Jornal Locomotiva 77

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Locomotiva Puxando o assunto, trazendo o debate, levando informação 28 de julho de 2012 - sábado - nº 77 - Distribuição Gratuita

Propaganda desrespeita legislação eleitoral

Outdoors da Prefeitura espalhados pela cidade exibem símbolo irregular | Pág.5

Dupla sertaneja Bonanza e Cidinha conta sua história Pág.7

Ministério Público denuncia Marcio Cecchettini pela Parque Paulista sofre com falta de asfalto | ePág esgoto . 5 | Pág . 4 sétima vez por improbidade administrativa

Atraso em obra vira dor de cabeça para moradores Elisa A luta de Sandra Rosada porVila sorrisos | Pág . 8

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NOS TRILHOS ENFIM, MAMOGRAFIA! A Prefeitura anunciou em seu site que desde 19 de julho a Praça da Saúde está atendendo exames de mamografia. Também conta agora com raio X digitalizado. “No caso de uma transferência do paciente, o exame é registrado em um DVD, que custa menos que R$ 1”, informa.

realizando obra próxima ao Ginásio. Trata-se de uma rotatória para regular o tráfego de veículos. Reconhece que há “engarrafamentos excessivos”. A VERDADE DOS FATOS Em seguidas alusões ao Jornal Locomotiva, o prefeito resolveu revelar a “verdade dos fatos” sobre a obra da Praça da Paradinha. Não verificamos nenhuma novidade na entrevista do prefeito sobre a Praça, seja de informação ou de opinião.

DEMOROU! O vereador George (PT) comentou que desde setembro de 2011 a Prefeitura afirmava que iria instalar o aparelho, que ficou encaixotado e sem uso por cerca de IMPORTÂNCIA 4 anos. Milagres DA IMPRENSA da eleição. Pelo que estamos vendo deste início de campanha IMPRENSA eleitoral, a imprensa e CHAPA as redes sociais estão BRANCA papel de Em matéria publicada assumindo destaque, dando mais na imprensa local qualidade ao debate e sobre reforma incomodando muita gente. do Ginásio de Esportes, do nada, CARA A CARA foi colocado que o Até o momento não foi Jornal Locomotiva cogitada a realização teria errado sobre o de debate entre os dois tempo da obra. Não foi possível aferir se a candidatos a prefeito informação é do jornal de Franco da Rocha. A eleição, que tem cara de ou da Prefeitura. segundo turno, traria grande contribuição NOVA OBRA sobre o futuro da cidade A Prefeitura também se conseguisse colocá-los informa que está cara a cara.

Expediente Locomotiva é uma publicação

Tiragem: 50 mil exemplares

semanal da Editora Havana Ltda. ME.

Redação: Pedro Mikhailov e Thiago Lins

Circula em Franco da Rocha,

Projeto gráfico: Feberti

Caieiras, Francisco Morato,

Diagramação: Daniela Perin

Mairiporã e região.

Todos os artigos assinados são de responsa-

E-mail: jornallocomotiva@gmail.com

bilidade de seus autores e não representam,

Impressão: LWC Gráfica e editora

necessariamente, a opinião do jornal.

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EDITORIAL

O

momento do voto é, talvez, a maior expressão da demo� cracia. Claro que há outras formas de se avaliar o quão democrático é um Estado, mas o voto, o ato de escolher livremente aquele que governará, fará leis e representará o cidadão num período vindouro, é que é determinante. Nas próximas eleições muita coisa es� tará em jogo em Franco da Rocha. São dois projetos distintos, representados pelos dois candidatos. Cabe a cada um de nós definir o que queremos para o futuro. Se a continuidade de uma fórmula que já dura oito anos, ou uma nova forma. Durante a campanha eleitoral, há vários instrumentos usados pelos candidatos para

convencer o cidadão de que ele é melhor que seus oponentes. Entretanto, há, nesse rol de ferramentas, formas ilegais de tentar o convencimento. Se você souber de algo ilegal que está sendo feito, denuncie. Para citar dois exem� plos de coisas não permitidas, poderíamos falar de utilização de funcionários públicos municipais de qualquer tipo, em horário de trabalho, para fazer campanha e a infeliz prática de alguns maus políticos de compra de votos. Fique de olho. Já diz o velho ditado: pau que nasce torto morre torto. Se algum candidato já na campanha usa de formas ilegais para se eleger, o que será que fará se eleito?

