Costa, Vargem, Carvalhal das Vinhas, Póvoa e Nisa. Na foz, é acompanhada por oliveiras em socalco, com miradouros naturais para a bacia do Tejo, onde desagua.

Desde a fundação de Nisa, no tempo de D. Dinis, que a enxertia dos zambujeiros permitiu produzir olivais de grande qualidade, hoje espalhados pelas encostas, chãos e vinhas de todo o concelho, Devido à pobreza dos solos e ao microclima da região, os olivais prosperaram,a par das árvores de fruto e de cereais como o trigo, produzindo uma azeitona que proporciona um azeite com um sabor frutado e suave.

PR3_Olhar sobre a Foz

28


- subida acentuada -

- descida acentuada -

Ribeira de Nisa Rio Tejo

- subida

acentuada -

2

1

CENTRAL ELÉCTRICA DA VELADA (100 m)

- descida acentuada (2 Km)

Central hidroeléctrica da Velada A Central Eléctrica da Velada entrou em funcionamento em 1935 e foi construída pela Hidroeléctrica do Alto Alentejo, empresa responsável por outras seis unidades: Póvoa e Meadas, Bruceira e Foz (situadas na ribeira de Nisa), Cabeço do Monteiro (rio Ponsul), Pracana (rio Ocreza) e Belver (rio Tejo). Actualmente, a Central Eléctrica da Velada está integrada na Hidrotejo – Hidroeléctrica do Tejo, pertencente ao grupo EDP, e que comporta as unidades de Belver, Póvoa e Meadas, Bruceira e Caldeirão (rio Almonda).

PR3_Olhar sobre a Foz

E M 10

principais pontos de interesse

1_ Açude / Azenha 2_ Pontão da Represa

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01


PR 3 Olhar sobre a Foz

FA Ribeira de Nisa

Pescadores tradicionais

aspectos de interesse

contactos úteis:

Junta de Freguesia de São Matias Tlf.: 245 469 226 ___

a ter em conta: O ponto mais alto do percurso é um miradouro privilegiado sobre a ribeira de Nisa e o Tejo, com a linha da Beira Baixa a demarcar a paisagem. Observe a avifauna em silêncio e de preferência com binóculos.

LINHO Noutros tempos, o linho, hoje parte integrante do artesanato do concelho, era alagado e curtido na ribeira de Nisa, ao lado dos moinhos e dos campos semeados. Depois de cultivado, preparado e tecido naquela freguesia, o linho era transformado em panos finos e utilizado na produção de bordados e rendas, tradição que em Nisa remonta ao século XV. Os alinhavados deste concelho, únicos no país, são feitos de fios contados, retirados da trama do pano, e de pontos ornamentais de crivo enrolado, deixando em aberto o fundo do desenho.

fauna e flora em destaque BOGA: Espécie ibérica, de corpo alongado, focinho proeminente e barbatanas avermelhadas. Vive em locais de água corrente e albufeiras de águas limpas, alimentando-se de moluscos, larvas, vegetais e pequenas algas. ZAMBUJEIRO: A variedade brava da oliveira encontra-se sobretudo em matagais e olivais abandonados, proporcionando alimento a tordos, raposas e coelhos. Alinhavados de Nisa Zambujeiro _____ Olea lea europaea var. sylvestris

PR3_Olhar sobre a Foz

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PR Trilhos do Conhal 4 _acesso: NISA > EN 18 > EM 527 > ARNEIRO

O trajecto inicia-se no Arneiro, num caminho grau de dificuldade: MÉDIO de terra batida, seguindo em direcção ao limite extensão: 9,8 KM norte da Serra de S. Miguel. Tendo no horizonte duração: 3h30 as Portas de Ródão, atravesse as hortas com os característicos poços e picotas, e entre na paisagem selvagem recheada de zimbros, medronheiros e pinheiros, interrompida apenas por alguns montículos de pedras roliças. Ultrapassada uma ribeira encaixada num pequeno vale e cumprida a primeira subida acentuada, o olival é substituído pelos terrenos agrestes inundados de azinheiras, cascalho e muros baixos feitos com pequenos seixos de quartzito. Ao atingir a íngreme entrada na serra, com vegetação mais densa e muita carqueja, giesta e esteva, serpenteie pequenos socalcos e paredes que escondem as oliveiras que por ali restam. Chegados ao topo, e ladeados por pinheiros bravos, seguimos o trilho de terra. Portas de Ródão Mais à frente, e à esquerda, faça uma pausa no Num miradouro panorâmico, varra a paisagem com o percurso, aproveitando para visitar o buraco da N olhar, focando ao longe o Tejo, a fonte das virtudes, o Faiopa (cautelosamente, avance apenas até cabecinho encostado à foz da ribeira do Vale e o Conhal Conhal. aos primeiros metros da fenda). Siga então a direito, com o castelo de Ródão espreitando ao fundo do corredor vegetal, até encontrar uma pequena clareira onde pode contemplar em pleno voo os corpulentos abutres e outras espécies protegidas, como a garça-real, a cegonha-negra, o milhafre, a águia-pesqueira, o corvo-marinho e o grifo. Este é também o território natural do javali, do veado, do coelho, da lebre, da raposa e do texugo. Uns metros adiante, num

PR4_Trilhos do Conhal

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PR 4

miradouro panorâmico, varra a paisagem com o olhar, da esquerda para a direita, focando ao longe o Tejo, a fonte das virtudes, o cabecinho encostado à foz da ribeira do Vale e o Conhal, terminando na vista privilegiada sobre Ródão e a centenária ponte que a liga a Nisa. Descemos agora por um trilho de rocha, encostados à encosta, acompanhados por zimbros e medronheiros. Contorne então um eucalipto centenário e avance em direcção ao Conhal, parando mais à frente para subir aos enormes montes de seixos. Atravesse agora as pequenas hortas, com as suas casas de telha mourisca e divididas por muros baixos de xisto. Antes do regresso ao Arneiro, pare na fonte do ribeiro do Vale, na qual se destaca a saliência

onde se apoiavam os cântaros de barro. Já na povoação, detenha-se nos poiais rematados com lajes de xisto, que convidam a longas conversas nas noites de verão, e nas casas baixas e geminadas, caiadas com sucessivas camadas de cal, únicas pelos seus rodapés e chaminés artísticas ou pelas pequenas portas de madeira com minúsculos postigos por onde espreita a luz. Visite ainda um dos fornos comunitários onde outrora se cozia o pão. Como estamos numa aldeia piscatória, hoje voltada para a olivicultura e a pastorícia, prove ainda a tradicional sopa de peixe, o arroz de lampreia, o ensopado de enguia e a popular tigelada. Quanto ao artesanato, descubra a tarrafa (rede de pesca), os barcos em madeira, as rendas de bilros e os bordados à mão.

