Jornaleco 469 setembro 2015

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O DIÁRIO DE BERNARDINO Leia neste e nos próximos números do JORNALECO “O diário de Bernardino”, a saga de Bernardino de Senna Campos, acompanhando o roteiro especialmente adaptado, construído a partir de seus próprios diários, da licença literária complementar e do contexto temporal com base na historiografia regional. Era para ser um filme. Quem sabe um dia ainda será... Mas da gaveta para as suas mãos se torna mais útil este enredo, deixando-se por conta da imaginação e senso criativo do leitor, a invocação de sensações que pode experimentar ao mergulhar na pequena Araranguá do final do século XIX e primeiras décadas do século XX. O telegrafista chega à pequena vila. Ele pretende partir em pouco tempo, seguindo em direção à sua terra natal. Mas aos poucos acaba criando laços que lhe prendem ali, como a paixão por uma camponesa, os muitos amigos, a política... As contradições do lugar também lhe impressionam: a vila é, ao mesmo tempo, pobre e exuberante, próxima e distante, pacata mas na iminência das hostilidades revolucionárias que marcaram o final do século XIX no Sul. Ele vivencia muitas situações, enquanto anota tudo em seu diário, registrando os acontecimentos que marcam a formação da pequena cidade.

CAPÍTULO 1

E

m 1894 Bernardino chega à Araranguá, uma pequena vila do extremo sul de Santa Catarina, com a missão de reabrir e normalizar os serviços da estação telegráfica, cujas instalações são alvo das ações de revolucionários federalistas que atravessam a região. Ao chegar à pequena vila, desmembrada de Laguna há poucos anos, depara-se com um lugar ao mesmo tempo triste, porque com poucas casas e sem estrutura alguma, mas envolvente por suas peculiaridades, sendo situado em meio a uma enorme clareira, onde se formou um núcleo de moradores que polariza uma vasta região de outros lugarejos em formação. Em sua chegada, observa que há ali um ambiente apreensivo, pois as terras formam uma fronteira estratégica com o Rio Grande do Sul, fazendo a vila, outrora sitiada pela Revolução Farroupilha, ser agora lugar onde ocorrem ações do levante Federalista, com tropas dos dois lados movimentando-se em suas bases de operações.

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NAS RUAS A PARTIR DE 18/09/2015

ANO 22 • Nº 469 Distribuição gratuita Periodicidade mensal Tiragem: 1.000 exemplares

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por Alexandre Rocha

Assim, sempre na iminência de conflitos, a população precisa estar atenta aos ataques de bandos fragmentados que costumam realizar assaltos no campo e na cidade. Mas, de início, este cenário não abala Bernardino. Ele se considera de passagem e tudo fará para retornar logo ao seu destino, a Capital do Estado, de onde é natural e se ausentou durante anos, indo residir em Santos e Porto Alegre. Passado um tempo, ele vai descobrindo muitas razões para adiar a sua volta para casa. Contraditoriamente a vila, ainda que desestruturada, se revela fascinante tanto pelo gênero humano que a habita, quanto pelas suas belezas naturais, formadas por mar, lagoas, montanhas e principalmente o piscoso e navegável rio, contornado por uma exuberante mata que se estende por toda a região. Estava selado o seu destino e viver na vila já lhe caía muito bem. Principalmente, o lugar se torna ainda mais sedutor, pela forte paixão que desperta por Ambrosina, uma filha SEGUE NA PÁG. 5 de camponeses.

PROBLEMAS COM ALCOOLISMO? NÓS PODEMOS AJUDAR.

ALCOÓLICOS ANÔNIMOS REUNIÕES : 2as e 5as feiras, às 20h; dom., às 17h

Próx. à igreja católica, Cidade Alta, Araranguá REUNIÕES: 4as e 6as feiras, às 19h30 Próx. à Câmara de Vereadores, Bal. Arroio do Silva

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Grechi CONTATO Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Grechi, Nilsinho Nunes IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas FOTOLITO David PAPEL Toninho IMPRESSÃO Welington, Valdo

UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá - SC - Brasil

CADERNO CULTURAL © Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995) FECHAMENTO DESTA EDIÇÃO: 13/09/2015 12h05 Solicite-nos através de jornaleco.ara@gmail.com o recebimento do JORNALECO via e-mail (contendo variações nas amostras, a versão válida será a impressa)

JORNALECO ARARANGUÁ, SETEMBRO DE 2015 • ANO 22 • Nº 469

APOIO CULTURAL

Av. XV de Novembro, 1807 - Centro - Araranguá SC Tel. 3524-5916 casadocarimbo@brturbo.com.br

Em 1924, por iniciativa do então juiz de Direito Dr. Aprígio Gomes de Mello Cavalcanti, fundou-se a primeira tipografia local, editando o hebdomadário CAMPINAS, que foi publicado durante um ano, mais ou menos. Sucedeu-o o VANGUARDA, em 1928, que teve efêmera duração.” SIGA EM UMA HISTÓRIA DIFERENTE, DE WLADINIR LUZ, 2008, P. 92, CITANDO TEXTO DE TELÉSFORO MACHADO, DE 1956, NA REVISTA DO CLUBE DOS VINTE

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Um símbolo de uma história de 60 anos Cláudio Gomes (foto, com um antigo gravador do acervo histórico do Colégio Murialdo) escreve sobre a passagem dos 60 anos do “Ginásio dos Padres” em Araranguá e reencontra o primeiro gravador de som que viu e ouviu: “Foi o primeiro gravador que vi e ouvi. Por isso fiz questão de me fotografar, durante as festividades comemorativas do Colégio Murialdo, segurando esta saudosa lembrança da minha adolescência. O gravador do padre Luiz Vicini é uma das relíquias do Colégio, que neste ano de 2015 completa seus 60 anos de instalação em nossa Araranguá.” P. 4

NESTE NÚMERO: z Outro causo de CLÁUDIO GOMES: “Reduzino Pitoco e os giros da Terra” P. 3 z “Criatividade” / microconto de VICTOR O. DE FARIA P. 6 z JORNAL DE ONTEM - NOTÍCIAS QUE FAZEM HISTÓRIA Coluna estreia com a “Folha do Vale” de 12/11/1980 P. 6 z Da vida e da morte de Campolino / ALMANAQUE P. 8 z A adaptação de um roteiro de ALEXANDRE ROCHA na estreia de “O diário de Bernardino” P. 12 e 5 A CRÔNICA DOS ANOS 60

Hotel Alvorada em construção no início dos anos 1960

F Inauguração do Hotel Alvorada Com a presença das autoridades locais e de um grande número de convidados, ocorreu, na belíssima tarde de 7 de setembro de 1962, a inauguração do Alvorada Hotel.

