Jundiaí Notícias | 022

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O T I U T A GR

Trabalhadores têm festa em parques e sindicatos Dia do trabalho tem programação em parques públicos, como corrupira e principais sindicatos. PÁGINA 5

Jundiaí

30 de abril a 6 de maio de 2015 Edição nº 22, ano 1 Outono Aglomerado Urbano de Jundiaí + Itatiba | www.jundiainoticias.com.br | www.facebook.com/jnoficial

muros da vergonha

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fora do pr, partidos brigam para ter márcio

“convidado a sair” do pr, vereador é disputado pelos demais. PÁGINA 6 saneamento

inquérito

cabreúva reúne comdema para discutir problema

vereadores de louveira investigam santa casa

Questão é o Plano Municipal de Saneamento Básico junto com a SABESP. PÁGINA 10

Eles querem saber quem mandou gastar tanto dinheiro de forma irregular. PÁGINA 12

fiscalização

escadão

em campo limpo fiscais acham leite estragado

projeto que muda parte do centro já está pronto

Blitz da prefeitura encontrou mercadoria que seria vendida em domicílio. PÁGINA 11

Área serve de ligação entre Centro, Vila Arens e Vianelo. Ganha rampas e paisagismo. PÁGINA 15

A memória e a história de Maurício Ferreira | PÁGINA 16


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EDITORIAL

ARTIGO

30 de abril a 6 de maio de 2015

EDITORIAL

Namoro ou união estável? LAIANE SARAIVA RODRIGUES Advogada

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abitualmente o namoro é costume cultural em que o casal, independentemente da opção sexual, estabelece um vínculo de afeto com base no respeito e amor, e que, caso se fortaleça, resulta no entrelaçamento total de vidas pela posse marital. Não se confunde com a união estável, tendo em vista que não apresenta os seus requisitos caracterizadores. Diante do fato que a união estável, na legislação atual, dispensar prazo para a sua configuração, muitos namorados têm realizado o “contrato de namoro”, objetivando afastar os efeitos civis, jurídicos e patrimoniais da união estável, instituto equiparado à entidade familiar, que goza de proteção legal e constitucional. A união estável é um fato da vida, uma situação fática reconhecida pelo Direito de Família que se constitui durante todo o tempo em que as partes se portam como se casados fossem. Salientando esta característica, Silvio de Savio Venosa, respeitado civilista nacional, lembra que enquanto o casamento é um negócio, a união estável, diferentemente, é um “fato jurídico”. É importante mencionar que o Código Civil de 2002 não trouxe inovação quanto à matéria: “É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura, com o objetivo de constituição de família”. A Lei n. 9278 de 1996, colocou por terra os critérios objetivos antes exigidos para configuração da união estável, passando a admitir a

A hipocrisia da solidariedade existência do instituto pelo simples fato de uma pessoa humana e outra pessoa humana, independentemente de diversidade de sexo, conviverem de forma pública e duradoura, com o objetivo de constituir família. Com isso, a diferença do simples namoro para a união estável tornou-se tênue, passando a depender sobremaneira do juízo de convencimento do magistrado, mediante a apreciação do quanto alegado e das provas trazidas à apreciação. Qualquer relação, não importando o seu tempo de existência, poderá, teoricamente, desde que verificada a estabilidade e o objetivo de constituição de família, converter-se em união estável, produzindo importantes efeitos jurídicos como: direito aos alimentos, direito à herança, partilha de bens, deveres recíprocos de convivência. Atualmente, para a configuração da união estável não é necessário o requisito de prazo certo. Assim, muitos namorados, com receio que sua relação, em uma possível discussão judicial seja reconhecida como união estável, estão estabelecendo “contrato de namoro”, arquivado em cartório, para afastar a incidência das consequências jurídicas, em especial, a patrimonial.

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ois fatos: tornados atingiram a cidade de Xanxerê, em Santa Catarina, deixando milhares de desabrigados e destruindo centenas de casas; um terremoto atingiu o Nepal e matou milhares de pessoas. Mal chegaram as notícias e já começaram os movimentos de solidariedade, que querem doações para as vítimas dessas duas catástrofes. Pouca gente deve saber onde fica Xanxerê, e muitos dos que sabem só ficaram sabendo após repetitivas reportagens na TV - isso quando seus editores fazem o favor de colocar um mapa para ilustrar. Menos gente ainda deve saber onde fica o Nepal. Mas há muita gente querendo arrecadar alimentos, roupas, e os mais espertinhos, dinheiro. Tudo em nome da solidariedade. Uma solidarieda-

de meio hipócrita. Por partes: a obrigação de ajudar é do governo, no caso de Xanxerê - coisa que nunca aconteceu, seja qual fosse o presidente da hora, o ministro, o governador e sabe-se mais quem. Independentemente do partido. O maior problema é que boa parte dessas doações nunca chega ao seu destino. É desviada, roubada, sem que nada aconteça. A tragédia nas cidades serranas do Rio de Janeiro, ocorrida em janeiro de 2011, é um bom exemplo - as vítimas não receberam as doações, e precisaram se contentar com alguns colchões velhos, roupas amarrotadas e garrafas de água mineral. Sempre foi assim. Houve uma campanha, na época da construção de Brasília, que as pessoas eram convocadas a doar alianças, anéis e outras joias. Em troca, recebiam um anel tosco, sem qualquer valor, com a inscrição “Dei ouro para o bem do Brasil”.

Muitos enriqueceram com essa história, e como sempre, ninguém foi punido pelo desvio. A solidariedade, a caridade, o fazer bem ao próximo são mais que necessários. Mas é preciso também seriedade. É preciso controlar e fiscalizar quem arrecada e o que se faz com tanta doação. É um campo fértil muita gente tem dor na consciência pelas bobagens que faz, e encontra na caridade uma forma de redimir seus pecados. E é bom fiscalizar tudo. Há algum tempo, alguns bazares ditos beneficentes expunham para venda o que sobrava das doações - o filé mignon já tinha sido levado pelos caridosos promotores. Felizmente isso acabou. Ou pelo menos parece que acabou. O que não acabou, e dificilmente vai acabar, é a hipocrisia.

