Mulheres

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Data de Nascimento: 1 de Outubro de 1893 Naturalidade: Chemnitz, Alemanha Estudante de pintura antes de ingressar na Bauhaus (1) onde estudou e foi responsável pela oficina de metais (1923/29). O seu entusiasmo pelos trabalhos oficinais e pelo domínio das tecnologias dos metais contribuiu para a sua afirmação num ambiente que tradicionalmente estava vedado à mulher. Marianne chegou a representar a Bauhaus na contratação de empresas que produziram e comercializaram produtos concebidos pelos alunos da Bauhaus. (1) A Bauhaus (1919/1933) valorizou particularmente o papel social da arte proporcionando formação artística e técnica, na criação de bens de consumo úteis e de baixo custo. Valorizou particularmente um ensino experimental, em estreita colaboração com o mundo do trabalho, reconhecendo, no projeto teatral a forma mais completa de proporcionar experiências que integravam os aspetos fundamentais de todas as áreas do design: a arquitetura, o design de interiores, o design de produto, mobiliário, têxteis, design gráfico e publicitário.

Data de Morte: 1983, na Alemanha em Kirchberg


Data de Nascimento: 13 de junho de 1908 Naturalidade: Lisboa, Portugal Pintora portuguesa, filha do embaixador Marcos Vieira da Silva, viveu na Suíça até aos três anos até à morte do seu pai. Quando volta a Lisboa, com a sua mãe, Maria da Graça, vem residir com o seu avô materno – Diretor do jornal “O Século” José Joaquim da Silva Graça. Nesses tempos conturbados, época de grandes convulsões, muitos movimentos políticos e ideias em ebulição, Maria Helena vive protegida de tudo isto num mundo de adultos. Não frequenta a escola sendo educada pela sua mãe. Cedo despertou para a pintura e aos onze anos ingressou na Academia de Belas –Artes de Lisboa, onde estudou desenho e pintura. Motivada, também pela escultura estudou Anatomia na Faculdade de Anatomia de Lisboa. Em 1928 foi residir para Paris onde estudou com Fernand Léger e trabalhou com Henri Waroquier e charles Dufresne. Em Paris conheceu o seu futuro marido, o pintor Arpad Szenes, húngaro, com quem se casou em 1930. Devido ao facto de o marido ser judeu e de ela própria ter perdido a nacionalidade, eram oficialmente apátridas. Então o casal decidiu residir por um longo tempo no Brasil, durante a segunda guerra mundial e no pós guerra. No Brasil, entraram em contacto com importante artistas locais tais como Carlos Scliar e Djanira.


Data de Nascimento: 1925 Naturalidade: Portugal Professora catedrática jubilada da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, foi pioneira nos estudos da infecção do vírus da imunodeficiência humana no nosso país. Estas investigações, efectuadas em colaboração com o grupo do professor Luc Montagnier do Instituto Pasteur de Paris autoridade de renome mundial na matéria, conduziram à descoberta do VIH do tipo 2. A descoberta deste segundo tipo de Vírus da SIDA teve um impacto enorme na história natural, epidemiologia e diagnóstico da infecção VIH. Os resultados destas investigações foram apresentados à Academie des Sciences de Paris e publicados em revistas científicas de elevado prestígio internacional como a Science, Lancet e o New England Journal of Medicine. O governo francês agraciou Maria Odette Santos Ferreira com a distinção “Chevalier de la Legion D’Honneur” pelo talento e mérito que a levaram a uma descoberta da maior relevância no quadro das investigações da SIDA. Em Portugal, também o Presidente da República reconheceu o mérito da obra científica no domínio da investigação do VIH e atribui-lhe o Grau de Comendador da Ordem Militar de Santiago de Espada, pelo renome internacional granjeado que muito contribuiu para o prestígio de Portugal. Outras contribuições prendem-se com a área das infecções hospitalares que constituíram a base da sua dissertação de doutoramento apresentada e defendida na Faculdade de Farmácia de Chantney Malabry, Université de Paris XI, França (1977), provas em que obteve a classificação de “Très-Honorable”. Autora de 87 artigos em revistas científicas internacionais e nacionais com arbitragem e de 29 capítulos de livros na área da Microbiologia Clínica. Das funções desempenhadas, salienta-se o cargo de coordenadora da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida (CNLS) que exerceu de 1992 a 2000 por nomeação do Ministro da Saúde. Foi consultora e representante de Portugal no “Comité Consultivo e Gestionário do Programa de Prevenção da SIDA e de outras Doenças Transmissíveis” e no “Programa Europa Contra a Sida” da União Europeia.


