TCC ELISANGELA FROIS CUNHA

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Primeiramente trago os números por ele apresentados que mostram o quanto o Brasil é capaz de produzir em termos tecnológicos e qual é a demanda da população deste país. O professor Marcelo faz um alerta interessante lembrando que o Brasil, em 2016, será um país onde a maioria da população será de idosos, ou seja, teremos mais velhos que jovens vivendo aqui. A surdez ou a baixa audição, portanto, fará parte da maioria das famílias brasileiras. Até então eu vinha elaborando minha pesquisa a respeito da população surda que se identifica com a comunidade surda, que usa a Língua de Sinais como sua língua primeira, mas este fato da surdez estar muito mais presente no nosso cotidiano alarga ainda mais a responsabilidade política quanto à acessibilidade. Tanto que, na visão do professor Marcelo Zuffo, a acessibilidade se torna uma prioridade pública tão importante quanto a saúde e a educação. Afinal de contas estamos falando de uma parcela populacional que abrange de 15 a 20% do total da população brasileira e que tende a crescer num futuro próximo.

O problema não está na economia, pois segundo o professor Marcelo, o Brasil é o terceiro maior consumidor de laptops do mundo, ficando atrás somente da China e dos Estados Unidos da América. Esses dados são de setembro do ano passado (2009). Também é o terceiro maior consumidor do mundo em telas planas. Muitos dos avanços tecnológicos da tevê digital brasileira estão sendo adotados pela maioria dos países latino americanos. O interesse pelo padrão digital brasileiro atravessa o oceano e interessa países europeus e africanos. Então, o Brasil apresenta tecnologia de ponta, é capaz de incorporar recursos de acessibilidade aos deficientes nas tevês digitais, como vem fazendo, mas o que preocupa é se estes recursos serão usados efetivamente como é feito na Dinamarca por exemplo.

Mas o que difere o Brasil da Dinamarca? A tecnologia não é problema, então o que falta é política pública, é a obrigatoriedade da lei. Enquanto isso não estiver estabelecido em nosso país, os recursos estarão incorporados nas tevês, mas não serão utilizados. Não vão passar de controles obsoletos. Na fala literal do professor Marcelo ZUFFO, 2010: “Pra uma indústria que está na mão só de multifuncional nós temos que convencê-los fazendo e impondo normas e também usando o papel do Estado como consumidor”.


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