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BAZAR. O Instituto Jundiaiense Luiz Braille promove, de 5 a 8 de maio, seu bazar para o Dia das Mães, em sua sede, na avenida Sebastião Mendes Silva 532. As peças são produzidas por voluntários e custam a partir de R$ 6. Informações: 4521-5050 FRACASSO. Dez anos após seu lançamento, o Airbus A 380 é um fracasso no mercado. Problemas: manutenção cara demais e poucos aeroportos no mundo que podem receber um avião de seu tamanho: tem 79 metros de uma ponta a outra de asas e 73 metros de fuselagem. Das 1.500 unidades projetadas para venda, só saíram 317. GASTANÇA. A Câmara dos Deputados renovou o contrato com a empresa Inframérica, que administra o Aeroporto de Brasília - o aluguel de uma sala Vip, com três linhas telefônicas, para os deputados que aguardam seus voos. A sala tem 42m² e custa R$ 18 mil por mês. O Senado tem outra parecida, no mesmo valor. GANÂNCIA. Com muito dinheiro público em jogo (neste ano R$ 868 milhões), tem fila de partidos esperando registro na Justiça Eleitoral. Dez, pelo menos. E no meio esquisitices como Partido das Organizações Democráticas, Partido da Integração Social e Cidadania (Pisc) e até o Partido do Esporte. POLÍTICA. O Congresso Nacional (Senado e Câmara dos Deputados) vai custar, neste ano, R$ 9,3 bilhões. Ou, numa conta mais fácil de entender: R$ 25,4 milhões por dia, ou ainda pouco mais de R$ 1 milhão por hora.

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Aprovação do voto distrital tira o sono de candidatos

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Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o projeto que pode mudar tudo nas eleições de 2016 - os vereadores passariam a ser eleitos pelo voto distrital. O projeto é do senador José Serra, tem boas justificativas, e tudo para servir de exemplo e ser adotado na eleição para deputados. No caso dos vereadores, o projeto é para cidades com mais de 200 mil eleitores caso de Jundiaí. Na prática, muda tudo. Jundiaí, por exemplo, que tem 19 vereadores, teria 19 distritos, a serem definidos pela Justiça Eleitoral. Cada partido (ou coligação, se estiver valendo coligação) pode apresentar um candidato por distrito. Ganha quem tiver mais votos. Bem diferente do que acontece hoje, que vale o quociente eleitoral, e que nem sempre os que conseguem mais votos são os eleitos. O quociente eleitoral divide o número de votos válidos pelo número de vereadores- e à medida que um partido (ou coligação) consegue atingir esse quociente, elege os mais votados. O voto distrital acaba também com vereadores eleitos por segmentos, como sindicatos, igrejas ou ongs. Não adiantará mais o candidato ter votos na cidade inteira, o que vai importar são os votos do distrito por onde está inscrito. Fora, não vale. Se passar pela Câmara dos Deputados até setembro, o distrital para vereadores será adotado pelo Tribunal Superior Eleitoral. E aí muda tudo. Partidos menores passam a ter mais chances, e consequentemente as campanhas ficarão mais baratas. Candidatos que têm sua base em bairros ficam mais privilegiados. Já os que dependem das igrejas ficam em desvantagem. Não vai adiantar, por exemplo, um pastor ter votos dos fiéis de sua igreja, mesmo que chegue a 15 ou 20 mil votos. Ele vai precisar dos votos do distrito, da região que representa.

Se valer em 2016 do jeito que foi aprovado, pastores terão mais dificuldade para conseguir a eleição

Com distrital, composição da Câmara seria outra | DIVULGAÇÃO

“A solução para tal crise de representatividade das instituições democráticas passa pela revisão do sistema eleitoral. A forma de escolha dos candidatos é parte essencial do jogo democrático”, afirma Serra, ator do projeto. E é solução mesmo - o suplente será o segundo mais votado no distrito. A ideia é usar as eleições municipais como teste para o novo modelo, que pode ser aplicado também nas eleições para deputado federal e estadual. “Esses noventa e poucos municípios nos quais seria adotado o novo sistema eleitoral abrigam mais de 30% do eleitorado brasileiro, e, por serem capitais e grandes centros, constituem excelente referência para a experimentação e educação política do povo brasileiro”, afirma o deputado Eunício Oliveira, do Ceará. Serra queria mais - que nessas cidades não houvesse mais o horário eleitoral gratuito. Mas o texto foi retirado

do projeto, porque com ele não passava. A dor de cabeça é maior: como dividir os distritos? Os bairros mais afastados

teriam, certamente, menor número de eleitores; os mais populosos, ou muito próximos, número bem maior. Mas tudo ainda é um começo.


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Procon orienta consumidor para o Dia das Mães Data é a segunda mais importante para o comércio, mas consumidor precisa ficar atento às promoções

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Adilton atende pessoalmente na Vila Marlene | DIVULGAÇÃO

DIA DO TRABALHADOR

O teu suor constrói esta nação. Diga não à terceirização.

LAURINDO LOPES PRESIDENTE

procura de consumidores pelo Procon costuma se intensificar logo após as datas comemorativas, como o Dia das Mães, no próximo dia 10. Quem aponta a movimentação é o coordenador da instituição, Adilton Garcia. “A principal queixa está relacionada a problemas com trocas dos presentes ou o não cumprimento do que foi combinado no ato da compra. Por isso, é sempre importante estar alerta e ciente dos prazos de troca”, aconselha. “O primeiro passo do consumidor consciente é fazer a boa e velha pesquisa de preços. Hoje, com a Internet, a consulta é mais fácil. Desconfie sempre quando o produto estiver com o preço muito abaixo dos praticados no mercado”, comenta Adilton. A troca do produto, por exemplo, só é feita por causa de defeito. Por legislação, todo bem durável tem garantia legal de 90 dias. Alguns produtos costumam vir de fábrica com garantias maiores, como um ano. Porém, conforme explica o responsável pelo Procon, cada loja

tem uma política de trocas distinta no caso de desagrado posterior pelo modelo, cor ou tamanho do produto. Por isso, é importante saber qual a política do vendedor nesse caso. “A legislação prevê até sete dias para trocas por desagrado em compras feitas fora do estabelecimento comercial, como pela Internet. O cliente pode desistir da compra nesse tempo e ter o dinheiro devolvido”, esclarece Adilton, lembrando que o maior índice de atrasos na entrega de produtos ocorre justamente para compras via eletrônica “Um site de vendas confiável tem de ter, em fácil visualização, o endereço físico da loja, um telefone para contato, e-mail, razão social, CNPJ e o cadeado na barra de endereços que indica a segurança do ambiente. O Procon, inclusive, dispõe de uma lista com sites que não são confiáveis”. Além do Procon, outro canal importante é o consumidor.gov.br, site do Governo Federal que faz a interação entre o cliente e as empresas cadastradas nesse ambiente.

Procon nos Bairros já atendeu mais de mil O programa Procon nos Bairros teve início em janeiro de 2015, quando uma unidade móvel da instituição levou todos os serviços da sede central à Vila Hortolândia, descentralizando e facilitando o acesso dos munícipes. Em pouco mais de três meses, o veículo já rodou por 15 bairros, passando por quase todas as regiões da cidade. Segundo Adilton Garcia, os bairros que registraram maior número de atendimen-

to foram Vila Hortolândia e Eloy Chaves. Outra curiosidade é que durante o tempo em que o veículo esteve no bairro Ivoturucaia, a demanda de moradores de Várzea Paulista foi maior que a de Jundiaí. “Na maior parte das vezes, a unidade móvel resolve dúvidas das pessoas, principalmente sobre a documentação necessária para registrar uma reclamação junto a uma empresa”, explica o coordenador.


