793 Edição 24.04.2015

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Braganรงa Paulista

Sexta 24 Abril 2015

Nยบ 793 - ano XIII jornal@jornaldomeio.com.br

jornal do meio

11 4032-3919


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Jornal do Meio 793 Sexta 24 • Abril • 2015

Judas por Mons. Giovanni Baresse

Esse é o titulo do livro de

uma pessoa ligada ao poder do

que, crucificado, ele descesse da

que Judas seria o traidor? Não

Amós Oz, escritor judeu.

Templo e da cidade de Jerusalém.

cruz. Com isso seria reconhecido

haveria no projeto de Salvação

Expediente

Chamou-me a atenção

Homem de posses, fiel fariseu.

por todos. Por isso no Getsemani,

um determinismo que levaria

pelas críticas saídas e jornais e

Foi instado pelos sacerdotes a se

diante do suor de sangue, Judas

Judas a fazer o que fez? Mas isso

revistas. Na história que Amós

infiltrar no grupo de seguidores

incentiva o Mestre a ir até o fim.

é assunto para outra ocasião. Vale

Jornal do Meio Rua Santa Clara, 730 Centro - Bragança Pta. Tel/Fax: (11) 4032-3919

produz há três linhas fundamen-

de Jesus para ver seus projetos e

Para criar situação que levasse

aqui perceber a engenhosidade

E-mail: jornal@jornaldomeio.com.br

tais: como os judeus viam Jesus,

ações. Pouco a pouco vai sendo

Jesus preso e ao Calvário ele cria

da apresentação de Judas. No

o papel de Judas Iscariotes e

fascinado pelos gestos e palavras

uma trama com as autoridades.

entremear da visão do papel de

Diretor Responsável: Carlos Henrique Picarelli

a esperança da construção da

daquele galileu. Passa a fazer par-

O beijo que ele dá em Jesus não

Judas o autor introduz a questão

convivência de judeus e árabes

te, sinceramente, do seu grupo.

era sinal para prendê-lo. Todos

da possibilidade da existência de

na Palestina. Num primeiro mo-

Acredita na sua messianidade.

conheciam o homem de Nazaré.

um estado em que judeus e árabes

mento parece um livro maçante.

E torna-se o maior incentivador

O beijo era um gesto de amor e

convivessem. Amós Oz faz crítica

Amós Oz escreve períodos longos

de Jesus para que assuma a sua

confiança. De encorajamento a

ao encaminhamento que envolveu

que parecem conduzir à falta de

missão. Sabemos que, à época, se

Jesus. E as trinta moedas não

a Palestina com as determinações,

respiração para chegar ao fim.

esperava o Messias libertador. O

eram um pagamento. Sendo ho-

especialmente, da Inglaterra no

Pouco a pouco, porém, essa difi-

novo rei que expulsaria os roma-

mem rico Judas não precisava de

final da II Guerra Mundial e na

culdade vai sendo esquecida pela

nos e devolveria ao povo judeu

dinheiro. Foi só uma manobra para

decisão da ONU em 1948. Mostra

trama interessante. A história

o esplendor e a dignidade dos

que as coisas se concretizassem.

inclusive a situação diferente de

apresenta um estudante que se

tempos dos reis Davi e Salomão.

Quando Judas viu que Jesus não

quem é judeu e quem é israelen-

vê em dificuldades de toda ordem

Judas crê que Jesus de Nazaré

descera da cruz e nela morrera,

se. Judeu é quem nasce de mãe

para terminar seu trabalho acadê-

é quem vai fazer isso. Diante da

desesperou-se. E se suicidou. A

judia e caminha pela religiosidade

mico sobre Jesus Cristo. Parece

predição que Jesus devia passar

conclusão é que Judas Iscario-

vetero- testamentária. Israelense

assunto sobre o qual não haveria

pela cruz Judas o incentiva a ir a

tes foi o único cristão porque

é quem nasce em Israel. E surge

nada a dizer além de um visionário

Jerusalém. Segundo o estudante,

acreditou na divindade de Jesus.

aí o cidadão de segunda classe.

que desejava mudar o mundo.

