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Comércio brasileiro cresce em época de Copa do Mundo
A Copa do Mundo é a competição mais esperada e cobiçada no meio futebolístico, acontece de quatro em quatro anos em grandes centros do mundo, com a participação de 32 seleções. A edição de 2022 está sendo sediada no Catar, teve início em 20 de novembro e terminará consagrando mais um campeão mundial no dia 18 de dezembro.
Um evento como este não inspira somente a paixão e o instinto patriota, mas também impulsiona a economia. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) prevê um movimento de R$1,48 bilhões, e as expectativas de vendas aumentam em praticamente 50%, de acordo com comerciantes.
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O impacto da competição pode ser observado desde em pequenos varejos a grandes empresas comerciais e serviços de transmissões de jogos do Brasil.
“As vendas estão melhores neste ano, comparado às demais edições da Copa”, declara o comerciante de bebidas Benedito Oliveira, 62, de Cachoeira Paulista-SP. O vendedor faz parte do grupo mais “favorecido” pela Copa, os bares têm aumento de em média 70% nas vendas durante o torneio. A venda de eletrônicos, principalmente de televisões, cresce em 60%, assim como as agências de turismo que recebem mais clientes neste ano. Os mais prejudicados são as indústrias, tendo uma queda de mais de 3%, de acordo com a pesquisa do Empresômetro, feita na última edição da competição.
Figurinhas
Além das camisas da Seleção Brasileira, a venda do álbum da Copa do Mundo e a troca de figurinhas têm chamado a atenção do público que desembolsará cerca de R$536,00 para garantir as 670 figurinhas presentes no álbum deste ano. A venda do produto tem valor histórico, sendo algo cultural desde o século passado, mas com o passar dos anos passou a ser comercializado por grandes empresas, obtendo a licença oficial da FIFA na década de 70.

A responsável pela produção do álbum é a Panini, que está na 14o edição da competição, e com novidades. Na edição deste ano, o álbum conta com uma página destinada à patrocinadora Coca-Cola, com cromos exclusivos em suas embalagens, além de cromos especiais de grandes craques e nomes do futebol, podendo ser vendidos a mais de R$1000,00. O comércio de figurinhas movimenta os pequenos vendedores como Juliano Medeiros, 29, que hoje comercializa figurinhas, mas tudo começou de um jeito simples quando ele apenas colecionava, tendo todos álbunscompletos desde a edição de 2002.
O fato é que depois da pandemia do COVID-19, onde o comércio foi prejudicado, a Copa do Mundo é uma oportunidade para aumentar seus números, gerando mais lucros para pequenos comerciantes e grandes empresas que têm o nome vinculado a Copa do Mundo, ganhando visibilidade e clientes.
No futebol, a torcida é um fator essencial para que o esporte se torne um espetáculo. Ela tem o poder de mudar o rumo de uma partida, por meio de cantos, gritos de apoio e até mesmo vaias e xingamentos: o sentimento que pode defini-la é a paixão. No quesito torcida, o Brasil é uma referência.
Para a Copa do Mundo do Catar, o público parece dividido em relação à seleção. Enquanto uma boa parte aponta a equipe como favorita e um possível título, outra acredita que o Brasil mais uma vez será eliminado, adiando o sonho do hexacampeonato.

Luiz Carvalho, fundador do Movimento Verde Amarelo (primeira torcida organizada da Seleção Brasileira), entende que a relação entre torcedores e confederação tem se mostrado cada vez mais conturbada nos últimos anos, principalmente após 2014 quando o Brasil foi eliminado pela Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo ao perder por 7 a 1. “Para algumas pessoas foi um lance de vergonha”, afirmou Luiz.
A derrota para a Bélgica nas quartas de final em 2018 foi outra frustração enfrentada pelos cidadãos do país do futebol, sendo fator para a perda de confiança por parte do torcedor. Outro ponto que possibilita um afastamento entre ambos são as poucas partidas realizadas em território nacional (segundo dados da CBF, desde 2014 foram realizadas 35 partidas no Brasil e 62 no exterior).
Torcida esperançosa
Para a Copa do Mundo de 2022, a torcida, apesar de dúvidas, tem se mostrado esperançosa para a conquista da taça. “Eu acho que tem chance sim, se o Tite ajeitar a defesa, o nosso ataque é bem forte”, afirma Gabriel Bortolaci,29, morador de Cachoeira Paulista-SP, quando questionado sobre uma possível conquista do título. “Essa Seleção, para mim, está muito à frente das outras, temos um técnico já experiente em Copa do Mundo com um elenco completamente na mão dele, eu estou muito empolgado”, disse Carvalho.
Durante os 21 dias de campeonato, a equipe Canarinho terá o apoio de sua torcida. “Eu não tenho dúvida nenhuma que a torcida para a seleção pode fazer a diferença, isso não é só a minha convicção, isso eu escutei do Tite”, afirma o presidente do Movimento Verde Amarelo.

Movimento Verde Amarelo

Luiz Carvalho dos Santos Neto, mais conhecido como Luiz “Vasco”, é natural de Guaratinguetá-SP, tem 42 anos e cursou Administração de Empresas na USP. O Movimento Verde Amarelo Brasil (MVA) foi criado quando Luiz estava se graduando, em 2008, a partir de uma torcida organizada da universidade, com o nome de TOFU.
A ideia surgiu a partir de um aluno chamado Bruno que sugeriu a criação de uma TOFU para o Brasil, com o intuito de assistir a equipe brasileira na Copa do Mundo de 2010. A partir disso, Luiz Carvalho criou a primeira torcida organizada do Brasil.