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voltada ao crédito

de carbono começa a atuar em Bagé

A Cooperativa Mista Santa Barbara do Sul Coomysa está iniciando um trabalho, em Bagé, com o objetivo de comercializar ativos ambientais. Criada em 2022, a entidade, com sede localizada no município de Santa Bárbara do Sul, atua na venda de créditos de carbono, além de outras modalidades capazes de gerar recursos em troca da manutenção da vegetação nativa dentro das propriedades rurais. De acordo com o diretor comercial da Cooperativa, Maicon Cenci, uma fazenda, localizada no Distrito Palmas, foi escolhida para implementar o projeto-piloto. A propriedade conta com área de 1,6 mil hectares (ha) e dispõe de 900 ha de campos nativos e 600 ha de mata preservada, classificada como “estepe arborizada”, além de 100 ha de lajeado (afloramento de rocha). Dedicada à cria, a fazenda apresentou, ano passado, um balanço positivo de 317.709 toneladas de CO², equivalente.

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Cenci salienta que todo o processo é validado através de uma parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que trabalha na elaboração do documento de certificação do inventário. “Os créditos de carbono são gerados a partir da redução ou não emissão do carbono para a atmosfera. Assim, o balanço positivo entre o que é emitido e o que é evitado, gera créditos de carbono que poderão ser comercializados”, disse.

A intenção, segundo o diretor, é que com o aumento no número de associados, a cooperativa abra filiais em algumas regiões. Ele salienta que a empresa pretende reunir produtores que tenham serviços ambientais para vender; e com empresas interessadas em comprar.

Para utilizar o serviço, o produtor deve mostrar que sua propriedade, além de estar em dia com a legislação ambiental, tem potencial para oferecer ao mercado os ativos ambientais que almeja comercializar. Com os dados, a Coomysa realiza um inventário

Coomysa atua em modalidades capazes de gerar recursos em troca da manutenção da vegetação nativa dentro das propriedades rurais ambiental onde são estudadas as emissões de gás carbônico da propriedade, envolvendo desde o número total do rebanho, degradação das pastagens (solo exposto), uso de insumos, até o consumo de combustíveis pelo maquinário e gastos com energia elétrica

Para medir a captura de carbono, os engenheiros da cooperativa consideram variáveis como a fitofisionomia E (características da flora local), a área total preservada e a ocupação do solo (cultura agricola, pastagem, reflorestamento). Para cada tipo de vegetação existe uma quantificação de carbono retido, cujos valores de referência são descritos na literatura por meio de metodologias já definidas pelo IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) ou Painel Intergovernamental para a Mudança de Clima. O inventário deve ser realizado anualmente.

Vale destacar que o produtor pode aumentar a captura de gás carbonico e/ou mitigar suas emissões, com a adoção de boas praticas culturais, como a melhora da condição das pastagens, o uso de equipamentos que emitam menos carbono, biodigestores, que queimam metano, emprego de energia renovável (solar), dentre outros. “O produtor só pode vender o estoque de carbono a partir do momento em que ele compensa suas próprias emissões”, disse.

A Cooperativa trabalha nas áreas de agronegócio, produtos florestais, energia renovável e eficiência energética. Para informações, interessados podem entrar em contato através do celular (53) 99947-6667.

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