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ES DE FATO, SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2012

TONINHO CARLOS

OPINIÃO EVANDRO MOREIRA

WWW.JORNALFATO.COM.BR

EZAIAS DORIQUETTO

Ele venceu tudo e todos

Triste realidade

Doença silenciosa

Estou a cavalheiro para falar da reeleição do prefeito Carlos Casteglione. Tenho dito repetidas vezes que não tenho simpatia à sigla do PT. E tenho as minhas razões, e uma delas, e talvez a mais influente atenda pelo nome de Lula. Eu o considero mentiroso, irresponsável, sínico, canastrão, beberrão, entre outras coisas. Mas o PT também tem em suas fileiras gente que merece respeito. Também tenho deixado claro que não voto em partido político, voto na melhor proposta, proposta que atenda interesses coletivos e nãos os meus, de forma isolada. Ajo conforme minha forma de pensar, de ver as coisas, e por isso pago um preço alto. É uma opção pessoal. Mas toda essa introdução é para falar de Carlos Casteglione. Quem vence duas eleições seguidas para prefeito de Cachoeiro alcança, por méritos, a condição de líder inquestionável não só da principal cidade do sul do estado, mas de toda a região. Aceite ou não, seus opositores. O cachoeirense é muito consciente politicamente, por isso ser prefeito da cidade requer paciência, jogo de cintura e capacidade em lidar com as adversidades. Durante os dois primeiros anos de mandato, acredito que nem mesmo Carlos Casteglione admitia a hipótese de se reeleger prefeito. Tudo caminhava e conspirava contra sua administração, inclusive seu staff político. Quando a eleição se aproximou os números das pesquisas indicavam uma rejeição grande do prefeito. E rejeição é complicado reverter. Mas durante todo o seu mandato Casteglione conviveu com a impopularidade de sua administração, muito mais por sua teimosia ou fidelidade a seus pares. Dois ou três secretários tivessem sido exonerados ao primeiro sinal de crise a situação seria facilmente revertida, de início. O ex-prefeito Roberto Valadão pagou um preço caro pela fidelidade a amigos e em especial ao filho. Se tivesse tomado às decisões que eram necessárias teria, com certeza, terminado seu mandato e os rumos da eleição de 2008 teriam sido diferentes. O também ex-prefeito Theodorico Ferraço, ao menor sinal de crise na sua administração, ou qualquer denúncia envolvendo seus auxiliares mais próximos ele tomava logo uma decisão. O “xerife” nunca deixou para amanhã o que podia ter feito ontem. Mas como se observa, cada administrador tem um perfil, um modo de agir, e Casteglione, talvez até pela influência de seu partido, segurou o quanto pode seus secretários, e só no último ano, à véspera da eleição exonerou o secretário de Obras por sugestão da justiça. “É o famoso manda quem pode obedece quem tem juízo”. Em certos momentos ficou claro que Carlos Casteglione era maior que o PT e a sua administração. O PT era questionado. O prefeito era questionado, mas a pessoa de Carlos Casteglione tinha uma blindagem própria, e foi esta blindagem que deu sustentação à sua vitória que parecia, senão impossível, difícil. Questionamentos sobre a fragilidade apresentada pelo adversário na campanha, a falta de uma terceira opção, o poder da máquina administrativa, a militância do PT, a influência e o dinheiro do deputado federal Camilo Cola, e a indicação do médico Abel Sant’Anna Jr. para vice-prefeito vão haver sempre. Isso é política. Até mesmo a pesquisa divulgada em A Gazeta na fase final da eleição pode ser tema de questionamento ou choro de perdedor, mas nunca é tarde lembrar que o mesmo Casteglione venceu Theodorico Ferraço com a máquina e todo o poder nas mãos. Hoje não dá mais para questionar a liderança do prefeito e sua forma de conduzir sua administração. Casteglione venceu uma eleição enfrentando todos os “caciques” e “raposas” da velha e tradicional política de Cachoeiro. Não venceu sozinho, longe disso, mas venceu. Agora é esquecer o passado, os adversários e tomar posse da condição de líder, e agir.