Data de Nascimento: 5 de março de 1938 (Faleceu a 22 de novembro de 2011) Naturalidade: Chicago, Estados Unidos da América Bióloga norte-americana, membro da Academia Nacional de Ciências e galardoada com a National Medal of Science (1999). De entre os vários trabalhos e estudos desta cientista, destaca-se a Teoria da Endossimbiose (ou Modelo Endossimbiótico) que sugere que determinados organelos tenham surgido na sequência de uma relação simbiótica estável entre diferentes organismos. Este princípio, baseado na similitude estrutural e genética verificada entre diferentes seres, aplica-se principalmente às mitocôndrias e aos cloroplastos - ambos são organelos detentores de um ADN; diferente contudo do das células que os albergam, quer na quantidade e no código genético, enquanto que muito semelhante, nos mesmos aspetos, ao de bactérias e outros organismos procariotas. Em 1972, Margulis começou também a dedicar-se à análise da Hipótese (ou Teoria) de Gaia, de 1969, na qual o seu autor, James Lovelock, químico e inventor britânico, defendia que a Terra era um organismo vivo. Licenciada pela Universidade de Chicago, graduada mestre pela Universidade de Wisconsin e doutorada pela Universidade da Califórnia, tornou-se, mais recentemente, uma eminente e reconhecida professora na Universidade de Massachussets, no Departamento de Geociências.


Dados Académicos/Profissionais: Maria Manuela Silva foi professora catedrática no ISEG / UTL, Instituto Superior de Economia da Universidade Técnica de Lisboa, onde se licenciou e veio a lecionar cadeiras de Planeamento, de Política Económica e de Política Social. Lecionou também noutras instituições de ensino superior onde dirigiu seminários de mestrado nessas áreas. Na administração pública desempenhou diversos cargos como o de diretora do Gabinete de Estudos Sociais do Ministério da Saúde (1965-70), o de diretora do Serviço de Estudos e da Contabilidade Nacional do Instituto Nacional de Estatística (1970-71), e o de Presidente do Instituto de Tecnologia Educativa (1974-75). No campo político, foi Secretária de Estado para o Planeamento, no I Governo constitucional, entre 1976 e 1977. Desenvolveu investigação e
tem
livros e artigos
publicados
no domínio
da
repartição
do
rendimento, pobreza, política
social e
planeamento.
Foi
pioneira no
estudo
do desenvolvimento
 comunitário em
Portugal.
Dedicou
também
a
sua
atenção às questões
de
igualdade
de
género. No presente, é presidente vitalícia da Fundação Betânia, de que foi fundadora, e é membro do Conselho Geral do Montepio. Presentemente, é vogal do Conselho Geral da Universidade Técnica de Lisboa e membro do Conselho Geral Montepio. Manuela Silva,do2006

“Poderá a beleza a economia?” : Licenciatura (1928)salvar e Mestrado (1930) em Matemática e Física, Doutoramento (1934) em Matemática - Yale University. Professora de Matemática entre 1935 a 1943. Em 1943 deixou


A imprensa internacional tem vindo ultimamente a homenageá-la, um pouco por todo o mundo, na área da economia e da gestão. Destacamos também aqui o contributo determinante e crescente da MULHER enquanto trabalhadora, mas também no mundo dos negócios e da finança, áreas onde tradicionalmente lhe estava vedada tanto a participação como a progressão. “As mulheres continuam a enfrentar barreiras que lhes tolhem a emancipação económica e as capacidades empresariais. Entre esses obstáculos, contam-se a discriminação em termos de ensino, formação, contratação, acesso ao crédito, o direito à propriedade e à herança, níveis salariais mais baixos, promoção para trabalho igual e maiores responsabilidades domésticas.” Sessão Extraordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas “Mulher 2000: Igualdade entre os Sexos, Desenvolvimento e Paz no Século XXI”, Nova Iorque, 5–9 de Junho de 2000


