Jornal NC - Notícias da Cidade - Ed. Nº 353

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De 25 à 31 de Março de 2021

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CORONAVÍRUS

Prefeitura de Barueri entrega 105 novos leitos, mas alerta: Só isolamento pode conter o colapso As novas vagas são exclusivas para pacientes com Covid-19

A Prefeitura de Barueri anunciou a criação de 105 novos leitos para a rede pública de saúde do município. As novas vagas são exclusivas para pacientes com Covid-19. São leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Semi-intensiva e de Enfermaria. O reforço foi feito no Hospital Municipal de Barueri (HMB), unidade de referência para a Covid-19 na cidade, que recebeu 36 novos leitos; para o Pronto Atendi-

mento Vanderson César de Almeida, no Jardim Paulista, convertido em hospital de retaguarda para pacientes com covid desde o início da pandemia, agora com mais 12 leitos; e nos prontos-socorros Central (seis leitos) e do Parque Imperial (10 leitos). Outra boa notícia é a instalação de um tanque de oxigênio na UBS Benedicta Carlota, do Jardim Silveira, que está sendo transformada em mais um hospi-

tal de retaguarda para covid-19. O equipamento, fundamental no tratamento dos doentes com infecção respiratória, proporcionará a abertura de 41 novos leitos na unidade nos próximos dias, sendo 38 de enfermaria e três de suporte ventilatório. O secretário de Saúde de Barueri, Dionisio Alvarez Mateos Filho, garante que o município está fazendo tudo que é necessário para atender a demanda.

Ele destaca, no entanto, que a conscientização da população é fundamental para conter a propagação do vírus. “As medidas que estão sendo tomadas em várias cidades do Estado são necessárias. No estágio em que estamos de contaminação, apenas o distanciamento social pode ajudar, pois ele diminui a circulação do vírus e, consequentemente, temos menos pessoas precisando de socorro médico”, diz.

As autoridades de saúde fazem um apelo para que a fase emergencial do Plano São Paulo, de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, seja respeitada. Nesse momento, algumas atividades, inclusive parte daquelas consideradas essenciais, têm que obedecer medidas mais duras de restrição entre os dias 15 e 30 de março, para evitar um colapso ainda maior dos sistemas de saúde.

Brasil registra pela 1ª vez SP pós-pandemia terá de lidar com esvaziamento de escritórios mais de 3 mil mortes por Covid em um dia e excluídos do home office

O Brasil bateu mais uma triste marca Especialistas dizem que é preciso converter prédios comerciais na pandemia para evitar ‘mini-Detroits’

A pandemia de coronavírus deverá deixar marcas definitivas no desenho da cidade de São Paulo, com a expansão do home office e esvaziamento de escritórios. Se a cidade não souber se planejar, a consequência pode ser a proliferação de mini Detroits, a cidade norte-americana que virou quase fantasma após a fuga de indústrias. Na capital paulista, um dos desafios é como enfrentar a tendência de intensificação da vacância em regiões de escritórios devido à possível migração para o home office ou para um modelo híbrido por alguns setores, em alguns segmentos, um a cada cinco escritórios está vazio hoje em SP. Por outro lado, é preciso criar estímulos para democratizar e permitir que a população da periferia tenha condições dignas para realizar o home office ou trabalhe perto de casa. Para se adaptar às mudanças, São Paulo precisa investir em políticas urbanas para conter o esvaziamento de áreas no centro expandido com oferta de infraestrutura e criar novas centralidades nas