Lixo pela cidade

Não é preciso procurar muito para encontrar lixo espalhado pela cidade. Cabe aos cidadãos de Franco da Rocha cobrar coleta regular do poder público, mas tam-

bém fica no ar uma pergunta: estou fazendo a minha parte? Na foto, o lixo se acumula embaixo de uma das pontes que passam por cima do canal, ao lado da estação. O

acúmulo de dejetos contribui para as águas do rio ficarem com um cheiro ruim, o que é motivo de reclamações por parte da população. Faça sua parte, jogue o lixo no lixo.


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Moradores da Vila Elisa reclamam de atraso em obra de pavimentação Serviço está parado há mais de 20 dias. Quem vive no local também critica a má qualidade do pouco que já foi feito

Uma obra de pavimentação que deveria trazer melhorias para a Vila Elisa virou uma dor de cabeça para quem vive no bairro. Segundo os moradores de três ruas vizinhas – Rio Grande do Sul, Pará e Santa Catarina –, o trabalho começou a ser executado dois meses atrás, porém foi interrompido há mais de 20 dias. Não bastasse isso, a forma como tem sido feito também é motivo de reclamação da vizinhança. “Começaram a obra e não fizeram um muro de arrimo nem captação de água. O barranco está cedendo no meu quintal. Quando avisei o pessoal da obra, me disseram que se desmoronar devo reclamar com a Prefeitura, que eles arrumam”, afirma a moradora da Rua Rio Grande do Sul, Daniela Aparecida Cardoso, de 27 anos. O barranco a que ela se

refere se encontra em frente à sua casa, e Daniela é obrigada a transpô-lo para chegar ao nível da rua. “Estão fazendo tudo a olho, não vimos um topógrafo, nada. Na frente da minha casa o nível da rua está mais alto do que a calçada e quando chove fica tudo inundado”, diz Isaias Rodrigues, de 59 anos, que vive na Rua Santa Catarina.

Escola

As mães com filhos que estudam na EMEB Jannette Tenório Assumpção, na Rua Pará, também se queixam. “Antes de começarem essa obra havia cascalho pela rua, era difícil de andar. Agora que jogaram terra por cima ficou muito ruim. Em dias de chuva, levar as crianças para a escola é complicado; tem criança que cai e precisa voltar para casa para trocar de roupa”, conta Lidiane

Serviço inacabado virou um transtorno no bairro. No destaque, lixeira próxima a muro de escola atrai ratos

Oliveira, de 21 anos. Outro problema é a lixeira pública instalada em frente ao muro da EMEB: ela não suporta a quantidade de lixo que é depositado. “A lixeira vive cheia e logo atrás do muro fica a sala com a merenda das crianças. Como a coleta é

demorada, cavalos rasgam os sacos, a sujeira fica espalhada e apareceram ratos”, afirma Michele Matos, de 27 anos. Os moradores não sabem qual o motivo para a interrupção do serviço e tentam amenizar as dificuldades. “Chegaram aqui falando

que a obra ia ser bonita e rápida, nem se preocuparam com o esgoto que continua a céu aberto”, diz Anibal Teixeira, de 70 anos. Ele próprio retira terra da rua para tapar as poças d’água formadas pelo esgoto aberto na Rua Santa Catarina.

Tráfego de caminhões abre crateras em rua do bairro

Rua Adrião Exposto, na Vila Elisa, virou passagem de veículos pesados

A duplicação dos trilhos da estação Baltazar Fidélis está saindo cara para os moradores da Rua Adrião Exposto, na Vila Elisa. A empresa responsável pelo consórcio com a CPTM usa a via de barro para o transporte de pedregulhos, areia e terra para a obra, em um tráfego intenso de cerca de 30 caminhões por dia, carregados com toneladas de material. O impacto desse fluxo na rua deixa crateras e muita poeira de terra e cimento. “Vou mandar a conta da farmácia para a Prefeitura”, diz a servidora pública Daniela Silveira, de 34 anos. “Cada vez que passa um caminhão, a rua vira uma nuvem gigante de fumaça. Suja a roupa e nossa respiração fica muito prejudicada.” A vizinha da frente, Ariane Melo, 27 anos, também reclama. “Meus dois filhos, de 1 e 6 anos, estão com muita tosse. A obrigação deles é molhar a rua,