Data de Nascimento: 12 de novembro de 1961 Naturalidade: Oneşti, Roménia Nadia Comanecci é uma ex-ginasta romena, que disputou a modalidade artística e é ainda hoje tida como um ídolo mundial desportivo. Foi uma das primeiras alunas do treinador Béla Károlyi, enquanto atleta, conquistou nove medalhas olímpicas, cinco delas de ouro. Foi a primeira ginasta a receber uma nota dez - desempenho perfeito - num evento olímpico de ginástica artística, arquiva quatro medalhas mundiais e doze medalhas europeias. Ao lado da russa Svetlana Khorkina, Nadia é detentora do tricampeonato do individual geral continental, além de bicampeã olímpica na trave de equilíbrio. Em campeonatos nacionais, é ainda pentacampeã do concurso geral. Distinções: recebeu a Ordem Olímpica por duas vezes, na primeira delas, como a atleta mais jovem a atingir tal distinção; foi eleita uma das cem mulheres mais importantes do século XX; figura, desde 1993, no International Gymnastics Hall of Fame, no qual foi a segunda inserida desde a inauguração da honraria; foi eleita pelo líder comunista romeno, Nicolae Ceauşescu, uma heroína do trabalho socialista, feito este atingido como a mais jovem; também foi eleita, na Roménia, a atleta mais importante do país, em votação realizada no ano de 2006; em 2007, foi escolhida pelo público como a celebridade mais confiável da nação, foi eleita a melhor atleta do século XX pelo jornal Mundo Desportivo, e recebeu, da Academia Mundial de Recordes, o título de recordista mundial em sua modalidade.


Data de Nascimento: 23 de junho de 1969 Naturalidade: Penafiel, Portugal

Fernanda Ribeiro é uma atleta portuguesa, especialista em corridas de fundo e meio fundo. Uma das maiores referências portuguesas na modalidade, sagrou-se em 1996, campeã Olímpica dos 10000 metros em Atlanta, tornando-se na terceira atleta nacional a conseguir o ouro olímpico, depois de Carlos Lopes e Rosa Mota. Sendo a atleta portuguesa mais medalhada de sempre, alcançou, entre outros feitos, a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney 2000 e os títulos de campeã do Mundo, campeã da Europa e bi-campeã europeia de pista coberta. Teve a honra de receber a Medalha Olímpica Nobre Guedes e foi convidada a ser a porta-estandarte da comitiva portuguesa, na abertura dos Jogos Olímpicos de Atlanta, que terminariam com Fernanda Ribeiro a bater o record olímpico dos 10000 metros. No seu currículo fica o título de campeã olímpica, campeã mundial, bi-campeã da Europa e uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos, no conjunto de 12 medalhas em grandes competições internacionais, o que é até hoje recorde absoluto no atletismo português.


Data de Nascimento: 12 de abril de 1933 Naturalidade: Barcelona, Espanha É uma famosa cantora lírica espanhola com voz de soprano. De origem humilde, necessitou de grandes esforços para concluir o seu curso de canto no Conservatório Superior e completar os seus estudos. A sua verdadeira estreia mundial deu-se na noite de 20 de abril de 1965 no Carneggie Hall, quando teve que substituir imprevisivelmente Marilyn Horne na ópera Lucrezia Borgia de Donizetti. A sua actuação rendeu-lhe 25 minutos de aplausos. A partir desse momento, Caballé ficou conhecida como uma das grandes divas da ópera mundial. Em 1988, juntamente com Freddie Mercury do famoso grupo Queen, grava o álbum “Barcelona”, tendo sido considerado um dos melhores trabalhos de ambos. Em1992 cantou na abertura dos Jogos Olímpicos de Barcelona, sem a presença de Freddie Mercury que tinha falecido no ano anterior. No entanto, ela fez um dueto virtual com este, facto que a deixou muito emocionada. Nos últimos anos dedicou-se a várias atividades de caridade. É embaixadora da UNESCO e criou uma fundação para ajudar crianças carenciadas em Barcelona. Em 2006, actuou em Valência para o Papa Bento XVI, acompanhada por José María Cano. A sua filha, Montserrat Martí também é cantora e ocasionalmente cantam em conjunto. Montserrat fala perfeitamente castelhano e catalão como também alemão, francês, inglês, português e italiano. Em 2 de julho de 2008, foi-lhe atribuído um doutoramento honoris causa pela Universidade Internacional Menéndez Pelayo, em Santander.


