reflexao 23, 24 e 25 novembro

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Centro de Ciências Sociais Licenciatura em Ensino Básico – 1º Ciclo Disciplina: Estágio 4º Ano/ 1º Semestre Docente: Mestre Helena Paula 2009/2010 Reflexão da semana de estágio 23/ 24 /11/09 A aula do dia 23 de Novembro começou como habitualmente com cada grupo a reportar aspectos vivenciados na semana de estágio. Seguidamente foi dada continuidade ao melhoramento do texto do João. Através desta actividade foi possível a todos os grupos vivenciarem o modo como é feito o Tratamento de Texto. Este parte sempre de um texto feito por um aluno sendo depois melhorado pela turma com a ajuda do professor. Neste caso concreto, foinos distribuída uma folha (ver fig.1) com itens

a

preencher

por

cada

aluno.

Posteriormente era pedido a cada aluno que lesse o que tinha escrito em cada um dos itens, para que todos pudessem discutir e contribuir para o melhoramento do mesmo. Depois

de

terminado

o

texto

continuámos com a leitura do texto MEM -

Fig.1 Oficina de Iniciação ao Modelo da página 123 até à 132, A regulação

cooperada das aprendizagens. Começamos por definir que os Instrumentos de Pilotagem servem para que o professor no momento de avaliar os seus alunos, possa dispor de uma panóplia de itens de avaliação. Alguns destes instrumentos são comuns a todos os professores enquanto outros são criados por cada um de modo a responder às suas necessidades. Os Instrumentos de Pilotagem são no fundo, um conjunto de instrumentos de registo e de avaliação que tem a função de regulação, dos quais se destaca o PIT – Plano Individual de Trabalho.


O PIT (ver fig.2) permite a cada um trabalhar segundo as suas necessidades, sobre as quais vai se consciencializando ao longo da interacção com os restantes colegas, de modo a progredir no currículo. Este possibilita ainda a cada aluno uma gestão efectiva do seu percurso e dá-lhe uma visão daquilo que fez ao longo da semana com a turma. O PIT constitui também um registo do projecto individual de trabalho para a semana que decorre das motivações e das necessidades de cada um. Podemos dividir o PIT em partes, ou seja, no Fig.2 primeiro quadro, os alunos vão assinalar o que pretendem fazer e o que fizeram ao longo da semana durante o TEA – Tempo de Estudo Autónomo, permitindo assim ver facilmente o que se cumpriu, o que não se cumpriu e o que se fez a mais. No segundo quadro podem falar um pouco sobre o seu Projecto, colocando o nome do mesmo, os elementos que constituem o seu grupo de trabalho, assim como o que pretendem fazer em cada sessão e o respectivo balanço. Na parte que se segue, o aluno pode assinalar outras tarefas realizadas de modo a poderem ser avaliadas no final da semana, como sejam a ajuda a um colega ou a apresentação de trabalhos. A tarefa e a autoavaliação são outros dois elementos que são registados no PIT. A Tarefa que corresponde à responsabilidade que cada um assume perante a turma e a Autoavaliação que é registada e lida no final da semana, permite ao aluno regular o ritmo de produção e ajuda-o a planificar o trabalho para a semana seguinte. O PIT é avaliado no Conselho de Cooperação. Depois falámos sobre Instrumentos Colectivos de Produção e de Avaliação. Começamos por referir que a produção do grupo pode ser regulada individual e colectivamente através da análise dos diferentes registos. É para isso que servem os instrumentos de pilotagem complementares do PIT. Tratando-se de instrumentos expostos na sala junto das diversas áreas de trabalho, onde cada um vai assinalando as suas realizações. Falámos por exemplo dos registos de ficheiros, o registo da produção de textos, o registo de leituras. Estes instrumentos permitem a qualquer altura a análise do nível de produção de cada aluno e consequentemente de toda a turma. Os registos dos ficheiros são


avaliados pontualmente enquanto o registo de produção de textos e o registo de leituras são avaliados mensalmente. Fizemos também uma abordagem ao Diário de Turma que é um instrumento que atravessa toda a vida do grupo. Tudo o que nele é registado é depois discutido em Conselho de Cooperação. A sua discussão em Conselho vai permitir gerir e regular conflitos, aferir processos, valorizar percursos, corrigir aspectos menos conseguidos, retirar ideias para novos projectos, enfim vai permitir uma gestão cooperada da vida da turma através de uma participação directa e democrática de todos os intervenientes. Na terça-feira começámos a aula por analisar um documento referente à nossa avaliação. Da análise deste documento não será mais do que a nossa lista de verificação, saliento o modo descritivo como este foi elaborado. Pareceu-me um pouco mais justo, apesar de não estarem contemplados valores para cada item. Penso que com este documento a prática pedagógica sairá mais valorizada em relação à teórica, ao passo que no anterior documento passavase precisamente o oposto. Claro que com isto não estou a dizer que a teórica não deve ter peso na avaliação, até porque se vamos ensinar crianças, temos de saber escrever, ou seja não aceitável que um professor dê erros. Após lidos todos os itens de avaliação, passámos à leitura do anexo2 da página 95 O Diário de Turma e o Conselho. Este documento podia muito bem ser dividido em duas colunas, num lado tinha o Diário de Turma e no outro o Conselho. Relativamente ao Diário de Turma podia dizer que é o motor do Conselho de Cooperação, tornando-o no centro de tomada de decisões democraticamente

negociadas.

