Jornaleco 471 novembro 2015

Page 1

APOIO CULTURAL

HOMENAGEM

TAGS z FLYERS z FOLDERS z CONVITES z PANFLETOS z EMBALAGEM z NOTAS FISCAIS z CARTAZES z CARTÕES DE VISITA z IMPRESSÃO DE LIVROS

PERSONAGEM

MEMÓRIAS

ENTREVISTA

Bernardino P. 2

Reverendo Paulo P. 6 e 7

Av. XV de Novembro, 1807 - Centro - Araranguá Tel. (48) 3524-5916 casadocarimbo@brturbo.com.br

Hildo, o homem de ferro Texto e fotos: Vanusa Paulino Custódio e Joseane Magnus ACADÊMICAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA FVA - FACULDADE DO VALE DO ARARANGUÁ

forças para fazer musculação e correr pelas avenidas da cidade. Hildo iniciou nas corridas aos 27 anos de idade, com um simples convite para participar de uma corrida rústica, já conquistando o 2º lugar. Sua maior conquista foi ser Campeão do Ranking Cortuba, em dezembro de 2001. Já participou de provas em toda região e pelo estado, e até em terras gaúchas. Sempre seguiu uma carreira sem patrocínios, apenas com determinação e força de vontade. O apoio da família é o valor e a motivação que ele tem para suas corridas. Quando questionado sobre algum problema de saúde, ele ressalta que “a corrida é minha saúde, graças a ela sou cem por cento saudável e não tenho nenhum tipo de patologia”. Atualmente ele coleciona 136 troféus entre tantas outras conquistas. — Minha meta é chegar aos 150 troféus — diz Santana, que, com certeza, será alcançada com muita garra.

hometech@hometech.inf.br Tels. 3524-2525 / 9995-3737 Av. Getúlio Vargas, 930 - Centro VENDAS E ASSISTÊNCIA TÉCNICA

JORNALECO

©

NAS RUAS A PARTIR DE 18/11/2015

ANO 22 • Nº 471 Distribuição gratuita Periodicidade mensal Tiragem: 1.000 exemplares

APOIO CULTURAL

Hildo, a esposa e a filha posam para a foto, ladeados pelas acadêmicas de Educação Física da FVA Vanusa Paulino Custódio e Joseane Magnus, autoras desta matéria

Alcidino P. 4 e 8 REVISTA SUL FASHION

Hildo

CONTRACAPA VANUSA PAULINO CUSTÓDIO

JORNALECO ARARANGUÁ, NOVEMBRO DE 2015 • ANO 22 • Nº 471

Galeria Galeria

ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL

RICARDO GRECHI

Alto lá, sr. vereador, assim já é assaltar! O vereador propõe 20 mil cruzeiros de vencimentos. Será que você vale 20 mil cruzeiros para funcionar naquela Casa? Não vale.

Em seu primeiro jogo interestadual, o Penharol vence o Torrense por 6x2 Foi uma das melhores apresentações da equipe de Nivaldo, pois em todo transcorrer do cotejo não conseguimos notar uma só falha.

A CRÔNICA DOS ANOS 60 F CORREIO DE ARARANGUÁ

P. 5

DESFILE BANGU no antigo Grêmio Fronteira

Troféus expostos na casa do Hildo

Com tantas conquistas, e por ser uma pessoa tão admirada, Hildo de Souza Santana emprestou seu nome para a Corrida Rústica de Verão, realizada anualmente no Balneário Morro dos Conventos, sua terra natal. Quando questionado sobre o que estará fazendo daqui a cinco anos, ele sem demora responde: — Estarei correndo ainda, se Deus quiser. E a depender de sua dedicação e treinamentos, a tal meta de 150 troféus, daqui a cinco anos já poderá ter sido ultrapassada em 200. Pode-se dizer, então, que o araranguaense Hildo de Souza Santana é o nosso homem de ferro! z Da esq. p/ dir.: Claudette Maria Pacheco Lima, Ecilda de Lima, (?), Maria Bernadete Salvador, Maria Helena de Bem, Maria Helena Grechi, Maria Eunice Carcereri, Maria Regina Campos, (?), gerente das Casas Pernambucanas, Dr. Jorge Krieger de Mello, Neuza Grechi, Sandra Krieger de Mello, Sueli Alves, Vera Guidi, Ângela Silva, Tânia Tournier e Vanilda Isolete. As Casas Pernambucanas, com sua filial inaugurada em Araranguá em 1965, patrocinavam os desfiles, cedendo o corte de tecidos Bangu com o modelo, e as garotas confeccionavam o vestido para o desfile. No evento desta fotografia, Maria Regina Campos foi eleita Miss Bangu.

ANA Massoterapia Reiki DRENAGEM LINFÁTICA Q MASSAGEM RELAXANTE Q MASSAGEM MODELADORA Q ALINHAMENTO DE ENERGIA

Balneário Arroio do Silva Tels. (48) 8439-1365 / 9932-8700

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Grechi CONTATO Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Grechi, Nilsinho Nunes IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas FOTOLITO David PAPEL Toninho IMPRESSÃO Valdo, Welington

UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá - SC - Brasil

CADERNO CULTURAL © Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995) FECHAMENTO DESTA EDIÇÃO: 15/11/2015 18h35 Solicite-nos através de jornaleco.ara@gmail.com o recebimento do JORNALECO via e-mail (contendo variações nas amostras, a versão válida será a impressa)

ARQUIVO CLAUDETTE MARIA PACHECO LIMA

APOIO CULTURAL

Hildo de Souza Santana tem 59 anos, é casado e tem dois filhos. Nasceu e morou no Morro dos Conventos por mais de 30 anos. É filho de Manoel José Santana e Deolinda de Souza Santana e tem onze irmãos. — Sempre ajudei meus pais na agricultura — frisou, emocionado, aquela que é a lembrança de mais valia de sua infância. Atualmente trabalha na secretaria de obras da Prefeitura, no setor de tubulação de esgoto e instalação de novas redes. Apesar do serviço pesado, e após um dia de trabalho, Santana poderia chegar em casa e descansar, como faz a maioria das pessoas. Mas isso não acontece. Trocando seu uniforme laranja e as botinas do serviço por um calção, uma camiseta e tênis, Hildo ainda tem

A marca do seu parceiro de estrada

POSTOS IRMÃO DA ESTRADA DISK FONE (0**48) 3524-0071

VISITE O RELICAR. Aberto ao público de segunda a sábado, ou com hora marcada para eventos especiais. O MUSEU DO AUTOMÓVEL fica na Cidade Alta - Araranguá

BUICK 1950


“Vossa mercê seja bem-vindo. Sou o capitão Apolinário João Pereira”

A verdade é que morremos a cada dia e nascemos a cada dia.

O DIÁRIO DE BERNARDINO

S

A BANDA

GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ (1927-2014) Escritor colombiano

BERNARDINO CAMPOS / POVO E CASARIO EM UMA RUA CENTRAL DE ARARANGUÁ NOS ANOS 1910

uplemento

Banqueiro no leito de morte Um banqueiro, já moribundo, está se confessando: O padre: — Recite o ato de contrição e lembre que suas boas ações serão recompensadas lá no alto, enquanto que as más... O banqueiro: — Pode deixar, padre, as más ações eu já as vendi todas...

Exceção à regra O pastor fazia o seu sermão naquele casamento: — O papel da mulher é acompanhar o marido por onde quer que ele vá... — Por favor — interrompe a noiva. — Não dá pra mudar esta regra no meu caso? — Ora, minha filha, por que deveríamos fazer isso? — É que o meu noivo é carteiro...

ALEXANDRE ROCHA reconstrói a saga do telégrafo Bernardino de Senna Campos na pequena vila de Araranguá a partir de fins do século 19

CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO

Você acredita em fatalidade? Conheça duas lendas fatalistas

ÉDIPO E O MENINO DO CHIFRE Segundo a mitologia grega, Édipo nasceu com o destino de assassinar o pai e casar com a mãe. Sabedores disso, os pais mandaram matá-lo. O encarregado da execução, porém, apiedou-se da criança e deixou-o pendurada pelos pés numa árvore. Um pastor Édipo responde à esfige recolheu-a e levou-a para o seu senhor, que não tinha filhos. Assim, Édipo cresceu longe da cidade de seus verdadeiros pais. Já moço, dirigiu-se a Tebas, cidade em que nascera. No caminho, discutiu com um homem e o matou, sem saber que era o rei de Tebas, seu verdadeiro pai. À porta da cidade, teve de responder ao enigma de uma esfinge. Se errasse a resposta, seria morto, como muitos já o tinham sido. O enigma era: “Qual é o ser que de manhã tem quatro pés, ao meio-dia, dois, e ao entardecer, três?” Édipo acertou: “O homem”. De manhã (na infância), engatinha; ao meio-dia (durante quase toda a vida), anda sobre dois pés; ao entardecer (na velhice), anda sobre os dois pés e apoiado na bengala. Com isso, Édipo, entra como herói em Tebas e, mais tarde, casa-se com a rainha, que era sua própria mãe. Cumpre-se, assim, o destino. n

2

11

APOIO CULTURAL

NARRATIVA DE BERNARDINO: “Recentemente tenho estado muito triste, por estar distante de casa e saber da morte de minha mãe... A chegada neste lugar, no entanto me faz sentir-se bem. Nunca imaginei em minha vida ser tão prestigiado, o que mostra o total abandono por que passa a gente desta vila...”.