Data de Nascimento: 14 de outubro de 1906 (Faleceu a 4 de dezembro de 1975) Naturalidade: Linden (actual bairro de Hanover), Alemanha Dados Académicos/Profissionais: Doutorou-se em filosofia na Universidade de Heidelberg (1928). Vítima do racismo antissemita, fugiu para Paris (1933), onde trabalhou como assistente social atendendo a refugiados judeus. Estudou com Karl Jaspers e Martin Heidegger. Com a ocupação da França pelos nazis partiu para os Estados Unidos (1941). Em Nova Iorque foi diretora de pesquisas da Conferência sobre as Relações Judaicas, mas teve que esperar vários anos até retomar o trabalho universitário. Naturalizou-se cidadã americana (1951). Ensinou (1963-1967) nas Universidades de Berkeley e de Chicago e passando para a New School for Social Research, em New York (1967). A sua obra é fundamental para entender e refletir sobre o século XX, dilacerado por guerras localizadas e nacionalismos. Formulou o conceito de banalidade do mal, aplicado à personalidade de Adolf Eichmann, que, nos seus depoimentos, disse que cumpria ordens e considerava desonesto não executar o trabalho que lhe foi dado, no caso, exterminar os judeus. Hannah concluiu que ele dizia a verdade: não se tratava de um malvado ou de um paranoico, mas de um homem comum, incapaz de pensar por si próprio, como a maior parte das pessoas. Essa afirmação é um eco da frase do filósofo e matemático francês Pascal (1623-1662) "Nada é mais difícil que pensar". Arendt, a teórica do inconformismo, também defendeu os direitos dos trabalhadores, a desobediência civil e atuou contra a Guerra do Vietname (1961-1975). Como ela própria afirma: A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos.

Algumas Publicações: o As origens do totalitarismo (1951); o Eichmann em Jerusalém (1963).

Hannah Arendt “Toda dor pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história”


Data de Nascimento: 1950 Naturalidade: Portugal Professora Catedrática do Departamento de Filosofia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa (UNL), onde começou por lecionar Filosofia Medieval é, atualmente, responsável pela cadeira de Estética. Doutorou-se em 1992 com a tese «O Pensamento Morfológico de Goethe». É membro do Instituto de Filosofia da Linguagem, U.N.L. e do Conselho Científico do Collège International de Philosophie, de Paris. Filósofa e ensaísta, escreve sobre as aporias da estética, enquanto problemas de conhecimento e de linguagem, procurando iluminar a relação entre a arte e a vida e celebrar o poder da crítica. Vencedora do Prémio Pen Club Português 2011, na categoria Ensaio, tem escrito para catálogos e outras publicações sobre arte e artistas, e escreve regularmente para revistas de filosofia e de literatura. Conta, actualmente, com mais de uma dezena de livros publicados. Sobre a relação da filosofia com a vida, partilha com Kant a ideia de que ela deverá preceder a sua graciosa Dama, a vida, levando o archote, em vez de a seguir segurando a cauda. Propõe, no entanto, a reunião de ambas numa constelação. Se a filosofia é um esforço de conhecimento da vida, deverá corresponder aos seus desafios, deverá cuidar da vida, não a deixando correr perigos e, por conseguinte, vai à sua frente, iluminando os caminhos que consegue abrir, mantendo-a desperta para si própria. Porém, como sustenta, a vida é sempre primeira e última, a vida adianta-se-nos sempre, na medida em que se surpreende nela um segredo por revelar, um enigma que desafia o decifrador, e então ela pede que a sigamos e torna-se objeto de veneração e de humor. A paixão pelo obstáculo encontra assim o seu verdadeiro alimento.


Data de Nascimento: 22 de julho de 1964 Naturalidade: Almada, Portugal Dados Académicos/Profissionais: Licenciatura em Engenharia de Materiais na Universidade Nova de Lisboa (UNL) (1987). Mestrado em materiais semi-condutores (1991) na UNL. Doutoramento em Microelectrónica e Optoelectrónica (1995), também na UNL. Actualmente é investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, professora no Departamento de Engenharia dos Materiais e coordenadora, juntamente com o seu marido Rodrigo Martins, do Centro de Investigação de Materiais (CENIMAT). Concorre em 2008 às Advanced Grants (que são bolsas para investigadores da ciência avançada) com o seu projeto INVISIBLE e foi a vencedora do primeiro prémio na área de Engenharia do European Reserarch Council (ERC), um dos galardões que se equiparam aos Nobel, pela invenção de transístores de filmes finos feitos com folhas de papel comum. Esta cientista portuguesa publicou mais de quatrocentos artigos científicos e foi distinguida com vários prémios nacionais e internacionais.

Elvira Fortunato é uma das melhores cientistas de micro-electrónica do mundo.