F Augustinho, o camisa 9 do Penharol O craque número nove “alviverde” iniciou sua carreira futebolística na equipe do Vasquinho, do bairro Urussanguinha. CORREIO DE ARARANGUÁ (1962) P. 7 APOIO CULTURAL

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TAGS z FLYERS z FOLDERS z CONVITES z PANFLETOS z EMBALAGEM z NOTAS FISCAIS z CARTAZES z CARTÕES DE VISITA z IMPRESSÃO DE LIVROS

A marca do seu parceiro de estrada

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TODO CIDADÃO deve conhecer as ideias de Marx se deseja refletir na política. Conhecer Marx é fundamental para se compreender o mundo em que vivemos. Ele escreveu que os “filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diversas maneiras, e o que importa é transformá-lo”. Isso pode ser relativo no que fala, mas diz muito. O mundo mudou, e alguns dos posicionamentos de Marx perderam a validade. Mas sua essência ainda ilumina a humanidade para a compreensão das nossas relações de trabalho, produção e capital, e de como tratamos as pessoas e a natureza. Em Araranguá, a prefeitura e a sociedade realizam seus eventos e festas tradicionais. Temos aí a “Primavera Cultural”, com feira de livros, dança, música, folclore e entretenimentos oferecidos ao povo em diversos locais da cidade. Isso é bom e o show deve continuar. Mas é preciso mais para expandir o espírito do cidadão, com uma cultura de conscientização que amplie suas noções de estética, ética e linguagem, capacitando-o a uma reflexão social e política autônoma e esclarecida, preparando, assim, a interação de todos na transformação do nosso mundo araranguaense, prevenidos contra a ignorância e o caráter corruptível do capitalismo, para, definitivamente, superar o descaso e não se permitir mais as licenças que têm destruído nossos patrimônios histórico e natural.

Biblioteca em casa: livros à vista ASSIM COMO UMA CIDADE deve ofertar ao seu povo acesso à educação, através de escolas e cursos específicos, e à cultura, através de bibliotecas, mostras de arte e campanhas de incentivo, pais e mães também têm um papel fundamental em nossa formação intelectual. Para começar, toda casa deve ter uma pequena biblioteca sempre à vista e à disposição da família, com literatura — alguns romances, alguma poesia, livros infantis — e conhecimentos gerais. Nunca se sabe quando alguém poderá despertar para a leitura. Preservar uma estante básica de livros em casa é um costume que tem sido fundamental para a qualidade de vida e a formação de muita gente. E a contação de histórias e a fascinação pelo contato tátil com o objeto livro ainda produzem mais leitores do que qualquer aparato digital. z

A TELEVISÃO – UMA OPÇÃO DE INATIVIDADE Condensado do livro O Novo Mundo, de Eckhart Toller

uplemento

Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC Campus Araranguá Licenciatura em Ciências da Natureza com habilitação em Física Ciência, Tecnologia e Sociedade - Profª Suzy Pascoali Aluna: MARÍLIA CAMPOLINO PETERLE FARIAS

Colaboração de Geverson Ferreira

É verdade que colocar uma colher no gargalo de uma garrafa de refrigerante impede a saída do gás? Recentemente tivemos a comemoração do Dia dos Pais e, como todo bom araranguaense, este dia foi comemorado com a família. Churrasco, maionese, refrigerante... Pois é, refrigerante. Mas como preservar o gás desta bebida por mais tempo? Bom, algumas pessoas colocam uma colher no gargalo de uma garrafa de refrigerante para impedir a saída do gás. Mas será que isto realmente funciona? Na verdade não existem comprovações de que colocar a colher no gargalo da garrafa fará qualquer efeito sobre o gás da bebida. Portanto não adiantará fazer este procedimento para manter o refrigerante com gás. Então lá vai uma dica: quando for abrir uma garrafa de refrigerante, procure abri-la quando estiver gelada, pois em temperatura ambiente as moléculas do gás ficam mais agitadas e saem com maior facilidade. Por isso quando você abre uma garrafa de refrigerante “quente” sai aquela quantidade de refrigerante impulsionada pelo gás. Agora, quando você for comemorar algo com sua família ou até mesmo estiver passeando pela Praça Hercílio Luz e for tomar um delicioso refrigerante, lembre-se deste pequeno texto e procure consumir o refrigerante gelado para aproveitar mais seu sabor.

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a opção de inatividade) de lazer favorita de milhões de pessoas em todo mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, quem está na faixa dos 60 anos de idade já terá passado quinze anos diante da tela da TV. Para um número significativo de pessoas, ver televisão é algo “relaxante”. Observe a si mesmo e verá que, quanto mais tempo sua atenção permanece tomada pela tela, mais sua atividade intelectual se mantém suspensa. Assim, por longos períodos você estará assistindo a atrações como programas de entrevistas, jogos, shows de variedades, quadro de humor e até mesmo a anúncios sem que quase nenhum pensamento seja gerado pela sua mente. Você não apenas deixa de se lembrar dos seus problemas como se torna livre de si mesmo por um tempo. E o que poderia ser mais relaxante do que isso? No entanto, continua assimilando os pensamentos e as imagens que chegam à tela. Isso induz a um estado passivo semelhante ao transe, que aumenta a suscetibilidade, e não é diferente da hipnose. É por isso que a televisão se presta à manipulação da “opinião pública”, como é do conhecimento de políticos, de grupos que defendem interesses específicos e de anunciantes. Eles gastam fortunas para nos prender no estado de inconsciência receptiva. Querem que seus pensamentos se tornem nossos pensamentos e, em geral, conseguem. O conteúdo da programação, caso apresente alguma qualidade, pode até certo ponto, neutralizar, e algumas vezes, até mesmo desfazer o efeito hipnótico e entorpecedor da TV. Contudo ... a intenção oculta da TV é nos controlar, nos colocando para dormir, isto é, deixando-nos inconscientes. A atenção deficiente, de curta duração, torna todos os nossos relacionamentos e percepções superficiais e insatisfatórios. Qualquer coisa que façamos nesse estado, qualquer ação que executemos, carece de qualidade, pois a qualidade requer atenção.

THE BOSS / OUTERSPACE

VER TELEVISÃO É A ATIVIDADE (ou melhor,

É erro confiar em todos tanto quanto não confiar em ninguém. SÊNECA

Amor, você é... – Amor, você é o meu vício! – Tá me chamando de droga? – Amor, você é o meu mundo! – Tá me chamando de redonda? – Amor você é a minha vida! – Tá me chamando de bosta?

Antes da refeição A professora de Joãozinho pergunta: – Joãozinho, na sua casa você ora antes de comer? Joãozinho respondeu: – Não, a minha mãe cozinha bem.

Sequestro da esposa Ligaram para um homem às três da manhã dizendo que tinham sequestrado a esposa dele e se ele não pagasse R$ 10 mil eles a matariam. Ele respondeu: – Amigo, são três horas da madrugada, estou muito cansado e ela está dormindo aqui do meu lado. Mas me liga de manhã, que o negócio me interessa.

