Aula nota dez

Page 27

26

Aula nota 10

Ensinar com base nos objetivos curriculares

Professores de escolas públicas nos Estados Unidos lidam com objetivos curriculares todos os dias. A maioria faz referências intencionais, em cada aula, aos objetivos curriculares que estão buscando atingir naquele momento. No entanto, vale a pena destacar a diferença entre um professor que planeja uma aula diária e, depois, decide em que objetivos essa aula está referenciada e, de outro lado, uma professora que estabelece todos os objetivos curriculares que devem ser cobertos em um mês, traduz esses objetivos em expectativas de aprendizagem e, depois, decide as atividades mais adequadas para alcancá-las naquele dia específico. O primeiro professor começa com uma pergunta: "O que vou fazer hoje?" O segundo começa com outra pergunta: "Como vou colocar em prática o que devo ensinar aos meus alunos hoje?" A primeira questão coloca o professor em risco de se distrair com as qualidades intrínsecas da atividade: "Vai ser divertido? Estimulante? Será que ele vai conseguir usar uma técnica de que gosta?". A segunda pergunta foca o professor no resultado: exatamente o que ele quer que seus alunos sejam capazes de fazer quando a aula acabar? Os dois casos envolvem objetivos curriculares, mas o rigor da segunda abordagem tem maior probabilidade de dar resultados. Excelentes professores planejam primeiro seus objetivos, depois as avaliações e, por último, suas atividades. Eis um bom teste. Quando os objetivos curriculares do seu plano de aula estiverem escritos em uma linguagem pouco específica (por exemplo: "os alunos lerão vários géneros literários para compreensão e entendimento..."), isso é um indício de que você deve estar trabalhando como o professor do primeiro exemplo, ou seja, estabelecendo primeiro as atividades e depois vendo em que objetivos elas se encaixam. Quando os objetivos curriculares estão traduzidos em expectativas de aprendizagem bem específicas ("os alunos serão capazes de descrever duas características da personalidade de Capitu, personagem de Machado de Assis, e encontrar, nos capítulos que lemos, indícios claros dessas características"), isso demonstra que você começou pela identificação e adaptação dos objetivos curriculares. Repito que isto é um indício de sucesso provável. Pode parecer óbvio, mas está longe de ser uma prática disseminada. Outro fator-chave para usar os objetivos curriculares de forma eficiente é estabelecer claramente como eles serão avaliados: quais habilidades, a que nível de complexidade e em quais formatos. Chama-se a isso currículo avaliado. Meu colega Paul Bambrick-Santoyo, das Uncommon Schools, escreveu muito bem sobre a importância de entender currículos avaliados. Eis um trecho de seu livro, Driven by Data (Orientado por Dados):


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.