A banda continua tocando, e uma cena do lado de fora mostra que a chegada do telegrafista se transformara mesmo numa noite de festividade. Ele iria dormir feliz naquela noite, pela simpatia dos moradores do pequeno lugar. Mas seu desejo obstinado para seguir seu destino continuava a lhe encher de sonhos. E isso seria logo um fato, pensava ele. Em sua mente, em poucos dias deveria seguir e cumprir a determinação da repartição dos telégrafos, que lhe transferiu para a Capital. O sino da capela toca, alertando o pacato vilarejo para os primeiros instantes da manhã. Bernardino trabalha desde cedo nos serviços de instalação. Com as mangas arregaçadas, auxiliado por Pedrinho, puxa cabos, carrega equipamentos, organiza o ambiente de trabalho. O serviço andou bem e os dois se olham com satisfação. Bernardino bate as mãos uma na outra, puxa o lenço do bolso e limpa o suor. Concluídos os trabalhos de instalação, inicia os primeiros testes da estação. As horas a seguir seriam dedicadas a ajustes e tentativas de contatos, até que conseguisse as primeiras comunicações. Finalmente a vila pôde comemorar o êxito da operação, após correr a notícia de que a estação já estava funcionando. Araranguá já não estava mais tão isolada. Agora o telegrafista já tinha notícias novas da Capital e de Laguna. Não tão novas, mas tinha notícias.

NOVEMBRO 2015

claridade, fazendo pequenas algazarras entre as casas, quintais e ruas mal definidas. O silêncio vai chegando, mas é quebrado pelo toque de uma banda de música. O telegrafista pensou tratar-se de uma retreta na praça. Feliz pelo que ouvia, acende uma lamparina e dirigese à janela. Para a sua surpresa, o grupo se aproxima do pátio, e para diante de seu portão. Era uma banda musical composta somente por negros, todos de uma mesma família, a família Silva, que viera para Araranguá após deixar as terras gaúchas como refugiados da Revolução, onde os embates eram mais fortes. A acolhida ao telegrafista ganha ares de requintada recepção. O ambiente se transforma em calorosa solenidade, com diversos discursos em homenagem ao fato, e já com várias referências de vivas à República, pela gradual capitulação dos federalistas. Tão importante e tão aguardada a vinda do telegrafista, a sua chegada foi marcada, para a sua surpresa, com muita comemoração. Bernardino mostra a sua satisfação, se alegra, e serve bebidas para as visitas. Ele sente-se feliz, pois nunca havia imaginado ser tão bem acolhido em um lugar que considerava estar apenas de passagem.

JORNALECO 471

A

CAPÍTULO 3

O chegar à porta, Bernardino encontra um pequeno pelotão de 15 praças que ali chegou em marcha. À frente do grupo, em posição altaneira, um oficial de estatura mediana, magro, com uma leve calvície e em contraponto um avantajado bigode. Ele dá o comando, os soldados descansam. Com o boné à mão, cumprimenta o anfitrião... Apolinário: “Vossa mercê seja bem-vindo. Sou o capitão Apolinário João Pereira. Este é meu batalhão de soldados que protege a vila e realiza saídas pelo grande vale, quando não a Tubarão e Torres”. Bernardino mostra-se honrado com a inesperada visita e insiste no convite para entrar. Apolinário: “Agradeço de bom grado, mas por hoje a visita é rápida, apenas para me colocar à disposição e pedir que os serviços funcionem com eficiência para a tranquilidade da vila, que há meses não tem contato com Desterro”. Sendo caminho de idas e vindas de combatentes da Revolução Federalista, a vila, com pouca guarnição e sob constante ameaça de invasão, tinha no serviço de telégrafo o seu recurso de socorro, por isso a estação precisava ser vigiada o tempo todo. Bernardino olhou atentamente para o grupo, mostrou-se honrado com a visita e prometeu empenho em seu trabalho. O capitão se despede e sai com os soldados em formação. O entardecer é marcado pelo soar do sino da capela, enquanto as crianças ainda brincam, enquanto houver

A imprensa separa o joio do trigo. E publica o joio. ADLAI STEVENSON (1900-1965) Político norte-americano

IFSC Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina – Campus Araranguá Licenciatura em Física / Disciplina de Ciência, Tecnologia e Sociedade – Professora Suzy Pascoali Texto da acadêmica GLENDA CLEMES

Espelhos atraem raios? Cobri-los durante uma tempestade protege contra relâmpagos? UPLOADS.SOCIALSPIRIT.COM.BR As tempestades com raios e trovões vêm atingido a região de Araranguá recentemente. Com isso, podemos nos perguntar sobre uma lenda antiga, a dos raios que atingem os espelhos e podem nos causar algum dano. Afinal, devemos cobrir nossos espelhos em tempos de chuva? Você pode ficar tranquilo, a resposta é não. Se temos um espelho comum, de qualquer tamanho, dentro do quarto, por exemplo, não é necessário fazer nenhum procedimento especial durante a tempestade. A história de que precisamos cobrir o espelho é um mito. Mas por que essa história existe? Um raio é uma descarga elétrica que chega à Terra. Como quando você encosta o dedo na tomada e leva um choque; isso também é um exemplo de descarga elétrica. Atualmente, os espelhos que temos em casa não conseguem atrair os raios e nem conseguem refletir a tal descarga elétrica em alguém, como pode se pensar. Esta crença surgiu na antiguidade, quando os espelhos frequentemente tinham grandes molduras metálicas. Neste caso era preciso cobri-los, pois o metal das molduras corria o risco de atrair os raios. Hoje em dia pode-se ficar sossegado durante a tempes-tade, a não ser que seu espelho tenha uma moldura metálica. O metal é um material condutor, ou seja, ele pode conduzir a tal descarga elétrica e distribuí-la em algum lugar, de forma que seja perigoso para nós.

Em Santa Catarina, entre os descendentes dos açorianos, existe uma lenda semelhante. Um menino, segundo o vaticínio de uma cigana, nasceu com o destino de morrer nos chifres de um touro. Então, os pais criaramno preso em casa. Mas um dia, ao visitar um parente, o menino subiu num caixote para arrancar um berrante da parede e caiu em cima da ponta do chifre. Morreu. Mais uma vez, os esforços humanos foram impotentes contra o destino. As duas lendas, separadas por mais de 20 séculos, encarnam e procuram justificar a mentalidade fatalista. (Para Filosofar, Cordi, Santos e outros, Scipione, 1997, p. 61-62)

JOALHERIA E ÓTICA www.alcidino.com.br

OS SEUS OLHOS MERECEM.