Data de Nascimento: 7 de novembro de 1867

Naturalidade: Varsóvia, Polónia Marja Sklodowska (nome de solteira) licenciou-se em primeiro lugar em Ciências Matemáticas e Física, na Sorbonne, em Paris. Foi a primeira mulher a lecionar neste prestigiado estabelecimento de ensino. Casou-se em 1895 com Pierre Curie, professor de Física, tendo então adotado o nome de Marie Curie. Com Pierre Curie e Antoine Henri Becquerel, recebeu o Prémio Nobel da Física, em 1903 "em reconhecimento pelos extraordinários serviços obtidos nas suas investigações conjuntas sobre os fenómenos da radiação, descoberta por Henri Becquerel". Foi a primeira mulher a receber tal prémio. Oito anos depois recebeu o prémio Nobel da Química em 1911 «em reconhecimento pelos seus serviços para o avanço da química, pela descoberta dos elementos rádio e polónio, o isolamento do rádio e o estudo da natureza dos compostos deste elemento». Marie Curie foi a única pessoa a receber dois prémios Nobel em áreas científicas. Em 1906, sucedeu ao seu marido na cadeira de Física Geral, na Sorbonne. Foi ainda a fundadora do Instituto do Rádio, em Paris, onde se formaram cientistas de importância reconhecida. Marie Curie morreu em 1934 de leucemia, devido, seguramente, à exposição maciça a radiações durante o seu trabalho. A sua filha mais velha, Irène Joliot-Curie, recebeu pela mãe o segundo Prémio Nobel da Química, em 1935, que lhe foi atribuído no ano seguinte à sua morte. Em 1995, os seus restos mortais foram transladados para o Panteão de Paris, tornando-se a primeira mulher a ser sepultada neste local.


Data de Nascimento: 9 de janeiro de 1908 (Faleceu a 14 de abril de 1986) Naturalidade: Paris, França Escritora e feminista, Simone de Beauvoir faz parte de um grupo de filósofos-escritores associados ao existencialismo - movimento de grande influência na cultura europeia de meados do século passado, com repercussões no mundo inteiro. Forma-se na Sorbonne em filosofia, em 1929. É nessa época que conhece o filósofo Jean-Paul Sartre, que será seu companheiro de toda a vida. Em 1945, funda, com Sartre, o combativo periódico Les Temps Modernes. Autora de vários livros, publica em 1949 Le deuxiène Sexe, manifesto pioneiro do feminismo, no qual propõe novas bases para o relacionamento entre mulheres e homens. Torna-se também uma personalidade muito controversa pelas suas tomadas de posição, nomeadamente a favor do aborto. Simone de Beauvoir e Sartre sempre tiveram uma marcada atuação política, manifestando-se contra o governo francês pelas suas intervenções na Indochina e na Argélia; contra a perseguição dos judeus durante a Segunda Guerra; contra a invasão americana do Vietname e em muitas outras ocasiões. Les Mandarins é de 1954 e nesse mesmo ano, Simone de Beauvoir ganha o prémio Goncourt. Morre em Paris em 1986.

“On ne naît pas femme : on le deviant” Simone de Beauvoir


Data de Nascimento: 19 de agosto de 1883 (Faleceu a 10 de agosto de 1971) Naturalidade: Suamur, Pays de la Loire, França Coco Chanel, (pseudónimo de Gabrielle Bonheur), foi uma importante estilista francesa e uma mulher à frente do seu tempo. As suas roupas até hoje ditam e influenciam a moda mundial. Coco Chanel revolucionou o mundo da moda e da alta-costura. Nos anos entre as duas grandes guerras, as suas criações são marcadas pela simplicidade e pelo conforto. Coco Chanel inaugurou a era do casual e do confortável. Interpretando os sentimentos das mulheres nos anos vinte, concebeu o vestido simples, de formas direitas, mais curto e de cintura baixa. Do desenho dos seus modelos removeu espartilhos e almofadas. Tudo isso ajudou a dar maior liberdade de movimento ao corpo feminino como uma expressão das aspirações da mulher do século XX. As mulheres que vestiam Chanel desistiram dos penachos, dos cabelos longos e das saias entravadas, afuniladas no tornozelo". Pioneira, também inventou as primeiras calças femininas. De perfil fino e cabelos curtos, roupas largas e confortáveis, Chanel tornou-se o protótipo da Garçonne, símbolo da mulher moderna, ativa e emancipada. Entre as suas criações mais famosas perduram entre outras, o elegante e simples vestido preto de cerimónia (até então o preto era associado ao luto), o famoso “tailleur” de tweed, (fato de saia e casaco), a saia plissada e claro o perfume Chanel nº5.