1º mAIO

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30 mil são esperados no Dia do Trabalho em Corrupira Prefeitura fez parceria com a Coca-Cola. E há 140 churrasqueiras para quem chegar mais cedo

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iversão não vai faltar na festa programada pela prefeitura de Jundiaí para comemorar o 1º de maio. O Parque do Trabalhador, no bairro Corrupira, terá atrações musicais, brinquedos para as crianças e distribuição de guloseimas, como cachorro quente, pipoca e algodão doce. Tudo de graça. O evento tem parceria com a Coca-Cola Femsa. A expectativa é de que mais de 30 mil pessoas passem pelo local. Quem quiser garantir uma das 140 churrasqueiras disponíveis no parque deve chegar cedo. A abertura dos portões será feita a partir das 6h e a festa se encerra às 17h. “A nossa ideia é de proporcionar às famílias de Jundiaí um dia agradável, cheio de diversão”, afirma o prefeito Pedro Bigardi. A programação especial será aberta às 9h, com pintura artística facial para as crianças. A atividade fará uma pausa às 11h e será retomada das 13h às 15h. Durante todo o dia, o tradicional trenzinho vai circular pelo parque. Além, disso, brinquedos infláveis serão montados para a garotada. O público poderá ouvir música com o repertório da Banda São João Batista, a partir das 10h, no palco. Brincadeiras recreativas como túnel, bola na boca do palhaço, pular corda e gincanas serão realizadas no galpão do parque, das 11h às 13h e das 15h às 17h. A bandinha Amigos do Samba será atração nas ruas do parque, a partir das 12h. O público vai conferir ainda, a partir das 14h, no palco, a Orquestra de Violeiros Terra da Uva. Todas as atividades infantis contarão com a presença de monitores. Além disso, haverá também corte de cabelo gratuito, massoterapia, estética, higiene bucal

com o Escovódromo, aferição de pressão e diabetes. Alunos da Escola Superior de Educação Física (Esef)

irão colaborar como monitores. Agentes de trânsito farão a orientação no local. Além disso, linhas extras de

ônibus serão oferecidas para que o acesso ao parque seja mais rápido. Quem vem pela linha 703 (Vila Arens para o

Corrupira) contará com um carro a mais. E na linha 563 (Cecap - Corrupira) dois carros a mais farão o trajeto.

Brinquedos infláveis para a criançada, como no ano passado | DIVULGAÇÃO

Rodoviários trazem Cezar e Paulinho

Metalúrgicos: Missa abrirá a programação

O Sindicato dos Rodoviários de Jundiaí e Região tem inúmeras atividades programadas para o 1º de maio. Todas acontecem em sua sede de campo, no bairro da Roseira, em Jundiaí (rua Servidão 229). “Será uma festa à altura da importância dos trabalhadores rodoviários”, diz o presidente Laurindo Lopes. Para animar o dia, diversas atrações musicais estão programadas, como as duplas sertanejas Cezar

A festa de 1º de Maio do Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí, Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista terá início as 9 horas, no Espaço M, no Clube de Campo, com a celebração de uma missa em ação de graças pelo Dia do Trabalhador. A missa será concelebrada pelos padres Wilson Vitoriano e Leandro Megeto. Após a missa, a programação continua no palco, às 11h, com apresentação com vários artistas da região. Um ato político com lideranças sindicais e políticas

e Paulinho, Marcos Paulo e Marcelo, Mayk e Lyan, Ângelo Máximo e Leandro e Otávio e Raphael. Os rodoviários e suas famílias têm entrada livre na sede de campo. “Nós procuramos, ano após ano, oferecer sempre mais – diz Laurindo. Será um dia de lazer para toda a família rodoviária, deixando esse dia de lado das nossas lutas em favor de uma categoria das mais importantes para a vida das cidades de nossa região”.

está marcado para as 14h30 e, logo após, o radialista João Ferreira apresentará diversos shows. Entre os destaques estão Sérgio Reis, Wanderley Cardoso, Mato Grosso & Matias, Carreiro & Capataz, Os Travessos, Fino Trato e outros. A entrada é franca até o horário da missa, às 9h. Após será cobrado ingresso de R$ 10 por pessoa. O Clube de Campo do Sindicato dos Metalúrgicos, que fica na Rodovia Tancredo de Almeida Neves, km 53/54, bairro do Castanho, Jundiaí.


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Com ou sem “convite para sair ”, Márcio não fica no PR

Vereador foi surpreendido na semana passada com carta convidando-o a procurar outro partido

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Vereador Márcio, fora do PR | DIVULGAÇÃO

a semana passada, o vereador Márcio Pentecostes de Souza, o Márcio Cabeleireiro, tomou conhecimento de uma carta, por meio de um jornalista, durante sessão da Câmara, que estava sendo convidado a procurar outro partido, uma vez que não interessava mais ao PR, onde está filiado desde 2006. A carta estava assinada pelo ex-vereador Adilson Rosa, como sendo o presidente do diretório local do PR. Convidar para sair, nos colégios públicos ou particulares, é uma maneira delicada de expulsar o aluno, um eufemismo. A razão da carta estaria na posição adotada por Márcio, que dá apoio ao prefeito Pedro Bigardi. Há comentários insistentes que o PR estaria passando para o controle de outros políticos, que querem fazer oposição ao prefeito. Dessa forma, se vier uma orientação tácita para fazer oposição, Márcio corre o risco

de cair na infidelidade partidária se votar a favor de Bigardi. A mesma carta dá algumas garantias para sua saída, como a promessa do partido não ir à Justiça em busca do mandato (o mandato é do partido, e não do vereador). Bem, aí tem outra história cabeluda, uma espécie de teoria da conspiração. Por que a carta não foi entregue diretamente ao vereador? Se tomasse uma atitude no impulso, no calor do acontecimento e saísse do partido, que validade teria a carta? O partido poderia ir à Justiça para ter de volta o mandato e alegar que Adilson não estava autorizado para isso. Seria uma armação? Após o choque, Márcio resolveu ser prudente. Primeiro, porque o presidente do PR em Jundiaí é ele. Como não foi destituído pela executiva estadual, continua sendo o presidente. Não se sabe quem investiu Adilson Rosa de tanta autoridade para escrever tão amável convite ao vereador.