ARARANGUÁ • CALÇADÃO

TEL. 3524-1633


A.A. Alcoólicos Anônimos

Grupo de Amor Exigente

Reuniões 2as e 5as f., 20h - dom., 17h Próx. da Igreja Sagrada Família - Cidade Alta Reuniões 4as e 6as feiras, às 19h30 Próx. à Câmara de Veread. B. Arroio do Silva

Reuniões 6as feiras, às 20h Sala da Igreja Episcopal, próx. EB Castro Alves

vvv

Centro de Reabilitação

Grupos Familiares AL-ANON Reun. 2as f., 20h - Próx. Igreja Sagrada Família

N.A. Narcóticos Anônimos Reuniões 4as feiras, às 20h Sala da Igreja Episcopal, próx. EB Castro Alves ○

FOLHA DO VALE

Fone (0**48) 3524-0280 Estr. Geral Volta do Silveira - Araranguá

POLÍCIA MILITAR: 190 POL. RODOV. FED.: 191 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193

telefones para emergências

DIRETOR: Edson Leônidas Matos Palmas

e Nivaldo José Fernandes

Grupo de Adoção Filhos do Coração

EDITOR RESPONSÁVEL: Paulo de Lima ARTE: Dário Lessa e Airton Tadeu Cardoso FOTOLITOS: Valdo Martins, Luiz Antonio S. Santos IMPRESSÃO: Odonir Coelho Camilo REDAÇÃO E IMPRESSÃO: Tipografia Cruzeiro

Informações: Juizado da Infância e da Juventude -Tel. 3522-0204 - Ramal 45 ○

Formas de ser uma pessoa mais saudável. 1

n Emagrecer Se o objetivo não for só sair do sedentarismo, mas também perder uns quilinhos, é preciso se dedicar mais a atividades físicas. Para a maior parte das pessoas, emagrecer ou engordar é uma questão matemática, ou seja, ingerir uma quantidade maior de calorias do que o gasto diário do organismo acaba provocando o aumento de peso. Por isso, mudanças na alimentação devem ser combinadas com a prática de

Paulo Zojaib, fisiologista e médico do esporte da Unifesp.

n Parar de fumar Quem decidir aproveitar o novo ano para parar de fumar, tem diante de si duas opções: parar por conta própria ou com ajuda médica. Pessoas com menos de 40 anos, que não apresentam problemas de saúde e fumam até 20 cigarros por dia podem tentar parar por conta própria. Largar o vício pode ser feito por meio da redução progressiva ou parada abrupta. As duas técnicas são válidas, e vai de cada um escolher o que é melhor. Reduzir aos poucos a quantidade diária de cigarros tem a vantagem de impedir a manifestação dos sintomas de abstinência, porém é essencial determinar antes uma data para a parada completa. Quem prefere deixar de fumar de forma abrupta pode utilizar repositores de nicotina, sejam em forma de adesivo, chiclete ou spray.

n Ter uma alimentação saudável Melhor do que fazer dietas, é evitar o consumo de frituras e alimentos ricos em gordura. Também é importante ingerir uma grande variedade de frutas e verduras. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a ingestão diária de cinco porções de 80 gramas cada de frutas, verduras e legumes, para que as quantidades necessárias de vitaminas e minerais sejam obtidas. Esses alimentos ajudam a evitar diversas doenças e prevenir a obesidade. Verduras cruas são preferíveis, por terem mais fibras, o que ajuda na digestão.

http:// veja.abril.com.br/ noticia/saude/osquatro-habitossaudaveis-quepodem-salvar-uma-vida/

APOIO CULTURAL

TOURNIER

Farmácia de Manipulação

Realiza todos os tipos de exames

Dr. Everton Hamilton Krás Tournier

MEDICAMENTOS, COSMÉTICOS E FITOTERÁPICOS

E-mail: tournier@contato.net

Aumento de 100% para funcionalismo público A Câmara Municipal de Vereadores aprovou projeto de Lei que concede, a partir de janeiro de 1981, 100% de aumento aos funcionários públicos municipais. A Lei já foi sancionada e entrará em vigor no dia 1º de janeiro.

Maysa Guimarães, nutróloga dos hospitais São Luiz, Albert Einstein e Leforte.

Laboratório de Análises Clínicas

Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense

O prefeito municipal, segundo informações prestadas pela Comissão Organizadora do Encontro de Corretores de Imóveis do Extremo Sul de Santa Catarina, ofereceu a insignificância de um mil cruzeiros, a título de colaboração com o grande evento, que reuniu representantes de 50 municípios catarinenses, além de outros de diversos estados e capitais brasileiras. Falando na ocasião, o vice-presidente do Conselho Estadual da Associação de Corretores de Imóveis, Arnaldo Da Nova, criticou a ausência do prefeito municipal, que não se dignou ao menos mandar um representante para tal acontecimento. O ex-ministro do Trabalho, Arnaldo Pietro, atual ministro do Tribunal de Contas da União, falando durante o almoço no Camping Morro dos Conventos, afirmou que é corretor de imóveis. Foi ele que relatou e encaminhou ao Congresso Nacional a lei que regulamentou a profissão de corretor de imóveis. (...)

Jaqueline Issa, cardiologista e coordenadora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

LUAETULIPAS.WORDPRESS

Rua Caetano Lummertz, 456 - Sala 06/térreo Centro - Ed. Com. Executivo Araranguá FONE 3522-1322 FAX 3524-2543

01/11/1980 - ano II - nº 65 Prefeito não colaborou com Encontro de Corretores de Imóveis

Para pessoas com mais de 40 anos, que apresentam alguma doença, fumam mais de 20 cigarros por dia ou têm dependência química intensa, independentemente da quantidade de cigarros, é mais indicado procurar tratamento médico para atingir o objetivo. O mesmo vale para as pessoas que já tentaram sozinhas e não foram bemsucedidas, uma vez que o tratamento com remédios aumenta de cinco a seis vezes a chance de sucesso, além de reduzir o sofrimento e o ganho de peso do paciente. As recomendações para ajudar driblar a vontade de acender um cigarro são: fazer exercícios físicos, tomar muito líquido e mascar chicletes ou um pedaço de canela. O ponto principal é evitar as “situaçõesgatilho”, aquelas que desencadeiam a vontade de fumar. Por exemplo, se uma pessoa sente mais vontade de fumar quando toma café, ela pode tentar tomar café com leite, ou mudar de bebida.

Qualidade com bons preços Av. Sete de Setembro, 1930 - Centro FONE 3524 2990

10

06/11/1980 - ano II - nº 66 Turvo é campeão do JERVA pela 3a vez Somando 539 pontos, contra 462 de Araranguá, o Turvo, pela 3a vez consecutiva, sagrou-se campeão do JERVA, agora em sua XI realização. O 3º lugar ficou com Sombrio, totalizando 203 pontos, contra 159 de Praia Grande, que ficou na 4a colocação. O 5º lugar coube a Jacinto Machado, o 6º para Timbé do Sul, o 7º com Meleiro e o 8º com Maracajá. No quadro de medalhas, Turvo somou 42, Araranguá, 30, Sombrio, 10, e Praia Grande, 12.

Salmi: de auxiliar de coletoria a prefeito O ex-prefeito Salmi Paladini, que no dia 24 de janeiro do próximo ano completaria 48 anos de idade, começou sua vida profissional como auxiliar da Coletoria Estadual de Araranguá. Posteriormente, passou a Coletor Substituto. Fiscal da Fazenda, Secretário da Câmara Municipal, elegeu-se duas vezes vereador, foi presidente da Câmara e depois prefeito municipal, cargo que ocupou até 1º de novembro deste ano [1980], data do seu bárbado assassinato na localidade de Sangradouro, na rodovia que liga a cidade ao Arroio do Silva, 200 metros após sua residência de campo, conhecida como Fazendinha.

O SUL DIRETOR: Osmar Nunes OFICINA E REDAÇÃO: Av. 7 de Setembro, 2090 t

22/11/1964 - ano I - nº 43 Pescaria de amadores Por edital... fica proibido o exercício da pesca de arrastão no rio, inclusive garateia. Por outro lado só será permitida a pesca exercida por pescadores amadores aos sábados, domingos e feriados.

MICRO CONTO

Em teoria... por VICTOR O.

DE

FARIA

quando o novo gato da vizinhança iniciou seu passeio matinal. Malhado e com manchas engraçadas, chamava a atenção por onde passava, exibindo de forma exagerada seu porte diferenciado. Avistou três gatos de rua, não muito longe dali, confraternizando ao redor de uma grande lixeira. Boa oportunidade para demonstrar seus conhecimentos e impressioná-los. — Olá, vizinhos! Sou o gato de Schrödinger. O encararam com desdém. O maior deles, cinza e arrepiado, se aproximou. — Quem? — Nunca ouviu falar? Aquele da famosa teoria, onde duas partículas podem estar em dois estados ao mesmo tempo? Achei que seus donos ensinassem alguma coisa. Perdoem minha ignorância. Trocaram olhares entre si. Audacioso... Recém-chegado e já queria bancar o “sabido”. Cinza lambeu a pata e apontou. — Muito bem. Então, quer dizer que você pode estar em DOIS lugares ao mesmo tempo. — Em teoria... — Tá vendo esse jardim e essa lata, novato? — Estou. Sorriu. Mostrou as unhas, pulou com agilidade incrível e derrubou o latão sobre a grama, correndo em seguida. Um som bem conhecido, apavorante, foi ouvido por entre as pequenas árvores do pátio. Um enorme Pitbull surgiu, com sede de vingança. — Esse é o Einstein! Ele pode estar em TODOS os lugares ao mesmo tempo! AINDA ERA CEDO