Pesca e Barcos típicos

Buraco da Faiopa

Outrora, toda a população do Arneiro se dedicava à pesca, inclusive as mulheres. Hoje, restam cerca de duas dezenas de pescadores, mas o rio permanece a principal fonte de rendimentos. Logo pela manhã, os barcos de pinho recolhem as redes com que pescam a boga, a lampreia, a carpa ou o achigã, e as armadihas para o lagostim, considerado dos melhores crustáceos do país.

Na serra de S. Miguel, onde combateram mouros e cristãos, está o buraco da Faiopa, que terá sido uma mina de ouro explorada por cartaginenses e fenícios. Diz a lenda que D. Urraca, esposa de um fidalgo cristão, se apaixonou por um nobre mouro e utilizou aquela passagem até ao rio para ir ao seu encontro. O marido vingou-se, atirando-a do monte, atada a uma pedra.

PR4_Trilhos do Conhal

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2

3

Rio Tejo

- descida acentuada -

4

principais pontos de interesse

1_ Buraco da Faiopa 2_ Portas de Ródão 3_ Cais fluvial 4_ Conhal 5_ Hortas tradicionais 1

5

- subida acentuada -

ARNEIRO (125 m)

Conhal do Arneiro Arneir Num vale da margem esquerda do Tejo, a jusante das Portas de Ródão, encontra-se o Conhal do Arneiro, uma extensa escombreira formada por gigantescos amontoados de seixos, testemunhando a extracção de ouro que terá decorrido nas épocas romana e medieval. O metal precioso era lavado com a água da ribeira de Nisa, conduzida desde a Senhora da Graça. Provando a qualidade do minério alentejano, D. João III terá mandado fazer um ceptro em ouro extraído deste rio, e Vasco da Gama uma cruz, mostrando aos venezianos que em Portugal havia metal mais precioso que o do Oriente. Ferro, aço e prata são igualmente metais outrora explorados nas margens do Tejo.

PR4_Trilhos do Conhal

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PR 4 Trilhos do Conhal

contactos úteis:

Junta de Freguesia de Santana Tlf.: 245 469 130 ___ Casa de Pasto «O Túlio» Tlf.: 245 469 129 ___ Casa de Pasto «Café Novo» Tlf.: 245 469 140 ___ Clube Desp. e Recr. de Santana Tlf.: 93 313 94 33

a ter em conta: Típica desta aldeia piscatória, aproveite para provar a famosa sopa de peixe do Arneiro, confeccionada com peixe fresco do rio e uma sabedoria ancestral que lhe conferem um sabor muito particular.

Conhal

Embarcações típicas em madeira. Rio Tejo.

aspectos de interesse PORTAS DE RÓDÃO Esta imponente crista quartzítica, que irrompe entre dois imensos blocos de pedra, resulta do atravessamento da Serra das Talhadas pelo rio. Há milhares de anos, as águas do Tejo cobriam uma vasta região. A sua acção erosiva deu origem a esta garganta, onde o rio atinge uma das maiores profundidades. A zona marca ainda o anterior limite da navegabilidade do Tejo, quando este era um canal de comunicação entre o interior e o litoral do país. SOPA DE PEIXE No Arneiro pode desfrutar de um dos tradicionais pratos de peixe do rio. Embora aqui também se possam encontrar refeições típicas como o arroz de lampreia ou o ensopado de enguia, na gastronomia esta povoação é conhecida pela popular sopa de peixe. O barbo é o segredo deste prato, em cuja confecção também se utiliza a carpa. A sopa é por vezes servida num recipiente de cortiça, com as ovas do peixe no topo, o que lhe confere um paladar muito particular. Nesta iguaria não podem faltar o poejo e o pimentão.

fauna e flora em destaque ABUTRE: Ave de rapina que se alimenta quase exclusivamente de carne putrefacta. De cabeça e pescoço compridos, desprovidos de penas, a sua envergadura pode ser superior a 2,5 metros. ZIMBRO: Espécie de pinheiro, que cresce até cinco metros de altura. As bagas são utilizadas em pratos de carne e as sementes na aromatização de bebidas como o gim. Anti-séptico e calmante, é indicado para problemas digestivos e renais.

PR4_Trilhos do Conhal

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À descobertaxerx P R de São Miguel 5 _acesso: NISA > EM 526 > SR.A DA GRAÇA > EM 526 > PÉ DA SERRA

O percurso inicia-se na aldeia de Pé da Serra, grau de dificuldade: FÁCIL / MÉDIO com as suas casas caiadas, de rodapés amaextensão: 9,2 KM relos e azuis, ou com o tradicional reboco enduração: 3h00 crespado e carregado de cores vivas. Desça pela Rua Larga, passando junto à igreja de São Simão, e encontre o primeiro fontanário. Avance pela calçada de cascalho até um caminho ladeado por muros altos e rectos, ou baixos e sinuosos, seguindo as pequenas hortas e as furdas, onde ainda há quem crie o porco-preto. Depois de atravessar o Monte Cimeiro, hoje despovoado e com casas em ruínas, siga por um caminho íngreme que contorna a serra e nos conduz ao penouco de S.Miguel. Pouco a pouco, as oliveiras dão lugar aos sobreiros. Passe numa eira construída com lajes de xisto e cascalho e suba por uma estrada cimentada, passando por entre sobreiros, pinheiros-bravos e eucaliptos. Nestas encostas crescem Pé da Serra visto da Serra de S. Miguel espontaneamente a esteva, a giesta, o meNo ponto mais elevado do concelho de Nisa, dronheiro, a carqueja, o rosmaninho, o junco, N pode desfrutar de uma magnífica panorâmica a urze, o alecrim e o espargo, num habitat sobre grande parte da região. perfeito para aves como a cotovia, o melro, o chapim, o pintassilgo ou o tordo, e que oferece condições ideais à observação da cegonha-negra, do milhafre-real, do abutre-negro, do bufo-real ou do grifo. Para além do javali, do veado, da raposa, do ginete, da lebre, do saca-rabos e do gato-bravo, este é o território do burro, que, apesar de pouco requisitado, ainda é visto junto aos pequenos aglomerados populacionais da freguesia.