“Já tenho uma reunião marcada com o presidente estadual do PR, Tadeu Candelária, para resolver essa situação”, disse Márcio ao Jundiaí Notícias na terça-feira. Depois disso vou tomar uma posição. Mas a princípio não fico no PR; acho que não há mais clima”. O que surpreendeu Márcio foi a solidariedade dos demais partidos. “Tão logo tomaram conhecimento da história, todos eles se colocaram à disposição e me ofereceram filiação. Foram unânimes em afirmar que as portas estão abertas, o que me deixou muito contente. É como um reconhecimento pelo trabalho”. Márcio tem razão de sobra para estar contente. Primeiro que não ficou órfão – dá para escolher o partido a que se filiar, se sair mesmo do PR. Segundo, que se vier o voto distrital, para ele as eleições do próximo ano serão um passeio.

Ex-funcionários da Argos contam histórias Enquanto durou, a Argos Industrial SA foi um império. Começou produzindo tecidos, passou a confeccionar roupas, vendeu para o mundo inteiro. Mas, com problemas de administração, acabou falindo em 1984, depois de alguns anos de declínio e algumas intervenções de bancos que lhe haviam emprestado dinheiro. Na segunda passada (27), sessenta ex-funcionários participaram de encontro promovido pela Biblioteca Municipal. Lá, relembraram histórias.

“Eu entrei na Argos em 1979 e fiquei até os últimos dias de funcionamento da fábrica. Era uma grande empresa. Comecei como conicaleira (responsável pelo acabamento) e virei costureira. Éramos uma família e tínhamos de tudo: associação, creche, enfim. Voltar aqui e reencontrar pessoas daquele tempo, depois de 30 anos, é uma emoção”, afirmou Neusa Maria Conceição Statuto. Além de antigos funcionários, filhos, netos e sobrinhos foram ao encontro, mediado pelo historiador Wilson Ricardo Mingorance. “Essa

é uma maneira diferente de comemorarmos o Dia do Trabalho. Estamos conhecendo a história de uma empresa que teve grande relevância para a economia não só da cidade, mas do Estado, por meio de relatos orais de quem fez parte de alguma forma da fábrica”, comentou o historiador. A Argos nasceu em 1913 como Sociedade Industrial Jundiaiense. Mudou de nome no mesmo ano. Produziu gabardine para as fardas do Exército e tecidos disputados pelos lojistas. Nos anos 1970, montou confecção de jeans e passou a produzir marca própria,

Fábrica da Argos em 1956 | DIVULGAÇÃO

a Free. Seu logotipo – junção do A e do I estilizados, foi desenhado por Messias Lemos. Foi uma pioneira em termos de assistência social. Tinha associação de empregados (uma espécie de cooperativa), construiu casas para funcio-

nários (vilas Argos Velha e Argos Nova), tinha creche em período integral (inaugurada em 1945), convênio médico num tempo em que ninguém pensava em plano de saúde, mas um dia tudo acabou.


É a força do seu trabalho que dá energia para Jundiaí brilhar cada vez mais.

Homenagem da Prefeitura de Jundiaí a todos os trabalhadores e trabalhadoras que ajudam a construir, todos os dias, uma cidade cada vez melhor.

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Fechamento de bairro em Jundiaí provoca protestos Motivo é a proibição de passagem e exigência de documentos pelos vigias particulares, além de cancela

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ão é de hoje que o Jardim Novo Mundo, em Jundiaí, é motivo de reclamações. Bairro considerado de classe alta, com casas de luxo, não é condomínio fechado, mas há muitos anos tenta agir como se fosse. Há alguns anos, por exemplo, instalou uma cancela e uma guarita, e colocou guardas para impedir a entrada de carros de não moradores. Deu barulho.

Vingança há moradores vizinhos querendo pedir documento de quem sai Na semana passada, mais encrenca. Quem mora no Villagio das Flores, Quinta das Videiras, Quinta dos Lagos e Quinta da Boa Vista, está sendo impedido de passar pelo Novo Mundo. Na segunda-feira, teve protesto em frente ao loteamento, que é aberto, porque os guardas colocaram cones para impedir a passagem de carros não cadastrados – uma espécie de polícia particular dos moradores do Novo Mundo. O Novo Mundo exagerou na dose. Alguns moradores dos bairros vizinhos disseram que foram obrigados a fazer cadastro de visitante para poder passar pelas ruas, numa clara afronta a todas as leis. Como o Novo Mundo é loteamento aberto, fica mais flagrante a ilegalidade de impedir trânsito de carros ou passagem de moradores de bairros próximos. Os mais calmos pensam e se mexem para fazer denúncia no Ministério Público. Os mais exaltados querem inverter a situação:

formar barreiras na saída, para que os moradores do Novo Mundo se identifiquem para passar. Há outros ainda que fazem troça da situação, afirmando que lá foi criado um gueto, igual aos que existiam nos tempos do nazismo em toda a Europa (o de Varsóvia foi o mais famoso e é mostrado no filme A Lista de Schindler). E já pensam até em colocar uma placa identificando o bairro como gueto. O comentário dos vizinhos do Novo Mundo é que lá moram pessoas influentes, que impedem uma atitude mais drástica por parte da prefeitura. Influentes ou não, essas pessoas não têm o direito de criar suas leis e prejudicar a maioria. Outros lugares em Jundiaí têm situação parecida. No Medeiros, por exemplo. O Tereza Cristina foi vendido como loteamento aberto. Como o tempo foi criada uma associação de moradores, que obrigou todo mundo pagar uma taxa, e de repente se tornou condomínio fechado. No Jardim Ana Maria, há uma rua onde os moradores bloquearam o acesso da avenida Jundiaí com tubos de concreto – e para disfarçar, fizeram floreira. A petulância é tão grande que há placas proibindo o estacionamento de carros em frente à barricada, uma vez que as vagas são “exclusivas” de um comércio próximo. No caso do Jardim Novo Mundo, outros protestos, mais organizados e com maior número de pessoas, devem acontecer na próxima semana. Um grupo já encomendou faixas e está contatando jornais e emissoras de televisão para que o problema seja levado adiante, e que tenha uma solução.

Rua fechada no Jardim Ana Maria, outra ilegalidade | DIVULGAÇÃO

No São Camilo, Gerson visita novas moradias Desde a manhã da última segunda-feira (27), o prefeito Pedro Bigardi tem percorrido diversas obras em andamento na região Leste da cidade. O vereador Gerson Sartori tem acompanhado essas visitas como convidado do prefeito, uma vez que muitas dessas obras foram por ele pedidas. Uma delas mereceu atenção maior de Gerson - as novas moradias do Jardim São Camilo. “Há muitos anos insistimos para que o poder público direcionasse seus investimentos nessa região, principalmente na parte de habitações populares, diz Gerson. Agora pudemos ver parte desse investimento se tornando uma realidade para os

Gerson e Pedro no São Camilo | DIVULGAÇÃO

moradores daqui, pois muitos poderão se mudar para os apartamentos no segundo semestre deste ano”. O trabalho foi coordenado pela Fumas (Fundação Municipal de Ação Social), uma autarquia da prefeitura. Gerson lembra o cunho

social do empreendimento. “É algo voltado para quem precisa realmente - diz ele. Para quem se mudar para os novos apartamentos, será como um presente de Natal. E as prestações serão em torno de R$ 25 por mês”.