O exterminador de baratas Joãozinho chega todo feliz à casa e vai logo contar ao seu pai a sua última descoberta “científica”. – Pai, eu acabei de inventar uma fórmula infalível para matar barata. – E como é que funciona, filho? – É muito simples. Você pega sal, um copo de pinga, um palito e uma pedra. Coloca em fila formando uma sequência. Primeiro, a barata vai comer o sal pensando que é açúcar, ficará com sede e vai beber a pinga pensando que é água, daí fica bêbada, tropeça no palito e bate a cabeça na pedra e morre! É tiro e queda!

Dupla personalidade Diz o doutor para o paciente: – Então qual é o seu problema? – Acho que sofro de dupla personalidade. – Então vamos nos sentar os quatro e discutir o assunto...

Remédio do matuto

FRANK E ERNERST é uma tira cômica criada por Bob Thaves em 1972. Após a morte do autor, passou a ser desenhada por seu filho, Tom Thaves. Atualmente é publicada em cerca de 1.200 jornais ao redor do mundo. Os nomes Frank e Ernest são homófonos dos termos em inglês "frank" (honesto) e "earnest" (sério). Cada tira consiste de uma única cena com os dois personagens dialogando em tempos e espaços distintos. WIKIPÉDIA

SETEMBRO 2015

Para transformar o mundo araranguaense

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A BANDA

Se não é correto, não faça; se não é verdade, não diga. Mantenha seus impulsos sob controle. MARCO AURÉLIO

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O matuto foi ao médico, e o doutor lhe receitou: – Tome esse remédio e se sentirá melhor. Depois de uma semana o paciente voltou com os mesmos sintomas. O médico questiona: – Mas você tomou o remédio que eu lhe receitei? – Impossível, doutor! No vidro dizia: “Conserve fechado”.

Tudo começou em 1961...

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O EX-PREFEITO Primo Menegalli merecia mais reconhecimento da comunidade araranguaense. Afinal, sua revolucionária passagem pelo governo municipal é incontestável: seu trabalho mudou para sempre a cara e os caminhos do município. Mas quem está aí para lembrar o homem? Políticos rivais, por motivos óbvios, raramente elogiam sua obra; e muitos partidários, por conveniência ou despeito, preferem ignorar o fato. Assim é a política: no jogo de interesses e vaidades, a ingratidão é sintomática. Primo assumiu uma prefeitura falida e desmoralizada, em um dos piores momentos de nossa história. Para realizar suas metas de recuperação do município, dois fatos no cenário nacional conspiraram a seu favor naquele momento: o impacto do plano real na economia do país e a lei de responsabilidade fiscal que, somados ao impulso de realização pessoal do então prefeito, viabilizariam a prosperidade do seu trabalho frente ao poder público municipal por dois mandatos. Na sequência, Mariano Mazzuco assumiu o governo e manteve o barco bem aprumado. Tanto, que também foi reeleito e deixou uma marca indelével e ainda pouco reconhecida pelo araranguaense: a ponte Giácomo Mazzuco. Uma obra de primeira grandeza, coroada pela rodovia Serafim dos Anjos Afonso, que liga a ponte à av. Dona Tereza Cristina, na Barranca, com acesso à BR, e a revitalização do passeio público da beira-rio na Cel. Apolinário, contando ainda com a retirada das barracas dos camelôs do local e a construção do camelódromo municipal na Sete, para onde os comerciantes foram transferidos. A importância da ponte Giácomo Mazzuco envolve dois âmbitos: da Barranca, como sua porta da frente para a cidade — que era um antigo sonho da comunidade; e da cidade, como um acesso norte à BR, agilizando o tráfego do centro e dos bairros no entorno. Quanto a Sandro Maciel, ainda é cedo para se definir pelo que deverá ser mais lembrado.

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A política, esta ingrata


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Reuniões 6as feiras, às 20h Sala da Igreja Episcopal, próx. EB Castro Alves

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Reduzino, junto a um parceiro de trabalho e amigo de negócios, saíram CASOS E CAUSOS QUE O POVO CONTA a fazer vendas. Foram parar na então distante, para a época, cidade de Turvo. NOSSO CONHECIDO bairro da Barranca, Já sem mais mercadoria para vender ou apenas bairro Barranca, é um dos foram até um armazém e bar e lá comais antigos da cidade. Este bairro já meçaram a provar de todas as branfoi palco de muito progresso, como quinhas que a casa tinha em estoque. também de destruição. Logo foram envolvidos por um bom pago entre amigos feitos ali mesmo no Ariovaldo Pereira, hoje com mais de balcão do armazém. noventa anos, nos contou dos tempos Ao tomarem conhecimento que os em que era responsável por vários visitantes eram moradores do bairro depósitos de farinha, lá pelos idos de Barranca, os novos amigos passaram 1940. Segundo o seu relato, era grande a tratar dos “problemas” relacionados o movimento de mercadorias, especicom a natureza. Desde os fenômenos almente farinha de mandioca, armaatmosféricos, os ventos, as chuvas, as zenada nos depósitos. Estes depósitos inundações, até chegarem ao fenômepertenciam a firmas exportadoras para no de rotação da Terra. outros estados e até para fora Em determinado instante, o do país, especialmente a Reduzino ficou sabendo que a Alemanha. Terra gira e então quis saber: O tempo passou rápido, e os dois Desde as primeiras horas — Por que a Terra gira? envolvidos nestes mistérios do dia até ao anoitecer, um O tempo passou rápido, e os verdadeiro exército de trabadois envolvidos nestes mistérios profundos não perceberam que o lhadores descarregava e carprofundos não perceberam que horário do último ônibus, que os regava farinha dos caminhões o horário do último ônibus, que para os depósitos e destes para os traria de volta para Ararantraria de volta para Araranguá, já o trem de cargas, que no guá, já havia sido ultrapassado há havia sido ultrapassado há muito. bairro tinha seu terminal. muito. Era através do trem que Iniciou-se uma discutição vinha o motivo de toda a entre os dois araranguaenses da movimentação ali praticada. Algum gaiato associou os galináceos Barranca. Entretanto este é o bairro mais cas- ali criados com as cheia do rio AraranO amigo, preocupado, questionou o tigado da nossa história. Incontáveis guá, afirmando que os bichos estavam Reduzino de como iriam fazer para vezes o nosso rio Araranguá trans- tão acostumados a ter que fugir das voltar para casa, já que a noite os havia passou suas águas acima de suas mar- águas que, quando viam chover por mais alcançado. gens para alcançar o bairro, causando de um dia, deitavam-se de pernas para Reduzino, muito calmo e sabiaenormes prejuízos. Estas inundações o ar esperando para ser amarrados e mente, respondeu com segurança: evidentemente provocaram e ainda transportados para áreas mais seguras. — Muito fácil. Escuta aqui, ô meu provocam grandes perdas de toda As galinhas da família do Reduzino amigo. A Terra não gira o tempo todo? ordem, especialmente econômica, para tinham outro destino. Sempre que o — É o que dizem os estudiosos e os toda a cidade e o comércio do Vale do trabalhador dos depósitos de farinha cientistas — respondeu o seu amigo. Araranguá. Foi aí que o Reduzino Pitoco senficava sem serviço, ele saía a vender os Infelizmente este fantasma do pas- bichos que sobravam em seu terreiro. tenciou, resolvendo todo o problema: sado ainda ronda nossos dias, tendo em Assim ele visitava o centro da cidade e — Então é só nós sentar aqui em vista a dificuldade de se driblar a natu- até outros municípios vendendo suas frente ao armazém e esperar a reza para sanar a questão das cheias do “penosas”. Barranca passar por aqui, e aí nós nosso rio. O povo conta que, um certo dia, embarcamos nela. z

por Cláudio Gomes

FAZENDA SÃO JORGE

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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI

Reduzino Pitoco e os giros da Terra O

Grupo de Adoção Filhos do Coração Informações: Juizado da Infância e da Juventude -Tel. 3522-0204 - Ramal 45 ○

Na adversidade é aconselhável seguir algum caminho audacioso. LUCIUS A. SENECA

Alimentos da felicidade ajudam a combater alguns males SAIBA POR QUE O CHOCOLATE TRAZ SENSAÇÃO DE BEM ESTAR E DISPOSIÇÃO. NUTRICIONISTA DÁ DICAS DE ALIMENTAÇÃO PARA TODAS AS REFEIÇÕES DO DIA como maracujá ou um bom suco de laranja, que combatem o stress e o cansaço”. LANCHE DA TARDE “Castanha do Pará, de uma a duas unidades por dia e nozes, duas porções bem pequenas”. JANTAR “Como sugestão pro jantar um creme ou uma sopa de uma leguminosa, que pode ser o feijão ou a lentilha, umas duas conchas já é suficiente pra contribuir para o seu bom humor”.

CAFÉ DA MANHÃ “A combinação da vitamina B3 do abacate com o triptofano encontrado no leite contribui muito para a liberação do hormônio do bom humor. A porção ideal é um copo americano de leite, pode ser o desnatado, um quarto de um abacate e três quartos de xícara de um cereal. Pode ser cereal da sua preferência”. ALMOÇO “Três colheres de sopa de arroz, uma boa porção do tamanho da palma de sua mão de salmão, ou então um filé de frango. Vegetais verde-escuros aliados sempre a alimentos fontes de vitamina C

ANTES DE DORMIR “E pra antes de dormir vale a boa dica da vovó: um copo de leite morno com uma colher de chá de mel para contribuir para um sono mais tranquilo”.

IMAGENS GOOGLE

Paulo Gonçalves, Campinas-SP. Fonte: http://g1.globo.com/jornal-hoje/ noticia/2011/04/alimentos-dafelicidade-ajudam-combater-algunsmales.html, acessado em 29.ago.2015.

Dra. Liana Grechi de Oliveira APOIO CULTURAL

alimento que dá sensação de bem estar. Tem componentes estimulantes como o cafezinho do nosso dia a dia. “O café, pela cafeína que ajuda muito na parte cognitiva, vai ajudar na memorização, vai trazer uma sensação de bem estar, você não vai ficar apático”, relata Edson Credidio, nutrólogo da Unicamp. A lista inclui opções mais saudáveis como aveia, lentilha, pimenta, mel, maçã, banana, leguminosas. Ovos e abacate tem ômega 3, outro santo remédio para animar o dia. “A utilização do ômega regularmente evita a tristeza profunda”, completa o nutrólogo. Os alimentos da felicidade ajudam a combater ansiedade, depressão, insônia e outros males. A dica dos nutricionistas é já começar o dia com esses

aliados à mesa. Se o café da manhã, por exemplo, tiver uma vitamina de abacate, você vai ter bons motivos pra sorrir. A nutricionista Carla do Vale dá dicas de alimentação:

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forma de chocolate? Bolos, bombas. Delícias que trazem momentos de pura felicidade. O chocolate é só um exemplo de

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QUEM RESISTE a tentação em

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Voltando aos bons tempos, vamos encontrar uma Barranca fervilhando de trabalhadores suados, alguns sem camisa e em filas, carregando sacos de 60 quilos de farinha nas costas ou acima da cabeça. Dentre eles está um baixote atarracado a quem todos conhecem como Reduzino Pitoco. Reduzino era valente e não costumava levar desaforos para casa. Mas também era brincalhão, gostava de uma boa companhia e, lógico, de uma branquinha da boa. O homem também era um bom negociante. Naqueles tempos, em quase todas as casas dos nossos bairros, as famílias criavam perus, galinhas e até alguns porcos para suprir as suas necessidades.

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Dr. Elton Grechi de Oliveira

CRO/SC 11.148

CRO/SC 11.149

Especialista em Odontologia Ocupacional Pós-Graduada em Dentística Pós-Graduada em Endodontia Mecanizada

Especialista em Implantodontia Especializando em Ortodontia

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Um símbolo de uma história de 60 anos

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encerrando o ano de comemorações dos 60 anos da chegada do primeiro estabelecimento de nível médio em Araranguá, quero contar uma simples mas significativa história. Creio que há poucos dias havia terminado as férias. Deveríamos retornar para as salas de aulas. Era o início de mais um ano letivo. Já estávamos no interior de uma das salas do Ginásio Nossa Senhora Mãe dos Homens, o conhecido “Ginásio dos Padres”. Mas, o pensamento ainda estava nas delícias das férias passadas lá nas areias das praias do nosso Arroio do Silva ou do Morro dos Conventos que, há bem pouco tempo, ficaram para trás. Entretanto era a hora de enfrentar a realidade e a “dureza” dos estudos além da “cara feia” dos padres e professores. A aula era de francês e o professor era o padre Luigi Vicini. Com sua batina cinza, cadernos de frequência, o livro de Francês em uma das mãos e uma pequena caixa na outra, a passos largos, padre Luiz foi adentrando na sala até chegar junto a sua mesa de professor. Falando sempre em francês, o padre disse alguma coisa inteligível, nos cumprimentou e recebeu a nossa resposta também na língua de Victor Hugo. Era assim que acontecia durante as aulas de línguas: quando estávamos em aulas de francês só se falava em francês, quando inglês, falava-se em inglês, latim, falava-se em latim. Rezamos, como era o costume, uma “Je vous salue Marie” (Ave