WWW.ZAZZLE

Dra. Liana Grechi de Oliveira Dr. Elton Grechi de Oliveira APOIO CULTURAL

Paulo Zojaib, fisiologista e médico do esporte da Unifesp e Maysa Guimarães, nutróloga dos hospitais São Luiz, Albert Einstein e Leforte.

atividades físicas. Para perder peso, as atividades formais são mais indicadas, especialmente aquelas que buscam estratégias para aumentar o gasto calórico, como combinar exercícios aeróbicos com o treino localizado. Escolher qual a atividade mais indicada depende da vontade de cada um, e pode ser desde treinos na academia até esportes ou aula de dança. Quem não gosta de transpirar, por exemplo, pode fazer uma atividade dentro da água. Depois de tomada a decisão de se exercitar, um grande problema costuma ser a frequência em que a atividade é realizada. O ideal é praticar de cinco a seis vezes por semana, para manter o equilíbrio de ganho e gasto calórico, mas não adianta fazer um planejamento utópico e não conseguir cumprir depois. Mesmo que só seja possível praticar duas ou três vezes por semana, é sempre melhor do que ficar parado. A maioria das doenças decorrentes do sedentarismo não apresenta sinais visíveis, de modo que muitas vezes a motivação para fazer exercícios acaba sendo estética. Porém, ter consciência de que a atividade física melhora a saúde e a qualidade de vida é fundamental para que ela se torne um hábito.

t

NOVEMBRO 2015

De acordo com um estudo publicado no ano passado no periódico The Lancet, o sedentarismo já é considerado tão letal quanto o tabagismo, sendo responsável por 5,3 milhões das 57 milhões de mortes registradas no mundo em 2008. A boa notícia é que a melhora da qualidade de vida está relacionada ao gasto calórico diário, e isso não implica necessariamente a realização de uma atividade física formal. A ideia é se movimentar o máximo possível. Para isso, é preciso deixar um pouco de lado o elevador e a escada rolante. Quem mora ou trabalha em andares mais altos pode descer do elevador dois andares antes e continuar a subida pela escada. Na hora de estacionar o carro no shopping ou em outro estabelecimento, vale procurar a vaga mais distante da entrada. Depois do almoço, em vez de ficar conversando à mesa ou voltar direto para o trabalho, dar uma ou duas voltas no quarteirão é um hábito saudável. Durante o dia, também é possível combinar com os colegas e ir tomar o café um ou dois andares acima do seu. Uma ideia para avaliar como anda a média de movimentação diária é andar com um pedômetro, um dispositivo simples que marca o número de passos dados. A quantidade recomendada para um bom condicionamento físico é de 10.000 passos diários.

Av. Cel. João Fernandes, 75

JORNALECO 471

n Deixar de ser sedentário

Jornal de Ontem OOO Nº 3

JORNAIS ARARANGUAENSES DO PASSADO — NOTÍCIAS QUE FAZEM HISTÓRIA

FAZENDA SÃO JORGE

vvv

EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI

OOO

3

CRO/SC 11.148

CRO/SC 11.149

Especialista em Odontologia Ocupacional Pós-Graduada em Dentística Pós-Graduada em Endodontia Mecanizada

Especialista em Implantodontia Especializando em Ortodontia

GRADUADOS PELA UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - CURITIBA/PR n Implantes n Cirurgia oral n Clareamento a laser n Placa miorrelaxante n Raspagem com ultrassom n Laserterapia n Próteses n Tratamento de canal n Tratamento gengival n Restaurações AGENDE SUA CONSULTA Fone/Fax: 48 3524-6097 - Rua Caetano Lummertz, 91 - Centro Médico Oswaldo Cruz, sala 103


SOLO DO EDITOR RICARDO GRECHI

Anedotário araranguaense ○

ALCIDINO FERNANDES (1935-2015)

APOIO CULTURAL

JORNALECO

A

CIADEALFABETIZACAO.COM

EM 1978, aos 13 anos, eu comecei a trabalhar na gráfica do meu pai, nos fundos da nossa casa, na av. Getúlio Vargas, nº 170. O Ernesto começara ali, em 1960, apenas com a redação do Correio de Araranguá, pois a oficina do jornal funcionava nos fundos do Cine Roxy, até 1965, quando se mudou para o endereço da redação, vindo a constituir a Gráfica Orion. Minha primeira função, que desenvolvi com muita dedicação, foi a de compositor e diagramador tipográfico. Fazia chapa – a matriz em tipos móveis, à maneira do velho Gutenberg. E em 1991 eu assumi a administração, até 2000, quando voltamos às origens apenas como editora. Poucos ambientes da indústria e do comércio contam com uma variação tão grande de motivações e estados de espírito por parte das pessoas que buscam seus serviços. Em uma gráfica, nada está pronto, tudo é discutido com o cliente, conforme sua necessidade e desejo, dentro de um universo de possibilidades em artigos de impressão. Para lá acorrem empresários e contadores, professores, padres e pastores, políticos, profissionais liberais, agricultores. De lembrança de falecimento a convite de casamento, de notas fiscais a livros, toda gente um dia entra numa gráfica para mandar imprimir alguma coisa. E se a gráfica também edita um jornal, então diversifica ainda mais seus frequentadores, atraindo leitores, colaboradores e todo tipo de agentes culturais e curiosos. Foi assim que a Gráfica Orion, em 40 anos de atividade no centro da cidade, recebeu milhares de pessoas com seus empreendimentos comerciais, sociais ou particulares, muitas vezes refletindo suas histórias de vida. E muitas parcerias nasceram e se preservaram também com o atendimento que fazíamos às empresas em seus próprios estabelecimentos. No início dos anos 1990, o empresário Maureci Rodrigues, então novo na praça, veio até a Gráfica Orion. Recém-chegado à cidade, informou que estava abrindo uma loja no ramo de joalheria e ótica na Praça Hercílio Luz, e precisava de orientação sobre impressos específicos ao funcionamento do seu negócio. Então lhe apresentei modelos de notas fiscais, ordens de serviço, envelopes, contratos, fichas de controle, carnês etc., todo o material gráfico que a Alcidino Joalheria e Ótica utilizava em suas lojas. Ele concluiu que era exatamente daquele material que necessitava e perguntou se poderia tomar emprestados aqueles modelos da Alcidino. Fui verificar. Entrando em contato com o Alcidino, que foi um dos maiores parceiros na história da Gráfica Orion, nosso querido mestre relojoeiro respondeu: “Não tem problema, fiquem à z vontade. O sol é para todos”.

“O riso é o som mais bonito do mundo”

A corruíra e a égua por Cláudio Gomes / CASOS E CAUSOS QUE O POVO CONTA

SSIM como na grande maioria das pequenas cidades deste país, também nos bairros da nossa Araranguá ainda há o costume de os amigos frequentarem um determinado bar ou “buteco”. Às vezes, isso acontece ao final das tardes, e, quase sempre, pela manhã aos sábados, domingos e feriados. As motivações são variadas, dentre as principais, a despreocupação do momento em que se contam piadas, se relatam casos ou causos, e também para se inteirar das últimas notícias da cidade e região. Ainda que o advento da Internet escancare quase tudo, ainda há espaço para os assuntos ali tratados e que só aqueles que estão no recinto têm domínio. Mas o principal é que as conversas, debates, teorias, definições e, especialmente, as amizades, são brindados com bons goles. Foi em um destes encontros, já há algum tempo, no bar do Chico, na Urussanguinha, que nosso grande e saudoso Arilton Alves, o “Pornô”, contador de causos do bairro, iniciou o relato acontecido com uma corruíra e a égua velha do “Salmora”. — Pois esta égua — dizia ele — ficou por tanto tempo abandonada no pasto e sem serventia, que o dono, o Salmora, até se esqueceu dela. Ficou por meses nos potreiros da vizinhança. Mas como se sabe, porque já contei no causo “A égua que salvou a pescaria” (JORNALECO 415), o Salmora era louco por este passatempo, a pescaria. Vai que, de repente, ele resolveu dar umas voltas lá pelo Arroio do Silva a fim de pescar umas papa-terras ou arrancar alguns “garantidos” (mariscos, hoje já nem tão garantidos). E aí lembrou-se da sua égua velha e da carrocinha para não ter de dar umas pernadas até à praia carregando todos os apetrechos de pesca. O Salmora, que também morava na Urussanguinha, depois de procurar pela vizinhança, foi mais além, porque no bairro ela não estava. Só no final do dia é que achou a égua. Ela foi encontrada muito distante de onde a havia deixado há tempos, lá no bairro Mato Alto, a quase três quilômetros de casa. Trouxe-a de volta para casa, observando, porém, que uma corruíra vinha acompanhando a égua desde o pasto de onde se achava. No dia seguinte, atrelou a égua à carrocinha, e lá estava a corruíra, pousada em um mourão por perto. Rumou em direção à praia e a corruíra continuava acompanhando. Ora pousava em alguma varanda de alguma casa, ora em algum galho de árvore, ora em um arame de cerca, mas sempre por perto, participando da viagem. No final do caminho e para espanto do Salmora, quando chegou à beira do mar, a corruíra já estava lá, esperando, pousada em um cômoro de areia por entre os juncos. Logo que desatrelou a égua da carroça tirando-lhe os arreios, a corruíra pousou no lombo do animal. Com a curiosidade aguçada pelo acirrado acompanhamento da corruíra, que procurava estar sempre por perto da égua, nosso amigo resolveu averiguar para saber o que estava acontecendo. Passou a examinar a égua, que ficara sem ver a bastante tempo. Todos no bar permaneciam calados, mas atentos, pois, por conhecerem o Pornô, já anteviam, desconfiados, o desfecho da estória. O nosso contador de causos fez a pergunta, que ele mesmo respondeu. — Vocês sabem o que o Salmora descobriu, para seu espanto? Um ninho da corruíra com quatro ovinhos, e todos inteirinhos, numa das orelhas da égua. Um silêncio incrédulo se fez maior no buteco. Como sempre fazia, o Pornô concluiu com a maior seriedade e sem o mínimo constrangimento: — Tão duvidando?! Ué! Ué! Ué! Perguntem pro finado cumpade Joca...