Jesus estava titubeante em levar

Não deixa de ser abordagem in-

Fazendo abordagem das situações

Mas, o que mais me chamou a

a cabo aquilo que ele mesmo

teressante. Que vem ao encontro

geradas pela determinação da

atenção foi o seu pensamento

dizia. Para Judas a prova cabal

daquilo que muitos têm como

ONU lembra os cidadãos árabes

sobre Judas. Para ele Judas era

da messianidade de Jesus seria

pergunta. Não estava “escrito”

que foram obrigados a deixar suas

Jornalista Responsável: Carlos Henrique Picarelli (MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da direção deste orgão. As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente. Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

propriedades onde estavam há séculos. As mortes e sofrimentos de lado a lado. E faz a crítica de não haver esforços reais para levar à convivência pacífica onde os dois povos pudessem desenvolver-se respeitando as características de cada um. Recomendo a leitura. Ajuda a pensar.


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Jornal do Meio 793 Sexta 24 • Abril • 2015

por Shel Almeida

Vivendo há cinco anos no Canadá,

eu fiz. Eu arregacei as mangas e fui atrás

o bragantino Roberto de Farias

dos meus sonhos e não me arrependo.

está de volta à cidade natal para

Eu me graduei duas vezes no Canadá.

lançamento do livro “O Condenado”, que

Hoje, eu trabalho como tradutor e dou

acontecerá no próximo dia 9 de maio,

aulas de português e espanhol para os

às 19h, na Casinha do Lago. Segundo o

canadenses. E francês e inglês também,

autor, se trata de um “romance realista”

porque, apesar do país ser bilíngue, tem

por misturar ficção e realidade, a partir

bastante canadense que fala apenas uma

de experiências vividas por ele próprio.

das línguas. Eu vivi a maior parte do tempo

“O livro conta a história de Rosângela e

em Quebec, mas há um ano eu me mudei

Lúcio, dois jovens que precisam viver o

para Ontário, porque eu não queria perder

grande drama de amar à distância. Não

o meu inglês. Em Quebec eles só falam

se trata apenas de mais uma história de

francês e não admitem ninguém falando

amor, mas também das dificuldades em

inglês ali. Ontário é um cidade totalmente

viver meio à fraqueza e o egoísmo do ser

bilíngue”, conta.

humano. Juntos eles precisam tomar uma decisão importante e aprender a conviver

Decisão

com seus piores inimigos para, então, se-

Apesar da história do livro se basear em

rem felizes. Eu sempre quis escrever um

uma época da vida de Roberto em que ele

livro porque via nisso uma oportunidade

já estava no Canadá, é preciso entender

de mostrar uma história que mexe com

suas motivações para deixar o Brasil e se

os valores das pessoas, te ensina a tratar

estabelecer em uma país tão distante e

melhor, a enxergar as pessoas ao seu redor

diferente do nosso.

por um outro ângulo.

“Eu tinha um restaurante em São Paulo

Acho que 90% dessa história é verdadei-

e, ali, eu fui assaltado à mão armada três

ra, é a minha história mesmo. Eu dei um

vezes, em 12 meses, eu apanhei em todas

desfecho espiritualista e acho que ficou

elas. Foi uma experiência bem traumática.

bem legal. Eu precisei revisar o livro al-

Eu queria fugir dali, então decidi que o

gumas vezes e, por isso, tive que ler tudo

melhor era sair do Brasil. Comecei a fazer

de novo. E, todas as vezes que eu li, eu me

uma pesquisa e percebi que o país mais

emocionei. Eu acho que as pessoas vão

receptivo era o Canadá. Fiz o processo

gostar bastante desse livro. Eu decidi

de imigração e como era formado em

contar essa história porque achei que

Cosmetologia e Estética pelo Senac eles

era um bom exemplo para passar para

aceitaram, Esse processo demorou dois

as pessoas, em relação a valores mesmo,

anos, tive que aprender o francês às pres-

porque acho que hoje em dia a gente está

sas, porque escolhi Quebec para morar.

meio pobre disso”, explica Roberto.

