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ES de Fato, Sábado e Domingo, 21 e 22 de Maio de 2016
especial
ENTREVISTA
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O médico Gedião Cesar Seraphim foi o escolhido para Cachoeirense Presente nº 1 da Festa da cidade neste ano
“Esta honraria coroa o ápice de minha carreira” Ailton Weller
O médico Gedião Cesar Seraphim foi o escolhido para Cachoeirense Presente nº 1 da Festa da cidade neste ano. O gastroenterologista
recebeu votação unânime da Câmara Municipal, que aprovou projeto apresentado pela Mesa Diretora. Dr. Gedião, que nasceu no dia 23/07/1950. Foi aluno do Bernardino Mon-
teiro e do Liceu Muniz Freire. Estudou medicina na Ufes, tendo se formado em 1975. Nos três anos seguintes fez Residência Médica no Hospital dos Servidores do Estado do Frédéric Decatoire
FATO - Como o senhor recebeu a sua escolha por unanimidade pela Câmara de Vereadores? Gedião Cesar Seraphim - Recebi minha indicação com grata surpresa e não posso deixar de dizer com certa vaidade, pois o trabalho de um médico não pode, diferentemente de um arquiteto, engenheiro ou advogado, ser medido em resultados palpáveis ou numéricos. A maior meta de um médico deveria sempre ser o reconhecimento do seu desvelo em favor das pessoas que o procuram com doenças às vezes física, às
vezes da alma, sendo que estas últimas não se curam com remédios, mas com carinho e atenção. Qual o significado dessa honraria que destaca personalidades por sua atuação profissional e dedicação a sua terra natal? Esta honraria coroa o ápice de uma carreira. Como disse antes, esta homenagem me faz acreditar que sou uma pessoa querida e relevante para minha cidade, onde nasci e para onde voltei depois de muitos anos morando fora, para ficar de vez.
Como o senhor avalia a escolha do engenheiro civil José Eduardo Moreira para Cachoeirense Ausente nº 1? Vocês são amigos de longa data? Além de tudo, fiquei muito feliz com a escolha do Dr. José Eduardo, por termos um passado comum, sermos quase vizinhos e apesar dele ser um pouco mais velho, termos estudado inglês juntos com a famosa professora Miss Neise. Ultimamente temos conversado muito sobre cultivo de eucalipto O estilo bairrista do cachoeirense é sempre
Rio de Janeiro. Hoje, é diretor responsável pela Policlínica Cachoeiro. Casado com a médica Stelida Coser Seraphim, tem duas filhas e uma neta. Já tendo morado nos Estados
Unidos, em 1968 e 1969, e no interior de Goiás e Mato Grosso, de 1978 a 1991, há muito fez sua escolha definitiva por Cachoeiro. “Portanto, sou cachoeirense por nascimento e opção
motivo de observação dos não nativos da cidade. Esse “jeito de ser” é mesmo peculiar em nossa gente? Como o senhor avalia? Não sou eu quem avalia. Como estudante de medicina em Vitória, na UFES, a gente sentia que as pessoas tinham muita inveja do nosso bairrismo das “coisas que só acontecem em Cachoeiro”. Aliás, eu diria que nossa cidade, como pouquíssimas outras do mesmo porte, tem tamanha identidade cultural própria.
das e nós muito eufóricos.
convicta”, afirma. Em entrevista exclusiva ao ES de FATO, o médico falou sobre sua indicação a honraria, destacou fatos do passado e analisou aspectos de sua cidade natal.
Sem dúvida, Cachoeiro é e sempre será o polo do Mudando de assun- Sul do Estado. Aqui estão to, como o senhor está as Superintendências Reacompanhando o esva- gionais de toda máquina ziamento econômico de administrativa dos goverCachoeiro de Itapemi- nos Federal e Estadual. O rim? O que fazer para comércio e a prestação de reverter esse processo serviços estão aqui. Sobre que está fechando as a cultura, infelizmente ela portas de muitos estabe- piorou em todo país, mas lecimentos comerciais? sentimos mais na nossa A história tem seus ci- carne, pois vivemos o diaclos, os impérios nasce- -a-dia da cidade. ram e morreram desde o Apesar disto, acho que começo da humanidade. iremos sempre contriAcho que buir com CachoeiEsta home- nosso pais, ro teve seu nagem me faz produzindo apogeu no cérebros briQuais as suas prin- p r i m e i r o acreditar que sou lhantes que cipais lembranças do m e a d o d o uma pessoa queri- vão para ouLiceu Muniz Freire, século XX e da e relevante para tras praças, que está completando com o centro mas sempre minha cidade 80 anos? das atenções retornarão Era um sonho estudar voltado para para rever no Liceu. Um privilégio a capital e o norte do es- os conterrâneos que aqui mesmo, tanto que havia tado, que conseguiu se ficaram, nem que seja na uma prova de admissão inserir na região de in- festa de São Pedro. e professores que pre- centivos fiscais, nossa paravam alunos para o cidade perdeu sua pujança Como o ‘Presente nº 1’, concurso, nos moldes dos econômica. qual sua mensagem aos atuais “cursinhos” préLembro também, que o cachoeirenses? -vestibular. No Liceu, binômio leite e café que Aos nossos cidadãos me preparei para a vida e era o sustentáculo das agradeço o respeito, caforjei amia t i v i d a d e s rinho e acolhida que tive zades que Como estu- rurais, são ao retornar. Fui muito perduram dante de me- i t e n s q u e bem recebido pelos coleaté hoje. As remuneram gas médicos, que facilitadicina em Vitória, muito mal ram muito meu recomeço lembranças são in- na UFES, a gente seus produ- profissional aos 41 anos contáveis, sentia que as pes- t o r e s . P o r de idade. as viagens soas tinham mui- isto, felizGostaria de lembrar com a Banm e n t e t e - que vivemos momentos da do mes- ta inveja do nosso mos o setor difíceis no nosso Bratre Taveira, bairrismo d e r o c h a s sil, no campo político as aulas de que espero e econômico. O futuro Física do professor Joacir conseguir, cada vez mais, prefeito, quem quer que Santos, de Biologia com agregar mão de obra local seja, terá que apresentar o saudoso Jurinha, mas aos seus produtos. um programa de governo nada comparável ao ano austero e enxuto e temos de 67, primeiro cientiA cidade ainda pode que nos preparar para um fico, quando a turma de ser considerada um polo período de pouquíssimo marmanjos recebeu um cultural do sul do es- investimento público em grupo de beldades vindas tado ou, com o tempo, todos os setores, mas do Cristo Rei, onde não os investimentos nos como vivenciei inúmeras havia este curso e muito vários estilos artísticos e crises ao longo da minha menos turmas mistas. Sei históricos foram ficando vida, sei que o Brasil sairá que elas ficaram encanta- escassos? desta também.