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Padrões alimentares dos portugueses são insustentáveis

Revela um estudo da Universidade de Aveiro

Padrões alimentares dos portugueses são insustentáveis

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A alimentação pesa 30 por cento na pegada ecológica dos portugueses, mais do que os transportes ou o consumo de energia. A percentagem faz de Portugal o país mediterrânico com a maior pegada alimentar per capita. A conclusão é de um estudo da Universidade de Aveiro (UA) que deixa o alerta para uma balança muito desequilibrada: “Portugal importa 73 por cento dos alimentos e só o peixe e a carne ocupam cerca de metade do peso da pegada alimentar nacional”.

aPegada Ecológica nacional, por habitante, é superior à biocapacidade Ua e da Global Footprint network, apresenta concludo país ou do próprio planeta, o que siginifica que se todas as pes- sões relevantes sobre a insustentabilidade dos padrões soas no mundo consumissem como os P alimentares dos portugueses e a ainda frágil estrutura portugueses, precisaríamos de 2,3 planetas terra. 29 por cento dessa de políticas públicas para inverter esta tendência. Para pegada diz respeito à alimentação, 20 por cento aos transportes e 10 por além de Sara Moreno Pires, também pela Ua armando cento à habitação. alves e Filipe teles assinam o trabalho.

“A pegada alimentar avalia em hectares globais (gha) a quantidade de recursos naturais que necessitamos para produzir o que comemos num Peixe nosso de cada dia ano. Sabendo que o país tem anualmente um ‘orçamento natural’ de 1,28 gha por habitante [valor de 2016], percebemos que só para nos Portugal é o terceiro maior consumidor de pescado do alimentarmos ‘gastamos’ 1,08gha, ou seja, 84 por cento desse orçamen- mundo, com cerca de 61,7 quilos consumidos por pessoa to”, aponta Sara Moreno Pires, professora do Departamento de ciên- em 2017 e 60 por cento da biocapacidade para produzir cias Sociais, Políticas e do Território da UA. esse pescado vem de outros países, sendo Espanha um dos

Se dependêssemos exclusivamente da biocapacidade de Portugal parceiros comerciais mais evidente. a elevada intensidade para nos alimentarmos, refere a coautora do estudo, “ficaríamos com da Pegada Ecológica de peixes como o atum, espadarte e baum saldo de 0,20 gha para todas as restantes atividades de consumo calhau (não considerando a Pegada associada ao seu trans[transporte, habitação, energia, vestuário, etc.], se não quiséssemos porte) são outra evidência, que aliados à sua força cultural ter défice ecológico”. na alimentação portuguesa, salientam ainda mais o impacto

Mas grande parte da biocapacidade necessária para a nossa ali- elevado do consumo de peixe na Pegada alimentar. mentação provém de outros países, como Espanha, França, Ucrânia Além disso, o estudo identifica uma dependência da bioou mesmo china Senegal, o que implica uma pressão e uma depen- capacidade de países estrangeiros (como a Espanha, França, dência desses ecossistemas. “Portugal é, por esses motivos, o pior Brasil, ou mesmo a china) para produzir recursos alimentares, país de 15 países do Mediterrâneo no que diz respeito à Pegada de modo a satisfazer a procura dos portugueses, sendo as caalimentar”, alerta Sara Moreno Pires. tegorias mais dependentes as de “pão e cereais” (em que se

Publicado recentemente na reconhecida revista científica in- importa quase 90 por cento dos hectares globais necessários à ternacional Science of the Total Environment, o estudo intitulado sua produção), “açúcar, mel, doces, chocolate, etc.” (com um im“transição alimentar sustentável em Portugal: uma avaliação da portação na ordem dos 80 por cento) ou “gorduras alimentares” pegada das escolhas alimentares e das lacunas nas políticas de (com cerca de 73 por cento). alimentação nacionais e locais”, assinado por investigadores da Para além da esperada relação comercial com Países Europeus,

ção agroalimentar, promovida pelo município de castelo Branco em parceria com o cataa – centro de apoio tecnológico agroalimentar. O município de Vila nova de Gaia destaca-se por inúmeras ações importantes, desde a divulgação de infografias de sustentabilidade alimentar na plataforma de educação a todos os encarregados de educação, a ações de avaliação do desperdício alimentar nas escolas ou cadernos de encargos para o fornecimento de refeições escolares promotoras da sustentabilidade alimentar. Este município é o estudo aponta uma dependência de países como ainda signatário do Pacto de Milão sobre Política de Alimentação Urbana, um Uruguai (na carne), África Ocidental e Senegal (no importante compromisso político assumido por muitos autarcas do mundo inpeixe), EUA (no leite e produtos lácteos), Argentina, teiro em 2015, para o desenvolvimento de sistemas alimentares baseados nos canadá e Brasil (nas gorduras alimentares ou frutos), princípios da sustentabilidade e da justiça social. ou china (nos frutos e nos vegetais). Das principais fragilidades identificadas pelos investigadores, a falta de recursos humanos adequados e com conhecimento especializado para traPolíticas locais imprescindíveis balharem estas temáticas (com grupos multidisciplinares de profissionais qualificados, de nutricionistas a engenheiros florestais e agrícolas) ou de

“Urge mudar hábitos alimentares e ter tolerância estruturas municipais para a promoção integrada de uma política de alizero quanto ao desperdício”, sublinha Sara Moreno mentação, são alguns dos fatores mais críticos. Destacam-se ainda o frágil Pires garantindo que “o papel das políticas públicas é suporte a circuitos agroalimentares curtos, que aproximem os produtoigualmente crítico para promover sistemas alimentares res dos consumidores e a produção alimentar periurbana às cidades; a mais sustentáveis, desde a produção agrícola, ao pro- falta de regulamentação que promova compras públicas sustentáveis e cessamento, à distribuição, ao consumo ou ao reapro- a redução do desperdício alimentar; a ainda frágil colaboração entre as veitamento dos alimentos, e para envolver todos nesta autarquias e diferentes setores (produtores, escolas profissionais, termudança”. ceiro setor, empresas), bem como a falta de um compromisso político