pelo menos três vezes ao dia, para diminuir a poeira”. Segundo as moradoras, apenas duas vezes, em dois meses de obra, passou um caminhão pipa umedecendo a terra da via. A poeira é tanta que mal dá para enxergar o asfalto do começo da rua. Mas até mesmo ir à farmácia de carro chega a ser difícil para elas. O peso dos caminhões cava valetas imensas na rua. “Sem chuva, o carro raspa nas montanhas de pedra que eles deixam na entrada das nossas casas. Com a chuva, o carro atola. Nem mesmo os caminhões conseguem descer, tamanho o estrago que fica na rua”, completa Ariane. Segundo a CPTM, a previsão de conclusão da obra é de mais quatro meses. A Prefeitura autorizou o tráfego dos caminhões no local e o estacionamento dos veículos na rua.


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Sem asfalto e sem esgoto no Parque Paulista Moradores de duas ruas vizinhas do bairro sofrem com infraestrutura precária Chico Mendes e Anastácia são ruas vizinhas no bairro do Parque Paulista e apresentam problemas semelhantes. A falta de asfalto e esgoto nessas vias é um transtorno que parece não ter fim para quem vive no local. Desde a criação das ruas, os moradores aguardam pelo asfaltamento das vias. “Já estamos cansados de tanto esperar e nada ser feito. A maioria dos moradores tem carro e transitar pela rua desse jeito é praticamente impossível. Só não é pior porque nós jogamos cascalho para amenizar a situação, mesmo assim é comum os automóveis ficarem danificados por causa dos buracos”, afirma Ana Lúcia, de 52 anos. Em dias de chuva a situação fica ainda mais complicada para os moradores. “Se alguém ficar doente quando está

chovendo, vai ter dificuldade para conseguir ser socorrido, a ambulância não desce a rua e a pessoa tem de andar até ela. Aqui também temos dificuldade para contar com a polícia. Se fazemos algum chamado, a viatura demora a chegar”, explica Leonardo dos Santos, de 24 anos.

Quem mora no bairro convive com cobras, ratos e escorpiões

A falta de esgoto e de limpeza do local só piora a situação. “Aqui na rua nós não temos esgoto, é tudo fossa, a água suja passa em frente das nossas casas, é terrível. Quando está muito calor fica um cheiro insuportável, fora a quantidade de moscas que aparecem. Limpeza

aqui não existe, é normal ver ratos, cobras e escorpiões”, diz Maria Aparecida, de 52 anos. Nem a mobilização dos moradores tem sido capaz de chamar a atenção do poder público. “Já fizemos abaixo-assinado pedindo melhorias, mas nunca somos atendidos”, completa ela. Isael Moisés, de 32 anos, faz um alerta para os riscos a que os moradores estão expostos. “Vive aparecendo todo tipo de bicho, eu já cansei de matar cobras por aqui.” Os moradores do Parque Paulista ressaltam a preocupação com a infraestrutura deficiente, principalmente para quem tem filhos pequenos. De acordo com eles, as muitas crianças que brincam no local, além de estarem sujeitas ao ataque de cobras, correm o risco de contrair alguma doença por conta do esgoto.

Vem aí a 69a Romaria de Pirapora do Bom Jesus Tem início no próximo dia 5 a 69ª edição da romaria a Pirapora do Bom Jesus. Centenas de romeiros devem sair de Franco da Rocha montados em seus cavalos ou conduzindo charretes, mas muitos, como tem ocorrido nos últimos anos, deixam a tradição de lado e fazem o percurso de carro e moto, dando um aspecto mais moderno ao evento.

Seja à moda antiga ou não, a romaria continua um marco importante do calendário franco-rochense. Os participantes permanecem em Pirapora durante o dia 6 e retornam a Franco em 7 de agosto. No período em que os romeiros ficam em Pirapora, ocorre a festa do Bom Jesus de Pirapora com queima de fogos, shows musicais e missas.