O

Diário (ver fig.3) é constituído por quatro colunas, sendo que as duas primeiras servem para os alunos registarem as ocorrências positivas “Gostámos” e as negativas “Não gostámos” e as duas últimas colunas destinam-se a registar novas ideias

Fig.3

“propostas” e o que de significativo fizeram durante a semana. Este serve ainda de instrumento mediador de registo do processo de planeamento e avaliação

do trabalho intelectual e do desenvolvimento moral e social dos educandos.


(Niza,S.,1991)

Gostaria de salientar que o Diário serve muitas vezes como

regulador emocional, ou seja, se calhar em determinados casos, a vontade dos alunos seria retribuir na mesma moeda, mas em vez disso, registam “a quente” as ocorrências no Diário que depois “a frio” vão ser debatidas em Conselho. Posso dizer que no fundo é um instrumento de gestão de conflitos. Relativamente ao Conselho de Cooperação, este é um momento de articulação, de reordenação, de coordenação e de instituição por excelência. É o momento de síntese e abre e encerra os ciclos de trabalho diário, semanal ou outros. No Conselho além de ser feita a regulação do grupo, mediada pelo Diário, processa-se também a programação e a avaliação do trabalho. Posso afirmar que O espaço e o tempo ritual de regulação essencial do sistema, ou da

organização Turma, é o Conselho. (Niza,S.,1991) Resumindo, estamos perante dois instrumentos de pilotagem que nos permitem analisar a vida da instituição turma e a vida da instituição escola. A partir do que é escrito no Diário podemos, de uma forma democrática, criar

novas regras no interior da turma e da escola de forma directa e negociada, construindo em cooperação novos e progressivos consensos sobre os comportamentos sociais e os saberes científicos e da cultura quotidiana tão diversa. (Niza,S.,1991

Diário da semana de estágio 25 /11/09 À quarta-feira como habitualmente desloquei-me ao Externato do Bom Jesus, para mais um dia de estágio. Este dia começou com a verificação do Plano do Dia e das tarefas que os alunos vão desempenhar no dia. Após este início de aula o J. no tempo do Ler, Mostrar e Contar, foi ler o texto O Ratatui, o qual surpreendeu-me positivamente, visto estar a verificar que os textos elaborados pela turma são cada vez mais completos, quer a nível da linguagem e até mesmo a nível da própria escrita. Havendo apenas uma curta percentagem de alunos que ainda lhes custa desenvolver textos. Neste momento de trabalho, houve uma apresentação que sobressaiu às restantes por ser apresentada não em texto mas apenas com relato oral e com a apresentação de uma foto. A A.R. começou por mostrar uma foto sobre a sua


avó materna que tinha ido muito nova para África e contou algumas passagens da vida da sua avó. A foto circulou por todos os presentes na sala. Enquanto alguns viam a foto, houve alguém que disse … A. R. acho que devias escrever

um texto sobre as histórias que contaste… e a professora S. achou a ideia muito boa e completou-a dizendo que o texto podia ser escrito por capítulos. São estes momentos importantes no decorrer do Ler, Mostrar e Contar que fazem com que seja uma das minhas actividades favoritas. Terminado este momento da aula, a professora ao ver que alguns alunos estavam na brincadeira, chamou-os à atenção dizendo que como estavam a brincar agora, se calhar não iam depois ao recreio, porque já tinham brincado antes e começou a distribuir a ficha de trabalho de L. Portuguesa. De repente o J. começou a chorar, fiquei espantado pois não se tinha passado nada que justificasse tal reacção. A professora não valorizou o choro, apenas pediu para que chorasse um pouco mais baixo, para que os colegas pudessem proceder à leitura do texto. Após ter falado com a professora verifiquei que tal ficou a dever-se, à imaturidade já demonstrada noutras situações anteriores. Com este acontecimento pude constatar mais uma coisa, ou seja, por vezes os alunos têm atitudes que o melhor que o professor tem a fazer para remediar a situação é não dar muita importância ao sucedido. A ficha de trabalho que entretanto tinha sido distribuída aos alunos vinha no seguimento do que tinha sido trabalhado na aula anterior ou seja os nomes e os adjectivos. Antes de os alunos começarem resolver a ficha, a professora explicou aos alunos a diferença entre o Nome e o Adjectivo, e fê-lo utilizando objectos da sala de aula. A ficha era composta por um texto e duas questões. Depois de lido o texto O Coração do Mundo, os alunos tinham de preencher duas colunas, uma com os nomes encontrados no texto e a outra com os adjectivos. Na parte de trás da ficha, tinham de imaginar como seria o coração do mundo e ilustrá-lo, fazendo depois uma lista de adjectivos para a ilustração. A Seguir ao lanche trabalharam a Matemática, foi-lhes distribuído material auxiliar de cálculo (palhinhas e régua numérica) e uma ficha de trabalho com três problemas para abordar a multiplicação. Esta foi a primeira aula em que tive a oportunidade de trabalhar juntamente com eles a