Dada a relevância de se estruturar e apoiar a governa- forte orientado para políticas alimentares locais. A falta de estratégias ção das cidades em torno de sistemas alimentares mais alimentares municipais ou de políticas integradas dedicadas à alimentasustentáveis, por estas desempenharem um papel funda- ção saudável e sustentável é disso um exemplo. mental na promoção de padrões alimentares resilientes e economicamente prósperos, pela sua proximidade e intera- O estudo mostra que é necessário e urgente investir em mais inção com diversos atores, este estudo identifica um conjunto formação (que identifique e avalie os impactos das iniciativas locais), de pontos fortes e fracos nas políticas de alimentação em mais recursos humanos, bem como na capacidade dos governos loseis cidades portuguesas: almada, Bragança, castelo Branco, cais para promoverem sistemas alimentares equitativos, resilientes e Guimarães, Lagoa e Vila nova de Gaia. sustentáveis. A coordenação entre atores e políticas, sobretudo a nícomo importantes contributos dos municípios, o estudo vel intermunicipal, ou mesmo nacional (nomeadamente com o condestaca a sensibilização da população para a Pegada Ecológica selho nacional de Segurança alimentar e nutricional) é um passo da alimentação através de calculadoras Municipais da Pegada necessário, bem como a sensibilização de todos os intervenientes Ecológica disponíveis nos websites destas câmaras Municipais, na cadeia alimentar (da produção, ao processamento, distribuição, a promoção de hortas urbanas, hortas sociais e hortas pedagó- consumo e resíduos) para a mudança de comportamentos, de forgicas, ou iniciativas inovadoras como o Banco de Terra em Gui- ma permitir um olhar renovado sobre como os sistemas alimentamarães, através da sua Incubadora de Base Rural, ou a investiga- res se podem tornar mais sustentáveis em Portugal.

Depois de ter apoiado o canal Horeca

Cabriz lança movimento de apoio à restauração nas redes sociais

Num momento particularmente difícil para o setor, a marca líder de vinhos da região do Dão desafia todas as marcas a sensibilizar e mobilizar a comunidade para ajudar os restaurantes

Depois de ter apoiado o canal horeca com a oferta de milhares de dar conta de como é seguro ir a um restaurante e, regarrafas de vinho cabriz, na primeira vaga da pandemia, a marca correndo ao mesmo procedimento, taggar @CABRIZWIvai agora liderar um movimento solidário de apoio à restauração, numa nES, irão ver as suas publicações repostadas. altura em que este setor volta a passar por dificuldades extremas. “Estamos a lançar esta campanha de forma genuína e

Recorrendo às suas redes sociais, e numa altura de fortes restrições à gratuita, apoiando um setor que é fulcral para nós e que circulação de pessoas, a marca cabriz pretende ampliar a voz dos esta- durante décadas ajudou a fazer de cabriz a marca que é belecimentos de restauração que continuam a laborar, procurando as- hoje”, refere a direção de marketing do produtor, sediado sim promover junto de mais portugueses os serviços oferecidos pelos em carregal do Sal, acrescentando que “esta é uma forma referidos espaços. de retribuir todo o apoio que nos foi dado, ajudando a que

Direcionada para restaurantes, público em geral, parceiros da marca as pessoas continuem a frequentar os restaurantes, mas do Dão e outras marcas do setor dos vinhos, o movimento procura ala- cumprindo com todas as regras que estão em vigor neste vancar a exposição e alcance dos restaurantes nas redes sociais desta período de crise pandémica”. marca de vinhos, que conta com milhares de seguidores, bem como a A marca vai ainda desafiar outros produtores do setor dos divulgação de serviços como o take-away, apresentação de menus do vinhos em Portugal a juntarem-se ao movimento, de forma a dia ou apresentação de pratos especiais, entre muitos outros. Para que seja possível criar uma cadeia solidária de larga escala e isso, os responsáveis pelas redes sociais dos restaurantes aderentes que todos juntos ajudem a sensibilizar a população e os goversó terão de identificar CABRIZ (@cabrizwines) nas suas publicações. nantes que é preciso continuar a frequentar os restaurantes, Estas serão posteriormente republicadas nas redes sociais da marca garantindo assim a manutenção de empregos e minimizando cabriz (Facebook e instagram). Esta é uma ação transversal a todos os problemas económicos que o setor já atravessa. os espaços de restauração de Portugal continental e ilhas.

O mesmo pode ser feito pelos consumidores a quem a marca convida a partilhar o Movimento “Eu Apoio a Restauração” e a identificar os restaurantes que entenderem de forma a dar voz, espaço e visibilidade a estes espaços. E que enquanto usufruem de uma refeição, de um serviço de take-away ou drive in podem

Edição Limitada conhecida em evento online

Boas Quintas lança Fonte do Ouro DOC Dão Nobre branco de 2018

A Sociedade Agrícola Boas Quintas, sedeada em Mortágua, vai lançar uma edição limitada e numerada do mais recente Nobre da Boas Quintas, o Fonte do Ouro DOC Dão NOBRE branco, colheita de 2018. O lançamento terá lugar no próximo dia 18 de Novembro, pelas 18 horas, num evento online, - a decorrer na página www.daonobre.boasquintas.com – e contará com a fotógrafa e escritora criativa Isabel Saldanha, com o músico Rui Veloso e com o enólogo e sócio-gerente da Boas Quintas, Nuno Cancela de Abreu.

numa prova informal, será possível reservar a sua garrafa numerada quem sabe esperar, tudo vem a tempo”, já dizia clément desta edição limitada e recebê-la em casa. A página ficará disponí- Marot. vel online para visualização e reserva, durante 48 horas. a marca Fonte do Ouro traz ao mercado vinhos equili-