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3º Concurso Cidadonos estimula participação do povo

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azer acontecer é o tema do 3º Concurso Cidadonos, lançado no auditório do Senac Jundiaí. Nessa edição, mais do que incentivar a população a fazer propostas para melhorar a cidade, o objetivo do concurso é contribuir para o desenvolvimento da cultura de participação dos cidadãos. Para ser proponente ou apoiador é necessário acessar o site www. cidadonos.org.br. O concurso tem várias fases e, em agosto, as 12 propostas mais relevantes serão conhecidas. Promovido pelo movimento Voto Consciente em anos não eleitorais, com apoio do Instituto Cidade Democrática, o Cidadonos chega em sua terceira edição consolidado

como uma ferramenta eficaz, que permite aos jundiaienses integrarem as decisões políticas da cidade. Um exemplo do êxito da iniciativa são algumas propostas que já foram implementadas, como o Programa Nota Fiscal Jundiaiense, Bilhete Único e valor das passagens de ônibus a R$ 1 em dois domingos por mês. O coordenador do movimento, Alberto Urbinatti, ressalta que o concurso estimula a participação popular. “Como os proponentes e seus apoiadores precisam tentar eleger a sua proposta, o concurso cria um estímulo maior, que faz os interessados se mobilizarem.” Luiz Ballas, que já participou em edições anteriores, elogiou a realização do Ci-

dadonos, pois encontrou no concurso uma forma organizada de fazer sua ideia virar realidade. “Quando era adolescente, comecei a pensar na bicicleta como meio de transporte. Foi por meio das ações dos grupos de ciclistas que conseguimos transformar uma ideia relacionada à mobilidade urbana em realidade, como se pode comprovar pelo número, cada vez maior, de ciclovias por Jundiaí.” A população tem até o dia 7 de junho para contribuir com o envio de propostas e discussão de projetos de outros participantes; de 8 a 28 de junho, a fase Aplauso é dedicada aos proponentes, para que possam divulgar suas ideias e agregar apoiadores;

entre os dias 29 de junho e 14 de agosto será possível sugerir que duas ideias semelhantes ou complementares sejam unidas; já em meados de agosto, as 12 propostas mais relevantes serão mostradas. Depois do processo, acontece a apresentação aos governantes, organizações sociais e empresas com objetivos em comum para Jundiaí. Em 2016, os candidatos a prefeito serão sabatinados pelo Voto Consciente e poderão registrar seu compromisso com a execução das propostas vencedoras do Cidadonos. Em dois concursos (2011 e 2013) foram elaboradas 1200 propostas, que tiveram quase oito mil comentários e aproximadamente 17.300 apoios.

São 33 ideias em processo de execução iniciado e 11 em fase avançada de implementação. Os participantes chegaram a 4500, entre cidadãos, governantes e organizações sociais. Trazido de São Paulo para Jundiaí em 2006, por uma iniciativa do CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), o movimento Voto Consciente é formado por 40 voluntários ativos, além de apoiadores, dedicados à promoção da cidadania e educação da população quanto à importância da atuação do cidadão na sociedade. O Voto Consciente realiza o ranking de desempenho dos vereadores de Jundiaí e avalia o Plano Diretor e o grau de transparência do site da Câmara Municipal.


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CIDADES

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Crianças visitam exposição no Paço Municipal de Itupeva Atividade abrange todos os primeiros anos da escola Angelina Lourençon, da Vila São João

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a última semana, os alunos da Emef Professora Thereza Angelina Lourençon, da Vila São João, visitaram a exposição ‘Itupeva: memórias e recantos revelados’, do artista plástico Roberto Bonafé, no Paço Municipal. A atividade, realizada por todos os primeiros anos da escola, veio ao encontro do conteúdo da apostila do Sistema SESI de ensino, adotado na cidade desde 2014, explica a professora Maria Cristina. “Acredito que isso aqui é o acesso à cultura e a arte, faz com que as elas comecem a entender que o mundo da arte não é apena a música, ou o do circo, aqui os alunos veem que o mundo está cheio de obras como estas”. Para a professora, Elisama Santos, a visita irá repercutir de forma positiva dentro da sala de aula, ela enfatiza que os alunos veem na pratica o que vem sendo ensinado: “Elas estão observando aqui, na exposição, as cores e as formas estudadas em sala de aula e entendendo a diferença entre o que está nos livros e no que estão nas obras”. Como parte dos eventos comemorativos ao cinquentenário de Itupeva, a prefeitura lançou no final de março, no Paço Municipal, a exposição “Itupeva: memórias e recantos revelados”, do artista plástico Roberto Bonafé. A exposição, composta por 28 peças, apresenta técnica de óleo sobre tela e têm como principais características o impressionismo que dão um toque especial às paisagens e monumentos de Itupeva, retratados nos quadros.

Crianças ficaram impressionadas na exposição | DIVULGAÇÃO

Comdema discute saneamento básico O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema) reuniuse na sede da Associação Cabreuvana da Terceira Idade (Acati), no Jacaré. O encontro reuniu os membros do Comdema, convidados e representantes da Sabesp para tratar de assuntos referentes ao Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico do Município, e foi realizada Oficina de Análise Coletiva do Plano de Saneamento. A discussão do Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico no Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente está atendendo uma orientação do Ministério das Cidades, que vê a possibilidade do Comdema ar-

ticular as questões de saneamento junto à população. A reunião foi comandada pela secretária do Meio Ambiente, Rosimeire Timporim, que acumula a presidência do Conselho. Rosi explicou que o Plano foi concluído em 2009 e só passou por audiência pública em 2013 (no primeiro ano da gestão do prefeito Henrique Martin). “Agora, junto com o Plano Diretor, irá passar por uma revisão para que os dados e as ações sejam reavaliados de acordo com a realidade atual do município”, explica a secretária. Durante a reunião, a secretária e o representante da Sabesp, Cesar Benedeti, fizeram várias considerações sobre o sistema de saneamento básico do Município e sobre a situação atual do

Reunião do Comdema de Cabreúva | DIVULGAÇÃO

Aterro Sanitário que recebe cerca de 50 toneladas de lixo/dia. Rosi também falou sobre a ampliação da coleta seletiva, implantada em quase todos os bairros de Cabreúva, desde 2013. Após as explicações, conselheiros e convidados se reuniram para discutir quatro temas abordados no Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico. São eles: Abastecimento de água; Es-

gotamento sanitário; Drenagem e manejo das águas pluviais; Limpeza e manejo de resíduos sólidos. Ao final do encontro, o grupo apresentou o resultado das discussões e o que eles gostariam de implementar na revisão do Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico. Segundo Rosi, o assunto ainda passará por novas abordagens e discussões.