PR5_À descoberta de S. Miguel

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PR 5

Antes de chegar ao ponto mais elevado do concelho de Nisa, onde pode desfrutar de uma panorâmica integral sobre grande parte da região, passe diante de um pequeno poço de pedra e de um abrigo para gado. Já no lado oeste da serra, a descida faz-se serpenteando portentosos sobreiros e cascalheiras, vestígios dos muros que outrora sustentavam oliveiras. Mais abaixo, palmilhando solos argilosos, atente no pormenor do cascalho disperso rodeando os olivais. Terminada a descida, siga pela estrada alcatroada em direcção a Vinagra, onde o espera a água das fontes, e aprecie as casas, com as suas portas de madeira e os tradicionais ferrolhos e as largas e

estreitas chaminés, que superam largamente a altura das habitações. Com a serra a espreitar discretamente o caminhante, regresse aos percursos de terra, seguindo por entre muros altos e rematados com grandes lajes, e que separam hortas ou olivais. Siga por um trilho, eucaliptal adentro, até surgirem de novo as oliveiras, os sobreiros e os muros baixos. Já na estrada de alcatrão e antes de reentrar em Pé da Serra pela Rua da Fonte, visite o antigo lagar de azeite. Prove as sopas de afogado e de carne fresca, as tigeladas e os bolos dormidos. Aproveite ainda para conhecer os objectos em ferraria característicos da freguesia e, na estrada para Nisa, que passa ao lado da ponte romana, não deixe de visitar a ermida da Senhora da Graça.

O topo da Serra de S. Miguel, onde se situa o penouco, visto do Pé da Serra.

Vinagra

Serra de S. Miguel, Penouco

Vinagra destaca-se pelas suas casas rústicas, com portas de madeira e ferrolhos, coberturas com telha de canudo e pelas chaminés tipicamente alentejanas, desafiando a simplicidade arquitectónica das habitações.

O penouco, marco geodésico situado a 463 metros de altitude, no ponto mais elevado do concelho de Nisa, terá sido construído com as pedras de uma antiga capela que já no século XVI existia na Serra de S. Miguel. Neste miradouro obtém-se uma panorâmica integral sobre o Pé da Serra, Salavessa, Nisa, Monte Claro, Montalvão, Arneiro, Vila Velha de Ródão, Castelo Branco, serras da Gardunha e Estrela, bem como sobre a Extremadura espanhola.

PR5_À descoberta de S. Miguel

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1

2

MO

- subida acentuada -

AT

NT AL VÃ

O

52

6

- descida acentuada -

3

PÉ DA SERRA

4

(285 m)

5

6

NI S

SÃO MIGUEL

A

(463 m)

X

R V. V. ÓD ÃO

VINAGRA

principais pontos de interesse

NI S

A

526

526-1

Monte Cimeiro Um m dos últimos redutos da arquitectura rural da região. As casas baixas ou de dois pisos deste povoado abandonado eram erigidas com quartzito da zona, pedra escura e acastanhada que contrasta com o laranja amarelado da argamassa de barro, cal e areia que as sustenta. Da vintena de habitações, resta uma passadeira de rocha ladeada por muros altos e pelas paredes em ruína, já sem as pequenas portas e janelas de madeira, num amontoado de pedras e telhas de canudo, onde resiste o reboco de cal ou algum vestígio da arquitectura interior, como o beirado prolongado com uma laje ou as pilheiras, embutidas na parede, e onde se guardava a loiça.

PR5_À descoberta de S. Miguel

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1_ Monte Cimeiro (Ruínas) 2_ Eira 3 _ Poço 4 _ Abrigo para gado 5 _ Alto de São Miguel 6 _ Antigo Lagar de Azeite


PR 5 À Descoberta de São Miguel contactos úteis:

Junta de Freguesia de São Simão Tlf.: 245 743 436 ___ Centro Recreativo e Cultural «Os Amigos do Pé-da Serra» _ contacto na Junta de Freguesia

___

a ter em conta: Observe a transição entre as beiras e o Alentejo. Visite os amigos do “Pé da Serra” e aproveite para tomar contacto com alguns burros, animal que ainda se vê com frequência por estes sítios.

Ruína em Monte Cimeiro

Tulhas, antigo lagar de azeite

aspectos de interesse BARRO VERMELHO Para além das pedras de quartzo que enfeitam as tradicionais peças de barro de Nisa, dos contrafortes da serra de São Miguel extrai-se o próprio barro vermelho, utilizado na olaria do concelho, importante indústria artesanal da região. TULHAS Junto a Pé da Serra, na estrada que a liga a Nisa, encontram-se várias tulhas, construídas na década de1940 pela família Louro e onde se armazenava individualmente a azeitona antes desta entrar no lagar lagar, propriamente dito.

fauna e flora em destaque BURRO: Animal de anatomia semelhante ao cavalo, mas de menor porte, com pelagem predominantemente acinzentada, orelhas compridas e dorso proeminente. Vive entre 15 a 18 anos. Outrora transporte de pesados fardos por caminhos difíceis, hoje serve sobretudo de atracção turística. SOBREIRO: Árvore folhosa, com uma ampla copa e que pode atingir os 20 metros. A cortiça, o seu principal produto, protege-a contra o fogo, e o fruto, a bolota, serve de alimento a porcos. A madeira, dura e compacta, é muito utilizada nas lareiras. Burro _____ Equus Asinus Sobreiro _____ Quercus suber L.