regiões periféricas. As discussões sobre a cidade pós-pandemia, ainda incipientes, surgem no mesmo ano em que a gestão Bruno Covas (PSDB) planeja revisar o Plano Diretor, aprovado em 2014 no governo de Fernando Haddad (PT). Urbanistas que conversaram com a reportagem, porém, preferem que as mudanças ocorram fora da discussão do plano para evitar “abrir a porteira” para demandas que interessam apenas ao mercado imobiliário. De acordo com estudo da JLL, empresa especializada em imóveis corporativos, a vacância deste tipo de imóvel de alto padrão em São Paulo cresceu em 2020, chegando a 22,4% no último trimestre. Embora haja expectativa de um retorno a parte dos escritórios após a pandemia, estudos mostram grande espaço para que o home office se mantenha em algumas áreas da economia. Um estudo da consultoria McKinsey concluiu que um modelo híbrido, com trabalho remoto de três a cinco dias por semana, poderia ser feito com a mesma eficácia de quem está permanentemente

no escritório para mais de 20% da força de trabalho. Com a vantagem de ser bem mais barato para a empresa. Segundo o estudo, serviços financeiros são a categoria com maior potencial de trabalho remoto no futuro. Ideias como essa ajudariam a evitar o subaproveitamento da boa infraestrutura das regiões de escritórios na cidade. Caso contrário, um dos riscos é que regiões nos arredores da Faria Lima, hoje ultravalorizada, tenham o mesmo destino do centro da cidade um dia. Um empurrão do poder público, por meio de incentivos e mecanismos para conversão de imóveis, é fundamental para evitar que isso aconteça. Ao longo de sua história, a cidade de São Paulo já viveu esvaziamentos de diversas regiões, devido à mudança na dinâmica de trabalho e setores econômicos. Nakano diz que São Paulo já tem mini Detroits, como a região da avenida do Estado, Barra Funda, Jurubatuba, entre outras antigas áreas industriais. Se bem aproveitado, o home office pode impulsionar a criação de novas centralidades na cidade, evitando que a população tenha de se deslocar por horas até o trabalho. O urbanista Fernando Tulio, presidente do IAB-SP (Instituto dos Arquitetos do Brasil - São Paulo), afirma que deveria haver um plano para melhorar a residência da população e ao mesmo tempo fornecer locais onde eles pudessem trabalhar próximo de casa. Tulio exemplifica que parte importante da população não tem nem mesmo acesso a banda larga em casa. O urbanista também vê espaço mudanças para adaptar a legislação das chamadas zonas estritamente residenciais ao home office. Kazuo Nakano acrescenta que, na busca por descentralizar a cidade, é fundamental que isso seja feito a partir da oferta de um sistema de transporte melhor. Por si só, os meios de transporte acabam trazendo investimentos nos arredores e gerando novas centralidades.

País contabilizou 12.136.615 casos e 298.843 óbitos por Covid-19 desde o início da pandemia, segundo balanço do consórcio de veículos de imprensa. Foram 3.158 mortos registrados em 24 horas. O Brasil bateu mais uma triste marca na pandemia, registrando mais de 3 mil mortes por Covid em um dia pela primeira vez. Foram 3.158 mortes pela doença nas últimas 24 horas, totalizando 298.843 óbitos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes no país nos últimos 7 dias chegou a 2.349, mais um recorde no índice. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +43%, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença. É o que mostra novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. Já são 62 dias seguidos com a média móvel de mortes acima da marca de 1 mil; pelo décimo sexto dia a marca aparece acima de 1,5 mil; e o país completa agora uma semana com essa média acima da marca dos

2 mil mortos por dia. Foram 25 recordes seguidos nesse índice, registrados de 27 de fevereiro até aqui. Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 12.136.615 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 84.996 desses confirmados no último dia. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 75.288 novos diagnósticos por dia --sexto recorde seguido nessa média. Isso representa uma variação de +9% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de estabilidade nos diagnósticos. Vacinação Balanço da vacinação contra Covid-19 aponta que 12.793.737 pessoas já receberam a primeira dose de vacina contra a Covid-19, segundo dados divulgados até as 20h. O número representa 6,04% da população brasileira. A segunda dose já foi aplicada em 4.334.905 pessoas (2,05% da população do país) em todos os estados e no Distrito Federal. No total, 17.128.642 doses foram aplicadas em todo o país.


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