ELETRODOMÉSTICOS - MÓVEIS - SOM E IMAGEM BAZAR - BRINQUEDOS - INFORMÁTICA - FERRAGENS FERRAMENTAS E MÁQUINAS - LINHA PRAIA - CAMPING JARDINAGEM E COMPLETA LINHA AGRÍCOLA

u 200 metros do trevo principal de entrada da cidade, nº 474 - Cidade Alta - Araranguá Tel. (48) 3521-4200 site: www.afubra.com.br

CUBOMAGICO.NET

E T C ETERA

HAROLD LLOYD foi um ator de cinema norte-americano (1893-1971) famoso por misturar humor pastelão com suspense e conhecido por seu pioneirismo em criar um personagem que usava óculos. Com Ben Turpin, Buster Keaton e Charles Chaplin, foi um dos comediantes que protagonizaram com seus tipos inconfundíveis as principais e mais divertidas produções pastelão da era do cinema mudo. No início de sua carreira, Harold Lloyd poderia ser considerado só mais uma imitação de Chaplin, mas com roupas apertadas. Com o tempo, acabou trocando o bigodinho por um chapéu de palha e uns óculos tartaruga, com certa elegância. “Pouco inteligente, mas afortunado” poderia ser o lema do personagem. Representava o americano médio confrontado pela freneticidade da urbanização: arranha-céus, negócios, médicos charlatões. Em O homem Mosca (1923), um de seus filmes mais famosos, ao escalar um edifício pelo lado de fora, a certa altura, para não cair, agarra-se ao ponteiro de minutos do relógio na torre do prédio (foto), cena que, conta a lenda, fez sem dublê. (FONTES: BRASILESCOLA.COM E WIKIPÉDIA)

10 gênios da música clássica. VI CEM ERROS DE PORTUGUÊS - 8 E H S W ( : ) DITORES DO

OW TUFF

ORKS

FONTE SITE COMO TUDO FUNCIONA

http://www.culturatura.com.br/gramatica/ortografia/erros.htm

Franz Schubert (1797-1828)

O

austríaco Franz Peter Schubert foi um dos responsáveis por construir a ponte entre os períodos neoclássico e romântico na música de concerto. Entre 1813 e 1815, Schubert escreveu algumas de suas mais impressionantes composições, que mostraram sua genialidade precoce expressa na originalidade e imaginação de obras para quartetos de cordas, sinfonias e canções. Uma de suas obras-primas foi a música que fez para um poema do "Fausto", de Goethe, em 1814. Durante apenas um ano, em 1815, Schubert compôs quase 150 canções. Em toda sua vida foram cerca de 600 canções e nove sinfonias (uma inacabada), além de vários outros trabalhos como sonatas, óperas e músicas para corais. Assim como Mozart, teve uma produção musical intensa durante uma vida curta. Apesar de compor músicas com várias características do Romantismo, Schubert fez isso dentro dos moldes da escola clássica, o que o z deixou mais próximo de Mozart do que de Chopin.

© ISTOCKPHOTO.COM

O mais importante é o indivíduo ou a sociedade? Uma das questões mais instigantes da filosofia refere-se ao conflito indivíduo x sociedade – o homem é o meio ou o fim da sociedade. Duas posições se destacam. Para Friedrich Hegel (1770-1831), a sociedade é o todo, e o homem está subordinado a ela. “O verdadeiro é o todo” e o homem é apenas uma parte, um momento na sociedade. Vive na sociedade, pela sociedade e para a sociedade. As consequências dessa visão apontam para o totalitarismo: o indivíduo não tem direito algum, é apenas um meio para o bem do todo; o fim é a sociedade e tudo é sacrificado em seu nome. Para Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) e outros filósofos posteriores, o homem, ao contrário, é o fim de qualquer atividade social. A sociedade compreende a soma de vários indivíduos e também as relações existentes entre eles. Ela é um meio para se atingir o bem comum, que é fundamentado no bem particular de cada indivíduo. J.M. Bochenski em Diretrizes do pensamento filosófico, adaptado em Para filosofar, Cordi e outros, Scipione, 1997

4

9

APOIO CULTURAL

NOVEMBRO 2015

JORNALECO 471

“O sol é para todos”

FUNERÁRIA E ASSISTÊNCIA FAMILIAR

STA. TEREZINHA www.funerariasantaterezinha.com

67 - Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores. 68 - Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quando equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia. 69 - Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos"). 70 - Vou sair "essa" noite. É este que desiga o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 21). 71 - A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora. 72 - A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria. 73 - Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu. 74 - Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos. 75 - Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio. 76 - Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeque", etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.

O respeito humano que sua família merece! TANATOPRAXIA n ASPIRAÇÃO n EMBALSAMENTO n RESTAURAÇÃO FACIAL

Tels. (48) 3522-0814 3522-1405 9955-6895 Av. Sete de Setembro, 2089 - Centro - Araranguá SC


Quando alguém põe os pés na porta da loja matriz da Alcidino Joalheria e Ótica, em Araranguá, logo encontra o seu fundador atendendo alegremente, com a mesma disposição de quando iniciou seu negócio, há 50 anos. Alcidino Eduardo Fernandes teve o seu primeiro nome colocado à prova da excelência profissional. Para tanto, traçou suas metas na mesma direção em que a região do vale do Araranguá crescia. Natural de Braço do Norte, de uma família de nove filhos, mãe costureira e pai barbeiro, trabalhava de engraxate e ajudava o pai na barbearia. Aos 19 anos, serviu ao exército e, num período de três meses, subia a patente para cabo. Entretanto, não quis continuar na carreira militar e prosseguiu no ofício de barbeiro e no comércio de penas de ganso, o que o levou a morar em Santa Rosa do Sul (à época, distrito de Sombrio) onde casou com a professora Terezinha, sua companheira de todas as horas e situações, e continuava com suas funções. A vontade de conhecer algo diferente o levou a fazer um curso por correspondência, o de conserto em relógios. Com o diploma de técnico relojoeiro, fundava em 1961, a primeira relojoaria Alcidino, numa pequena sala de sua residência, em Santa Rosa do Sul, onde se dedicava exclusivamente ao conserto e comércio de relógios. Esse foi seu primeiro passo para conquistas seguintes. Em 1968, já havia feito também o curso técnico em ótica, em Porto Alegre, ampliando seu mix de produtos e serviços para esse segmento. Assim, com o apoio da esposa, investiu na cidade de Araranguá, e abriu a primeira filial, uma pequena loja comercial em frente ao jardim municipal da Praça Hercílio Luz. Dessa forma, Alcidino dava início à ascensão da sua rede de lojas, aproveitando todas as oportunidades para manter seu negócio, ao mesmo tempo em que contribuía com a saúde visual das pessoas. — Não pensei, propriamente, em entrar para o ramo da ótica visando