PR5_À descoberta de S. Miguel

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PR Rota dos Açudes 6

_acesso: NISA > EM 526 > PÉ DA SERRA > EM 526 > SALAVESSA

O percurso inicia-se na aldeia de Salavessa, grau de dificuldade: MÉDIO onde sobressaem as casas caiadas de branco extensão: 10,6 KM ou em tons carregados, com reboco encresduração: 3h30 pado, graças à mistura de areia e cal. Concentre-se nos rodapés azuis, amarelos e verdes, e nas altas e corpulentas chaminés brancas, de formas arredondadas, com barras azuis e amarelas ou encimadas por cata-ventos. Contrariando o adágio popular “quem passa em Salavessa, é ir devagar e vir depressa”, percorra calmamente as ruas estreitas da povoação, admirando as janelas e as portas. Faça uma visita à ermida, de frontaria simples e torre de grandes dimensões, com o altar ladeado pelas imagens de S. Gregório e de S. Jacinto, cuja festa se celebra no terceiro domingo de Agosto. Saindo a norte, pelas traseiras de Salavessa, onde se ergueram as primeiras casas, surpreAçude. Ribeira do Fivelo. enda-se com os palheiros de xisto, os currais e Serpenteie as colinas e contemple os açudes, as as furdas. Aqui reina a paisagem de montado, noras e os canais de rega outrora utilizados no com os abundantes muros de xisto de remate aproveitamento das águas da ribeira. característico, delimitando pequenas propriedades em declive acentuado e cuja pedra era extraída em redor, sendo comuns os buracos escavados no solo.Seguimos por trilhos de terra e pedra, descendo até ao Tejo pelo antigo caminho para Vila Velha de Ródão. O sobreiro, a azinheira, a oliveira, o pinheiro-bravo, o eucalipto, a esteva, a giesta, o rosmaninho, o zimbro, o medronheiro, a urze e o alecrim são a vegetação mais comum por estas paragens. No Tejo, junto

PR6_Rota dos Açudes

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PR 6

ao qual abundam o junco, o salgueiro, o choupo e o freixo, pode-se pescar o barbo, a boga, a carpa, o achigã, a enguia, o bordalo e a perca. Neste território vivem animais como o javali, o veado, a raposa, o ginete, a lebre, o saca-rabos e o gato-bravo, bem como a garça-real, a cegonha-negra, o milhafre-real, a águia-pesqueira, o abutre-negro, o bufo-real e o grifo. Acompanhando a margem a partir de um pontão, siga pelo caminho que termina na Fisga do Tejo, uma escarpa de uma dezena de metros, feita inicialmente para desviar o curso da ribeira do Fivelo, e que nos leva até ao primeiro açude e às entranhas da serra de Nisa. Lado a lado com o curso de água, descubra o segundo açude e, mais adiante, um muro api-

ário, dissimulado na vegetação. Serpenteie as colinas e contemple os açudes, as noras e os canais de rega, outrora utilizados na retenção da chuva e no aproveitamento das águas da ribeira para irrigação das hortas. Transponha a margem ao quarto açude e continue a subida, passando junto aos muros em socalco que sustentam as oliveiras, úteis contra a erosão dos solos. Já com o trilho afastado da ribeira, regresse a Salavessa e não se esqueça de provar o típico pão de trigo, as tigeladas, os bolos dormidos, bem como as sopas de afogado e de carne fresca. Aproveite ainda para visitar as antas da Terra do Sobreirão, próximas da aldeia, e as do Pego do Bispo, junto à foz da ribeira do Fivelo.

Muros Apiários

Arquitectura tradicional em Salavessa

Os muros apiários são construções em pedra que servem para proteger as colmeias das incursões de mamíferos como o urso pardo. Alguns dos exemplares da região, existentes desde a Idade Média, continuam em funcionamento.

Sobressaem as casas caiadas de branco ou com reboco encrespado e colorido, de rodapés azuis, amarelos e verdes. As altas e corpulentas chaminés brancas, de formas arredondadas, com barras azuis e amarelas ou encimadas por cata-ventos, cobrem largas lareiras onde se defumam enchidos de porco. No Verão, o calor é afastado por grossas paredes de pedra ou tijolo. Na zona norte da aldeia, abundam palheiros, currais, furdas e muros de xisto com remate característico.

PR6_Rota dos Açudes

40


(240 m)

SALAVESSA AT

Açudes e noras

1

Ao longo do curso do Fivelo encontramos uma sé série de aç açudes e noras, que remontam aos períodos medieval, moderno e contemporâneo, utilizados no aproveitamento das águas da ribeira e das chuvas. Os açudes são muros de pedra que retêm a água, conduzindo-a através de um canal ao moinho ou azenha, num percurso descendente, por forma a movimentar o rodízio e a mó que transforma os cereais em farinha. A nora possui um engenho de rodas dentadas, discos e alcatruzes, movido por um animal de carga, que bombeia a água para uma levada, levando-a de volta ao açude por acção da gravidade, após a rega das hortas e pomares situados a nascente.

principais pontos de interesse

Anta

Muro Apiário

3

AT

2

4 PR6_Rota dos Açudes

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Ribeira de Fivenro

5

7

Rio Tejo

8

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1_ Pontão em xisto 2_ Fisga do Tejo 3>8 _ Açudes


FA

PR 6 Rota dos Açudes contactos úteis:

Junta de Freguesia de Montalvão (Extensão de Salavessa) Tlf.: 245 743 280 ___ GNR - Montalvão Tlf.: 245 743 114 ___ Associação Montalvanense de Activ. Recr. e Cult. (A. M. A. R. C.) Tlf.: 245 743 132

a ter em conta:

Venda ambulante. Salavessa

FA

Palheiros de xisto e currais. Salavessa

aspectos de interesse RIBEIRA DO FIVELO A ribeira do Fivelo nasce nas lameiras de São Silvestre, no termo de Montalvão, entrando nesta vila junto a Pé da Serra. Esta linha de água desagua nas margens do Tejo, perto do pego do Bispo. Subindo a colina e acompanhando o curso da ribeira do Fivelo, praticamente seca no Verão, pode apreciar-se a engenharia tradicional presente em açudes e noras, com que se fazia o aproveitamento do seu curso de água e das chuvas, bem como nos muros de sustentação das oliveiras, úteis contra a erosão dos solos.

fauna e flora em destaque JAVALI: De pêlo acastanhado e hábitos nocturnos, alimenta-se de plantas, frutos, insectos, moluscos, pequenos mamíferos e ovos de aves. Para se livrar de parasitas, chafurda na lama e roça-se nas árvores. Anda em grupos, liderados por uma fêmea. ESTEVA: Arbusto de crescimento rápido, resistente à seca, com folhas compridas e estreitas e flor branca. A sua resina inibe o crescimento de outras espécies e é usada na perfumaria. Muito abundante no Alentejo, forma matos densos. Esteva _____ Cistus ladanifer L.