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Museu Histórico de Itatiba tem duas novas exposições

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Prefeitura de Itatiba abriu na sexta passada (24) no Museu Histórico Municipal Padre Francisco de Paula Lima, duas novas exposições: ‘29 de abril’ e ‘Arte Sustentável’. As mostras foram montadas pela equipe do Museu e seguem até o próximo dia 24 de maio. A libertação antecipada dos escravos e obras dos artistas itatibenses Laudo Alves, Mi Ramos, Rafael Carvalho e Edson Ribeiro são as novas atrações. “Nunca podemos deixar de lembrar e de repassar essa data tão importante não apenas para Itatiba, mas para todo o País. A libertação antecipada dos escravos faz parte de nos-

sa história e temos sempre que nos orgulhar disso. A nossa história deve ser contata, principalmente para as novas gerações”, afirma o prefeito João Fattori. A tradicional exposição ‘29 de abril’ traz os principais objetos, documentos e histórias que ilustram como Itatiba foi uma das primeiras cidades a libertar os escravos antes da Lei Áurea. Foi em 29 de abril de 1888 que a cidade promulgou o decreto que abolia a escravidão no município, 14 dias antes da Lei Áurea. A exemplo de Itatiba, outras cidades como Taubaté, Araras, Caconde e Franca também libertaram seus escravos antecipadamente. A campanha para a liber-

tação dos escravos teve inicio quatro anos antes, em 1884, e teve o padre Francisco de Paula Lima - que hoje nomeia o Museu Municipal - como um dos principais incentivadores junto a outros personagens como Francisco Pinto de Jesus Franco - ‘Chico Professor’, coronel Júlio César, capitão Amélio Braga, João Brandão, Policarpo e Francisco de Paula Marques, conhecido como ‘Chico Dourador’. O Chico Dourador - contratado para fazer o serviço de douração da Igreja Matriz, nos anos de 1857/1858. Paralelo a essas ações fundou-se naquela época o Clube Filantrópico Itatibense, grupo que tinha como objetivo promover a liberdade

total dos escravos. O ‘29 de abril’ foi o arremate de um processo e mostra Itatiba como uma cidade progressista e visionária. Em 1887 Itatiba tinha 2.182 escravos, mas em fevereiro de 1888 esse número caiu para apenas 8 escravos. Foi dessa maneira que ocorreu a progressão na libertação e a decisão final foi instituída no antigo prédio da Câmara, Cadeia e Fórum na Praça José Bonifácio e, também, com um ato público com a participação popular no Largo da Matriz para maior divulgação desse importante ato. Para comemorar o centenário da data Itatiba instalou um marco do ‘Pito Aceso’ no início da Avenida 29 de abril, região

em que viviam os escravos recém-libertos da época. A exposição com a participação dos artistas Edson Ribeiro, Laudo Alves, Valdemir Ramos e Rafael Carvalho, faz parte da 13ª Semana de Museus, ação de promoção permanente do Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM, que congrega atividades diversas dos museus brasileiros no primeiro semestre de cada ano, marcando o Dia Internacional de Museus, todo dia 18 de maio, chamando, assim, a comunidade a refletir, discutir e trocar experiências sobre o tema sugerido pelo Conselho Internacional de Museus que neste ano é ‘Museus para uma sociedade sustentável’.

RECEBA OS AGENTES DA PREFEITURA. TODOS CONTRA A DENGUE E A CHIKUNGUNYA.

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TELS.: (11) 4538-8596 OU (11) 4538-6239


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CIDADES

30 de abril a 6 de maio de 2015

Vereadores de Louveira investigam Santa Casa Eles apontam irregularidades na construção de prédio, onde foram gastos mais de sete milhões de reais

Obra na Santa Casa gera inquérito na Câmara de Vereadores | DIVULGAÇÃO

Reunião no Abadia trata a divisão de lotes Acompanhado de secretários municipais, o prefeito Junior Finamore se reuniu na noite de quinta-feira (23l) com 120 moradores do bairro Abadia para abordar melhorias para o bairro, como a construção de rede de esgoto e o asfaltamento de ruas. O debate principal, porém, envolve os pedidos de desmembramentos de lotes encaminhados à prefeitura e as soluções para estes casos. Uma liminar impetrada pela Justiça im-

pede a prefeitura de aprovar qualquer loteamento ou fracionamento de terras naquela região. A medida judicial, no caso, invalida trechos do Plano Diretor somente nas regiões das bacias dos córregos Fetá e Santo Antônio. De acordo com Finamore, a conversa é importante para averiguar o que pode ser feito de benfeitorias ao bairro, sem infringir a legislação. “Quando eu assumi o mandato, jurei atuar sempre dentro da lei, e é o que estamos fazendo. Não podemos liberar desmembramento se estamos

impedidos pela Justiça. É preciso conversar sobre o que podemos fazer pelo bairro que atenda as expectativas da população, mas dentro da flexibilidade da lei”, afirma. No final da reunião, Junior Finamore propôs a criação de uma comissão para dialogar com a prefeitura sobre solicitações, requerimentos, dúvidas e melhorias em geral para a Abadia. A idéia é montar o grupo com cinco moradores e cinco integrantes da prefeitura.

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s vereadores de Louveira aprovaram a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar a existência de possíveis irregularidades na construção e ampliação do hospital Irmandade Santa Casa de Louveira, enquanto o hospital estava sob intervenção municipal. Denúncias veiculadas na imprensa regional mostram a suposta má aplicação de verba pública na obra, mais de R$ 7 milhões. A criação da CEI foi aprovada por todos os vereadores presentes. Apesar de ausente, por licença saúde, o vereador Reginaldo Lorençon (PSDB) foi um dos autores do requerimento. Segundo o presidente da Câmara de Louveira, Nilson Cruz (PROS), “as denúncias deveriam ter sido feitas há mais tempo”. Quanto recurso não foi autorizado por essa Câmara com o objetivo de ajudar a Santa Casa de Louveira. Como não agiram com responsabilidade com o dinheiro público temos de investigar e punir aqueles que devem ser punidos”, afirma Nilson, favorável à CEI. Já o vereador Estanislau Steck (PSD), um dos autores do requerimento, apontou a “pressão sobre a Câmara” para que se faça uma investigação quanto as denúncias e a aplicação do dinheiro nas obras da Santa Casa. Ele citou o caso do morador de Louveira, Moacir Alves de Sá, morto no último dia 10, que segundo o vereador, veio a óbito por não ter recebido atendimento adequado na unidade de saúde. “A Santa Casa brinca de atender e enquanto isso a população fica sem atendimento adequado. Os vereadores têm obrigação de apurar os fatos, mas sem caça às bruxas”, afirma. Outro vereador a se pronunciar e declarar voto favorável, foi Luiz Rosa (SD). Ele disse ser necessário saber onde foi todo o dinheiro encaminhado para a Santa Casa e saber o que aconteceu em todo o período para apurar o fato da obra não ter sido concluída. “Temos que apurar com rigor”, declarou. Na mesma linha de defesa da abertura da CEI, o vereador