“Obra-prima, é como classifico esta Edição Limitada, que presta home- brados, elegantes e complexos, com grande potencial de nagem à nobreza da região do Dão. Constitui um verdadeiro tributo à cas- guarda, que se tornaram exemplares singulares da região ta rainha, o Encruzado, que se destaca no meio das demais, realçando as do Dão. características únicas do Arinto e Cerceal Branco. O mosto fermentou e, a Boas Quintas nasceu em 1991, na reconhecida região já transformado em vinho, estagiou durante seis meses em barricas no- do Dão. tudo teve início quando nuno cancela de abreu, vas de carvalho francês. As suas características primam pela elegância representante da quarta geração de uma família com tradidos aromas de frutos brancos, pela mineralidade e pelo amanteigado e ção agrícola e vitícola superior a 130 anos, tomou a decisão estrutura cedida pela madeira, numa complexidade rica, prolongada, de dedicar toda a sua experiência e todo o seu conhecimenmemorável”, refere o enólogo nuno cancela de abreu, um dos res- to em viticultura e enologia, ao serviço de um projeto próponsáveis pela recuperação da casta arinto. prio que lhe permitisse criar vinhos de alta qualidade, carác-

“Queremos partilhar esta criação com os nossos, mas queremos ter e personalidade. fazê-lo de forma segura, alinhada com os nossos valores”, refere a Em 2010, a Boas Quintas alargou a sua área de atuação a empresa acerca do formato adotado para o lançamento deste Dão outras regiões, afirmando-se, a partir desta data, como um nobre. projeto multirregional com um portefólio de vinhos abrangen-

A Boas Quintas obteve, pela segunda vez, a distinção Nobre no do as regiões do Dão, Bucelas, Península de Setúbal, alentejo, Fonte do Ouro DOc Dão branco, na colheita de 2018, Edição Limi- Porto e Douro, evidenciando uma forte vocação para a exportada, tendo já em 2015 ganho esse reconhecimento. tação.

Esta designação de excelência é apenas atribuída aos vinhos do Em 2016, nuno cancela de abreu foi apontado pela Visão Dão que obtenham um mínimo de 90 pontos, em 100 possíveis, como um dos enólogos mais competentes de Portugal e a Boas atribuídos pela câmara de provadores da Comissão Vitivinícola Quintas distinguida com o prémio “Empresa do Ano” pela Revista Regional do Dão, num processo de certificação com regras es- de Vinhos. tritas que visam garantir a excecionalidade destes vinhos. “Para

No concelho de Vidigueira

Centro Interpretativo do Vinho de Talha abriu ao público em Vila de Frades

O Centro Interpretativo do Vinho de Talha (CIVT) já abriu ao público em Vila de Frades, concelho de Vidigueira, para preservar o património associado à tradição milenar de saber-fazer e para promover o produto.

“O objetivo do centro é preservar e valorizar o saber-fazer vinho de talha para dar continuidade a esta tradição milenar”, que “é do património imaterial associado ao saber-fazer vinho de talha. “Surgiu da necessidade de preservar” o “anuma atividade importante para a economia do concelho”, afirmou Rui Ra- cestral” saber-fazer vinho de talha, que, “norteado pela poso, presidente da câmara de Vidigueira, a promotora do projeto. simplicidade” dos recursos técnicos usados, manteve-se

Desta forma, frisou, o CIVT, que implicou um investimento de 600 mil “vivo” desde a ocupação do território pelos romanos até euros financiado por fundos comunitários e verbas do município, será à atualidade. “um promotor” do vinho de talha, do património e do tecido económico Instalado num edifício que o município construiu de raiz associados à tradição, como os produtores e as adegas, e do próprio no centro de Vila de Frades, que se assume como “capital concelho de Vidigueira. do vinho de talha”, o CIVT pretende transmitir aos visitan-

Através do CIVT, os visitantes ficarão com um conhecimento geral tes “as memórias, vivências e experiências relacionadas” sobre a tradição de fazer vinho de talha, uma prática de vinificação com o produto e “com as gentes que fizeram chegar a traditípica do Alentejo, que foi criada há mais de 2.000 anos pelos roma- ção aos dias de hoje”. nos e que o município quer candidatar a Património da humanidade, Durante dois milénios, foi possível manter a tradição de explicou o autarca. saber-fazer vinho de talha, que “atesta um passado vivo” e

Segundo a Comissão Vitivinícola Regional do Alentejo (CVRA), em está “presente à mesa”, ligado ao cante alentejano, aos petisPortugal, “o alentejo tem sido o grande guardião” do vinho de talha cos e ao convívio, “perpetuando uma identidade que continua e tem “sabido preservar” esta prática de vinificação em grandes va- enraizada”. O “discurso expositivo” do CIVT é composto por silhas de barro, conhecidas como talhas, que foi passada de geração quatro áreas, nomeadamente o território, a história Milenar, em geração, “de forma quase imutável”. a cultura da Vinha, o Processo do Vinho na adega e a taberna. não há apenas uma forma de fazer vinho em talhas, já que a pro- Através das quatro áreas, foi criada uma narrativa cronolódução varia ligeiramente consoante a tradição local, mas, segundo gica e sequencial, que conta a história do vinho de talha, dos a forma mais clássica, que “pouco mudou em mais de 2.000 anos”, tempos dos romanos à atualidade, e percorre o ciclo produtivo, as uvas esmagadas são colocadas dentro de talhas e a fermenta- começando pela cultura da vinha no campo, passando pela proção ocorre espontaneamente. dução nas talhas nas adegas e terminando numa taberna, onde

De acordo com a câmara de Vidigueira, o ciVt é um espaço será possível provar aquele “néctar dos deuses”, explicou Rui Rade interpretação, difusão científica e tecnológica e divulgação poso.