Situação, que já é ruim, piora quando chove


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Propaganda irregular por toda a cidade Outdoors espalhados pelas ruas com logotipo da atual gestão municipal ferem a legislação eleitoral

Cartazes com as boas-vindas aos alunos da rede municipal de ensino não podem fazer nenhuma alusão à atual gestão; ao lado, o logotipo da Prefeitura em destaque

A Justiça Eleitoral proíbe propagandas institucionais, ou seja, de órgãos públicos, que relacionem a imagem dos governantes à instituição em época de eleição. Mas é só caminhar pelas ruas de Franco da Rocha para notar que há infrações por toda a cidade. Os outdoors que dão boas-vindas aos alunos da rede pública pela volta às aulas estampam o logo da Secretaria de Educação, característico da gestão do prefeito Márcio Cecchettini. Segundo o presidente da

Comissão de Estudos Eleitorais e da Valorização do Voto, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, Silvio Salata, a imagem pode ser considerada alusiva a Pinduca, que é vice-prefeito e candidato à Prefeitura este ano. “Configura uma conduta vedada pela lei eleitoral. A proibição é imposta nos três meses anteriores à data da eleição. Usar na propaganda institucional o símbolo da administração é proibido. Isso pode culminar na cassação do registro da

candidatura ou do diplo- os concorrentes a qualquer ma, caso o candidato seja cargo. Isso é chamado de eleito”, explica. “disparidade das armas”, já que o uso da máquina Desiguladade pública representa uma A utilização do logotipo vantagem. “A lei eleitoral da Secretaria de Educação, mantém um rígido regime símbolo exclusivo da gestão de igualdade entre os canatual, estaria vinculando a didatos”, completa Salata. imagem de Pinduca à ins- Fiscalizar as atitudes dos tituição Prefeitura. Essa candidatos é muito imprática é proibida pela lei portante para uma eleição por dar mais visibilida- limpa. Denúncias podem de a um dos candidatos. ser feitas por meio dos siDe acordo com Salata, tes do Tribunal Regional vincular o candidato à Eleitoral (www.tre-sp.gov. eleição à administração br) e do Tribunal Superior causa desequilíbrio entre Eleitoral (www.tse.jus.br).

Entenda a Lei A propaganda institucional em período eleitoral está regulamentada no Artigo 73 da Lei Federal 9.504. A utilização do logotipo da gestão só é liberada até três meses antes da eleição. De acordo com a legislação, o símbolo da administração pode ter influência no voto do eleitor ao associar a imagem da instituição pública – no caso de Franco da Rocha, da Prefeitura – ao candidato, em uma clara referência à continuidade do trabalho.

Ginásio e site também têm imagem proibida

Cartaz em frente ao Ginásio Paulo Roberto traz desenho e dizer proibidos pela lei

Na placa colocada na fachada do Ginásio Paulo Roberto, ao lado do brasão oficial da Prefeitura, também existe um logotipo e uma inscrição irregulares. O termo “Franco da Rocha: Ciência e Trenura” é marca da atual gestão. A mesma imagem é estampada no site oficial da Prefeitura, o que

fere a legislacão eleitoral. Outra placa afixada próxima à entrada do Ginásio deixa evidente mais outra falha da atual adminsitração: ela mostra que o local deveria ter sido entregue à população em outubro de 2011. Porém, o Ginásio só foi reaberto em 2 de junho deste ano, um atraso de oito meses.


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Campanhas já estão a todo vapor na cidade Carros de som, bandeiras, comícios e Facebook. A disputa dos candidatos pela Prefeitura é visível não só nas ruas de Franco, mas também na internet

As campanhas políticas já começaram em Franco da Rocha. Andando pelo centro e pelos bairros, é fácil encontrar carros de som tocando jingles, bandeiras com fotos dos candidatos, adesivos e santinhos por toda parte. Os próprios concorrentes à Prefeitura também estão nas ruas e em comícios apresentam suas propostas. Mas para quem não pode acompanhar o cotidiano de Kiko (PT) e Pinduca (PSDB) pessoalmente, os dois candidatos têm um importante aliado nesse período: o Facebook, a rede social mais popular do mundo. Os perfis são uma extensão do corpo a corpo, no qual o candidato pode interagir com os eleitores de maneira direta, além de publicar fotos de alianças políticas e do dia a dia das campanhas. Acompanhe os perfis dos dois candidatos à Prefeitura da cidade Kiko e Pinduca nos endereços http:// www.facebook.com/kikoprefeito e http://www.facebook. com/PinducaPariz45, respectivamente.