Marquinhos Deca (PROS), relembrou o fato de ter sido apresentado aos vereadores o projeto da obra e que o hospital seria referência regional. “Nos prometeram um hospital de primeiro mundo. Fizemos nosso trabalho e autorizamos os recursos, agora queremos uma apurar séria dos fatos e quem for errado tem de pagar”, ressaltou. O vereador Maurinho Chiquito também defendeu a abertura da CEI e relembrou que chegaram a fazer inauguração da área construída. “A CEI deve apurar, doa a quem doer”, afirma. Já o vereador Alan Jacuí (SD) declarou voto favorável e defendeu que a comunidade seja convidada, em audiência pública, a conhecer o resultado da apuração e ajudar a decidir o que fazer com obra. “Precisamos envolver a comunidade e o povo precisa saber o que ocorreu neste período e ajuda decidir o futuro daquela obra”, defendeu. “A obra começou errada e seguiu errada, agora a população espera uma solução e após fazer o levantamento das informações e apuração dos fatos, a Câmara deve apresentar uma solução”, essa foi a declaração do vereador Caetano Sérgio, que também se declarou favorável a abertura da CEI. O vereador João Leite (PR) solicitou ao presidente da Câmara que fique disponível aos vereadores que comporão a CEI um apoio técnico de profissionais do setor. A última a declarar voto favorável, em aberto, foi a vereador Clarice (PTB). “Temos de averiguar com todo cuidado. Com dinheiro público não se brinca. Temos de apurar com rigor e punir os responsáveis e evitar que o processo acabe em pizza”, disse a parlamentar. De acordo com o regimento interno da Câmara, a Comissão Especial de Inquérito será formada por cinco vereadores. Cada partido, respeitando a proporcionalidade, indicará seus representantes. Definida a comissão, seus membros fazem a escolha das funções e depois de instaurada terá 90 dias para conclusão do trabalho.



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CIDADES

30 de abril a 6 de maio de 2015

Blitzes fecham comércio irregular e vê leite estragado Campo Limpo aperta o cerco contra comércio irregular e fiscalização encontra máquinas de jogos de azar

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Durante blitz fiscalização encontrou leite estragado | DIVULGAÇÃO

Várzea ganha centro para resíduos sólidos

Várzea Paulista contará em breve com um centro de triagem de resíduos sólidos Na semana passada aconteceu a assinatura do convênio entre prefeitura, Secretaria Estadual de Meio Ambiente e o FECOP, o Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição. O trabalho teve inicio ainda em 2013 - o pedido foi feito ao então secretário estadual de Meio Ambiente Bruno Covas. Para o prefeito Juvenal Rossi, o município tem muita

a comemorar “Com a chegada do centro, o lixo será destinado ao lugar certo, é um incentivo à reciclagem”. O valor repassado será de R$150 mil reais; o galpão de reciclagem será construído às margens da estrada velha de São Paulo. “Existe esperança do lixo não ser descartado mais irregularmente, principalmente em rios”, afirma Juvenal. A assinatura contou com a participação do governador Geraldo Alckmin, e da secretária Estadual de Meio Ambiente Patrícia Iglecias.

Juvenal com a secretária Patrícia Iglecias | DIVULGAÇÃO

perações envolvendo a Fiscalização de Posturas, a Vigilância Sanitária e a Guarda Municipal fecharam comércios irregulares e aprenderam máquinas de azar na última semana, em Campo Limpo Paulista. A primeira blitz aconteceu quando, após vistorias em alguns bares, as equipes da prefeitura receberam denúncias de que pessoas estavam armazenando produtos perecíveis estragados em uma residência no bairro Colina do Pontal. A fiscalização e a vigilância sanitária deslocaram-se com apoio da GM até a residência, onde foram autorizados pelo proprietário a fazer a vistoria dos produtos. No local, os fiscais se depararam com um freezer e uma geladeira desligados, com vários iogurtes e leite fermentados estragados. O proprietário afirmou que os produtos são comercializados de casa em casa na cidade. “Após fazer a vistoria e constatar os produtos estragados, pedimos a nota fiscal e o alvará para o proprietário, que afirmou não ter nenhum dos dois. Assim, chamamos a perícia e fizemos o boletim de ocorrência na Polícia Civil, para que ele seja acionado judicialmente”, explicou um dos fiscais da operação. O lote de iogurte foi descartado. Em outra blitz, a Guarda Municipal e a Fiscalização desativaram duas máquinas caça-níqueis. Os aparelhos funcionavam em um bar no Jardim Vista Alegre. Os setores da prefeitura novamente solicitaram a presença da perícia, que estive no local para desativar os equipamentos.


VARIEDADES

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Escadão em foto de 1956 | DIVULGAÇÃO

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Pronto projeto para dar nova vida ao Escadão

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Entre Abelhas

Entre Abelhas Comédia, Drama Estréia 30/4

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a segunda etapa do projeto”, explica a arquiteta, urbanista e secretária de Planejamento e Meio Ambiente, Daniela da Camara Sutti. O sistema de rampas é destaque do projeto ao permitir a total acessibilidade e imprimindo importante função urbanística, já que possibilita a ligação por pedestres entre importantes equipamentos públicos como o Complexo Argos, o Teatro Polytheama, a Câmara Municipal, a Pinacoteca e o próprio Centro Histórico. Além da recuperação de um espaço público histórico de Jundiaí e da função urbanística dentro do contexto dos projetos urbanos em desenvolvimento, uma das principais funções da revitalização da Esplanada Monte Castelo é reverter o processo de degradação física e social encontrado atualmente.