"As modas passam e o estilo permanece!" Coco Chanel


Data de Nascimento: 13 de Julho de 1925 Naturalidade: Paris, França Em 1965 casa com Orlando Ribeiro, o grande geógrafo português com maior projeção internacional, do qual era colega e colaboradora nos estudos universitários. Dados Académicos: Licenciatura em Letras: História e Geografia na Universidade de Paris. Após obter o Doutoramento na mesma universidade, parte para África para fazer investigação. Vem para Portugal em 1965 onde dá aulas na Faculdade de Letras e continua a investigação no Centro de Estudos Geográficos da mesma faculdade. Publicações: o o o o o

Repartition et Rhytme des Précipitations au Portugal, 1977; Geografia de Portugal. 1987-1991; Portugal Geográfico, 1995; A Descoberta da África Ocidental, Ambiente Natural e Sociedades, 1999; O Relevo de Portugal, Grandes unidades regionais 2004.

Em 1997 morre o seu marido Orlando Ribeiro e tornou-se responsável pela organização do seu espólio.


Data de Nascimento: 8 de Junho 1964 Naturalidade: Montijo, Portugal Dados Académicos/Profissionais: Licenciatura em Geografia na Universidade de Letras de Lisboa. Pós graduação em Geografia Via de Ensino. Foi professora de Geografia e exerce atualmente a profissão de piloto de todo-o-terreno. Apresenta temas relacionados com a sua actividade desportiva em escolas, universidades e empresas. Venceu inúmeros prémios ao longo da sua carreira desportiva.

Publicações: Publicou vários manuais escolares na área das ciências sociais e ambientais, bem como livros de aventuras: o “Os Portugas no Dakar”; o “Irina no Master Rali” o Auto-biografia “Elisabete Jacinto: 10 anos em Camião”.


Data de Nascimento: 6 de abril de 1878 Naturalidade: Guarda, Portugal Dados Académicos/Profissionais: Frequentou o Liceu na sua terra natal. Posteriormente ingressou nas Escolas Politécnica e Médico-Cirúrgica de Lisboa, onde concluiu o curso de Medicina em 1902. Sufragista, destacou-se como militante da Liga Republicana das Mulheres, fundadora e presidente da Associação de Propaganda Feminista. Cirurgiã e ativista dos direitos femininos, foi a primeira mulher a votar em Portugal. Numa época em que somente os homens tinham direito ao voto, invocou em tribunal o direito de ser considerada “chefe de família”, após a morte do marido, para obter a autorização de participar no sufrágio, a 28 de maio de 1911. Em 1913 o Código Eleitoral foi alterado para impedir que as mulheres pudessem participar nas eleições. Carolina Ângelo viu nesta redacção da lei a oportunidade de a subverter a seu favor, dado que, gramaticalmente, o plural masculino das palavras inclui o masculino e o feminino. A lei eleitoral de Maio de 1946 alargou o direito de voto aos homens que, sendo analfabetos, pagassem ao Estado pelo menos 100 escudos de impostos e às mulheres chefes de família e às casadas que, sabendo ler e escrever, tivessem bens próprios e pagassem pelo menos 200 escudos de contribuição predial.


Data de Nascimento: 4 de julho de 1858 (Faleceu a 14 de junho de 1928) Naturalidade: Manchester, Inglaterra Fundou o movimento britânico pelo sufragismo feminino, que proclamava, antes da Primeira Guerra Mundial, o direito ao voto das mulheres. Por influência do marido, fundou a Liga do Franchise das mulheres. A ação determinada pela defesa dos seus ideais levou-a à prisão em diversas ocasiões. Em 1914 publicou a sua autobiografia, intitulada Minha própria história. Quando morreu, em 1928, o Reino Unido já tinha concedido o direito de voto às mulheres.


Data de Nascimento: 10 de dezembro de 1906 (Faleceu a 1 de janeiro de 1992) Naturalidade: Nova Iorque, Estados Unidos da América Grace Hopper foi analista de sistemas da Marinha dos Estados Unidos nas décadas de 1940 e 1950. Foi ela quem criou a linguagem de programação Flow-Matic, hoje extinta. Esta linguagem serviu como base para a criação do COBOL (COmmon Business Oriented Language). Dados Académicos/Profissionais: Licenciatura (1928) e Mestrado (1930) em Matemática e Física, Doutoramento (1934) em Matemática - Yale University. Professora de Matemática entre 1935 a 1943. Em 1943 deixou o ensino e foi empossada na Marinha dos Estados Unidos, onde integrou a equipa de programação do Computador MARK I, liderada por Howard Aiken, sendo a 3ª pessoa a programar este computador. Em 1949 ingressou na Eckert–Mauchly Computer Corporation (EMCC) como Matemática sénior e criou a equipa de desenvolvimento do UNIVAC I. Foi nesta altura que começou a desenvolver o primeiro compilador. Ao fazer a programação do computador, este teve uma avaria e quando tentava resolver o problema, encontrou um insecto/borboleta (bug) que interrompia os circuitos do computador; ao retirá-la (debugging), este voltou a funcionar. Hoje em dia, graças a este episódio, quando há um erro diz-se que é um BUG e a solução para este problema um debug.

