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Sandra Filipa Amaral: mãe e produtora de pequenos frutos
from Gazeta Rural nº 409
by Gazeta Rural

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Sandra Filipa Amaral: mãe e produtora de pequenos frutos
Sandra Filipa Amaral é proprietária da Quinta da Moranguinha, em Pinheiro, no concelho de Aguiar da Beira, e decidiu ser mãe e agricultora. A decisão de gerir o seu próprio tempo surgiu quando não encontrou oportunidades de emprego que a cativassem e decidiu ser mãe.
Da paixão pelo campo nasceu o projeto Quinta da Moranguinha, que tem uma área cultivada de cerca de dois hectares em modo de produção biológico, com mirtilo (1,4 ha) e cerca de três mil metros quadrados de morango. O negócio familiar tem crescido e a marca ‘Quinta da Moranguinha’ tem vindo a ganhar destaque no mercado pela qualidade dos seus produtos, que aliam sabor, transparência e respeito pelo meio ambiente.
Sandra é agora agricultora, mãe e dona do seu tempo. As plantas de mirtilo estão este ano a dar os primeiros frutos, enquanto o morango tem tido muito boa aceitação no mercado. Em conversa com a Gazeta Rural, a produtora de Aguiar da Beira sabe das dificuldades, reconhecendo que a agricultura “é um setor que exige bastante, que dá muito trabalho, mas também pede paixão e gosto pelo campo”.
Gazeta Rural (GR): Como e quando decidiu dedicar-se à agricultura?
Sandra Filipa Amaral (SFA): Tudo começou porque não encontrei na região oportunidades de trabalho que me entusiasmassem. A opção era ir para Viseu, o que não me interessou. Por outro lado, tudo isto aconteceu quando decidi ser mãe, pois queria gerir os meus horários, o que não é fácil quando se tem uma criança e queremos acompanhar o seu crescimento. GR: Mas a agricultura não é um setor fácil? SFA: Claro que não, para além de ainda não ser verdadeiramente reconhecida pela sociedade, porque a maioria das pessoas não valoriza a sua importância. Basta ver agora o que está a acontecer com o aumento dos preços e a falta de cereais. Talvez se o nosso país investisse mais e melhor na agricultura, nesta altura não estaríamos com os problemas que estamos a ter. Há, ainda, a instabilidade do clima. Por exemplo no ano passado o granizo deixou-se sem produção de morango durante três semanas. Este é um setor que exige bastante, que dá muito trabalho, mas também pede paixão e gosto pelo campo, o que sempre me atraiu. GR: Porquê a aposta nos pequenos frutos? SFA: Fiz um estudo de mercado e conclui que o mirtilo era a planta que melhor se adaptava às condições da minha exploração e à sua localização. O morango surgiu depois pela rentabilidade, pois começa a produzir logo no primeiro ano, enquanto o mirtilo demora algum tempo até as plantas darem fruto.
É verdade que o morango começou por ser uma experiência.
Contudo, como tive boa recetividade dos clientes ao produto, por ser biológico, e de experiência passou a ser uma aposta paralela.
Alem disso, a janela de produção do morango é maior e vai de maio a outubro, enquanto o mirtilo a campanha dura cerca de um mês e meio. Contudo, este ano acredito que terei mais quilos de mirtilo do que de morango. A exploração é recente, pois tem apenas dois anos, e as plantas de mirtilo estão este ano a dar os primeiros frutos. Mas a qualidade é boa.