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essa região foi anunciada pelo prefeito Pedro Bigardi em setembro do ano passado. O projeto contém também mini-praças, mobiliário urbano como mesas e bancos, sistema de iluminação e novo paisagismo, entre outros tópicos. A escadaria original, remanescente da demolição ocorrida em 2012, será refeita. “A iniciativa de revitalização da Esplanada do Monte Castelo está inserida no contexto de dois projetos urbanos em desenvolvimento: de reabilitação do Centro Histórico de Jundiaí e do parque linear do Rio Guapeva, fazendo a conexão entre estes dois importantes projetos urbanos. A implantação do trecho do parque linear, que abrange a ligação entre as ruas Vigário e Prudente de Moraes, também faz parte desse pacote de contrapartidas e está prevista para

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Esplanada do Monte Castelo, conhecida como Escadão, passará por reforma urbanística que, entre outras questões estruturais, vai recuperar o papel de ponto de contemplação e também de conexão entre o Centro e a Vila Arens. Em área de 3,4 mil metros quadrados, o projeto liga as ruas Vigário João José Rodrigues e Barão de Jundiaí por meio de um sistema de rampas – o que atende totalmente as normas de acessibilidade. Construído no fim da década de 1940 para homenagear os soldados jundiaienses que lutaram na Força Expedicionária Brasileira (FEB), o local surgiu como um belvedere. Com o tempo, árvores foram plantadas, incorporando também o aspecto de parque urbano. Em 2012, foi parcialmente demolido. A prioridade de recuperar

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Bruno (Fábio Porchat), um homem de 30 anos, recém separado de Regina (Giovana Lancelotti). Bruno vive uma crise existencial, morando com a mãe (Irene Ravache), e começa a perceber que coisas estranhas acontecem. Ele está deixando de ver as pessoas, não consegue enxergar, ele vive num mundo

Uma Longa Jornada com cada vez menos gente, até o momento que ele fica sozinho. Perguntado por que o nome do filme, Porchat e Ian satirizam, mas com um tom sério: “as abelhas no mundo estão sumindo e ninguém sabe o que está acontecendo com elas, é um pouco a situação do Bruno”.

Uma Longa Jornada Nicholas Sparks Editora Arqueiro

Aos 91 anos, Ira Levinson sofre um acidente. Enquanto luta para se manter consciente, a imagem de Ruth, sua esposa que morreu há anos, surge diante dele e o faz relembrar momentos como o dia em que se conheceram, o casamento, o amor dela pela arte, os dias da Segunda Guerra. Perto dali, Sophia

Danko, em um rodeio, é assediada pelo ex-namorado e acaba sendo salva por Luke Collins, o caubói que acabou de vencer a competição. Eles começam a conversar e logo percebem como é fácil estarem juntos. Luke é completamente diferente dos rapazes da faculdade.


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ENTREVISTA

30 de abril a 6 de maio de 2015

História, memória, cultura. Este é o Sebo de Maurício À

primeira vista, o prédio de número 271 da rua Torres Neves, em Jundiaí, pode parecer mais uma loja de quinquilharias. Ledo engano. Nesse prédio está um dos maiores acervos de livros, revistas, discos, CDs e DVDs de todo o Brasil. De quebra, uma das maiores coleções de fotos de Jundiaí antiga. O Sebo Jundiaí não nasceu do nada. Seu dono é Maurício Ferreira, que teve a vocação despertada aos seis anos, quando começou a guardar fotos da família; com o tempo, fotos das famílias dos amigos. Aos 16 anos, quando trabalhava numa agência de turismo local ia sempre para a Capital, e lá descobriu os sebos. Ouviu muitos conselhos de seus donos, além de incentivo, e passou a remoer o sonho, tornado realidade em 2002. Maurício é professor – dá aulas na escola professor Luiz Rosa, a mesma onde fez o Ensino Médio, há 18 anos. Também dá aulas na Faculdade Anhanguera. É advogado especializado na área trabalhista e Direito do Consumidor, com pós-graduação em Gestão de Pessoas. Jundiaiense nascido no Anhangabaú, tem dois filhos. “Hoje temos um dos maiores acervos do interior do Brasil, diz Maurício. São mais de 60 mil livros, separados por gênero e ordem alfabética dos títulos”. E não fica só nos livros. O sebo tem mais de 80 mil gibis, 120 mil revistas, onze mil CDs originais e outros quatro mil DVDs, além de brinquedos antigos e a moda atual: os discos de vinil, os chamados bolachões. São outros 12 mil. Maurício entende que o sebo atualmente não tem somente o apelo financeiro. “Há também o apelo ambiental, pois os nossos produtos são reaproveitados, reusados, o que reduz o desmatamento para a produção e a consequente poluição”. E o que esse povo procura nos sebos? De tudo. Principalmente

Um dos maiores acervos do Brasil está em Jundiaí. Sebo Jundiaí tem a página do Facebook visitada por 80 mil pessoa por semana

Sebo Jundiaí, do professor Maurício, tem um dos maiores acervos do Brasil | DIVULGAÇÃO

os livros recomendados para os vestibulares da Fuvest e Unicamp, literatura nacional, sagas e os religiosos. E clientes não são somente os daqui. “Temos clientes em cidades vizinhas, na Capital, e além disso vendemos pela Internet para o Brasil e outros países”, diz ele. Manuseando livros e revistas dia e noite, muita raridade já passou por suas mãos. “Já tivemos livros autografados por autores como Guilherme de Almeida, Machado de Assis, Jorge Amado – conta Maurício. Tivemos também discos autografados por Tim Maia, Maysa, Chico Buarque e Bee Gees, e um raríssimo, do Michael Jacson, que foi vendido para um cliente na França”. E as raridades não ficam por aí. Já teve revistas variadas, como a edição da Fon de 1897, primeiras edições de muitas nacionais, e um livro alemão editado em 1864. E quem pensava que

eram só os mais velhos que gostam de ler, uma novidade: “Nem tudo está perdido, afirma Maurício. Cada dia mais jovens nos procuram e são apaixonados por leitura e música de qualidade. Não deixam a Internet, mas a usam com equilíbrio, inteligência e beneficamente”. O preconceito de comprar coisas usadas já foi maior. “Em Jundiaí a maioria não tinha o hábito de comprar livros em sebos, como em cidades maiores. Mas hoje, como as livrarias não fazem mais grandes estoques, todo mundo descobriu o sebo”. E sebo tem outra vantagem: quando o cliente se cansar do livro, ou não mais se interessar, pode revendê-lo a Maurício pela metade do que foi pago. Mas precisa levar outro. O acervo de fotos, disponível na Internet, é outra história. São mais de oito mil fotos antigas de Jundiaí, separadas por álbuns, lugares, temas e épocas. “Faço

isso por amor à cidade, diz ele. Não apenas preservar a história, mas também aguçar nos mais jovens o amor por Jundiaí”. No acervo, a foto mais rara é uma da rua do Rosário, de 1864.

O trabalho e a dedicação do professor dá bons frutos. Hoje, a página do sebo no Facebook é vista em 28 países. E não faltam leitores: são 80 mil visitas por semana, ou pouco mais de 300 mil por mês.


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