multiplicação, e verifiquei que nem todos utilizam a mesma forma de cálculo. Por exemplo, um dos problemas seria: 1. O Henrique e os amigos estão a fazer colecção de cromos de cães. Cada saqueta tem 3 cromos. Se o Henrique tiver 4 saquetas, quantos cromos tem? Alguns alunos optaram por resolver do seguinte modo: 3+3+3+3=12 4x3=12 R: O Henrique tem 12 cromos. E outros optaram por desenhar as 4 saquetas com os 3 cromos dentro. +

+

+

=12

4x3=12

R: O Henrique tem 12 cromos. Acho importante os alunos irem resolver os problemas no quadro, pois a professora pergunta sempre se alguém resolveu o problema de outro modo, permitindo assim que todos os alunos vejam mais do que um modo de resolver as questões. A professora por sua vez explica aos alunos que o que eles fizeram foi substituir o (+) pelo (x), ou seja tinham 4 vezes o número três (3+3+3+3) e em vez de somarem três vezes o número 3, podiam multiplicar o número 3 por 4. Em qualquer dos casos o resultado seria, 12. Pelo que pude observar, com maior ou menor dificuldade, os alunos conseguiram resolver todas as situações problemáticas. Terminada a Matemática foi tempo de voltar aos Trabalhos Projecto. Quem já tivesse terminado o seu, podia fazer PIT. Tive oportunidade de ajudar os alunos que solicitavam ajuda, em particular ao grupo dos Egípcios, onde pude ajudar a fazer a cor castanha para pintar as pirâmides, assim como ajudar a pintá-las. Penso que vai sair daqui um bom projecto, pois é diferente dos outros na medida em que inclui objectos 3D e o resultado final, acho que vai ser agradável e que irá receber de certeza, comentários positivos por parte dos colegas. Como não podia assistir na sexta-feira ao Conselho de Cooperação, uma vez que tinha compromissos laborais, optei por vir de tarde e assistir ao Tempo de Estudo Autónomo que também é uma coisa à qual não tenho oportunidade


de presenciar. Então trabalhei com a A.R. e a T. na resolução de uma ficha do manual de Língua Portuguesa. Coisa que para mim foi novidade, pois embora os manuais existam dentro da sala de aula, os alunos não têm por norma recorrer a estes para trabalharem as diferentes áreas curriculares. Quando estava e ajudar as alunas na resolução da ficha pude dar conta da existência de um erro gráfico, ou seja, as perguntas feitas na ficha não correspondiam às imagens que estavam por cima das mesmas, o que induzia as crianças ao erro e à confusão. Outra coisa que pude verificar enquanto ajudava estas duas alunas foi que antes de escolherem o que iam fazer, olhavam para o PIT do(a) colega de modo a escolherem o mesmo tipo de exercício, para poderem trabalhar a pares e entreajudarem-se. Quando terminaram o texto que estavam a explorar, foram a uma tabela assinalar o texto tratado. Esta tabela foi feita propositadamente para todos os alunos poderem saber quais os textos que já trabalharam. Depois o grupo com que estávamos a trabalhar desceu para ter informática e subiu a outra metade. Foi então que a professora cooperante disse que eu podia trabalhar com o H. na lista de palavras com “ou” e depois fazer a divisão silábica das mesmas, visto o H. ter alguma dificuldade neste tipo de exercício. No decorrer do mesmo, pude constatar que o H. tem alguma dificuldade na escrita porque escreve exactamente como fala. Por exemplo a palavra presente ele escrevia persente, porque dizia persente, assim como na palavra queria, que escrevia qeria, são pormenores que tive o cuidado de lhe explicar para que assim vá melhorando a sua escrita. No final reunimos com a professora S. e optámos por falar mais concisamente sobre o PIT, devido também ao facto de eu ter falado sobre o mesmo na reflexão anterior e ter feito confusão com as listas de verificação. Assim fiquei a saber que o PIT é adequado ao que está a ser trabalhado na altura e que este vai-se adaptando às necessidades da sala. Constatei também que o PIT faz com que os alunos queiram trabalhar a pares e eleva o seu sentido de responsabilidade. Fiquei também a saber que o Guião (ver fig.4) ajudaos no cumprimento do PIT, porque nele estão registadas algumas regras do bom funcionamento do Tempo de Estudo Autónomo e que no fundo lhes serve de guia.

Fig.4 Elaborado por: José João Pereira Fernandes Aluno nº 2074906


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