Jornal O Reporter

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SÁBADO, 24 de Março de 2012

EDUCAÇÃO

O REPÓRTER

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Agressão gera discussão sobre bullying Comunidade de Santo Ângelo está chocada após caso de agressão contra jovem que teria assumido homossexualidade

E

pisódios de violência que tem acontecido nas últimas semanas no estado, primeiro em Santo Ângelo e depois em Gravataí, levam novamente à discussão sobre bullying. Na cidade missioneira, uma denúncia de agressão física sofrida por um adolescente de 15 anos que assumiu sua homossexualidade, tem chocado a comunidade. O assunto tornou-se público no último dia 15, em uma rádio do município.O fato ocorreu no dia 13 de março, já no final da aula quando os alunos estavam na rua, em frente á escola. O adolescente que já vinha sofrendo represálias por seus colegas e até professores dentro da sala de aula, foi enfrentado por colegas e após puxar um lápis da mochila como forma de defesa, recebeu uma rasteira e caiu no chão, onde foi então agredido com socos e chutes. A vítima foi socorrida por pessoas que passavam na rua naquele momento e também pela diretora da escola. O boletim de ocorrência foi lavrado ainda no mesmo dia. Para o inquérito, será ouvida a direção da escola, os pais dos alunos envolvidos, os professores e também o restante dos alunos da turma. A direção da escola está tomando todas as medidas cabíveis, já que as

escolas públicas trabalham pela inclusão e respeito pela diversidade. A reunião da direção da escola com os pais dos alunos, vitima e agressor, foi lavrada em ata, e agora a direção da escola irá adotar as sanções com base no seu regimento interno. Após muitos famosos afirmarem já ter sido vítimas de bullying, o termo acabou ganhando destaque, porém muitos ainda pensam que este se trata apenas de agressão verbal. “Bullying é toda a violência física e psicológica praticada por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir colegas que não são capazes de se defender. Esta problemática é uma forma de repressão social que enverga, por vezes, traumas na vida dos alunos que são sujeitos diariamente a este tipo de maus-tratos”, afirma a psicóloga Neida Lisboa. O bullying é caracterizado pelo comportamento agressivo e negativo que é executado repetidamente, e que ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Entre as possíveis punições, está a suspensão ou até mesmo a transferência do estudante agressor para outra escola. Outra determinação que será adotada pela direção do colégio será uma reunião com todos os educadores e coordenadores pedagógicos, enfocando os temas de diversidade, inclusão e bullying. Segundo o pai da vítima, a família agora vai iniciar um tratamento psicológico com o menino que

“Bullying é toda a violência física e psicológica praticada por um indivíduo” está traumatizado, e outra providência será sua transferência para uma escola particular. O episódio também está sendo tratado pelo Programa de Prevenção a Violência, PPV, na escola pública. Novos casos À exemplo do que aconteceu em Santo Ângelo, também em Gravataí, região metropolitana da capital, uma jovem foi agredida pela mãe de uma colega e suas amigas. O ato de violência que foi gravado por um cinegrafista amador, mostra a jovem recebendo socos e chutes de três mulheres, todas maior de idade. O desentendimento teria ocorrido teria ocorrido supostamente pela vítima ter, em outra ocasião, agredido uma colega. Antibullying Com o objetivo de disseminar em todo o país informação

e esclarecimento sobre o que é bullying e como fazer para combatê-lo em nossas escolas, o Conselho Nacional de Justiça, CNJ, lançou em 2010, através do programa Justiça nas Escolas, uma cartilha antibullying.Além de distribuída nos Tribunais de Justiça e nas Secretarias de Educação de cada Estado para serem repassadas às escolas, a cartilha pode ser baixada na internet (www.cnj.jus.br). O objetivo, segundo Daniel Issler, juiz auxiliar da presidência do CNJ, é justamente provocar a discussão entre o maior número de pessoas, tanto no ambiente escolar como fora dele: “O bullying é uma questão muito séria e que afeta a todos nós. Por isso, queremos envolver toda a sociedade na luta contra essa prática terrível.”O texto, elabo-

rado pela médica psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, fala de forma clara e direta sobre o tema. Nele, expõe o perfil dos agressores e das vítimas, fala sobre as variadas formas de bullying, dá dicas de como perceber em casa se seu filho está sendo vítima ou praticando bullying e encoraja a denúncia desse tipo de prática como forma de se prevenir e erradicar o problema.Segundo Issler, a população vem dando mais importância ao tema. O que antes era tido como “brincadeira de criança” agora já é visto de outra forma. “Pais, alunos e gestores escolares estão mais informados e sensibilizados sobre o horror que é o bullying e isso se reflete em um número maior de casos notificados nos Conselhos Tutelares de cada região”, afirma ele.

Alunos do Ceap participam de Fórum da Água Aproximadamente cem alunos do Ceap debateram quinta-feira, 22 de março, questões relacionadas ao consumo, desperdício, contaminação e preservação da água no planeta. O Fórum da Água reuniu alunos do 4º ao 6º ano do Ensino Fundamental no auditório da escola a partir das 14 horas. A atividade integrava a programação da Semana da Água no Ceap. Cada grupo de alunos,

representado pelos anos de ensino, irá socializar no Fórum o aprendizado construído ao longo dos últimos dias sobre um aspecto específico. Ao 4º ano cabe abordar o tema “Consumo: necessidades e desperdício”. Já os alunos do 5º ano estão trabalhando com a questão “Poluição e contaminação das águas”, enquanto o 6º ano trabalha com o tema “A escassez da água”.

Várias atividades estão acontecendo para produzir conhecimento a respeito dos temas relacionados à água. Os alunos do 5º ano visitaram a Usina Velha, junto ao Rio Potiribú, em um passeio de estudos em que um dos enfoques foi justamente a água do rio que abastece a cidade. No Laboratório de Química produziram mini estações de tratamento para conhecer o processo de

purificação da água. Já o 4º ano desenvolveu a consciência sobre o percentual (apenas 1%) de água no Planeta própria para consumo, através da visualização em copinhos com gelatina colorida representando águas de mares, oceanos, geleiras e a água que é possível ser consumida. Ontem, dia 23, os alunos do 5º ano abordaram pessoas em alguns pontos da cidade para

promover a conscientização sobre a importância da água. Eles distribuiram copinhos com água através de uma parceria com a Corsan e Fonte Ijuí. Nos copos estava a frase produzida pelos alunos “Água – fonte natural de vida”, impressa também em Alemão e Inglês, línguas estudadas pelos alunos.


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