F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F

ALCIDINO EDUARDO FERNANDES 1935–2015

o lucro do negócio, foi mesmo por gostar disso, deste contato direto com o cliente — e complementa: — A maior recompensa é a consideração dos clientes. Vê-los satisfeitos, com seus problemas resolvidos. Isso mantém um vínculo estreito e personalizado com cada um. Com seu jeito simples e sem ter como prioridade o ganho financeiro, Alcidino diz ter procurado fazer sempre as boas escolhas, assim como foi com a Technos. — Esta marca de relógios foi a primeira a me vender a crédito, quando abri a loja em Santa Rosa do Sul, e até hoje mantemos um comércio de fidelidade — reflete. A expansão

Seis anos depois de ter se instalado em Araranguá, o empresário, contando cada vez mais com a participação dos filhos Eliane, Everton, Elizane e Júnior, inaugurava mais uma filial, desta vez na cidade de Criciúma. E, logo em 1980, abria a loja de Tubarão e uma segunda loja no Shopping Della Giustina em Criciúma. Ainda no apagar das luzes do século 20, em 1991, a Alcidino se instalava na capital Florianópolis, e também abria suas portas, oferecendo sua eficiência aos sombrienses. Estava concretizada o que é hoje a rede Alcidino Joalheria e Ótica. Mas essa marca representa muito mais do que uma rede familiar de empresas. Com a missão de cuidar bem da visão de seus clientes e ao mesmo tempo acompanhar a evolução dos tempos, buscou novos projetos arquitetônicos, inspirados em cenários internacionais que vislumbrou durante suas viagens pela Alemanha, Suíça, França e Itália, para inaugurar em grande estilo, em 1993, as novas instalações da matriz da rede, entregando à Araranguá uma loja muito mais moderna e cheia de glamour. Seu grande momento na profissão

Presença marcante por onde passa, com seus gestos e sorriso expressivos, Alcidino fala com estampado orgulho sobre a sua contribuição ao setor ótico de Santa Catarina, quando, na década de 1990, teve a responsabilidade de organizar e realizar, em Blumenau, o 10º Congresso Nacional

novembro.1962

Alto lá, sr. vereador, assim já é assaltar! Nasceu Wladinir Filho Aconteceu na madrugada do dia 6, o nascimento do garoto Wladinir, primogênito do nosso caro diretor, Dr. Wladinir Luz, e de sua digna consorte, sra. Eoli Bacha Luz. CA nº 71, 11/11/1962

de Óptica e Feira Nacional. — Foi o momento que mais me marcou na minha profissão. Um tanto por acaso, porque fui convidado a representar um colega, na época presidente da Associação de Óptica de Santa Catarina, que precisou ser hospitalizado, em uma reunião no Rio de Janeiro entre os óticos do Brasil, cuja pauta era definir a sede para a realização de tal congresso. No Rio, já na reunião, fiquei sabendo que me sentaria à mesa de autoridades como representante do presidente da associação do nosso estado, onde fui indagado e disse que Santa Catarina estava preparada para sediar o Congresso. Quando falei isso, fui aclamado pela multidão presente e então, trouxemos o evento para cá — conta ele, envaidecido.

NJ.: Wladinir, seguindo a carreira do pai, hoje é médico em Araranguá. Tem um irmão mais novo: Dalton.

Fundação da Dimasa Foi fundada, nesta cidade, a Dimasa - Sociedade de Automóveis de Araranguá S.A., firma independente, com capital próprio, formado por elementos de Araranguá e Criciúma. A Dimasa, cujo capital alcança 20 milhões de cruzeiros, explorará o comércio de venda de automóveis, distribuindo, autorizadamente, os carros Volkswagen. Para instalação de sua sede, foi adquirido, na esquina das ruas Caetano Lummertz e Cel. Apolinário, um terreno onde será construído grande prédio. CA nº 72, 25/11/1962 NJ.: Neste endereço e edificação reformada recentemente (0 muro baixo original que cercava a propriedade há 50 anos bem que poderia ter sido mantido com o atual cercado), hoje está a Dimasa Honda.

Ferreira & Cia.

O segredo do sucesso

E perguntado sobre qual o segredo desse sucesso e da solidez de seus empreendimentos, Alcidino mostra toda sua simplicidade. — O segredo está na minha maneira de ser e de ver as coisas. Nunca pensei no capital que iria acumular, pensei em satisfazer as necessidades da minha clientela, porque o dinheiro é a consequência de um trabalho bem feito. Prezo muito o perfeccionismo, é algo reparável na minha empresa. Temos o nosso laboratório. No sul é um dos maiores e mais bem equipados, com as tecnologias mais modernas para atender com qualidade, segurança e agilidade. Me sinto realizado com a minha vida, não pelo dinheiro e sim pelo que construí e conquistei nela durante esses 50 anos — finaliza. Profissionalismo admirável e cativante deste empresário que, afinal, preparou bem os filhos, todos especializados na área, assegurando a continuidade e o prosseguimento à sua nobre missão e com a profunda dedicação que ele sempre manteve, desde o longínquo 1961, ao fundar a

JOALHERIA E ÓTICA FONTE: WWW.REVISTASULFASHION.COM.BR

Deverão ser inauguradas hoje, às 20 horas, as instalações da firma Ferreira & Cia., com ramo de artigos elétricos, móveis de aço e ferragens em geral. A nova firma situa-se no andar térreo do edifício da Empresa Força e Luz [na av. Sete de Setembro]. idem

“Tribuna Sombriense” Surgiu em Sombrio um jornal com o título de “Tribuna Sombriense”, que tem como diretor e redator o sr. Antonio Vignali, tendo como colaboradores: Adão Vignali, José Lummertz, Antonio Bernardino de Oliveira e Pedro da Silva Pedroso. idem

n CINE ROXY / Programação da semana 94) Dia 25/11: Mulheres, cheguei, com Zé Trindade; 9-19 (195 Y X 26: Fibra de Herói, com Randolph Scott; O ER CIN 27: Os bravos morrem de pé, com Gregory Peck; 28: Meu filho é inocente, com Zarah Lander, 29: Apaixonadamente impetuoso, com Natalie Wood; 30: Intimidades confidenciais, com Steve Alan; 1º/12: Quanto mais quente melhor, com Marilyn Monroe; 2: A bela e o renegado, com Robert Taylor, e à tarde, matinê com Macumba na alta. idem

NOVEMBRO 2015

A origem

Fundador WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Chapista/impressor WALDEMIRO, FERRINHO, NEI Publicado na GRÁFICA LÍDER (ORION) ABRIL-1960 a MAIO-1975 Redação e administração: Av. Getúlio Vargas, 158-170

JORNALECO 471

Em junho, fui na Alcidino fazer uns óculos novos. Enquanto o próprio Alcidino tomava as medidas, eu, pela décima vez, convidava-o para fazermos uma entrevista para o JORNALECO, ao que ele respondia para esperar mais um pouco. Hospitalizado em Tubarão, Alcidino veio a falecer na manhã deste 20 de outubro. A matéria nunca sairia. Aí fui à cata de algo pronto. Assim encontrei, no site da revista SUL FASHION, o ótimo texto da jornalista Vanessa Irizaga, publicado em 8 de maio de 2012. (RG)

8

5

A Câmara de Vereadores, por iniciativa de um determinado membro, conseguiu um vencimento de mais ou menos 10 mil cruzeiros para cada vereador. Falamos, mas concordamos [na edição anterior, o redator publicara: “Relativamente, serão bem remunerados os vereadores da Câmara de Araranguá, considerando-se o pouco trabalho que desempenham. Dez mil cruzeiros deverão perceber, além de gratificações por sessão realizada. Um projeto de lei será aprovado neste sentido. Não somos contra as vantagens que o cidadão deverá usufruir pelos serviços prestados à coletividade. Contudo, reservamo-nos o direito de discordar da pretensão dos edis araranguaenses. Não é justo que um município com parcos recursos financeiros seja onerado com tais despesas (...) CA nº 71, 11/11/1962]. Afinal, ninguém é obrigado a ser alguém em proveito público sem remuneração. Mas agora, esse mesmo vereador, abusando da tolerância daqueles que o elegeram, entrou novamente com um projeto, reconsiderando o ato anterior, e propõe 20 mil cruzeiros de vencimentos. Para aí, seu vereador! Será que você vale 20 mil cruzeiros para funcionar naquela Casa? Não vale. CA nº 72, 25/11/1962