Perca algum tempo contemplando o vale do Tejo em todo o seu esplendor, com a sua fauna e flora extremamente ricas, e faça questão de provar o muito apreciado pão de trigo de Salavessa.

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PR Entre Azenhas 7 _acesso: NISA > EN 359 > MONTALVÃO

O percurso inicia-se em Montalvão, povoação grau de dificuldade: FÁCIL / MÉDIO rural e pitoresca, rodeada pelos rios Tejo e extensão: 6,5 KM Sever, cujas habitações se destacam no alto duração: 2h30 de um monte isolado na paisagem. Observe as ruínas do castelo, de onde se contemplam as paisagens alentejana, beirã e espanhola, e percorra as ruas da antiga vila, apreciando as casas caiadas de branco e os rodapés azuis e amarelos das fachadas. As igrejas Matriz e da Misericórdia, o pelourinho manuelino e as capelas de S. Pedro e do Espírito Santo são outros locais de visita obrigatória. Na Casa do Povo conheça alguns instrumentos ligados ao linho, outrora importante recurso económico da povoação. Siga então pelo caminho que nos conduz até às encostas do Sever, passando junto ao cemitério da aldeia e a antigos currais, que há muito deixaram de dar guarida a gado. Atravesse uma série de hortas, percorrendo Rio Sever trilhos de pé posto vincados entre eucaliptos e alguns pinheiros. Mais abaixo, revelam-se, Mais abaixo, revelam-se, finalmente, por entre o denso arvoredo, as margens escondidas do rio. finalmente, por entre o denso arvoredo, as margens escondidas do rio, numa zona de declives acentuados, onde abundam as fontes e nascentes, e cujos solos foram amplamente cultivados e rentabilizados no passado, nomeadamente com a actividade da pastorícia. Depois de encontrarmos a margem do Sever, que nasce na encosta norte da serra de São Mamede e desagua no Tejo, servindo de fronteira entre Portugal e Espanha em três quartos do seu percurso, surge a primeira nascente

PR7_Entre Azenhas

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PR 7

deste trajecto, cujo rasto aponta na direcção da submersa azenha do Nogueira, a apenas alguns metros. Nesta área esculpida pelos cursos de água, as margens enchem-se de freixos, choupos e junco, enquanto que nos caminhos abundam a esteva, a giesta, o medronheiro, o mortunheiro e o zambujeiro. A zona é igualmente propícia à observação da fauna local. O veado, o javali, a corja, a garçareal, a cegonha-negra, o melro, a perdiz e o pato-bravo são alguns dos animais que por ali se avistam, com o território espanhol espreitando em permanência do outro lado. Siga o trilho, passando por entre vegetação densa, e aprecie as panorâmicas sobre o rio ou os muitos pegos, onde se pode pescar o barbo, a car-

pa ou o achigã. Acompanhe então a margem, em direcção ao norte, até à azenha do Artur, local privilegiado para merendar e onde o esperam as fontes férreas e um pequeno abrigo em xisto. Abandonando a margem, iniciamos a subida acentuada, eucaliptal adentro, acompanhados de fartas giestas e estevas. Mais acima, impõe-se a paisagem de sobro, que nos acompanha no regresso a Montalvão por caminhos de terra batida, ladeados por muros baixos de grossas lajes de xisto e palmilhados no passado por camponeses e contrabandistas. Procure então nos cafés e tabernas da povoação as sopas de peixe e os petiscos de javali, e leve para casa algum artesanato, como os trabalhos em madeira e ferro.

Ermida de N. Sra. Remédios

Azenhas Artur e Nogueira

A par das touradas à vara larga, a festa de Nossa Senhora dos Remédios, que tem lugar a 8 de Setembro, é uma das principais manifestações culturais de Montalvão. Não muito longe desta ermida, junto à estrada que liga a povoação à localidade espanhola de Cedillo, existe uma anta, monumento habitual por estas paragens.

Integralmente construídas em xisto, são duas das estruturas onde antigamente se fazia a moagem do trigo cultivado nos montes em redor do Sever, hoje totalmente submersas pela barragem de Cedillo. Tradicionalmente, a corrente do rio era desviada até à azenha, movendo a mó ao incidir na roda motriz. O sistema chegou à península no século X através dos árabes, precursores de engenhos hidráulicos como o açude, o alcatruz, a nora e a picota.

PR7_Entre Azenhas

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4 3

- subida acentuada -

- descida acentuada -

2

1_ Capela de Santa Margarida 2_ Abrigo em xisto 3_ Azenha do Artur 4_ Azenha do Nogueira

Rio Sever

principais pontos de interesse

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1

AT

AT

Contrabando Na década de 1930, com a Guerra Civil Espanhola, escasseiam no país vizinho produtos como pão, açúcar, sabão, tabaco ou sal. Devido à falta de emprego e ao trabalho rural mal remunerado, o contrabando torna-se um meio de subsistência para muitas famílias da região. De noite e de bolsos cheios, homens, mulheres e crianças de Montalvão, Nisa, Salavessa, Monte do Duque, Pardo e Arneiro passavam a pé o Sever e percorriam trilhos e veredas até à fronteira, evitando os guardas-fiscais portugueses ou os carabineiros espanhóis, sendo esperados pelos compradores que vinham de Cedillo. Este percurso deu lugar à Rota do Contrabando.

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(340m)

MONTALVÃO

NIS A

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PR 7 Entre Azenhas contactos úteis:

Junta de Freguesia de Montalvão Tlf.: 245 743 132 ___ GNR - Montalvão Tlf.: 245 743 114 ___ Marisqueira «O Rei do Camarão» (tem quartos) Tlf.: 245 743 447 ___ Café «Fonte Cereja» Tlf.: 245 743 343 ___ A. M. A. R. C. Tlf.: 245 743 280

a ter em conta: Preste atenção, pois se o nível da água estiver baixo, é possível observar as azenhas a emergirem, ficando-se com uma noção mais aproximada destas construções.

