Jornal fato 0702 14

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opinião

ES de Fato, Sexta-Feira, 7 de Fevereiro de 2014

Das mudanças Cinthia Belonia

cinthiabelonia@gmail.com

Por anos, a cada mudança que me ocorria (fosse revolta, fosse alegria), eu cortava os cabelos e retocava o vermelho. O vermelho, inclusive, representava uma fase de mudanças constantes. As tais eram tantas que, durante os cinco anos de vermelho no cabelo, mudei para castanho escuro, castanho acobreado e chocolate algumas vezes. Como não poderia me mudar de cidade, mudava a cor e o corte do cabelo. No entanto, no mês seguinte eu já voltava ao ruivo. Se terminava um namoro ou passava um ficante para trás (ou quando eu era passada para trás) retocava o vermelho ao som de “Cabidela” do Mombojó. E ficava tudo vermelho de novo... com os olhos pegando fogo. Quando me cansei do vermelho, quando vi que tanto peso representado na tintura dos meus cabelos não me representava mais, passei a cortá-lo sem dó. De dois em dois meses. Já ocorreu de eu cortar duas vezes em um único mês. E tinha que ser despontado, desfiado, desconectado. Quanto mais fora do convencional, melhor. Até que chegou o dia que desfiei tanto os meus cabelos que não me reconheci ao me olhar no espelho. Queria parecer moderna, mas só enxergava uma perua velha que, apesar do tempo, ainda não havia se encontrado. Eu sabia o que era e sabia que eu não era aquilo que via. Assim que o cabelo cresceu um pouco, cortei para tirar metade do desfiado. Cresceu mais um pouco e tornei a cortar, tirando, assim, qualquer vestígio do passado. Hoje tenho os cabelos normais (ainda na altura dos ombros porque demora a crescer), com corte normal e com luzes como mais uma na multidão e, aos poucos, vou deixando de me esconder de baixo de tanto pano. Quando as mudanças passam a ser geográficas, as físicas tornam-se desnecessárias.

es.fato@terra.com.br twitter.com/jornalfato

CLICANDO OS FATOS... josé r. brumana

Aquele beijo que eu te dei jrbrumana@hotmail.com

O Grupo Tático Móvel (GTM), do CDP de Marataízes, completa um ano de serviço. Os agentes foram ao Bope trocar experiências

Montanha de entulhos logo na entrada de Marataízes. Culpa de quem joga e da letargia de quem deveria remover e punir

A Praia de Itaipava era uma das mais belas e bucólicas do litoral sul. Com obras impactantes no local, tornou-se fétida e sem a beleza de outrora. O que seria uma estrada provisória construída na Lagoa de Caculucagem, para restabelecer o fluxo de carro na rodovia, pode ser uma obra longa e difícil de realizar, caso seja feita de galerias. A comunidade deseja uma ponte em definitivo. A abertura de uma CPI pela Câmara de Itapemirim deve entrar em pauta na próxima sessão. Já é dada como certa a eleição do vereador Leonardo Fraga, o Patinho (PHS), para a presidência da Câmara de Itapemirim. Ele lidera a oposição, que

(28) 3511-7481

é maioria. Por falar do PHS de Itapemirim, há gente no partido se preparando para concorrer ao Legislativo Estadual. A prefeita Amanda Quinta (SDD) faz um balanço positivo do verão em Presidente Kennedy, ressaltando o fechamento da avenida da praia para carros, a praça de alimentação e a segurança no local. Considerado um verão para se esquecer em Marataízes. Espera-se agora planejamento, visando eventos o ano todo e à preparação do balneário para receber a contento os turistas e visitantes. Quando se tenta o aparelhamento de um partido no governo, perde-se o foco da dimensão política a que isso pode levar.

Papo na Padaria — Você reparou? Quando os governantes municipais querem transferir o problema local, ressaltam que a competência é do Estado. O amigo retruca. — Pois é, resolvido o problema, buscam para si as glórias.

Renata Mofatti

remofati@gmail.com

“… Aquele beijo que eu te dei, nunca, nunca mais me esquecerei…” Trecho de uma canção da Jovem Guarda, a melodia não poderia ter caído em melhor hora quando penso na cena do beijo entre Félix e Nico (Carneirinho), ou se preferir, entre os atores Matheus Solano e Thiago Fragoso. Desnecessário dizer que a repercussão do fato, a cena inédita que gerou aplausos e também indignação trouxe muito mais do que questionamentos inflamados, mas também quebrou paradigmas. Muito mais do que uma cena inédita em novelas da TV Globo, o beijo em si foi uma exposição de um carinho e amor que foram crescendo na reconstrução até mesmo do caráter de alguém, como por exemplo, o ex vilão Félix que foi aprendendo aos poucos a amar e ser amado e teve uma nova chance para isso. A novela “Amor à Vida” mostrou que nada é para sempre. Vilão não é só vilão, mocinhas também ficam de TPM e viram “o cão” quando são magoadas, uma piriguete ama de verdade, a fama passa, autistas amam literalmente “do seu jeito”, o dinheiro nem sempre traz felicidade, vinganças podem dar certo, mas as consequências são desastrosas e ninguém é “soberano” para sempre, nem mesmo o médico “Papi” César, o traidor traído “babão” da novela. Não sou tão noveleira assim. Gosto de entretenimento… Por isso livros, filmes e novelas estão no meu dia a dia e foi interessante acompanhar as mudanças de status, de humor e caráter das personagens desse enredo. Mas de todas essas coisas que se passaram pelos capítulos dessa novela que até certo ponto foi bem chata, se não fosse a atuação de Matheus Solano que segurou o ibope, o que ficou na memória foi a cena do beijo e a cena do aperto de mão ao final. Beijo gay? Não concordo com o termo. Aquilo foi um beijo e ponto final. Aperto de mão? Não concordo. Aquilo foi a tão esperada aceitação do amor de um pai. Ao contrário de tantos finais clichês, essa novela não terminou em casamento… Ela terminou com três cenas legítimas de amor: o nascimento de um bebê, o beijo entre duas pessoas que se amam e a declaração de um filho para o pai e de um pai para o filho. Tudo natural! Sem rótulos! Sem maquiagens ou estratégias! O nome disso: Amor, essa palavra que pode acontecer todos os dias em sua vida comum onde qualquer semelhança talvez não seja mera coincidência.


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