Em seu primeiro jogo interestadual, o Penharol vence o Torrense por 6x2 E NEVALDO S OUZA Dia 15 próximo passado, apresentou-se na bela cidade balneária de Torres, a equipe do E.C. Penharol, no qual fora dar combate a um selecionado do Grêmio Esportivo Torrense. Como primeira apresentação interestadual, a equipe saiu-se bem, pois venceu o prélio por um escore de 6 tentos a 4, gols estes assinalados por: Ingué 2, Jaime 2, Joi 1 e José 1. Foi uma das melhores apresentações da equipe comandada por Nivaldo, pois em todo transcorrer do cotejo não conseguimos notar uma só falha, muito embora lhes falte dois bons valores para completar o onze alvi-verde. A defensiva com: Minervina, Valmor, Luiz Bento, Elluir (Adilson) e Lourival, mereceriam 10. Somente Adilson (meia fase de jogo) levaria 9. A meia-cancha com: José, Lili e Joi, mereceria 10, este último, o melhor de todos. A ofensiva com: Ingué, Foguinho e Jaime, nota 9, isto por que não estavam totalmente em sua forma e muitas oportunidades perderam. Foi assim a primeira apresentação do E.C. Penharol em gramados interestaduais. idem

“O Farol” Surgiu mais um órgão de imprensa em nossa cidade. O Grêmio Estudantil Pe. Cornélio Tedesco iniciou a publicação do seu órgão oficial — O FAROL. Com o aparecimento de mais este jornal, Araranguá já conta com três órgãos oficiais de sociedades de serviço e cultural — do Rotary Clube, do Lions e, agora, do Grêmio Cultural Pe. Cornélio Tedesco. “O Farol” veio a lume com o seu primeiro número no mês de outubro, infelizmente sem data. Bem impresso e bem paginado, apresenta bons artigos, que todos devem ler e prestigiar. CA nº 71, 11/11/1962 NJ.: Este texto parece ser de Wladinir Luz. Três informativos: do Rotary, do Lions e do Grêmio Estudantil, mais o jornal Correio de Araranguá, são os únicos órgãos de imprensa gráfica em Araranguá no início dos anos 1960.


Reverendo Paulo Roberto Duarte

Paulo, o Antigo Testamento e Jesus

“O apóstolo Paulo viveu os dois extremos,

de perseguidor ele passou a ser um seguidor de Jesus Cristo e tornou-se o maior missionário da igreja. O cristianismo deve a Paulo e a seus discípulos o crescimento da igreja, disso não se tem dúvida. Mas a igreja corre o risco de pregar Paulo e não Jesus Cristo. É preciso ter cuidado com isso. Paulo é um instrumento que aponta para Jesus, mas ele não é Jesus. Muitas vezes também se vê pregação muito fundamentada no Antigo Testamento. O Antigo Testamento tem muita espiritualidade, um Deus revelado, Criador, que é Pai e Mãe, que se revela a partir dos fenômenos religiosos, temporais, culturais, e as pessoas vão percebendo como é caminhar na direção divina de Deus. Mas a manifestação principal, que divide a humanidade em antes e depois, para nós cristãos, é Jesus Cristo. Para os judeus, Jesus foi só mais um profeta. Mas, para nós, Jesus foi totalmente humano e totalmente divino, como está no credo. E isso é uma questão de fé, não se explica.

Numa época em que muitos oferecem a religião como um produto qualquer para suprir a ânsia materialista, o pároco anglicano de Araranguá reafirma a espiritualidade cristã para um mundo de paz, amor e justiça Igreja Episcopal Anglicana do Brasil busca eximir-se da atual tendência da cristandade a falsificar sua religiosidade com soluções imediatistas. Sem fazer proselitismo, os anglicanos não “forçam a barra” para atrair adeptos. Tratam as outras igrejas com respeito, mas não recuam em seus posicionamentos humanistas e na evangelização através da mensagem cristã de amar o próximo sem exclusivismo. Para tanto, não reconhece superioridade entre gêneros: homem e mulher têm a mesma capacidade e direito de assumir a liderança em qualquer setor da sociedade e da própria igreja. Reverendo e reverenda, ambos podem assumir o governo da igreja como bispo ou bispa. Sacerdotes podem casar e a diversidade sexual é aceita. Atualmente se discute o casamento homoafetivo. Isso dá mostras da luz que há nos olhos e no coração anglicano, em que Jesus não é dado como um mercador de milagres, mas um mestre humano e divino que oferece um mundo novo.

Diversidade religiosa e o Estado laico

APOIO CULTURAL

REVERENDO PAULO: Nós somos um país que busca ser uma nação. Um país é regido por normas morais e éticas e por uma estrutura de direito e de fato. O Estado deve contemplar os símbolos que dão unidade à nação, respeitando desde a sua nação indígena. Temos que respeitar essa nascente de religiosidade que tem no país, dos que aqui estavam e dos que aqui chegaram. Então o Estado deve promover não um discurso ateísta, e muito menos um discurso religioso de uma determinada doutrina, mas estar aberto ao diálogo.

É preciso ir além da lei e buscar o essencial

“A

A comunidade e o outro

Bíblia não é um livro de receitas. Antes de ter a palavra escrita, era vida, a vida de um povo. E a Bíblia continua sendo escrita pelo povo de Deus, que somos nós. Ela não é um livro para ser seguido como um livro de direito, com leis e normas. E o próprio Jesus disse isso, na sua prática. A lei era para ser obedecida, e ele obedecia às leis e à moral do seu povo. Mas ele dizia aos seus discípulos para que quando alguém os convidasse para caminhar um quilômetro, que se caminhasse dois. O primeiro quilômetro é o da lei, o segundo é o da graça, do amor, da gratuidade. Pobre da pessoa que vive só cumprindo a lei, e não faz nada além da lei. É preciso ir além da lei e fazer as coisas com alegria e gratitude, e buscar o essencial, que é invisível aos olhos, como diz o Pequeno Príncipe. Hoje, a leitura bíblica usa de um método científico, a exegese. Você vai para dentro do texto e percebe a mensagem no contexto do povo que a recebia, com sua religiosidade e questões culturais, éticas, políticas, econômicas. O anúncio não pode estar desencarnado. Não é só uma salvação pessoal, mas uma salvação pessoal em torno do contexto do lugar onde se vive. Com essa compreensão, você vai poder trazer para hoje a mensagem central da Bíblia.

“O outro não é uma ameaça, mas uma

65 ANOS dos anglicanos em Araranguá Em 2015, a Paróquia Cristo Redentor completa 65 anos em Araranguá. Inicialmente, fazia suas celebrações na igreja luterana de Itoupaba. Em 30 de dezembro de 1973, ela inaugurou seu atual templo, na av. XV de Novembro, nº 1620. Paulo Roberto da Costa Duarte é o seu 16º pároco. Tem 51 anos, é natural de Santana do Livramento-RS. Casado com Sandra Quevedo Costa, tem a filha Laís, de 15 anos. Formado presbítero em 1993, exerceu seu ministério primeiramente em Horizontina e Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, e em Montevidéu e Rivera, no Uruguai, antes de vir para Araranguá em 2009. Na manhã de 27 de outubro, conversamos na casa paroquial. Com um discurso lúcido e cativante, o reverendo anuncia a mensagem cristã para a salvação e como um modo de as pessoas encontrarem Deus nos outros e em si mesmas, e fala da missão das igrejas cristãs nas comunidades e fora delas.

divino. Assim ele implantou o Reino de Deus e a igreja deve apontar para esse Reino, e ela só pode apontar quando ela se doa. A igreja é a única instituição que não deve estar a serviço de si mesma, porque é o único lugar aonde as pessoas chegam em reconhecimento a tudo o que receberam, porque tudo é de Deus, inclusive a nossa vida. Deus não precisa do que nós temos, nós é que precisamos de Deus. E a igreja é o laboratório do Reino de Deus. É onde se aprende a partilhar. O maior milagre que Jesus fez foi a partilha, ensinar a dividir o pão e o peixe. Ele não multiplicou, o que dá uma ideia de mágica. O que ele fez foi ensinar as pessoas a dividir o que tinham. Daí, podemos dizer que a divisão multiplica. E o pouco de cada um, é muito. E é isso que o mundo precisa aprender com Jesus. Que não precisamos excluir o outro para ser feliz.

