05/03/2011 - JORNAL SEMANÁRIO

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Sábado 5 de março de 2011

FOTOS REPRODUÇÃO

Alguns premiados Se me permitem, começo de uma forma negativa. Não tenho qualificações para ser crítica de cinema e nem tenho isso como objetivo. Agora, se me aceitam como comentarista, tenho o maior prazer de contribuir como espectadora. Até porque, cá entre nós, podemos ter uma conversa mais franca e, talvez, com mais possibilidades de identificação – ou não – nas telas tudo é possível. Sendo óbvia, o assunto é o Oscar. Confesso que não tive a oportunidade de ver o grande premiado da noite, vencedor do melhor filme: O Discurso do Rei (The King’s Speech). Tenho vontade, claro. Primeiro por estar curiosa pela atuação de Colin Firth (premiado como melhor ator), que faz parte da minha lista de atores-ingleses-preferidos. Nesta trama (que também ganhou como melhor roteiro original), Colin interpreta o pai da atual rainha britânica, Elizabeth II, em sua dificuldade de falar em público, em pleno estouro da Segunda Guerra Mundial. Pra completar a noite, o diretor Tom Hooper, também foi premiado como o melhor. A Origem (Inception) também ganhou quatro estatuetas – com menos glamour, é verdade – todas técnicas. Estrelado por Leonardo Di Caprio, A Origem tem uma boa história (ficção científica sobre ladrões em sonhos), um ritmo maravilhoso, cenas de ação geniais e empolgantes e uma trama com um nível de complexidade suficiente para prender a atenção e render boas risadas entre amigos após a sessão. A história dirigida por Christopher Nolan é entretenimento de qualidade na certa. A Rede Social (The Social Network), também era um dos preferidos da noite, em algumas categorias importantes, mas não na minha lista. O filme, que conta a história do fundador do site de relacionamentos Facebook, não anima. A interpretação primorosa de Jesse Eisenberg foi o que deu algo de vida à trama, embora estivesse representando um Mark Zuckerberg inteligente-mas-imaturo-e-ganhando-muita-grana (que condiz com o que eu imaginava do personagem). A trilha sonora não agradou – umas das estatuetas foi para essa categoria e, o o filme, em si, é legal e mais nada. Toy Story III ganhou os dois prêmios lhe cabiam: melhor animação e melhor canção original. Além de ser fofo e ser inocente, como poucas animações sabem fazer hoje, Toy cheira à infância, já que o primeiro filme da série foi lançado há mais de 15 anos. A animação dirigida por Lee Unkrich é divertida, tem piadas excelentes e diálogos memoráveis. É mais um filme que, independente de prêmios, vale à pena conferir. A noite ainda teve, entre os ganhadores e os nomeados, outros tantos títulos interessantes: Cisne Negro (Black Swan), que levou a estatueta de melhor atriz pela atuação de Natalie Portman e o não premiado Bravura Indômita (True Grit), remake do homônimo de 1969 e dirigido pelos - polêmicos para o público e mestres para a crítica - irmãos Coen. Pelo curto espaço para tantos filmes, tive que escolher pelos que mais me apraziam e parti para a parcialidade. Espero que com razão.

Maiara Alvarez

Policromia vibrante

Adda Pompermayer, artista que tem suas obras inseridas em importantes coleções particulares no país Márcio Leandro

Rosto de Mulher mostra o interesse pela figura humana

Peixe Multicor, reflete o tom vibrante que marca sua obra

MAIS EXPRESSÃO do que a forma, assim a explosão de cores das obras da artista plástica Adda Pompermayer ganharam o mundo, já que não existe fronteiras para o talento. Ela foi uma das convidadas a participar da 5ª Exposição Nacional de Artes Plásticas, no Jockey Club de São Paulo, realizada nos dias 27 e 28 passados. Lá em meio a um seleto time de grandes artistas, a bento-gonçalvense mostrou os motivos que a Academia Latino-Americana de Arte (Ala) lhe concedeu prêmio especial em 2009, e a soma de uma carreira reconhecida em prêmios internacionais ao de excelência artística no inverno do mesmo ano. “Faço arte abstrata, figurativa, pinto de acordo com minha vontade”. Igual criança debruçada sobre folhas brancas e lápis de cor, a artista viaja pelo mundo paralelo, mas real de quem olha e abstrai tons e cores do cotidiano, que dá à natureza morta, a sobrevida em tela. Foi assim na infância quando, nas aulas de Educação Artística, Adda se divertia na escola. “Aula de desenho era brinquedo, sempre gostei de pintar, então, desenhar era diversão”. O HORIZONTE para a tela foi aberto apenas na vida adulta, através de um ato solidário. Suas duas filhas, Êrica e Fernanda, participavam de um movimento ligado à Igreja Católica, o dos Focolares, surgido na década de 1940, na Itália, que é reconhecido pelo Papa. Muitas das meninas que participavam não tinham dinheiro para os encontros que aconteciam dentro do movimento, já que era preciso pagar o transporte. Foi assim que nasceu a ideia de confeccionar mantas de inverno para vender. Todo o dinheiro arrecadado foi destinado para as meninas. Mas com a chegada da primavera e o fim do inverno no hemisfé-


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