JORNAL OPA! NOVEMBRO DE 2011

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> Polêmica na palhaçada:

Por Tuio Moraes tuiomoraes@jornalopa.com.br @tuiomoraes

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A piada anda se

Era para ser apenas mais uma na bancada do CQC, da Band. Mas o que Rafinha Bastos falou repercutiu e o Brasil se perguntou: para fazer piada, pode tudo? Se Rafinha comeria alguém ou não, isso pouco importa. Tudo começou numa segunda-feira durante o programa CQC, quando se falava na beleza de Wanessa Camargo (ela não quer mais ser conhecida como Camargo), grávida .O apresentador gaúcho, Rafinha Bastos, nem pensou: “eu comeria ela e o bebê”.

«Se tem graça, é humor. Se não tem, vira grossura» Jô Soares

Após isso, uma enxurrada passou na vida de Rafinha. Comediantes de todos os lados e credos saíram em defesa do humorista dizendo que vivemos num país livre com liberdade de expressão e que aquilo só foi uma piada. Já os músicos e artistas acharam de mal gosto a piada e apoiaram a atitude da cantora Wanessa Camargo de processar o apresentador da Band com uma ação criminal por injúria. Se condenado, ele poderá pegar até três anos de prisão ou apenas pagar algumas cestas básicas.

«O limite do humor é ser engraçado, mas quando o humor é engraçado para ele não tem limite»

Ao lado de Rafinha Bastos está Jô Soares que, antes de comandar seu programa de entrevistasna Globo, ganhava a vida como comediante. O global responde enfático a pergunta que está na capa do Opa!: O humor não pode ter limites. “Não acompanhei o momento [em que Rafinha Bastos fez a piada sobre Wanessa Camargo]. Eu só acho que o humor não pode ter limite. Quem estabelece esse critério é quem fala a coisa. A criação não pode ter limite", diz o Gordo. "Há uma linha tênue entre humor e grossura", continua Jô. "Se tem graça, é humor. Se não tem, vira grossura”,completa ele. Após a polêmica e a repercussão Rafinha foi afastado do programa. Pediu demissão da Band, a qual ainda não decidiu o futuro do apresentador. Colegas de CQC, Marco Luquee o repórter Felipe Andreoli comentaram sobre a confusão envolvendo o gaúcho. "Eu não acho que houve censura, e sim a consequência da liberdade de censura", comentou Luque. Quanto ao afastamento do programa, Felipe disse: "A gente não ignora isso. Mas é uma coisa que vai além da gente. Não fui eu, Tas ou o Marco que escolhemos as coisas. A gente é subordinado como todos vocês em seus empregos. A gente não é dono da Band e não foi a gente que tomou a atitude A ou B. É um negócio que independe da gente", ressaltou Andreoli. Trabalhando há anos, como o repórter Ernesto Varela, em plena ditadura militar, o apresentador do CQC, Marcelo Tas mandou: "O limite do humor é ser engraçado, mas quando o humor é engraçado para ele não tem limite", diz Tas.

Marcelo Tas


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