O que é a igreja e para que serve

“No hebraico, igreja significa assembleia

de Deus. Tem até uma denominação que pegou essa expressão maravilhosa. A igreja não é um fim em si mesmo, é um instrumento da ação humana que vai visualizar o divino. Jesus não veio fundar igreja, a igreja foi fruto da sua pregação do Reino. Jesus trouxe à humanidade o Reino de Deus, e os pilares deste Reino podem ser resumidos, no Antigo Testamento – na palavra Justiça, e no Novo Testamento – na palavra Amor. Nós não somos igreja para pregar uma unidade institucional, mas para pregar uma unidade de fé. Jesus disse: “Eu vim para que todos tenham fé e para que todos sejam um”. Essa é a missão da igreja, trabalhar para que todos sejam um. E ser um não tem outro caminho que não seja pelo coração, pelo respeito, pela dignidade humana do outro, aceitando as diferenças e vivendo a unidade na diversidade. A igreja é um instrumento que aponta para o Reino de Deus. E a igreja que serve, serve, e a igreja que não serve, não serve. Esse é um trocadilho do bispo anglicano de Cuba, Miguel Tamayo, que foi meu bispo no Uruguai. A igreja é serviço. Jesus veio para servir, e até deu sua vida. O mundo busca reconhecimento, poder sobre os outros para ser servido. Jesus falava desse dualismo. O mundo tem esse projeto, Jesus tem outro. O poder de Jesus era servir. Foi esse embate que Jesus veio trazer como pessoa humana e também como um ser

BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA

Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112

oportunidade para eu me aproximar de Deus. Esse é o coração do Evangelho. Se Jesus diz para amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, como é que eu vou amar a Deus que não vejo, se não amo o próximo que vejo, como diz a Palavra? Eu tenho que reconhecer a imagem de Deus em mim para reconhecer no outro a mesma imagem, para me aproximar de Deus. Não há uma fé individualista. Pessoal, sim, que nos leva sempre ao comunitário e nos remete ao divino. Então, para que serve a igreja? Para isso. Mas a igreja não é somente para a sua comunidade, a missão de Deus não e só para dentro da igreja, mas para fora, para o desconhecido, para o estranho. Quando a igreja se reúne para adorar a Deus, ela está agradecendo a Deus, e dali devem fluir os projetos da igreja para fora do templo. Esse é o desafio da igreja. O que eu faço, meus dons, tempo e trabalho que eu dedico na igreja, é tudo em agradecimento, não se busca ganhar alguma coisa em troca. Eu não venho para negociar com Deus. Eu vim porque eu já recebi, desde a vida e todas as outras coisas. O desconhecido, o mais fraco, muitas vezes é quem nos mostra qual é o caminho para se encontrar com Deus. Jesus ensinou isso aos discípulos, e fez os cegos ver, os mudos falar, os surdos ouvir, os paralíticos andar. A sociedade havia paralisado as pessoas. Hoje somos nós os cegos, os surdos, os paralíticos, quando a gente não vê o diferente e o semelhante como agentes da sua própria história. São essas cegueiras e essas paralisias que Deus nos convida todos os dias a curar. Não é uma questão física, é uma questão espiritual, com que olhos a gente vê a sociedade e vê o outro.

Deus sabe do que precisamos

“A salvação não vem pelo poder financeiro, um poder que está instituído na cultura e no Estado, e até na própria igreja. E Deus vem para converter a igreja também. Nós precisamos ser reconvertidos a cada instante. Até no testemunho de Deus que se manifesta nos outros, porque Deus não pode ser domesticado. Tem gente que pensa que se apropria de Deus, que pode barganhar com Deus. Mas Deus sabe do que

NOVEMBRO 2015

A

Nós, hoje, com as igrejas que trabalham no CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs) e outras entidades ecumênicas, discutimos com o Estado e também com as outras igrejas e religiões existentes no Brasil como vai se passar o ensino religioso. Há uma tendência que quer terminar com o ensino religioso, mas essa discussão faz parte da cultura e da formação das pessoas, porque todo ser humano é um ser político, cultural e religioso; ele não é uma ilha, ele está envolvido, ele é influenciado e influencia. Então temos que dialogar para criar um ambiente fraterno e respeitoso com todas as culturas, as etnias, as religiões, e tudo o que possa nos fazer melhores pessoas.

JORNALECO 471

E N T R E V I S T A , E D I Ç Ã O E F O T O S : RICARDO GRECHI

6

7

APOIO CULTURAL

ENTREVISTA

CN

precisamos antes mesmo de pedirmos. E se pedimos mal, Ele não nos dá, Ele fica em silêncio. Ele nos dá o que precisamos, e não dá o que não merecemos, nem nos dá o que não vamos conseguir suportar.

A fé e a ciência

“É uma relação diferente,

você olhar por outro ângulo a história da salvação. É um Deus que vem e se manifesta desde a criação, um Deus Criador, e aí não entra mais esse confronto da visão criacionista com o evolucionismo. Darwin, o teólogo da evolução, era um presbítero e foi expulso da igreja anglicana por defender essa tese. Depois a igreja reconheceu. Eu creio no criacionismo, que é uma visão de fé, e também creio na visão evolucionista, que é ciência. Porque Deus não faz as coisas, Ele oportuniza que as coisas aconteçam, e a evolução é constante. O criacionismo e o evolucionismo se unificam. A ciência é poder de Deus ao homem para poder servir. Isso a gente tem experiência na nossa vida: quando se reúne a mão de Deus com a mão do homem para o bem, aí acontece o milagre. E o milagre não é mágica, é quando o nosso eu é superado por uma graça maior e então percebemos que Deus está em nós e nós estamos em Deus.

Movimentos ecumênicos em Araranguá

“A ação ecumênica em Araranguá é fraca, mas as pessoas são ecumênicas. Quando um vizinho se relaciona com outro, ele não pergunta qual é a religião do outro, ele quer saber quem é a pessoa, de que família, por que mora ali, onde trabalha. Depois é que elas vão saber de que igreja, ou se é de outra religião. As pessoas vão saber primeiro aquilo que é bem humano, e um busca no outro a amizade, a proteção, o que está na essência do convívio. Isso é um ecumenismo não institucional, e em Araranguá as pessoas se dão bem. Mas, institucionalmente, para se fazer alguma ação conjunta, é fraco. Eu mesmo já vivi momentos de ecumenismo muito forte, principalmente na semana de Pentecostes, quando se celebra o início da igreja. Em alguns lugares, as igrejas trocam os púlpitos, e as pessoas vão visitar as outras igrejas. No final, no domingo de Pentecostes, à noite, depois que cada igreja fez sua celebração, elas se reúnem num ginásio para celebrar juntas Pentecostes,

com corais e manifestações religiosas e artísticas. E isso ainda não chegou por aqui.

A igreja cristocêntrica

“A missão da nossa igreja

é a mesma da Igreja Anglicana em todo o mundo, e também das outras igrejas. O primeiro passo é anunciar as boas-novas de Jesus Cristo. Somos uma igreja cristocêntrica. Cristo é o centro. E anunciar as boasnovas é nutrir e alimentar os membros, os batizados, evangelizar as crianças, que as crianças estão abertas para o novo, e nós temos que ser como elas para nascer de novo. E depois servir aos necessitados com alegria. Também estamos dispostos a transformar as estruturas sociais injustas. Ajudar nesse movimento, quando o povo clama por justiça, e a igreja faz parte desse povo. E, às vezes, a igreja tem que rever suas próprias estruturas.

‘Queres ser livre? Ama e faz o que queres’

“Este Deus que a gente crê e busca anun-

ciar é um Deus das coisas pequenas. Santo Agostinho dizia: queres fazer grandes coisas? Comece pelas pequenas. Queres ser livre? Ama e faz o que queres, pois quem ama só faz o bem. A ideia é que a gente possa se alimentar dessa tradição da igreja, das sagradas escrituras, e criar um novo modelo de espiritualidade para o nosso mundo, que está clamando por justiça, por paz. E aí nós devemos dialogar com os poderes constituídos e com as igrejas sobre a contribuição que cada igreja e cada pessoa possam dar para essa cultura da paz. A paz é possível, desde que possamos nos converter e convergir para uma ação conjunta. É essa a missão que nós devemos ter em nossas vidas. Primeiro buscamos a dignidade de ser gente, e depois então escolhemos a nossa religião, a nossa maneira de ver a vida politicamente e de nos relacionar. Santo Agostinho também dizia: na essência – a humildade; no que é importante – a liberdade, e em tudo – o amor. Porque Deus é amor, dizia São João, o profeta do amor. Esta é a mensagem que a gente deixa aqui para a comunidade de Araranguá e da região – que vale a pena acreditar na justiça e no amor. z Paulo Roberto Duarte é o 16º pároco da Paróquia Cristo Redentor, em 65 anos de anglicanismo em Araranguá, que tem atendido também nas comunidades de Praia Grande, Criciúma, Tubarão e Torres

CASA NENA CANOAS / RS

ARARANGUÁ / SC


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.