Cheguei lá em maio de 2010. O governo

Distanciamento

Roberto volta ao Brasil uma vez por ano, para matar a saudade de família e amigos. “ A qualidade dos relacionamentos melhorou, mesmo com a distância”.

Para Roberto, aguentar o frio do Canadá não é tão difícil assim. O mais complicado é mesmo a distância física da família.

local me deu uma bolsa para cursar letras, eu estudei inglês, francês e espanhol. Eu

Para o autor, relembrar as próprias his-

não tinha medo antes de ir, mas depois

tória para que pudessem ser colocadas

que eu fui, quando eu já estava lá, eu sofri

no papel foi, ao mesmo tempo, triste e

muito, porque não é fácil chegar em um

terapêutico.

lugar em que você não conhece ninguém

“Eu tentei escrever o livro várias vezes,

e não tem fluência na língua ainda. Antes

mas isso mexeu muito comigo, nas três

de ir eu estava bem animado e nem pensei

primeiras vezes eu comecei e não foi para

nisso, porque era o meu sonho estudar

frente. Mas aí, quando eu alterei o nome

fora. Quando cheguei no Canadá, a pri-

dos personagens foi o suficiente para me

meira coisa que fiz foi colocar um anúncio

retirar psicologicamente da história, era o

no jornal ‘esteticista brasileiro atende

distanciamento que eu precisava. Depois

em Montreal. preços acessíveis’. Muitas

disso, o processo de escrita foi bem rápido.

de mulheres brasileiras me ligaram e foi

Eu pedi a conta do emprego, aproveitei

assim que eu comecei. E depois disso, eu

que estava inverno no Canadá, muito frio,

aproveitei todas as oportunidades que

então eu ia ficar em casa e pensei que

apareceram, passei um pouco apertado

esse seria o meu momento para colocar a

no começo, o dinheiro que eu ganhava

história no papel e fazer esse sonho virar

dava certinho para pagar as contas, e

realidade. Eu queria escrever o livro e um

nada mais. Fiquei um ano lá sofrendo,

dia poder falar para as pessoas: ‘Se você

meu contato com a minha família era via

acha que não tem condições nenhuma,

Skype. Mas o tempo para isso também era

que nunca vai ser ninguém na vida, basta

pequeno, porque eu estudava das 7h da

querer, porque existem, sim, a possibilidade

manhã às 10h da noite, todos os dias, de

de você alcançar seus sonhos’. A gente

segunda à sexta. Foi puxado, mas valeu a

tem esse entendimento, de que somos

pena. A parte mais difícil é mesmo a dis-

produtos do meio, mas se a gente não está

tância da família. O frio lá é muito forte,

contente no meio em que a gente vive,

mas isso é o de menos, é superável,

temos a condição de mudar isso, como

porque tudo lá é próprio para isso,

Roberto se formou duas vezes no Canadá e hoje é tradutor e dá aulas, é professor de português, espanhol, inglês e francês.

O sonho de Roberto de morar fora do país só se tornou realidade depois de passar por experiências traumáticas no Brasil.


Jornal do Meio 793 Sexta 24 • Abril • 2015 tudo é equipado para aguentar o

vezes por ano aqui. E, agora que já escrevi

frio. Mas hoje em dia, mesmo com a

e vou lançar o primeiro livro, pretendo,

distância física, eu sinto que o momento

também, lançar mais um livro a cada ano,

com os meus amigos é muito mais rico do

O segundo já está quase pronto”, conta.

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que quando eu morava aqui, a gente se vê uma vez por ano, quando eu venho para

Para saber mais sobre o trabalho de Ro-

cá mas, são momentos de melhor quali-

berto e sobre o lançamento do livro “O

dade. Agora, trabalhando para mim, com

Condenado”, acesse:

o que eu gosto e fazendo o meu próprio

www.robertodefarias.com.br ou

horário, pretendo vir pelo menos duas

www.facebook.com/robertodefariaslivros

“O Condenado” é baseado em experiências reais vividas pelo autor, o bragantino Roberto de Farias, que vive há cinco anos no Canadá.