Perfil de Kiko no Facebook: mais de 5 mil internautas já curtiram a página

O candidato tucano Pinduca também está presente na rede social

AQUI TEM

Esta nova seção do Locomotiva é dedicada ao comércio de Franco da Rocha, o mais forte da região. Em cada edição, vamos mostrar um produto ou serviço que é prestado aqui, do lado de casa.

Franco-Pel: a papelaria mais antiga do município

Os donos da Franco-Pel já superaram várias crises

Um dos últimos estabelecimentos comerciais da cidade de Franco da Rocha localizado no mesmo endereço desde a sua inauguração é a Franco-Pel. A loja é também a mais antiga papelaria em atividade no município: fundada em 1983, já são 29 anos atendendo seus clientes na Rua Doutor Hamilton Prado, 403, no centro. No começo, a loja era administrada por Marilene de Oliveira Leite e seu marido, Adauto de Oliveira Leite. Hoje conta com a ajuda do sócio Benedito Lacerda Prado. A ideia de ter uma papelaria surgiu quando Marilene se mudou para cidade no mesmo ano de 1983. “Eu trabalhava no comércio, tinha um açougue em Caieiras (cidade vizinha), mas era muito desgastante. Vi

na papelaria a oportunidade de um novo negócio que não iria exigir um esforço físico tão grande e também era um tipo de comércio que, na época, não tinha tanta concorrência como ocorre hoje”, diz Marilene. Ela lembra que, naqueles dias, só existia outra papelaria em Franco da Rocha, a Titanus, que já fechou as portas. “Hoje, com a expansão da cidade, a concorrência é muito grande. Antes eram poucas papelarias, mas agora você vê em diversos estabelecimentos comerciais o mesmo material que nós vendemos. Ainda assim, mantemos nossos clientes”, completa. Em todos os seus anos de existência, a loja passou por inúmeras dificuldades, todas superadas pelo esforço de

seus donos. As enchentes na cidade ainda preocupam Marilene. “Eu me lembro da enchente de 1987 (a maior da cidade). No sábado, tínhamos abastecido a loja de material para o início das aulas; no domingo aconteceu a enchente e perdemos tudo”, relembra. “Até hoje mantenho as comportas aqui na loja.” A Franco-Pel oferece todo tipo de produto para papelaria, embalagens, materiais de limpeza e informática em geral. Papelaria Franco-Pel Rua Dr. Hamilton Prado, 403 Segunda à sexta das 8h30 às 18h - Telefones: 4449-3378 - 4443-8970

O pagamento pode ser feito em até três vezes no cartão de crédito.


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Uma dupla afinada com a cidade Q

uando o policial militar Irineu Ribeiro chegou em Franco da Rocha vindo de Bauru em 1968, soube de uma moça que cantava moda de viola como ele. “No mesmo dia fui atrás dela e a gente cantou junto”, lembra. Começava a dupla Bonanza e Cidinha e uma história apaixonada. Ele começou a cantar porque gostava. Ela era sobrinha de um famoso violeiro do desafio do cururu (duelo de violeiros, equivalente ao repente nordestino), e já aos 10 anos estava cantando com o tio em circos e festas pelo interior. A união resulta em um casamento de 48 anos. No mesmo ano em que formaram a dupla, foram tocar na TV Tupi, então canal 4, no programa de Geraldo Meirelles. Em 1972, ganharam um festival com mais de 30 bandas na cidade de Bauru. Como prêmio, passaram semanas cantando em uma rádio da região, das 17h às 18h30. “Tínhamos um repertório muito grande, eram mais de 200 músicas que sabíamos de cor”, explica Cidinha. No repertório, Cascatinha e Inhana, Zelão, Pininha e Verinha. “A turma convidava a gente para ir tocar em todo canto. Rodamos muito a região de Mairiporã, Franco da Rocha, Jundiaí, Caieiras, Pederneiras, Iacanga. Fomos para tanto lugar que não dá para lembrar mais direito”. Hoje, Aparecida tem 76 anos e Bonanza, 69. “O amor não tem idade, nem lugar nem tempo”, explica ela sobre a diferença de idade. A dupla nunca chegou a gravar um disco. “Naquela época era muito difícil gravar um disco sem pagar. Fui a uma rádio com a nossa fita cassete. Cantei Lua, da Inhana, e o moço da gravadora gostou. Mas era muito caro. Hoje que está mais fácil não gravamos não sei por quê”, afirma Bonanza. Atualmete a dupla se apresenta só de brincadeira, em festas de amigos. Mas sentem saudade do tempo em que sentavam perto do rádio com um gravador de fita para tirar músicas e letras de ouvido e tocar por aí, “antes mesmo do autor fazer a gravação em vinil”, diz Bonanza.