Do espólio do ciVt, o autarca destacou um conjunto de grainhas fossilizadas, que foram encontradas nas ruínas romanas de São cucufate, situadas no concelho de Vidigueira, e várias talhas. Segundo o município, para aceder à narrativa é usada tecnologia de realidade aumentada, que cria um “layer” digital de conteúdos acessíveis através de ‘tablets’ disponíveis ao longo do percurso, e uma voz-off, acompanhada das animações que surgem sobre as ilustrações, conta a história e fornece informações aos visitantes. tal como as qualidades de um vinho, “o centro despertará sentidos”, já que o visitante será “convidado a descobrir cheiros e aromas, os sons da vinha, as paisagens do concelho de Vidigueira, os provérbios e o cante, que, em conjunto, formam a alma do vinho de talha”.

O ciVt foi apresentado aos produtores de vinho do concelho e abriu ao público no Dia de São Martinho, e funciona de terça-feira a domingo, fechando à segunda-feira e em alguns feriados.

O concelho de Vidigueira é conhecido pela produção artesanal de vinho de talha, que é feita sobretudo na freguesia de Vila de Frades. Por isso, a câmara de Vidigueira lidera o processo, que envolve outros municípios e entidades, para candidatura da produção artesanal de vinho de talha a Património cultural imaterial da humanidade pela Organização das nações Unidas para a Educação, a ciência e a cultura (UnEScO).

O último testemunho desta vinha perdida

Quinta dos Carvalhais Parcela 45 é “o melhor Alfrocheiro de sempre” e “um vinho irrepetível”

É o último testemunho de uma vinha que se perdeu para sempre nos incêndios de 2017 e o melhor Alfrocheiro já produzido na Quinta dos Carvalhais. Falamos de Parcela 45, uma edição muito especial e limitada de um vinho irrepetível, de grande qualidade.

a15 Outubro de 2017 um dos mais devastadores incêndios de que há memória chegou a Mangualde. Implacável, devorou campos, florestas, casas, sonhos, vidas... a Quinta dos carvalhais não foi poupada e, em poucos minutos, hectares de vinha foram reduzidos a cinzas. Foi assim na parcela 45. Ali, as uvas tinham sido apanhadas dias antes, apressadas por um Verão quente e seco, e foi desta derradeira colheita que nasceu Quinta dos carvalhais Parcela 45 tinto 2017.

Irrepetível por ser o último testemunho desta vinha perdida para sempre, Parcela 45 revelou-se também o melhor alfrocheiro já produzido em carvalhais. “Já nasceu especial. é um alfrocheiro que vem da parcela das colmeias, a 45, para a qual sempre olhámos como abelhas à volta de flores. Foi vindimado no momento perfeito de equilíbrio entre fruta, frescura e estrutura”, refere Beatriz cabral de almeida. “Resta-nos a memória de como a natureza funcionou tão bem e um vinho como nunca se tinha provado”, conclui a enóloga que lhe deu vida, num testemunho carregado de emoção e que sublinha este tinto como “a melhor homenagem que poderíamos fazer àqueles que sofreram com tamanha catástrofe naquele que foi para muitos o pior dia das suas vidas”.

Produzido em exclusivo com alfrocheiro, Quinta dos carvalhais Parcela 45 Tinto 2017 reúne o melhor desta casta antiga e de enorme potencial no Dão, que está na origem de aromas muito frutados e sabores delicados, com taninos cheios, mas macios e em perfeito equilíbrio com a acidez. Um vinho suave, que termina longo, harmonioso e gastronómico, num convite à mesa.

Quinta dos carvalhais Parcela 45 tinto 2017 pode ser guardado por um longo período – entre 10 e 15 anos. nessa altura, as vinhas entretanto plantadas na mesma parcela darão novo fruto, mas o vinho nunca será este mesmo tinto elegante, envolvente e equilibrado que chega agora ao mercado, numa edição limitada disponível em garrafeiras, lojas da especialidade e restaurantes de topo.

Liderado pela Binaural Nodar, da região Dão Lafões

Projeto Rede Tramontana III vence Grande Prémio Europa Nostra

O projeto Rede Tramontana III, liderado pela Associação Cultural Binaural Nodar, da região Dão Lafões, é um dos distinguidos com o Grande Prémio Europeu do Património Cultural/Europa Nostra 2020.

além da Rede tramontana iii, que junta organizações de Portugal, Es- natureza transfronteiriça e cooperativa do projeto Rede panha, França, itália e Polónia, o Grande Prémio Europeu do Patri- tramontana iii é um forte exemplo da importância da mónio Cultural/Europa Nostra 2020 distinguiu também a reabilitação da pesquisa como motor para equipar essas comunidades Basílica de Santa Maria di collemaggio, em aquila, itália, e a exposição com as ferramentas necessárias para preservar e cele“auschwitz. não há muito tempo. não muito longe”, um projeto polaco- brar o seu património”, lê-se no comunicado. -espanhol que assinalou o 75.º aniversário da libertação do maior campo O coordenador da Binaural nodar, Luís costa, por seu de concentração nazi. as escolhas foram feitas entre as 21 “realizações lado, afirmou que o Prémio os ajudou “a perceber que exemplares”, de 15 países europeus, que em Maio receberam o Prémio as pequenas organizações que se dedicam ao património Europa nostra. cultural rural, e que trabalham em colaboração à escala

O Prémio Escolha do Público foi para o projeto de educação e sensi- europeia, podem produzir resultados relevantes e de elebilização “ambulância para os Monumentos”, da Roménia, que salvou vado impacto”. Em 2018, este projeto foi distinguido pela centenas de edifícios classificados do país, através de uma rede de or- comissão Europeia como “caso de Sucesso”, no contexto ganizações ativas na área do património. do ano Europeu do Património cultural.