bem de perto, aquela máquina que falava da mesma forma que o rádio, este sim, nosso velho conhecido. O professor de francês, agora falando o seu português arranhado pelo italiano, mostrava o aparelho e pacientemente explicava o seu modo de funcionamento. Lembro que me fascinou aquelas duas fitas, que depois soube serem magnéticas, rodando e trocando de “carretel” de um lado para o outro ao mesmo tempo em que falava. O padre nos olhava, com um sorriso benevolente, apreciando as nossas demonstrações e reações. Hoje, imagino quão simplório deve ter sido o nosso comportamento frente à descoberta de “O dito aparelho foi um novo aparelho. aberto e exposto Por fim veio a inevitável sobre a mesa. O padre pergunta, que todos queríamos fazer: apertou lá uns botões — Padre Luiz, que aparelho é este? e, para a surpresa de — Meninos, isto é um todos, o ‘bendito’ gravador! Foi o primeiro gravador que aparelho começou a falar em francês” vi e ouvi. Por isso fiz questão de me fotografar, durante as festiviEra a lição que estava em nossos dades comemorativas dos sessenta livros, ou seja, a mesma que deve- anos do Colégio Murialdo, seguranríamos aprender naquela aula. Pelo do esta saudosa lembrança da que ficamos sabendo depois, o padre minha adolescência. Vicini, italiano de nascimento, foi O gravador do padre Luiz Vicini é para a sua Itália passar as férias, uma das relíquias do Colégio, que naquele ano da década de 1950. neste ano de 2015 completa seus 60 Na bagagem de retorno, trouxe o anos de instalação na nossa Araaparelho importado com o qual pas- ranguá. sou a nos ensinar francês a partir Parabéns padres murialdinos e desse dia. obrigado por contribuírem com a Como a curiosidade da garotada formação intelectual e moral e relificou aguçada, o padre baixou a giosa de muitas gerações de araranguarda da disciplina permitindo que guaenses como eu, e também do sul agrupássemos ao redor de sua mesa. de Santa Catarina e do nordeste do Todos ansiosos queríamos ver, Rio Grande do Sul. z

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Wolfgang Amadeus Mozart

(1756-1791)

os cinco anos de idade, Johannes Chrysostomus Wolfgang Gottlieb Mozart, como ele foi batizado, compôs sua primeira obra e realizou sua primeira apresentação pública. Aos oito anos, já tinha escrito sua primeira sinfonia e, aos doze, sua primeira ópera. Mozart é considerado um gênio musical que nunca foi superado. E mais do que um gênio da música clássica, ele foi um mestre em quase todos os gêneros musicais existentes na sua época. De criança prodígio virou o mais brilhante dos compositores e era constantemente assediado por imperadores e reis. Mozart produziu como ninguém. Foram 40 sinfonias, dezenas de concertos para vários instrumentos, óperas, música de câmara e corais, entre outras. E só não foi mais porque ele morreu precocemente aos 35 anos de idade. Entre suas várias obras-primas estão a “Missa da Coroação” e as óperas “Don Giovanni”, “As Bodas de Fígaro” e “A Flauta Mágica”.

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o garoto amarelo.

Mickey Dugan, mais conhecido como The Yellow Kid ("O Garoto Amarelo"), era o personagem principal de Hogan's Alley, pioneira história em quadrinhos e uma das primeiras a ser impressa em cores. O Yellow Kid era uma criança dentuça com traços e aparência chineses, que sempre aparecia com um sorriso bobo e vestindo um pijama amarelo enquanto circulava por uma vila cheia das mais estranhas criaturas. O artifício de usar balões para mostrar as falas dos personagens foi usado pela primeira vez com Yellow Kid, apesar de o próprio garoto só se comunicar através de mensagens que apareciam inscritas em sua roupa. Ele usava um jargão cheio de gírias, numa linguagem típica dos guetos. A tira era desenhada pelo artista Richard Felton Outcault. Apareceu pela primeira vez esporadicamente na revista Truth durante 1894 e 1895, até que teve sua estréia oficial no jornal New York World em 17 de fevereiro de 1895, inicialmente em preto e branco e subsequentemente colorida a partir de 5 de maio. Outcault levou o Yellow Kid para o New York Journal American de William Randolph Hearst em 1897, mas a New York World contratou outro artista chamado George Luks para continuar a produzir as tiras, dando origem então a duas versões do personagem. Ambas WIKIPÉDIA chegaram ao fim em 1898.

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APOIO CULTURAL

NA OPORTUNIDADE em que está

Maria) e todo o ritual estava pronto para o início da aula. Foi então que veio a surpresa. A caixa depositada sobre a mesa foi aberta. O padre Luiz, em vez de abrir o livro, que por sinal era importado diretamente da França, e que nos ensinaria a lição do dia, e iniciar a falação, apresentou um aparelho desconhecido até então para muitos de nós, especialmente para mim. O dito aparelho foi aberto e exposto sobre a mesa. O padre apertou lá uns botões e, para a surpresa de todos, o “bendito” aparelho começou a falar em francês.

SETEMBRO 2015

CASOS E CAUSOS QUE O POVO CONTA

CHAVES - Roberto Gómez Bolaños, ou Chespirito (1929-2014), foi um consagrado e premiado ator, escritor, comediante, dramaturgo, compositor, diretor de televisão mexicano. Ficou conhecido mundialmente pela criação das séries televisivas El Chavo del Ocho e El Chapulín Colorado, e com o Programa Chespirito, os quais lhe trouxeram grande prestígio e garantiram-lhe o reconhecimento como um dos escritores comediantes mais respeitados de todos os tempos. Em 1968, começaram as transmissões independentes de televisão no México e Chespirito foi chamado como escritor para a realização de um programa com duração de meia hora. E assim nasceu Los Supergenios de la Mesa Cuadrada. Ao lado de Chespirito, contracenavam Ramón Valdés, Rubén Aguirre e María Antonieta de las Nieves. Em 1970, o programa teve a duração aumentada. Nessa época, surge o Chapolin Colorado, um herói atrapalhado. Um ano depois, foi criado o personagem que se tornaria o maior sucesso de Bolaños, Chaves. Ambos os personagens funcionaram tão bem que as esquetes se tornaram séries independentes em 1973, após o fim do Programa Chespirito. Por causa de seus roteiros recorrentes, os programas se tornaram sucesso em todo o mundo, graças a simpatia de Roberto Gómez Bolaños e do grupo de atores formado por Carlos Villagrán (Kiko), Ramón Valdés (Seu Madruga), Florinda Meza (Dona Florinda e Pópis), Rubén Aguirre (Professor Girafales), Édgar Vivar (Seu Barriga e Nhonho), Angelines Fernandez (Dona Clotilde), María Antonieta de las Nieves (Chiquinha e Dona Neves) e Raúl Padilla (Seu Jaiminho, o carteiro), que também encontraram a fama internacional. WIKIPÉDIA

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por Cláudio Gomes

E T C ETERA

“Ninguém tem paciência comigo”

http://www.culturatura.com.br/gramatica/ortografia/erros.htm 47 - Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega. 48 - O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon. 49 - As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos. 50 - Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darãonos") um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me"). 51 - Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias. 52 - Blusa "em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira. 53 - A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos. 54 - Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala. 55 - Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador. 56 - Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.

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CONTINUAÇÃO DA PÁG. 12

Da vida e da morte do mais famoso mendigo de Araranguá.