Fonte de Mergulho

Rio Sever

aspectos de interesse RIO SEVER O rio Sever nasce na encosta norte da serra de São Mamede, servindo de fronteira entre Portugal e Espanha ao longo de mais de quarenta quilómetros. Três quartos do seu percurso são partilhados entre os dois países, numa extensão que vai de El Molino de la Negra até à barragem de Cedillo, onde desagua no Tejo. O Sever é não só um dos principais cursos de água originários do norte alentejano a afluir naquele rio internacional (para além das ribeiras de Nisa, de Sor e de Seda), mas também, juntamente com o Sorraia, um dos principais afluentes da sua margem esquerda. FONTES Por detrás do denso arvoredo desta zona de declives acentuados revelam-se não só as margens escondidas do rio Sever, mas também abundantes fontes férreas e nascentes, que brotam do interior de solos outrora ocupados com searas de trigo e rentabilizados com a actividade da pastorícia. Estas fontes, dispersas ao longo dos vários trilhos de terra que serpenteiam os montes em redor do Sever, abasteciam não só os lavradores e moleiros que ali trabalhavam diariamente, mas também os pescadores ocasionais que por ali passavam.

fauna e flora em destaque CARPA: Peixe de dorso castanho esverdeado, comum nas albufeiras e cursos de corrente fraca com vegetação abundante. Alimenta-se de invertebrados, plantas e algas. Pode chegar aos 120 cm e viver até aos 50 anos. MURTA: As folhas deste arbusto, conhecido por murteira ou murtinheira, eram usadas em preparados farmacêuticos. As suas flores brancas são utilizadas em perfumaria, enquanto que das bagas azuladas, chamadas murtinhos ou mortunhos, se faz licor.

PR7_Entre Azenhas

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Trilhos doxerx P R Moinho Branco 8 _acesso: NISA > EN 359 > MONTALVÃO

FA

O percurso inicia-se em Montalvão, povoação grau de dificuldade: MÉDIO rural e pitoresca, rodeada pelos rios Tejo e extensão: 14 KM Sever, que se destaca no alto de um monte. duração: 4h00 Entrando por um pórtico quinhentista, visite as ruínas do castelo, outrora importante ponto defensivo, de onde se contempla as paisagens alentejana, beirã e espanhola. Percorra as ruas da antiga vila, apreciando as casas caiadas de branco, com rodapés azuis e amarelos, bem como as igrejas matriz e da Misericórdia, o pelourinho manuelino e as capelas de S. Pedro e do Espírito Santo. Na Casa do Povo conheça alguns instrumentos ligados ao linho, noutros tempos importante actividade económica da povoação. Siga a estrada que o leva até às íngremes encostas do rio Sever, numa descida por trilhos de pé posto. Ao atravessar o Alto da Pobreza, passando pela Tapada da Queijeira e pelo ChaRio Sever fariz de Palos, aprecie a magnífica vista sobre Percorra os caminhos de terra e pedra, em declives os montes em redor e a foz da ribeira de São acentuados, com Espanha sempre do outro lado do Sever. João. Já junto à margem, avance até à azenha do Moinho Branco, local ideal para merendar ou descansar, refrescando-se primeiro na mina da Lagartixa. Percorra os caminhos de terra e pedra, em declives acentuados, com Espanha sempre do outro lado do Sever, que nasce na encosta norte da serra de São Mamede e desagua no Tejo, servindo de fronteira entre Portugal e Espanha em três quartos do percurso. Repare nas construções tradicionais em xisto, muitas

PR8_Trilhos do Moinho Branco

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PR 8

em ruína, servindo hoje de abrigo aos pescadores. Nesta área esculpida pelos cursos de água, as margens enchem-se de freixos, choupos e junco, e nos caminhos abundam a esteva, a giesta, o medronheiro e o zambujeiro. O veado, o javali, a coruja, a garça-real, a cegonha-negra, o melro, a perdiz e o patobravo são algumas das espécies animais que por ali se avistam. Num dos muitos pegos é possível pescar o barbo, a carpa ou o achigã. Os solos fracos e secos junto à foz do Sever testemunham a sua anterior utilização na pastorícia, enquanto que nos montes em redor restam as azinheiras e os sobreiros. Repare nas lajes polidas dos paredões e nas lascas grossas de xisto que terminam nas

encostas do rio, em cujo leito sobressaem as marmitas de gigante. Ao abandonar a margem, o caminho conduz-nos ao pontão da Ribeira do Lapão, rodeado de pequenos montes com oliveiras em sulcos e situado junto ao Retiro do Pescador. No regresso a Montalvão, a subida é feita pela eira do Ferreira. Interrompa o trajecto e descubra uma anta junto à estrada que liga Montalvão a Cedillo, já que na zona são comuns os pequenos sepulcros megalíticos, terminando a escapadinha com uma visita à ermida de N.a S.ra dos Remédios. Já em Montalvão, procure nos cafés e nas tabernas as sopas de peixe e os petiscos de javali, e leve algum artesanato local, como os trabalhos em madeira e ferro.

«Retiro do pescador»

Pontão da ribeira do Lapão

Siga até ao retiro do pescador, onde no Outono os medronhos criam um tapete vermelho. Passe entre dois muros de xisto e repare nas pedras alinhadas lado a lado. Mais acima, encontrará um patamar com excelente vista sobre o rio Sever.

Para além das casas e dos muros, na arquitectura tradicional da zona destaca-se o pontão da ribeira do Lapão, totalmente construído em xisto, e cujas pedras encaixadas lado a lado parecem desafiar a gravidade, lembrando as grossas lascas das encostas. No leito do Sever podem ver-se as marmitas de gigante, onde a pedra, em conjunto com a acção da água, foi sendo lentamente escavada por pequenos seixos roliços.