Nesta votação ‘online’ participaram “de mais de 12.000 cidadãos de Para a Comissária Europeia para a Inovação, Investigação, toda a Europa”, segundo comunicado hoje divulgado pelo centro na- Cultura, Educação e Juventude, a búlgara Mariya Gabriel, cional de cultura, que em Portugal representa a organização Europa “os vencedores de 2020 dos Prémios Europeus do Patrimónostra. nio cultural/Prémios Europa nostra representam o que a

O projeto Rede tramontana iii, apoiado pelo programa Europa Europa defende: criatividade, resiliência, inovação, solidarieCriativa Cultura, em 2017, tem por objetivo a preservação de arqui- dade, talento e dedicação”. “isso deixa-me orgulhosa - como vos da memória de zonas europeias de montanha, de caráter rural, comissária Europeia e como cidadã europeia. agradeço sincee tinha sido distinguido na categoria Investigação. ramente a cada um deles por demonstrar, uma vez mais, que

Em Maio, quando venceu o Prémio Europa Nostra, ficando can- o património cultural partilhado da Europa não faz só parte do didata ao Grande Prémio, a associação Binaural, que lidera o proje- nosso passado, mas é também um valioso recurso para enfrento Rede Tramontana III, disse à agência Lusa que a distinção vinha tar os desafios do presente e garantir um futuro melhor para “dar força” ao trabalho de permanência dos vários parceiros em todos. com o seu trabalho, os vencedores do prémio ilustram o territórios rurais. imenso potencial do património cultural para a recuperação so-

Sobre este projeto a Europa nostra realçou que “as comunidades cioeconómica da Europa após a pandemia”, disse Mariya Gabriel. rurais montanhosas em toda a Europa têm um património cultu- a cerimónia de divulgação do Grande Prémio Europeu do Paral - tangível e intangível - extremamente rico e diversificado”. “A trimónio cultural/Europa nostra 2020 realizou-se num modelo

virtual, o que aconteceu pela primeira vez, devi- Na categoria Educação, Formação e Sensibilização foram distinguidos seis do às medidas de proteção contra a covid-19. Este projetos: a digitalização e disponibilização ‘online’ do arquivo de arolsen, na encontro virtual juntou profissionais, voluntários e Alemanha, uma exposição sobre “A vida Secreta do Palácio Gödölö”, antiga “apoiantes do património de toda a Europa”, a diri- residência régia, na Hungria, e a Uccu - Roma Informal Educational Foundagentes europeus. tion, também na Hungria, que visa a integração da população cigana, em

Para o presidente executivo da Europa Nostra, Her- particular os mais jovens, capacitando-os a construir um movimento de diámann Parzinger, esta cerimónia virtual “provou que logo e troca, num projeto intercultural, diante da crescente desconfiança e a excelência, o compromisso e a perseverança não polarização entre as sociedades, como se lê no seu sítio na Internet. conhecem limites no mundo do património”. “é exata- Nesta mesma categoria foram ainda distinguidos a exposição “Auschwitz. mente isso que os 21 premiados [com o Prémio Europa Not long ago. Not far away”, no Museu da Herança Judaica, em Auschwitz, Nostra anunciados em Maio último] representam. São na Polónia, um projeto hispano-polaco, já mostrado em Madrid e em nova histórias de excecionais habilidades e trabalho em equi- Iorque, o projeto checo “Cross-border Collaborattion for European Claspa, dedicação incansável e ação ousada”. sical Music” e ainda o projeto “a ambulância”, liderado pela associação

Em Maio, os Prémios Europa nostra, além dos vence- Monumentum, para a intervenção de urgência em património edificado dores do Grande Prémio, contemplaram, na categoria degradado na transilvânia, na Roménia. Conservação, o projeto sobre os epitáfios artísticos da Foram também contemplados projetos de entidades sediadas em igreja da Universidade de Leipzig, na alemanha, os jardins países europeus que não participam no programa Europa Criativa, na e o pavilhão do palácio do pintor Rubens, em antuérpia, na área da conservação: a Fundação Manor Farm de Bois de chêne e a Bélgica, o arsenal de hvars, na croácia, e os vinhedos e as biblioteca de Genebra Société de Lecture, ambas na Suíça, e o projerespetivas caves em Burgos, Espanha. to Safeguarding Archaeological Assets of Turkey, que visa aumentar o

Na categoria Conservação foram também distinguidos a conhecimento, a capacidade e a conscientização sobre a proteção dos Lochal, Biblioteca Pública de tilburgo, que resultou da reno- bens arqueológicos do país. vação de uma antiga estação ferroviária, nos Países Baixos, o Museu de Belas artes de Budapeste, na hungria, a Basílica de Santa Maria de collemaggio, em aquila, na região de abruzos, em itália, e a ponte de ferro de Shropshire, no Reino Unido.

Na categoria Serviço Dedicado ao Património foi distinguido o curador Don Duco, do Museu de cachimbos, de amesterdão, autor de vários ensaios sobre a história do fumo.