DR. LOURIVAL VAZ

Quem passa pelo Café Brasil de nossa cidade encontra, na esquina, um tipo magro esquálido, calçando tamancos, pele encarquilhada, olhos vivos e com seu característico cavanhaque. Atende pelo nome de Campolino. Humilde, calmo, sereno e, acima de tudo, educado. A polícia local lhe ofereceu um atestado de pobreza para ser exibido ao transeunte, no ataque à esmola. Mas, com o tempo, de tanto tirar e botar no bolso, o tal atestado ficou amarelo, a tinta desbotou, o papel rasgou. Toda cidade, vila ou lugarejo tem o seu tipo popular. Conheci em Curitiba a famosa Maria Pelanca. Em Florianópolis, a Capitoa. Em Urussanga, o Vidoto, e aqui, o nosso simpático Campolino. Dizem que nunca trabalhou. Mas diz ele que já serviu ao Governo durante três meses, e que com a eleição deste ou daquele candidato, vai pleitear a sua aposentadoria. Campolino pisa de leve, seus pés mal tocam o chão, dado a sensibilidade. Sempre está com os pés inchados. Certa vez, isto pela chegada de Momo, disseram-me que Campolino dançava boi-demamão. Dançava, cantava e dava pulos como um atleta. Confesso que não acreditei. Eram dez horas da noite, e isto na véspera de Momo, quando vieram me dizer que Campolino estava em seu apogeu. Eu já havia me deitado, mas a minha curiosidade forçou-me a deixar a cama e ir de encontro ao que me diziam. Não podia acreditar que Campolino, o homem dos pés doloridos, dançava em adoração ao boide-mamão. Saí da cama e me dirigi para o acontecimento. Era na Urussanguinha. Lá chegando, ouvi de longe o batuque, o choro da sanfona e o grande coro: “Levanta meu boi, meu boi é malhado...”. Dentre as vozes destaquei uma fina, aguda e bem harmoniosa. O seu eco ia longe, atravessando ruas, que faziam seu diapasão simpático. O que vi, para mim, foi de uma surpresa geral. O nosso tipo popular Campolino dançava, cantava, e seus olhos, fechados, se embriagavam com a melodia da farra. Campolino dava saltos como uma gazela; seus requebros de rumba faziam lembrar Ninon Sevilla; seus braços e olhos muito me fizeram lembrar a graça inconfundível da saudosa Carmen Miranda. Ao me aproximar da festa pagã, Campolino me viu.

correio de araranguá No 154 - 22 de abril de 1967

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ERNESTO GRECHI FILHO

Faleceu inesperadamente, nesta cidade, no Hospital Bom Pastor, o senhor Campolino João Faria. Seu sepultamento ocorreu no Cemitério Municipal, com grande acompanhamento. Campolino João Faria. O mendigo Campolino. Pobre, maltrapilho, por longos anos ostentou o título de indivíduo mais popular. Percorria a cidade todos os dias, pedindo. Esmolava aqui e acolá. Às vezes, Campolino se dava ao luxo de fazer a praça de Criciúma. Mendigo bom, chato como todos os mendigos, Campolino cativava a simpatia de todos. Para ele tanto fazia receber o troquinho ou não. Sempre tinha um “Deus lhe ajude” de reserva. E um sorriso nos lábios. Seu ar era triste. Bem ensaiado. Seu semblante lembrava a humildade de um capuchinho. Campolino usava também cavanhaque. Acometido de um mau súbito, sem a cidade ter conhecimento, Campolino fora recolhido ao hospital. Fez uma surpresa. Morreu. Morava numa choupana de palha. Um chão batido. E no centro da choupana deitaram Campolino. Alguém se condoeu da sua miséria. Vestiu-lhe um bom traje. Campolino até que ficou bonito. Parecia adormecido. Esquecido da miséria. Descansando das lutas que travara quando vivo para manter a vida. A morte lhe fora como um prêmio. Equiparou-se àqueles que têm dinheiro. E posição. Compraram-lhe, também, um caixão de 120 cruzeiros novos. Caixão com tampa à prova de terra. Desses que os grã-finos usam. Mas o que mais impressionou foi o seu enterro. Gente. Muita gente levou o Campolino até a sua última morada. Um desfile de carros. E dois ônibus superlotados. Lá se foi o Campolino. Pelo menos uma vez na vida sentiu-se importante. Foi quando se encontrou com a morte. Assim morreu Campolino João Faria. Naturalmente deve ter entrado diretamente no Céu. A pobreza e a humildade em que viveu Campolino na Terra, não temos dúvida, deve ter sido um cheque ao portador para gozar os favores do Além.

Ruborizou-se, fechou-se em copas, não teve mais graça. E assim voltei para casa, ainda com a grande e sonora décima em homenagem ao boi. Quando cheguei aqui em Araranguá, em 17 de agosto de 1953, num rigoroso inverno, conheci Campolino encostado no Café Brasil: magrinho como sempre, com seus olhos vivos como duas contas. Fazia frio, chovia muito, e o vento implacável açoitava a cidade e a todos nós. Passei, pediu-me um “ajutórinho”. Nada dei. Mas no dia seguinte, apanhei um terno marrom e uma camisa de lã, grená, fazendo um pacote. Levei ao Campolino, de presente. Os meses passaram, os anos passaram, os invernos passaram, mas nunca o vi usando o que tinha lhe dado. Certa vez, encontrando-o, interpeli-o sobre a roupa. A resposta foi esta: “Dotô, a roupa eu vendi! Pois se eu a vestisse, ninguém me daria um só tostão”. Fiquei aborrecido, mas logo me refiz do atrevimento e disse comigo: “É verdade! Ele tem razão. Pobre bem vestido deixa de ser pobre”. Foi esta a filosofia do Campolino. Por isso o velho refrão nos diz: “A roupa faz o homem e o homem faz a roupa”. Campolino, como sempre, desfila em nossa cidade: esfarrapado, pele encarquilhada, cintura de bailarino, pés inchados mal tocando o chão. Pois quando chegar o boi-de-mamão, aí sim, tem mais: seus pulos de gazela o fazem o homem mais feliz do mundo! z

PENSAMENTO DE BERNARDINO: “Quem um dia conseguir imaginar-se numa grande cidade como São Paulo, onde estive morando, ou Porto Alegre, de onde acabo de vir, poderá imaginar como me sinto viajando por estes campos distantes, desabitados, cheio de riscos e com saudades dos pais e irmãos, e de minha terra, querida Desterro, para onde pretendo logo voltar...” É inverno, tempo firme, sem riscos de chuvas, mas levemente encoberto. O frio se intensifica pelo vento que sopra no meio da tarde. Vindos do Sul, Bernardino e sua comitiva cavalgam em direção a Araranguá. Estão com ele dois cavaleiros, sendo um auxiliar guarda-linha e um soldado, além de outro numa carroça tipo carretão, puxada por dois cavalos, onde estão suas bagagens, aparelhos e demais

SETEMBRO 2015

correio de araranguá N 12 - 11 de setembro de 1960 o

Morreu Campolino João Faria

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Campolino, o nosso tipo popular

Homem sensível e atento ao seu momento histórico, Bernardino passa boa parte de suas folgas anotando tudo o que ocorre à sua volta, organizando volumosos diários com minuciosas anotações da vida pessoal, afetiva e social. Inquieto, percorre a região por diversos meios, realiza passeios, desvenda a natureza, fotografa, organiza eventos sociais, interfere na política, viaja. Pelo Meta, um pequeno navio a vapor, trafega entre a capital e a vila, com outros passageiros, negociantes e o serviço de correios e encomendas. Soldado voluntário, toma posição nas trincheiras do combate Federalista. Ajuda a recepcionar os convidados do baile festivo ao 11º aniversário da República, evento que tristemente se encerra com a morte súbita do amigo coronel Apolinário. No enredo de tanta atividade, se torna referência e vivencia as descobertas fascinantes e acontecimentos únicos que envolvem o nascer de uma cidade.