Grace Hopper, 1950 “O software acabará por ser mais caro que o Hardware.”


Data de Nascimento: 22 de julho de 1964 Naturalidade: Almada, Portugal O trabalho na área dos transístores garantiu a Elvira Fortunato um papel de destaque no cenário das TIC. Quando ganhou, em 2008, o primeiro prémio do European Research Council, uma espécie de Prémio Nobel europeu, o nome de Elvira Fortunato correu o Mundo e tornou-a, naquela altura, num dos nomes mais citados no Google, graças ao projecto ‘Invisible'. Estes desenvolvimentos podem ser usados no campo da eletrónica descartável, em ecrãs, etiquetas e pacotes inteligentes ou aplicações médicas na área dos bio-sensores. A mesma equipa desenvolveu com a Samsung uma nova geração de ecrãs planos transparentes baseada na descoberta de um novo material semicondutor para os transístores constituído por óxidos, como o óxido de zinco. Dados Académicos/Profissionais: Elvira Fortunato, licenciou-se em Engenharia de Materiais na Universidade Nova de Lisboa (1987), onde fez também o seu mestrado em materiais semicondutores (1991). Em 1995, doutorou-se em Microelectrónica e Optoelectrónica, também na UNL. Actualmente, é professora associada na Universidade Nova de Lisboa, é membro do conselho consultivo do departamento de ciências de materiais e directora do grupo de investigação de materiais (CENIMAT) da UNL.


Data de Nascimento: 04 de fevereiro de 1921 (Faleceu a 04 de fevereiro de2006) Naturalidade: Peoria, Ilinois, Estados Unidos da América Muitas foram as mulheres que se destacaram ao longo dos tempos e em particular no decurso do século XX, no que se refere à luta por direitos e oportunidades iguais. Contudo, Betty Friedan foi não só uma veemente e combativa activista (não em termos radicais: nunca queimou um soutien!) mas também uma pensadora sagaz, intelectual e ideóloga da luta feminista na segunda metade do século XX, capaz de mobilizar diferentes facções dentro dos movimentos que defendiam a igualdade das mulheres. Publicou seis livros, sendo o mais conhecido The Feminine Mystique (1963), um best-seller que fomentou a segunda vaga do movimento feminista. Neste livro Friedan desmistifica algumas noções enraizadas na sociedade de então, nomeadamente na conservadora e puritana sociedade americana, desafiando a moral vigente. Foi também co-fundadora da Organização Nacional das Mulheres, nos Estados Unidos, juntamente com Pauli Murray e Bernard Nathanson, e auxiliou também na criação do NARAL, organização de fomento aos direitos reprodutivos, inclusive o do aborto. É considerada uma das feministas mais influentes do século XX. É graças a mulheres como Betty Friedan que as mulheres podem hoje, pelo menos no mundo ocidental, usufruir de certos direitos, que aliás erradamente se tomam como garantidos.


Data de Nascimento: 21 de Maio de 1944 Naturalidade: Balina, Irlanda Figura política irlandesa, de 1969 a 1989 foi membro da Câmara Alta do Parlamento e, em 1988, foi cofundadora do Centro irlandês para as Leis Europeias. Em novembro de 1990, foi eleita presidente da República. Para além de ser a primeira mulher a desempenhar este cargo, era a primeira personalidade de esquerda (no caso, socialista) a ocupar a Presidência da Irlanda, país tradicionalmente rural, conservador e católico. Foi eleita com 52,8% dos votos, tendo contado com o apoio do Partido Trabalhista, apesar de ter abandonado esta organização em 1985. Ao longo dos seus anos na Presidência, visitou diversíssimos países, tendo sido Portugal o país escolhido para a realização da sua primeira deslocação oficial ao estrangeiro, o que aconteceu logo em junho de 1991. Em 1997, alguns meses antes de deixar o mais alto cargo político do seu país, Mary Robinson foi nomeada para o cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, função à qual se dedicou até 2002. Em 2006, foi galardoada com o Prémio Príncipe das Astúrias para as Ciências Sociais - pela primeira vez atribuído a uma mulher nesta área -, pelo reconhecimento do seu carácter moral e desempenho na defesa dos direitos humanos.