Sobre pecuária extensiva destaca pontos de união

Webinar luso-espanhol conclui que “Extensivo” deve ser marca conjunta de qualidade

Com mais de 600 inscritos dos dois lados da fronteira, com perguntas pertinentes e apresentações esclarecedoras, o webinar luso-espanhol sobre “A Pecuária Extensiva face aos novos desafios da PAC” atingiu os objetivos propostos pelos organizadores e revelou a importância do trabalho conjunto.

como conclusões deste seminário sobressaíram a relevância da pe- português. Foi por essa razão destacada a necessidade cuária extensiva como setor produtivo gerador de riqueza, o seu de reforçar as organizações de produtores, com uma painquestionável contributo para o combate à desertificação do interior, lavra à administração pública para a criação de legislação a importância das raças autóctones e dos produtos de qualidade que adequada, com redução da carga burocrática e reforço de originam, a especificidade do sistema agro-silvo-pastoril do montado/ apoios específicos. dehesa a nível ibérico, com características únicas na Europa. a acOS - associação de agricultores do Sul, a União dos tendo em conta a relevância do que une os dois lados da fronteira, agrupamentos de Defesa Sanitária do alentejo, Federação foi manifestada a necessidade da sua defesa e valorização, posição re- andaluza de agrupamentos de Defesa Sanitária Ganadeira forçada pelos ministros da agricultura de Portugal e de Espanha que (FADSG) e Cooperativas Agroalimentares de Espanha realizarelevaram estar a trabalhar em conjunto na resolução de questões ram este webinar em substituição de um Congresso sobre a comuns, designadamente na definição dos planos estratégicos da PAC temática programado para a mesma data em Beja. 21-27, assim como em relação ao período de transição como forma de minimizar desequilíbrios. Portugal quer fechar acordo final sobre nova PAC

Entre as conclusões do encontro, realizado via plataforma Zoom, é de destacar ainda a defesa de uma marca “Extensivo” como for- A ministra da Agricultura participou na sessão de encerrama de diferenciação e valorização conjunta dos produtos e serviços mento deste webinar e adiantou que Portugal quer fechar o provenientes de um modo de produção amigo do ambiente, gera- acordo final sobre a nova Política Agrícola Comum (PAC) para o dor de dinâmicas de povoamento de zonas rurais do interior, que período 2023-2027 durante a presidência portuguesa do conreduz a carga combustível e de risco de incêndio, que promove o selho da União Europeia (UE). aumento de matéria orgânica e de biodiversidade, com benefícios Maria do Céu Antunes referiu que Portugal continua “a trabaeconómicos, sociais e de coesão territorial. lhar empenhadamente” para, durante a presidência portuguesa,

Um dado constatado com apreensão foi o reduzido nível de “poder dar sequência aos compromissos que assumiu” no âmbiorganização dos produtores pecuários, designadamente do lado to da nova Pac, “nomeadamente na relação direta entre o Parla-

mento, o conselho da UE e a comissão Europeia”. O acompanhar também os efeitos desta pandemia, porque estávamos numa objetivo é chegar-se “rapidamente” ao “acordo final” trajetória de crescimento ímpar e fomos todos surpreendidos pelos efeitos da nova Pac para haver “os regulamentos tão importan- deste vírus [da covid-19] que não conhecíamos e que ainda não conhecetes para que cada Estado-membro possa definir a sua mos na totalidade”, afirmou. política [agrícola] e colocá-la ao serviço dos seus cida- Neste sentido, a ministra frisou que a PAC também tem como objetivo dãos”, frisou. criar instrumentos que permitam ao setor agrícola “ganhar resiliência”. E,

O novo plano estratégico da Pac “está a ser preparado atualmente, “precisamos de facto de estimular a resiliência da produção, em todos os estados-membros”, vai ser discutido no Par- da transformação, para também podermos continuar a fazer investimenlamento Europeu, conselho da UE e comissão Europeia e tos que se consolidem na autonomia estratégica que esperamos para “entrará em vigor em 2023”, disse Maria do céu antunes. cada um dos Estados-membros”, frisou a governante, acrescentando

Segundo a ministra, Portugal e Espanha estão a tra- que “estamos a fazer o nosso papel, onde o Estado se compromete, balhar aos níveis técnico e político para discutirem o que ao lado dos seus investidores, na definição e na implementação das estão a propor aos agricultores de cada país “no domínio melhores estratégias para podermos todos pensar que, no meio desta do próximo plano estratégico da Pac” para que “o efeito de crise que vivemos, que tanto nos assustou e continua a assustar, tem fronteira não se verifique” e os dois países possam “ter con- que haver uma luz que nos leva a ter a esperança num futuro onde a dições de igualdade”, que lhes permitam “também ser mais agricultura tem um papel importante”, frisou. competitivos à escala global”. a ministra elogiou os agricultores portugueses na resposta à co-

Maria do céu antunes disse que a agricultura portuguesa vid-19, frisando que “foram ímpares”, porque, “durante todo este estava numa trajetória de crescimento “impar”, mas foi sur- período” de pandemia, “com todos os receios de estarem na linha preendida pelos efeitos da pandemia de covid-19, que teve e da frente na produção de alimentos e na distribuição, nada faltou vai continuar a ter consequências “inevitáveis” no setor. “Que- nas nossas mesas, nem em quantidade, nem em qualidade”. remos que a agricultura seja uma parte ativa para podermos Nota: O seminário pode ser visualizado na íntegra no link: httodos aspirar a um futuro melhor. é por isso que precisamos de tps://congresso-pecuaria-extensiva.pt/

Na cerimónia de à criação da Área Integrada de Gestão de Paisagem (AGIP) de Alvares

Ministro do Ambiente diz que o interior não pode ser um território abandonado

O ministro do Ambiente defendeu que o interior “não pode, em situação alguma”, ser um território abandonado. Importa, na sua opinião, designadamente, ter em conta “os rendimentos dos serviços dos ecossistemas” proporcionados pelos chamados territórios de baixa densidade, mesmo quando é a sua população é diminuta. João Pedro Matos Fernandes realçou a importância do ordenamento florestal nestas regiões de Portugal e vincou, por exemplo, que o Ministério do Ambiente e da Ação Climática “deixou de apoiar plantações” cujas candidaturas “não tenham incluída a gestão”.