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BERNARDINO CAMPOS / ANOS 1910

“OS DIÁRIOS DE BERNARDINO”

“Ao chegar à pequena vila, depara-se com um lugar ao mesmo tempo triste, porque com poucas casas e sem estrutura alguma, mas envolvente por suas peculiaridades, sendo situado em meio a uma enorme clareira”

apetrechos para a instalação do telégrafo. Eles surgem de uma mata fechada, agora em campo mais aberto, já nas imensas terras de Araranguá. No cenário litorâneo que se descortina destacam-se as avantajadas figueiras e suas generosas sombras. A viagem segue entre campos inóspitos e logo pelo caminho afloram à margem da picada diversas ossadas de gados abatidos por saqueadores. Ao longe, próximo às margens da lagoa do Sombrio, avistam uma casinha e se aproximam. É na verdade um rancho muito simples, feito de estuque, pedaços de madeira tosca e cobertura de palha, mas muito convidativa para os viajantes bastante cansados. Mal se aproximam e já percebem que o lugar está abandonado. Mesmo assim, a parada para o pernoite se enchera de esperanças para aqueles que cavalgaram por longa distância entre enormes campos desabitados. A porta é facilmente aberta, e uma visão de dentro para fora mostra o vazio. O olhar descansado de Bernardino corre pelo interior do que era a casa de alguém, mostrando ao mesmo tempo tristeza e curiosidade. Ele nota que não há nada ali e que a fuga dos moradores se deu, prova-

velmente, para afastarem-se dos bandos que se dispersam dos combates da guerra. Desmontados os arreios, eles preparam um fogo no lado de fora, que servirá para amenizar o frio, fazer o café, e esquentar os revirados que trouxeram. Momentos depois, enquanto os outros descansam e os animais bebem e pastam, Bernardino circula pelo local, fumando seu cigarro enquanto observa nos arredores, os restos que ficaram. Por ali, como já ocorrera durante a viagem, mais vestígios de ossadas de animais, o que parecia comum naqueles dias, um sinal claro de que os moradores bateram mesmo em rápida retirada. A fogueira é mantida acesa, enquanto o sono toma conta dos viajantes, que se recolhem e logo adormecem. Os pássaros anunciam o amanhecer, um burburinho lá fora dá conta de que os companheiros conversam no lado de fora e os cavalos já estão prontos. Bernardino, revigorado, sai ainda vestindo um poncho e ajeitando a vestimenta, logo se juntando aos outros na roda onde partilham o café. A comitiva parte para vencer as seis léguas que os separam do destino. NÃO PERCA O PRÓXIMO CAPÍTULO!


Criatividade

por VICTOR O.

DE

FARIA

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r a r a n g u a e n s e

R. FRANCISCO

F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F

Edson Leônidas Matos Palmas e Nivaldo José Fernandes EDITOR RESPONSÁVEL: Paulo de Lima ARTE: Dário J. Lessa e Airton Tadeu Cardoso FOTOLITOS: Valdo Martins [hoje, impressor da Gráfica Casa do Carimbo] IMPRESSÃO: Odonir Coelho Camilo REDAÇÃO E IMPRESSÃO: Tipografia Cruzeiro Rua Cel. João Fernandes, 75 - Araranguá SC DIRETOR:

SOCIEDADE – L.V.

Bicicletas sobre as calçadas Há tempos, surgiu na cidade a deselegante e prejudicial novidade das bicicletas trafegarem sobre as calçadas. Ato contínuo, devido a diversos acidentes provocados, houve campanhas no sentido do abuso ser proibido. Na ocasião, o Rotary Clube local tomou a peito a questão, procurando combater o mal, em conjunto com as autoridades. Passados alguns tempos, a coisa se repete. Novamente ciclistas desaforados fazem dos passeios públicos suas pistas de corrida. Ainda há pouco, registraram-se alguns acidentes, um dos quais de gravidade, havendo uma criança com fraturas nas pernas. CA 66, 2/9/1962

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Flamengo campeão Jogando sábado à tarde no Estádio do Grêmio Fronteira, o Flamengo da Barranca conquistou o título do campeonato municipal de Araranguá, ao empatar com o UCCA em um gol. José Inácio foi o autor do gol flamenguista, enquanto que Muçum marcou o tento do UCCA, este na segunda etapa, já nos minutos finais de partida. Como vencera a partida anterior por 2x0, o Flamengo jogou pelo empate e conseguiu, embora o UCCA lutasse bravamente para alcançar a vitória, que só não apareceu devido à excelente atuação do goleiro Osni, em oposição ao fraco desempenho de Muçum, goleador do ano passado. Foi uma partida movimentadíssima, digna de uma final, com uma disciplina invejável por parte de atletas e dirigentes. Álvaro Batista dirigiu o encontro, auxiliado por Edson [Edinho] e Éliton Matos Palmas, todos com muito bom desempenho.

AUGUSTINHO N. BORGES FUTEBOL JUVENIL – ENEVALDO SOUZA Esta é a terceira descrição de uma série de quinze dos valorosos atletas do E.C. Penharol. Iniciamos, assim, a descrição das excepcionais qualidades técnicas do brioso e popular centro-avante. Augustinho, o craque número nove “alviverde”, iniciou sua carreira futebolística na equipe do Vasquinho, do bairro Urussanguinha. Após realizar quatro jogos nos aspirantes da A.A. Rodoviários, ingressou no “rolo-compressor”, procurando, então, o seu “lugar ao sol” junto aos craques desta categorizada agremiação. Augustinho não possuía a menor capacidade técnica, mas dia a dia foi se destacando, chegando a ser considerado por todos como um dos melhores da equipe “alvi-verde”. Outros predicados que possui o brioso atleta e que muito o enaltecem, são sua excepcional categoria, sua exemplar educação e também seu acatamento aos colegas de equipe. É Augustinho, acima de tudo (e fora do campo) um sincero e espontâneo amigo, dedicandose a todos com igualdade e compreensão. Possuo certeza absoluta que, num futuro bem próximo, será Augustinho um novo astro do “esporte-rei” da Cidade das Avenidas. São estas as excepcionais qualidades de Augustinho N. Borges, que ocupa a posição número nove do famoso “rolo-compressor” de nossa cidade. CA 68, 30/9/1962

Um cofre e seus mistérios O cofre do ex-prefeito Salmi Paladini passa a integrar o clima de mistério que envolve o rumoroso caso. Este cofre, segundo informações, fora arrombado antes da morte do ex-prefeito. Este, na tentativa de impedir que o autor do arrombabamento (ou autores) voltasse, procurou um especialista e trocou o segredo do mesmo. (...)