Escritor já está com o segundo livro quase pronto e pretende lançar pelo menos um por ano.

Momento Pet

O feriado foi agitado! por Dr. André Alessandri


Reflexão e Práxis

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por pedro marcelo galasso

Evelin Scarelli (Vi), tem 26 anos, taurina, Bragantina, fisioterapeuta, observadora nata, amante da vida, de abraços apertados e de sorvete de chocomenta. E-mail - evelin.scarelli@gmail.com

A Roma Brasileira, em São Paulo As terras predominantes em Israel

(?) Alves: o vencedor do "The Voice Brasil 2" Tranquilizar

Velho, em inglês Prematuro

Árvore que é símbolo do Líbano

Mesa pagã destinada a sacrifícios

A protagonista do julgamento (jur.)

Privilégio; prerrogativa

"(?) Parisien", jornal francês (?) queen, artista performático Falha

Profissional que desfila na passarela Nome da operação como "2 + 2" (Mat.) Filtrar (café) Formato aproximado da chave de grifo

"À (?)", filme com Vincent Cassel (BR) (?) da china, potente agrotóxico

Sentimento representado por um coração Papel de atores de meiaidade

Extremamente devotada (a religiosa)

BANCO

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Solução

O R R I E G G E R M A A S

passo a me cobrar por atitudes e responsabilidades que por vezes fogem do meu controle. As vezes o tempo ficou curto, o pneu furou, você teve um dia péssimo de trabalho ou simplesmente quer ficar quieto no seu canto. Depois de todo processo de quase morte que vivenciei e que ainda vive em mim como uma ferida aberta e em processo de cicatrização, busco leveza até no simples movimento de piscar os olhos. Amigos que perdoam, entendem suas dores, compreendem o seu sumiço sem desistir de você. Vida mais leve, como aquela sensação de tomar um chá quentinho de cidreira enquanto namora a vista da pedra grande em plena terça chuvosa. Compreender o outro começa dentro do desafio de compreender a si mesmo. Quando busco em mim razões pelas quais posso compreender os meus erros, passo a entender melhor cada ação e reação do outro. Quantos conflitos internos e externos posso evitar quando passo a respeitar a dor que habita no outro antes da minha própria dor? Por quantos processos ainda teremos que passar até entendermos a magia contida na palavra altruísmo e assim passarmos a perguntar mais “O que posso fazer por você?” ou invés de “Onde você esteve quando mais precisei de você?”? Quando deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, na verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Que a gente saiba o tempo de certo de servir e ser servido. Sempre. Em equilíbrio... E que a vida seja sempre um bom punhado de lantejoulas e purpurinas que o vento sopra.

100 m2 Lição tirada das fábulas

D

Todo mundo que a gente encontra na vida está enfrentando uma batalha que você não sabe nada a respeito. Na medida do possível, tente ser gentil com próximo. Sempre! Compreender o “outro”. Taí uma das missões mais desafiadoras aqui na Terra. Você já parou para pensar em quantas situações de conflito poderiam ser evitadas se passássemos a enxergar a necessidade do outro sobreposta a nossa? “Depois que tive câncer, meus amigos se afastaram”, “Como posso ficar aqui sozinha(o) depois de tudo o que passei?”, “Fulano não me procurou até hoje. Quando ele precisar, juro que farei exatamente o mesmo...”. Acredito que todos os habitantes dentro do universo oncológico já ouviram e também até falaram frases como essas. Dentro e fora do nosso universo, pessoas cobram - e também nos cobram - constantemente por ações e reações que muitas vezes independem necessariamente do outro. Mas, Evelin, as pessoas se afastaram de você depois da notícia do seu diagnóstico? Sim, algumas, mas não as culpo por isso. Eu também já me afastei de muitas pessoas - e acredite, de forma inconsciente. Nosso processo chamado “vida” é um grande porto de chegadas e partidas onde, com a mesma naturalidade (e independentemente de um diagnóstico de câncer) pessoas se afastam e também se aproximam. Uma pessoa que admiro muito costuma dizer que “Existem pessoas que nos levam e pessoas que nos devolvem”. Além do mais, conviver com a notícia/paciente não é uma missão das mais fáceis, estou errada? Na verdade - e da forma mais fria possível - as pessoas, assim como você paciente/carente de plantão... Elas também vivem. Quando me dou conta de que me afastei de pessoas que amo, meu coração fica em pedaços. Nessas horas - o que não ajuda muito, confesso - também