Filho de violeiro violeiro é

Lukas Atademus, 40 anos e filho do casal, também seguiu carreira na música sertaneja. Durante cinco anos, participou da dupla Thiago e Lukas, que acabou amistosamente neste mês. Por mais que predominassem nas apresentações músicas de sertanejo universitário, sempre houve espaço para músicas tradicionais, e até palhinha da dupla Cidinha e Bonanza. “O público conhece as raízes do sertanejo. Por mais que hoje as músicas sejam mais rápidas e dançantes, é quase obrigatório tocar uma moda de viola”, diz Lukas. Mesmo com o fim da dupla, Lukas segue carreira solo e se apresenta toda quinta-feira, no Tugas Bar, em Mairiporã, a partir das 23 horas, com o show Lukas & Você.

Irineu Ribeiro e Aparecida, ou Bonanza e Cidinha, embalaram Franco da Rocha com seu repertório repleto de sucessos sertanejos

Cidinha foi a primeira voz da dupla até a década de 90. Porém uma cirurgia de tireóide prejudicou seu canto e hoje quem assume a responsabilidade é Irineu

A dupla em apresentacão em uma cantina italiana de Caieiras. Iam de mesa em mesa, atendendo a pedidos de músicas

Eles rodaram São Paulo cantando. Ao lado, a primeira temporada na churrascaria Espetão, em 1982. Abaixo, a dupla hoje


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NOSSA GENTE

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Nesta seção vamos registrar as histórias, os “causos”, a vida dos homens e mulheres que fizeram e fazem, a cada dia, a nossa cidade.

‘Não troco Franco da Rocha por nada’ Nascido no Rio Grande do Norte, Cícero Cecílio de Medeiros tem 82 anos e se lembra perfeitamente da data em que chegou em Franco da Rocha. “Foi em 25 de janeiro de 1966”, conta o morador do Jardim Progresso. A viagem para o município foi bastante difícil, mas foi também um marco do início de seu casamento. “Foram 15 dias de viagem, eu tinha dois meses de casado e minha mulher ficou grávida das nossas primeiras filhas gêmeas no caminho”, diz ele, que tem 8 filhos, 16 netos e 4 bisnetos. Medeiros veio para cidade a convite do cunhado. “Ele trabalhava na ferrovia e me chamou para trabalhar na serralheria, mas em menos de um mês eu fiquei desempregado”, conta. A situação mudou quando conseguiu uma vaga como cabista na Companhia Borda do Campo, que ficava em Santo André. “Era mais perto

SOCIAIS

de São Paulo e melhor para ir trabalhar. No começo eu não pensava em ficar, mas hoje não troco Franco da Rocha por nenhum outro lugar do mundo.” O amor por Franco da Rocha é comprovado pelo que Medeiros já fez no bairro onde mora. Foi o fundador da Rua José Oliveira dos Santos, antiga Rua Goethe. “Do córrego para baixo, a rua foi feita por mim e Deus, e uma picareta nas mãos para abrir o caminho”, diz, orgulhoso. Seu esforço foi recompensado: conseguiu comprar um terreno na rua que ajudou a construir. “Comprei meu primeiro terreno sem ter dinheiro nenhum, foi na base da palavra, no conhecimento que tinha com o pessoal. Hoje em dia isso não existe mais”, afirma. Hoje em dia, já aposentado do seu trabalho na área de telefonia, Medeiros toma conta do seu bar no Jardim Progresso, o Bar Medeiros, que existe há 25 anos. Nesta seção, traremos sempre as pessoas, lugares e eventos que brilham na vida social de nossa cidade e região.

Aniversariantes

Evelyn Vitória Cruz, 29 de julho

Julio Cesar Meirelles Cardiais, 30 de julho

Lizenilda Giacomin, 30 de julho

Compro, troco e vendo livros usados

Bar Deprec (Bar do Zé)

Rua Cavalheiro Angelo Sestine, 11 Centro - Franco da Rocha


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