Sérgio Reis em Araranguá

É a primeira vez que venho à casa de minha mãe em sua ausência. Domina-me a consciência de que ela não mais me receberá à porta, nem me beijará sorridente à minha chegada, não assistiremos juntos a outro filme, nem veremos outra vez a caixa de fotografias com que ela reviveria, espirituosa, suas histórias. Ela não me servirá o café da tarde, nem nos sentaremos para comungar o pão e as outras delícias à mesa. O cenário permanece, mas o que prevalece na cena é a ausência da outra pessoa e de nossas vidas compartilhadas; o tempo perdido com o tanto mais que carregava em si do que poderia ter sido. E ainda assim, a existência se revela na inexorabilidade desta hora que chega para as lembranças do que perdemos e tínhamos como certo. Por mais que se agarre ao instante, tudo desata no tempo.

O consagrado cancioneiro sertanejo Sérgio Reis, que dentre outros sucessos gravou “O menino da porteira”, “João de Barro”, tem apresentação marcada para o dia 14/11, às 21h, no Ginásio de Esportes Pe. Ézio Julli. Os ingressos, que serão vendidos no local a partir das 19h do dia ... do show, custarão Cr$ 100,00 (feminino) e Cr$ 150,00 (masculino).

BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA

Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112

setembro.1962

Inauguração do Hotel Alvorada

FOLHA DO VALE de 12/11/1980 - ano II - nº 68

AUSÊNCIA

APOIO CULTURAL

Fundador WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Produção gráfica NEI DA ROSA Publicado na GRÁFICA ORION - abril/1960 a maio/1975

Jornal de Ontem OOO NOTÍCIAS QUE FAZEM HISTÓRIA

O PÔR DO SOL marciano, de tonalidades azuis e retransmitido pelas telas da exposição, não era o único a provocar deslumbramento nas crianças. Visitar o museu espacial recémconstruído fazia parte da nova cultura nacional. Trajes utilizados pelos pioneiros reluziam sob o vidro temperado. Inúmeras maquetes, materiais utilizados em décadas anteriores, representações interativas e projetos engavetados permaneciam na área central da convenção. Mas o que mais despertava a curiosidade era um estranho aparelho, grande e desengonçado, jogado em um canto como se representasse (erroneamente) o fracasso de uma geração. Parecia um latão de lixo, com quatro antenas parabólicas distribuídas pelas extremidades. — Professora! O que é isso? — Não sabemos. Foi um dos primeiros itens a voltar da colônia. Nunca se sabe que excentricidades nos enviarão... Criança esperta que era, pesquisou o item ignorado nos computadores. Encontrou um registro obscuro, escondido, sigiloso. Esperou que todos se afastassem e reproduziu o vídeo... Dois astronautas conversavam em uma tenda improvisada, enquanto a tempestade rugia lá fora. — Cadê as gerigonças da Nasa? — O governo desviou verbas de nosso programa espacial. Só trouxe o básico. — Como assim, Severino? Precisamos de um rádio, um jipe ou um sinalizador! Não um satélite! Vamos morrer aqui! — Não é um satélite, não envia sinais e nem tem um localizador. Eu que inventei. — Então? Como isso vai nos salvar? — Aí já não sei, mas... A máquina faz um café que é uma beleza! P o é t i c a

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APOIO CULTURAL

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MICRO CONTO

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E COMENTA

[DR. LOURIVAL VAZ]

Com a presença das autoridades locais e de um grande número de convidados, ocorreu, na belíssima tarde de sete de setembro do corrente, a inauguração do Alvorada Hotel, da Companhia de Melhoramentos de Araranguá. (...) Precisamente às 17h30, com a palavra, o sr. Arno Duarte, numa expressiva oração, disse do acontecimento, sendo suas últimas palavras abafadas com uma farta salva de palmas. Um gesto dignificante e nobilíssimo, foi a quebra da tradição, quando se convidava uma ou outra autoridade para inaugurar isto ou aquilo, cabendo, desta vez, ao simples e laborioso operário (...) E assim, tocando profundamente no âmago de todos os presentes, o artífice e modesto operário inaugurou a entrada do majestoso edifício, com vibrante salva de palmas. Logo após a bênção pelo reverendo padre Paulo Hobold, vigário da Paróquia, procedeu-se ao acesso aos convidados pelo belíssimo e confortável salão de recepção. CA 67, 16/9/1962

Grêmio Cultural Pe. Cornélio Todesco Dia 17 do corrente, no salão nobre do Ginásio Nossa Senhora Mãe dos Homens, foi fundado pelos alunos quartanistas e alguns da terceira o Grêmio Cultural Pe. Cornélio Todesco. (...) Foi unânime a escolha do nome em homenagem ao falecido e benemérito padre Cornélio Todesco. Em seguida, solucionou-se o problema da diretoria, cuja presidência coube ao jovem Laércio Machado, Afrânio Alves, vice-presidente, Jácomo Pelegrini, primeiro secretário, José A. Mezzari, segundo secretário, Evilásio Ulysséa, primeiro tesoureiro, Paulo Cézar Maciel, segundo tesoureiro. CA 67, 16/9/1962

Teatro do Estudante O Teatro do Estudante, dirigido pelas Irmãs da Divina Providência e pelos padres Josefinos, apresentou no Cine Roxy, na noite de segundafeira, a peça intitulada “Santa Isabel da Turíngia”. Tratando-se de teatro amador, a representação foi muito aplaudida pelo numeroso público presente. CA 67, 16/9/1962 (NJ: Abaixo segue retificação à esta nota.)

A VOZ DO ESTUDANTE Referindo-se ao artigo “Teatro do Estudante”, achei-me no direito de fazer algumas retificações. O drama “Santa Isabel da Turíngia” foi organizado pelas reverendas Irmãs da Congregação de Santa Catarina, fixadas em Araranguá há dez anos. (...) Esta congregação foi fundada em 1571 ... por Regina Protmam, que trocou a vida enclausurada e contemplativa pela vida mista, que une a oração ao trabalho e procura expandir o reino de Deus pela “educação e a enfermagem”. Anoto que naqueles tempos as ordens religiosas viviam enclausuradas, levando somente vida contemplativa. Em segundo lugar, a iniciativa de levar a referida peça teatral em cena, partiu da Escola Normal Madre Regina, das alunas normalistas. Tivemos valiosa colaboração do revmo. sr. vigário, o Cônego Paulo Hobold, que aqui sinceramente agradecemos. Este era um velho desejo que vinham trazendo as alunas desde os bancos ginasiais, sendo que somente agora viram realizado seu sonho. (Maria Helena dos Reis, 1a Normal) CA 68, 30/9/1962

CASA NENA CANOAS / RS

ARARANGUÁ / SC


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