Oministro do ambiente intervinha na sede dos Bombeiros Voluntá- Alvares tem como principais objetivos a efectiva transrios de alvares, concelho de Góis, na cerimónia de assinatura de formação da paisagem de alvares com valorização, gesum protocolo relativo à criação da Área Integrada de Gestão de Paisagem tão e a defesa dos espaços rurais da freguesia e do seu (aGiP) de alvares, no âmbito do Programa de transformação da Paisagem. património florestal, paisagístico e ambiental, bem como “Não pode ser álibi para ninguém dizer que 98% da floresta portuguesa a segurança das suas populações e o seu desenvolvimené de privados”, disse, realçando que “o papel das autarquias é absoluta- to económico e social. mente fundamental”, tal como o de outras entidades públicas e privadas, a intervenção a realizar irá enquadrar os três pilapara inverter o abandono das áreas florestais e promover o desenvolvi- res da sustentabilidade - ambiental, económico e social mento do interior. - numa dinâmica que, partindo dos espaços rurais que na sessão, intervieram igualmente, entre outros, a presidente da câ- dominam a paisagem, envolve as pessoas e o desenvolmara Municipal de Góis, Lurdes castanheira, José Miguel cardoso Pe- vimento das comunidades locais. Simultaneamente, proreira, do Instituto Superior de Agronomia (ISA) de Lisboa, e João Baeta moverá o ordenamento da paisagem, a implementação de Henriques, do Núcleo Fundador da Zona de Intervenção Florestal (ZIF) medidas de proteção de pessoas e bens e intensificação da de Ribeira do Sinhel, naquela freguesia. gestão florestal. Luís Veiga Martins, secretário geral da CELPA, afirmou “este Freguesia de Alvares acolhe Área Integrada é um bom exemplo de como todos os parceiros e agentes de Gestão de Paisagem económicos acrescentam valor, numa experiência que pode e deve ser alargada a outras regiões do País”, acrescentando a Área integrada de Gestão de Paisagem (aiGP) vai ser criada na que “a floresta de produção deve estar a par da floresta de Freguesia de alvares, no concelho de Góis. com a assinatura do pro- conservação, sendo ambas essenciais para a sustentabilidade e toloco entre os parceiros envolvidos, - que contou com a presença para transformação da paisagem”. O mesmo responsável adiando ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fer- ta que “é fundamental a coexistência de uma função produtiva, nandes; o secretário de Estado das Florestas, João Paulo catarino; sob o risco de se perder a harmonia e o equilíbrio. Sublinhe-se o secretário de Estado adjunto e do Desenvolvimento Regional, ainda o importante contributo da floresta de produção para o carlos Miguel, e dirigentes de organismos centrais e regionais do roteiro da descarbonização, uma vez que na floresta de produção Estado, - vai ter início o processo de criação da aiGP alvares. a taxa de fixação de Co2 é bastante superior, contribuindo, desta integrada no Programa de transformação de Paisagem, a aiGP forma, para o alcance das metas desejadas”.

Considerado o maior da Europa e terá cerca de 500 anos

Guarda candidata

castanheiro de Guilhafonso a árvore do ano 2021

O castanheiro gigante de Guilhafonso, na Guarda, considerado o maior da Europa, classificado como árvore de interesse público pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, é candidato a árvore do ano 2021.

avereadora cecília amaro, responsável pelo Gabinete técnico Florestal da câmara Municipal da Guarda, disse à agência Lusa que o castanheiro está proposto “para o concurso nacional `Árvore do ano 2021`, no equipa do município o corte mecânico de infestantes,

qual será votada a árvore mais interessante” que “irá representar Portugal bem como a aplicação de calcário dolomítico e aplica-

no concurso europeu `tree of the Year 2021`”. ção de estrume bem decomposto com a finalidade de

O exemplar, que se localiza junto da aldeia de Guilhafonso, na área da elevar o pH do solo e melhorar os níveis de fertilidade”,

freguesia de Pera do Moço, no concelho da Guarda, tem “reconhecido lembra. “atualmente, o estado geral e o vigor do casta-

valor histórico, paisagístico, social e ambiental”, aponta. nheiro de Guilhafonso melhoraram e são monitorizados

no mandato autárquico anterior, devido ao declínio que o castanheiro com regularidade por parte dos técnicos da câmara Mu-

apresentava, “a câmara Municipal da Guarda e os seus técnicos propunicipal da Guarda”, remata a vereadora.

seram ao executivo municipal a realização de uma avaliação fitossanitáO castanheiro de Guilhafonso, com uma idade estimada

ria e de segurança”. em 500 anos, tem 18,5 metros de altura, 8,5 metros de

O executivo encomendou um estudo ao professor Luís Martins, da perímetro à altura do peito e 26 metros de diâmetro da

Universidade de trás-os-Montes e alto Douro, e à sua equipa, que recopa.

velou que o declínio do castanheiro se devia “essencialmente ao agraO gigantesco exemplar, situado próximo da estrada que

vamento dos designados fatores de predisposição (idade, dimensão liga as cidades da Guarda e de Pinhel, está classificado como

da árvore, períodos de seca e carências nutricionais), por agressões árvore de interesse público desde 1971. é propriedade da

episódicas de origem natural (queda de um raio) e por ação do hocâmara Municipal da Guarda, que o adquiriu há mais de uma

mem (compactação do solo)”, segundo a autarca. década, juntamente com o terreno, com o objetivo de asse-

No seguimento das recomendações de Luís Martins para “mitigar gurar a sua preservação.

os efeitos da compactação causada pelo homem e dos estragos”, a Os habitantes locais garantem que são precisas nove pes-

autarquia tomou várias medidas. “Uma das medidas mais imporsoas para abraçar o seu tronco.

tantes foi impedir o acesso, a circulação e o estacionamento de via“é considerado o maior castanheiro da Europa e produziu,

turas automóveis com instalação de uma vedação, por parte do em 1987, meia tonelada de castanha da variedade rebordã”,

município”, lembra cecília amaro. escreve Mário cameira Serra no livro “O castanheiro e a casta-

Foi também proposta a intervenção cirúrgica de corte de ramos nha na tradição e na cultura” (1990).

secos e com excesso de líquenes, incidindo em apenas 20% de toda a copa, que foi efetuada pela equipa e pelos técnicos do setor de jardins da autarquia da Guarda.