Data de Nascimento: 1 de abril de 1776 Naturalidade: Paris, França No ano do seu nascimento começou a Revolução Americana. Treze anos mais tarde começou a Revolução Francesa. Sophie encarnou esse espírito de revolução com que nasceu. Pertencia à classe média e lutou contra os desejos da sua família e os preconceitos da sociedade para vir a ser uma reconhecida matemática. Os seus pais, considerando este interesse então impróprio para uma rapariga, proibiram-na de estudar e, à noite, retiravam-lhe a iluminação e o aquecimento do quarto. Desta forma, pensavam que esqueceria a Matemática, mas nada a fez parar o seu estudo. A sua vida é um exemplo de perseverança e de trabalho. Levou tempo até ser reconhecida e apreciada pelo seu trabalho no campo das matemáticas. Ainda hoje, sente-se que nunca lhe foi dado o valor que merecia pelas contribuições que trouxe à teoria dos números e à física matemática, só pelo facto de ser mulher. Sophie viria a tornar-se uma Matemática reconhecida em todo o Mundo, sendo notórias as suas contribuições na investigação do Último Teorema de Fermat. Sophie Germain morreu, vitimada por um cancro a 26 de Junho de 1831.


Data de Nascimento: 10 de abril de 1956 Naturalidade: Lisboa, Portugal Dados Académicos/Profissionais: É provavelmente a mais conhecida matemática portuguesa e uma das mais citadas internacionalmente. Licenciada em Matemática pela Universidade de Lisboa, fez o mestrado e o doutoramento na University of Minnesota, Minneapolis, EUA.

Em 2003 tornou-se na primeira pessoa a ocupar a posição de Mellon College of Science Professor of Mathematics, da Carnegie Mellon University onde é também directora do Center for Nonlinear Analysis. Em 1997, Irene Fonseca recebeu a Ordem de São Tiago, como reconhecimento da sua contribuição para o progresso científico na União Europeia. Em 2004 recebeu o Women of Distinction Award in Mathematics and Technology da Western Pennsylvania Girl Scouts Trillium Council. O prémio reconhece o seu exemplo de liderança e a sua carreira, assim como o seu esforço para encorajar mais jovens mulheres a seguirem uma carreira de investigação em Matemática.


Data de Nascimento: 8 de dezembro de 1894 (Faleceu a 8 de dezembro de 1930) Naturalidade: Vila Viçosa, Portugal Nasceu em Vila Viçosa e foi uma das primeiras mulheres a frequentar o curso de Direito em Lisboa. De temperamento inquieto, teve uma vida sentimental intensa e acabou por se suicidar, em Matosinhos, aos 36 anos. Dedicou-se sobretudo ao soneto, destacando-se, na sua obra, O Livro de Mágoas, Soror Saudade e Charneca em Flor.

Lágrimas ocultas Se me ponho a cismar em outras eras Em que ri e cantei, em que era querida, Parece-me que foi noutras esferas, Parece-me que foi numa outra vida… E a minha triste boca dolorida, Que dantes tinha o rir das primaveras, Esbate as linhas graves e severas E cai num abandono de esquecida! E fico, pensativa, olhando o vago… Toma a brandura plácida dum lago O meu rosto de monja de marfim… E as lágrimas que choro, branca e calma, Ninguém as vê brotar dentro da alma! Ninguém as vê cair dentro de mim! Livro de Mágoas


Data de Nascimento: 6 de novembro de 1919 (Faleceu a 2 de julho de 2004) Naturalidade: Porto, Portugal Nasceu no Porto, passou parte da infância e juventude à beira-mar, na Granja, estudou Filologia Clássica em Lisboa. São seus alguns dos mais belos contos infantis escritos em português (A Fada Oriana, A Menina do Mar, O Cavaleiro da Dinamarca). Na sua poesia, luminosa, nascida da pureza do mar, sente-se a procura de um mundo harmonioso, eco da Grécia antiga. Os seus muitos livros de poesia estão reunidos na colectânea Obra Poética. Recebeu numerosos e importantes prémios literários.

Para atravessar contigo o deserto do mundo Para enfrentarmos juntos o terror da morte Para ver a verdade para perder o medo Ao lado dos teus passos caminhei Por ti deixei meu reino meu segredo Minha rápida noite meu silêncio Minha pérola redonda e seu oriente Meu espelho minha vida minha imagem E abandonei os jardins do paraíso Cá fora à luz sem véu do dia duro Sem espelhos vi que estava nua E ao descampado se chamava tempo Por isso com teus gestos me vestiste E aprendi a viver em pleno vento.

Livro Sexto (1962)


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