“Nada justifica a falta de compromisso da família e o paternalismo do Estado. Os alunos sabem de seus direitos mas não cumprem os seus deveres” (professora Maria), até mesmo ameaçando professores dentro da escola, porque ele cobrou a execução de algum dever estipulado. Este é um triste resumo da realidade nacional, onde todos têm direitos mas nenhuma obrigação. Onde políticos eleitos, para trabalhar, roubam e apenas perdem “a boca”, não devolvendo sequer o que furtam (vejam o caso dos sete anões expulsos pela Presidente Dilma e outros tantos casos). Nós vivemos no País dos Direitos, só direitos, nada de responsabilidade, nada de deveres, nada de ética. Todos os problemas do País têm hoje origem na incultura do Povo, que só serve para pagar impostos, e políticos que em quatro anos ficam milionários – perdem o cargo mas não devolvem os roubos. E vejam a ficha de cada um, a folha corrida de todos! “Fulano pode tomar posse, apesar da ficha suja, pois roubou antes de se eleger”.Nossos legisladores são geniais. De Justiça, qualquer desonesto, eleito ou não, antes ou durante e depois das eleições, continua sendo desonesto e ladrão, não merecendo crédito para representar o Povo. Desonestidade é atributo perene, que só aumenta. E por isso o Estado se faz incompetente para julgar o cidadão, para representar um povo que trabalha para sustentar deputados, senadores, ministros que se fazem bilionários em pouco tempo e fica tudo por isso mesmo. O Poder Público é o refúgio dos pilantras, que tem imunidade. Ora, se o nosso “representante” é imune à Lei, nós, como representados, teremos os mesmos direitos. Se somos presos por qualquer deslize, por que um “representante” é imune? Afinal, ele foi eleito para outra coisa que não fabricar tramóias e ficar bilionário, dono de um Estado inteiro. Por que ele é chamado de “Excelência”, mesmo quando só pratica excrescências? Está faltando é seriedade no País, basta dizer que até analfabeto já pode votar, eleger-se e ser chamado de excelência, embora ignorante e desonesto? E voltando ao dito da professora, acima, vemos que a família hoje está inibida de educar, de corrigir os filhos – naturalmente, todos eles deveriam ser deputados, senadores ou até presidente? Até a Bíblia já falava da vara de marmelo, como salutar corretivo. E vêm os idiotas e desonestos legislar o contrário? Na verdade, as quadrilhas tomaram o poder, que dividem com os cupinchas, em troca de uma fidelidade indecente qualquer. E a preocupação única é arrecadar mais impostos e desviar verbas. Educação? Para quê, se o povo iletrado e inculto é bem mais fácil de lograr? Por isso a Educação tem-se modificado, para pior, que do povo só interessa mesmo o número de votos.

Não sou médico, mas no campo da doença humana, eles costumam dizer que a Diabetes e o Câncer, são doenças silenciosas. Isto quer dizer, elas são como um casulo, fiquem ali paradas e quase sempre passam despercebidas pelo doente e quando aparecem os primeiros sintomas, geralmente é tarde de mais e o final da história, todos já conhecem. Muito bem, essas doenças, são velhas conhecidas do nosso povo. Mas a modernidade chegou e com ela chegaram novas doenças silenciosas. Acho que talvez até mais mortais que as já acima citadas. Nos anos 90 a doença se chamava Videocassete e filmadora. Era a onda do momento, por onde viajávamos, até mesmo dentro de avião presenciei pessoas filmando nuvens. Acreditem. Depois apareceu também o DVD, nossa era uma onda, quem não tinha era careta. Não muito distante, foi o celular, este sim, revolucionou, apareceram os famosos tijolões, aqueles grandões, depois apareceram os menores, quem tivesse um aparelho menor possível, este tirava onda. Agora nos dias atuais e sem que ninguém percebesse, tiraram do mercado os pequenos aparelhos e voltaram com tijolões modernos, os tabletes, ifone, ipod. Enfim... nem se deram conta que voltaram a utilizar os tijolões, apenas incrementaram os aparelhos com redes sociais e outros vantagens, como fotos, música, jogos. Mas, o que isto tem haver com doença? É muito fácil, a população está ficando doente, já não conseguem mais conversar, prestar atenção nos pais, nos amigos, não é incomum você estar num museu de arte, andando de carro, num restaurante, numa sala de reunião, no cinema, num bar, na sala de aula, na missa (acreditem) com os dedos digitando no aparelho. E nem, perceberam que isto é uma doença. Quantas vezes tentaram falar com alguém que nem está olhando na sua cara, está teclando no celular? E os filhos então que precisamos repetir várias vezes, porque não estão prestando atenção, estão teclando no celular. Podemos dizer que o celular hoje está sendo mais usado que a bíblia. Ta achando um absurdo? Você sai de casa para trabalhar sem a bíblia, mas não sai sem o celular. Não é mesmo? E olha que se a distância for menor que 1.000 km, é capaz de voltar para não ficar sem ele. Como idiota do Albert Einstein disse que temia o dia em que a tecnologia fosse maior e mais importante que a humanidade e então o mundo seria uma geração de idiotas. Cuidado para não ser consumido, o ser humano, as pessoas ao seu redor, são mais importantes. Vejo vocês no céu com o meu I-fed.

toninhocarlos.jornalista@hotmail.com

Evandro Moreira (da AEL)

Ezaias Doriquetto Filho


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