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- descida -

Ribeira de São João

2

3

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Rio Sever NISA

(340m)

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MONTALVÃO

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AT

1

Ribeira de Lapão

- subida acentuada -

Retiro do pescador

5

Monte da Pobreza Ainda com Montalvão no horizonte, atravesse este local ligeiramente sobrelevado, palmilhando a estrada que segue em direcção às encostas inclinadas do Sever e que passa junto à Tapada da Queijeira e ao lado do Chafariz de Palos. Nesta zona erma, outrora coberta de searas de trigo, azinheiras e sobreiros dispersos, e que oferecia pasto a vacas e ovelhas, pode apreciar a magnífica vista sobre a foz da ribeira de São João, bem como contemplar a panorâmica sobre as margens do rio, que serve de fronteira entre Espanha e Portugal.

principais pontos de interesse

1_ Monte do Estacal 2_ Monte da Pobreza 3_ Moinho Branco 4_ Pontão da Ribeira de Lapão 5 _ Abrigo em xisto 6 _ Capela de Santa Margarida (Ruínas)


PR 8 Trilhos do Moinho Branco contactos úteis:

Junta de Freguesia de Montalvão Tlf.: 245 743 132 ___ GNR - Montalvão Tlf.: 245 743 114 ___ Marisqueira «O Rei do Camarão» (tem quartos) Tlf.: 245 743 447 ___

Rio Sever

Azenha do Moinho Branco

aspectos de interesse CHAFARIZ DE PALOS Situado na Tapada da Queijeira, bem perto da ribeira do Lapão, esta fonte de bica, com chafariz à volta, pode ser alcançada a partir da estrada que nos leva até às íngremes encostas do rio Sever, atravessando o Alto da Pobreza através de trilhos outrora percorridos por camponeses e contrabandistas. O Chafariz de Palos está localizado nos arredores de Montalvão, em montes despovoados e que em outros tempos se enchiam de cereais. Hoje, restam apenas as azinheiras e os sobreiros, mas permanece uma panorâmica privilegiada sobre as margens do Sever. ABRIGOS EM XISTO Ao longo das encostas do vale do Sever encontram-se algumas construções tradicionais, antigamente destinadas a albergar os lavradores que por ali trabalhavam, quando estes eram surpreendidos pela chuva ou pelo sol abrasador, e que hoje servem apenas de refúgio temporário a pescadores. São pequenos abrigos rochosos artificiais, de aspecto tosco, construídos com lajes de xisto irregulares e sobrepostas, seguindo o declive do terreno ou aproveitando a disposição natural das rochas. Estas estruturas, formadas por paredes baixas e por uma entrada ampla, são encimadas por uma cobertura lajeada.

Café «Fonte Cereja» Tlf.: 245 743 343 ___ A. M. A. R. C. Tlf.: 245 743 280

a ter em conta: O dono do Retiro do Pescador é Domingos Paixão, um curandeiro da região, especialista em tratamentos com plantas, argila e massagens. Visite-o em Montalvão, Rua do Bernardino, n.o 36.

fauna e flora em destaque VEADO: É o maior cervídeo da fauna portuguesa, pesando entre 100 e 200 quilos. Herbívoro de pelagem castanha avermelhada, vive em bosques e matagais, alimentando-se de folhas de carvalho, sobreiro e azinheira e de bolotas, castanhas e azeitonas. MEDRONHEIRO: Arbusto dos matagais e montados, conhecido pela aguardente feita com os seus frutos avermelhados, que florescem e amadurecem no Outono. Com os taninos das folhas e a casca curtem-se peles e curam-se diarreias e infecções urinárias.

PR8_Trilhos do Moinho Branco

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CONTACTOS Percursos pedestres ÚTEIS

_ Junta de Freguesia de S. Matias Largo da Fonte Nova, 10 _ 6050-474 Monte Claro Telf: 245 469 226

_ ___concelho de Nisa //

_ __SERVIÇOS PÚBLICOS

_ Junta de Freguesia de S. Simão Rua da Escola _ 6050-492 Pé da Serra Telf: 245 743 436

_ Câmara Municipal de Nisa Praça do Munícipe _ 6050-358 Nisa Telf: 245 410 000 // Fax: 245 412 799 // Telm: 966 926 198

_ Junta de Freguesia de Tolosa Rua Prof. Dr. Gonçalves Proença, 58 _ 6050-501 Tolosa Telf: 245 798 168

_ Biblioteca Municipal de Nisa Praça da República _ 6050-350 Nisa Telf: 245 412 806

_ GNR Nisa Bairro da Cevadeira _ 6050 Nisa Telf: 245 410 116

_ Cine-Teatro de Nisa Praça raça da República _ 6050-350 Nisa Telf: 245 429 260

_ GNR Alpalhão Rua Direita, 23 _ 6050-011 Alpalhão Telf: 245 742 225

_ Posto de Turismo de Nisa Praça da República _ 6050-350 Nisa Telf: 245 412 457

_ GNR Tolosa Prof. Dr. Gonçalves Proenço _ 6050-501 Tolosa Telf: 245 798 144

_ Piscinas Municipais de Nisa // Telf: 245 413 654

_ GNR Montalvão Largo Bernardino, 5 _ 6050-431 Montalvão Telf: 245 743 114

_ Pavilhão Desportivo de Nisa Rua Casares de Caseres _ 6050-346 Nisa Telf: 245 413 639 _ Termas da Fadagosa de Nisa / Balneário Fadagosa de Nisa Arez _ 6050 Nisa Telf: 245 798 133 _ Ternisa Av. D. Dinis _ 6050-348 Nisa Telf: 245 410 131 _ Junta de Freguesia de Alpalhão Largo António T. Sequeira _ 6050-033 Alpalhão Telf: 245 742 154 _ Junta de Freguesia de Amieira do Tejo Largo Do Espírito Santo _ 6050-103 Amieira do Tejo Telf: 245 457315 _ Junta de Freguesia de Arez Rossio, 4 _ 6050-201 Arez Telf: 245 748146 _ Junta de Freguesia do Espírito Santo Largo Heliodoro Salgado, 12/3 _ 6050-342 Nisa Telf: 245 412 219 _ Junta de Freguesia de Montalvão Rua da Barca n.o29 _ 6050-450 Montalvão Telf: 245 743 132

_ Bombeiros Voluntários de Nisa Rua D. Cruz Malpique _ 6050-341 Nisa Telf: 245 412 303 _ Centro de Saúde de Nisa Rua Combatentes da Grande Guerra _ 6050-338 Nisa Telf: 245 412 133 _ Farmácia Ferreira Pinto – Nisa Largo Dr. António Granja _ 6050-302 Nisa Telf: 245 412 335 _ Farmácia Martins Seabra Largo 5 de Outubro _ 6050-329 Nisa Telf: 245 410 030

_ __TRANSPORTES _ Rodoviária do Alentejo Rua Júlio Basso _ 6050-315 Nisa Telf: 245 412 354 _ Praça de Táxis – Nisa Praça da República _ 6050-350 Nisa Telf: 245 412 186

_ __ALOJAMENTO

_ Junta de Freguesia de N. a Sr. a da Graça Rua Dr. Francisco Miguéns, 6 _ 6050-359 Nisa Telf: 245 413 490

