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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo III Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo Brasília – Universidade de Brasília – Novembro de 2013

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assunto. Dessa forma, a produção jornalística era centrada na composição de notícias concisas e sem a pretensão de um arranjo textual arquitetado sob a ótica de uma pesquisa mais densa, que prezasse por um processo que lhe inferisse caráter de profundidade. No entanto, para que uma matéria seja de fácil entendimento por quaisquer leitores, é necessário um procedimento intenso de ressignificação linguageira, fazendo interagir claramente, no decorrer do texto, o assunto abordado, as instituições que produzem C&T e seus pesquisadores, numa tríade flexível, dependendo da intenção e do enfoque dado ao texto. Manuel Calvo Hernando (1977 apud BUENO, 1988) atribui seis funções específicas ao jornalismo científico: 1) a função informativa, sendo esta relacionada à divulgação de fatos e informações, inteirando o leitor sobre descobertas e novidades científicas; 2) a educativa, formando opinião pública a partir da oferta de informação crítica; 3) a social, que contextualiza a informação amplamente, incorporando o debate sobre o assunto; 4) a cultural, a qual valoriza as questões culturais da informação; 5) a econômica, que intenciona relacionar, criticamente, o desenvolvimento da ciência ao setor produtivo; e, finalmente, 6) a político-ideológica, que analisa, a partir de uma postura crítica, quem produz ciência e como o conhecimento científico é aplicado na sociedade. O mesmo autor ainda nos apresenta cinco objetivos fundamentais do jornalismo científico: 1) a compreensão da importância do apoio e estímulo pela investigação científica e tecnológica; 2) possibilitar que a população usufrua de novos conhecimentos e técnicas científicas, através da divulgação destes; 3) demonstrar a preocupação com o sistema educacional, que provê recursos, formando os pesquisadores e possibilitando que se faça ciência; 4) considerar o conhecimento e as novas tecnologias como bens culturais e estabelecer uma base de comunicação referente à temática; 5) e servir como uma alternativa de comunicação entre os pesquisadores. Ressaltando que na década de 1960 não se diferenciava as funções de divulgador de ciência e jornalista, considerando que as duas atividades se formalizaram quase na mesma ocasião, de acordo com Bueno (1988) e Oliveira (2002), José Reis (1967) já ponderava que: Por divulgação (científica) entende-se aqui o trabalho de comunicar ao público, em linguagem acessível, os fatos e princípios da ciência, dentro de uma

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