“na área de projeção da copa foi ainda efetuado pela mesma

Financiamento do Pacto Ecológico Europeu aprovado

Eurodeputados defendem investimento em atividades sustentáveis

O Parlamento Europeu apresentou propostas sobre a melhor forma de financiar a transição para uma economia verde, sustentável e descarbonizada, submetido a votação na sexta-feira.

numa resolução não vinculativa sobre o Plano de Investimento para uma transição dos Estados-Membros para uma economia Europa Sustentável e sobre o financiamento do Pacto Ecológico Eu- circular e com impacto neutro no clima. ropeu, aprovada por 471 votos a favor, 134 votos contra e 83 abstenções, Os eurodeputados apelam à eliminação progresos eurodeputados salientam que um dos objetivos deste plano deve passar siva dos investimentos públicos e privados nas ativipor garantir uma transição de atividades económicas não sustentáveis para dades económicas poluentes e prejudiciais, sempre atividades sustentáveis. que existirem alternativas economicamente viáveis.

Os parlamentares insistem que a transição ecológica deve centrar-se na Simultaneamente, os parlamentares consideram que redução das atuais disparidades entre os Estados-Membros (que poderão deve ser respeitado o direito dos Estados-Membros de vir a agravar-se) e estimular a competitividade, o que se irá traduzir na escolher o seu cabaz energético, destacando ainda que criação de empregos sustentáveis e de alta qualidade. a transição para a neutralidade climática deve preservar condições de concorrência equitativas para as empresas Princípios de investimento da UE e garantir a sua competitividade, especialmente em casos de concorrência desleal por parte de países

Os eurodeputados concordam que os investimentos públicos devem terceiros. respeitar o princípio de ‘não prejudicar significativamente’, aplicável tanto aos objetivos ambientais como aos objetivos sociais, como a re- Financiamento do Plano de Investimento dução da disparidade salarial de género. para uma Europa Sustentável apenas os programas com maior potencial para cumprir estes objetivos devem receber investimento público. Como tal, os eurodepu- tendo em conta as perspectivas económicas negativas tados insistem na necessidade de dispor de indicadores de sustenta- decorrentes da pandemia de cOViD-19, os eurodeputados bilidade harmonizados e de uma metodologia para medir o impacto. questionam se o Plano de investimento para uma Europa Para determinar se um investimento cumpre com os requisitos da Sustentável permitirá efetivamente mobilizar um bilião de transição ecológica, devem também ser tidos em conta os critérios euros até 2030 e pretendem saber de que forma poderá estabelecidos pelo Regulamento taxonomia. além disso, os planos o novo Quadro Financeiro Plurianual (QFP) contribuir para de recuperação nacionais devem estar alinhados com os Planos na- alcançar os objetivos do referido plano. Os eurodeputados cionais Energia e clima. manifestam preocupação com a possibilidade de se vir a veri-

Os parlamentares congratularam o facto de o Plano de Recupe- ficar um défice de investimento ecológico no final do próximo ração da Europa, em resposta à crise da cOViD-19, e os planos período do QFP, apelando a que sejam apresentados planos nacionais de recuperação e resiliência terem sido concebidos para para colmatar esse défice, tanto através de investimentos púcolocar a UE no caminho da neutralidade climática até 2050, em blicos, como privados. conformidade com a Lei Europeia do clima. a legislação inclui concomitantemente, os eurodeputados apelam à comissão ainda objetivos intermédios para 2030, assegurando assim a Europeia para que assegure que o novo QFP não apoie ou in-

vista em atividades que podem ser prejudiciais para o ambiente a longo prazo.

Os parlamentares sublinham que os investimentos públicos e privados devem complementar‑se mutuamente e que o investimento do setor privado não deve ser excluído. Os eurodeputados vêem com agrado a decisão do Banco Europeu de Investimento de dedicar 50% das suas operações à ação climática e à sus‑ tentabilidade ambiental a partir de 2025, sugerindo que o BEI adote uma abor‑ dagem ascendente e promova o diálogo entre os setores público e privado, coordenando‑se com as várias partes interessadas.

Siegfried Mureşan (PPE, RO), relator da Comissão dos Orçamentos, afirmou durante o debate que precedeu o voto de que “precisamos de recursos fi‑ nanceiros apropriados para alcançar os objetivos do Pacto Ecológico Euro‑ peu. Para que estes objetivos se tornem permanentes, precisamos de saber como os financiar nas circunstâncias atuais, trabalhando em conjunto com as empresas e economias europeias, e não contra elas. Para atingir estes objetivos, teremos de mobilizar um bilião de euros nos próximos dez anos. Reconhecemos o papel do orçamento europeu, da coesão, das políticas re‑ gionais e agrícolas e do Fundo para uma Transição Justa. Por fim, conside‑ ramos que os novos Recursos Próprios não são apenas uma futura fonte de receita, mas também uma ferramenta para incentivar a transição verde ao nível europeu”.

Por sua vez Paul Tang (S&D, NL), relator da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários, referiu, no mesmo debate que “este relatório mostra‑nos que é possível alcançarmos os nossos objetivos climáticos. Estamos a construir uma ponte entre as nossas ambições e a realidade. Para isso, precisamos de quatro pilares: primeiro, todos os gastos da UE têm de se reger pelo princípio de “não prejudicar significativamente”; segundo, as instituições financeiras e monetárias europeias têm de assegurar que os objetivos são financiados; terceiro, o investimento privado em atividades prejudiciais tem de ser progressivamente elimi‑ nado; por fim, o dinheiro público tem de ser gasto de forma sustentá‑ vel. Além de todas estas medidas, precisamos de combater a evasão fiscal por formar a aumentar a receita pública”.

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