_ Residencial S. Luís – Nisa

_ Junta de Freguesia de Santana Rua Velado, 1 _ 6050-452 Monte do Arneiro Telf: 245 469 130

_ Lareira – Nisa

_ Casa das Colunas – Nisa

_

_

_

Telf: 245 412 471

Tlm: 93 351 67 56

Telf: 245 413 558


_ Quinta dos Ribeiros – Agro Turismo – Alpalhão Telf: 245 745 100

_ Olaria Antónia Carita Estrada de Montalvão, 52 _ 6050-326 Nisa Telf: 245 412 673

_ __RESTAURANTES

_ Olaria António Louro Rua Sidónio Pais, 36 _ 6050-327 Nisa Telf: 245 412 826 _ Loja: 245 413 281

_ Adega Típica Taverna da Vila – Nisa Largo Dr. António José D’Almeida, 2 _ 6050-366 Nisa Telf: 245 413 630 _ Petisqueira «A Colmeia» Largo Heliodoro Salgado _ 6050-342 Nisa Telf: 245 413 513 _ Restaurante Pinto – Alpalhão Rua de Santo António, 17 _ 6050-036 Alpalhão Telf: 245 742 518 _ Restaurante Túlio – Arneiro Rua Francisco Diogo Pinto, 1 _ 6050-452 Santana Telf: 245 469 129 _ Restaurante «A Churrasqueira» – Nisa Rua Prof. João Porto, Lt.1_r/c _ 6050-344 Nisa Telf: 245 413 210 _ Restaurante «A Regata» – Alpalhão Estrada Nacional 18 _ 6050-029 Alpalhão Telf: 245 742 162 _ Restaurante «Flor do Alentejo» – Nisa Estrada das Amoreiras, 12 _ 6050-385 Nisa Telf: 245 429 228 _ Restaurante «O Alpalhoense» Largo Dr. Alves da Costa, 1 _ 6050-047 Alpalhão Telf: 245 742 144 _ Restaurante «Café Novo» – Arneiro Rua Nova, 3 _ 6050-452 Santana Telf: 245 469 140 _ Restaurante «Paraíso Alentejano» – Nisa Praça da República, 24 _ 6050-350 Nisa Telf: 245 413 545 _ Restaurante «Três Marias» Praça da República,6_r/c _ 6050-350 Nisa Telf: 245 413 741 _ Café Central – Pizzaria/Hamburgueria Rua Júlio Basso, 37/39 _ 6050-315 Nisa Telf: 245 412 354 _ Bico Fino –Hamburgueria Rua Dr. Manuel de Arriaga, 1 _ 6050-386 Nisa Telf: 245 429 205

_ __ARTESANATO _ Olaria António Pequito Rua 25 de Abril, 72 _ 6050-343 Nisa Telf: 245 412 182

_ Grupo de Alinhavados de Nisa Rua da Hidro-Eléctrica Alto Alentejo, 16 _ 6050-320 Nisa Telem: 962 450 220 // 965 216 284 _ Centro de Artesanato de Nisa Rua Júlio Basso, 45 _ 6050-315 Nisa Telf: 245 412 465

_ __PRODUTOS TRADICIONAIS _ Salsicharia Maria José Canilhas Largo da Devesa _ 6050-030 Alpalhão Telf: 245 742 186 _ Salsicharia Alpalhoense Estrada de Castelo de Vide _ 6050-019 Alpalhão Telf: 245 742 604 _ Salsicharia Tradicional Bé & Filhas, Lda. Rua do Castelo, 4 _ 6050-031 Alpalhão Telf: 245 742 315 _ Salsicharia Maria José de Jesus Rua de São Pedro, 45/47 _ 6050-509 Tolosa Telf: 245 798 215 _ Salsicharia Crismélia Rua da Catraia, 5/7 _ 6050-523 Tolosa Telf: 245 799008 _ Queijaria Brígida Maria Bispo Rua de S. João, 4 _ 6050-474 Monte Clara Telf: 245 469128 _ Carloto & Carloto — Queijos Rua de S. José, Lt. 17 _ 6050-519Tolosa Telf: 245 798105 _ Belqueijo Lacticínios Lda. Rua do Chabouco, 27 _ 6050-503 Tolosa Telf: 245 798167 _ Maria Lucinda Semedo Dias — Queijos Rua Alexandre Herculano, 65 _ 6050-346 Nisa Telf: 245 412176 _ Queijos Fortunato Rua Da Lúcia Maria Azevedo Enes D’Oliveira, 9 _ 6050-540Tolosa Telf: 245 798211 _ Sotonisa — Queijos Tapada do Vale Bento _ 6050-524Tolosa Telf: 245 798185


_ ficha técnica Edição: Câmara Municipal de Nisa _ Directora: Maria Gabriela Pereira Menino Tsukamoto Consultoria Técnica: José Louro, Ermelinda............, ermelinda..,...........Ermelinda................., Ermelinda.......... Produção: Ediraia Publicações Periódicas, Lda. Tel.: 272 325 470 / 7 / 8 _ Fax: 272 325 479 _ email: ediraia@ediraia.pt Coordenação Geral e Revisão: António Miguel Neto Subcoordenação: Hugo Rego, João Leopoldo e Pedro Rego Projecto Gráfico e Infografia (mapas): João Lourenço Textos: Jorge Costa Pesquisa: Jorge Costa e António Miguel Neto Fotografia: João Lourenço; excepto as imagens assinadas por: FA (Flávio Andrade); JG (Jorge Gouveia _ Centro de Estudos do Alto Tejo); JL (José Louro) e PP (Paulo Pereira). Apoio Técnico: Ana Cardoso, Sónia Balasteiro e Alice Barrocas Secretariado: Florência Frango Depósito Legal:........................................... Tiragem: 15.000 exemplares



Ruínas da igreja de Vila Flor _ PR 1 _ Trilhos das Jans

Nisa oferece ao visitante uma viagem fantástica pela natureza, o património, a cultura e a alma das gentes da região.

Percurso pedestre registado e homologado pela:

MINISTERIO DE HACIENDA

Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional INTERREG III A PORTUGAL ESPANHA

Direcção Geral do Desenvolvimento Regional Autoridade de Pagamento

Dirección Gral. de Fondos Comunitarios y Financiación Territorial Autoridade de Pagamento


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