Tecido que, por ser sintético, praticamente não encolhe após a primeira lavagem

A

por Evelin Scarelli

não (se) cobre

Lago que banha Cleveland (EUA)

S

Por favor,

Fla-(?), clássico do futebol carioca

P

Lenço Cor de Rosa

Período diário de inconsciência

R E G A L I A

Pedro Marcelo Galasso – cientista político, professor e escritor. Email: p.m.galasso@gmail.com.br

Usuário, em inglês

L A V R A S

quando analisamos os discursos de nossos parlamentares fica clara uma tendência – o aumento dos discursos de ódio e da violência contra determinados grupos ou contra direitos já consolidados, ou seja, inúmeros parlamentares abrem mão da discussão política para defenderem suas posições pessoais ou preferências religiosas sem levar em conta que o seu papel republicano está acima de suas meras convicções e que a discussão de temas considerados polêmicos é parte integrante do processo da vida política e que deve ser estimulada e não cerceada quer eles concordem ou não. Entretanto, nos últimos anos a nossa frágil e recente República que ainda carrega suas feridas abertas pelo coronelismo pela corrupção ou pela última ditadura militar, tem convivido com parlamentares que desrespeitam a Constituição ao defenderem mensagens de ódio sob o inaceitável argumento de utilizarem a sua liberdade de expressão. O não entendimento de que a liberdade de expressão existe para que os valores sociais e coletivos sejam defendidos frente as mensagens sectárias ou de ódio é sintomático do quão despreparados são os nossos parlamentares e do quão confuso é nosso Poder Legislativo. Agora, pensemos no seguinte – é razoável ou aceitável que os políticos responsáveis pela proposição de leis e pela fiscalização dos demais poderes sejam marcados pelo ódio, pela defesa absurda violência ou pelo cerceamento de temas que são importantes para a nossa vida republicana? Ate quando o ódio vai guiar a nossa vida política e continuar a ser visto como a única saída para nossas mazelas sociais e políticas?

Federação organizadora da F1 (sigla)

Definições necesObjeto de sárias à estudo da prática de Etimologia um jogo

3/flu — old — sam. 4/drag — erie — user. 6/deriva. 9/poliéster.

A análise da Política brasileira é centrada no papel de determinadas instituições, mas sempre em função de um dado momento político ou quando interesses nos levam a refletir sobre esta ou aquela instituição. Além disso, as figuras políticas são mais importantes nas análises comuns por serem mais polêmicas ou mais caricatas alimentando o imaginário coletivo de que eles detêm o poder e, por isso, controlam nosso destino político para o bem ou para o mal. Dentre os três poderes, o Legislativo é aquele que mais oferece a possibilidade de paixões e de caricaturas políticas sempre engraçadas e ineficientes, com atos que beiram a insanidade ou com discursos irresponsáveis e, é claro, com suas habituais e imorais práticas corruptivas. Para tanto, basta lembrar de alguns de nossos antigos ou atuais vereadores. No entanto, o cenário acima esconde questões importantes para a Política brasileira e para a vida cotidiana de todos nós. Primeiro, os nossos representantes no Legislativo têm uma carta branca para tomar as decisões que eles julgam relevantes sem que os seus eleitores sejam respeitados ou ouvidos, ou seja, eles passam a legislar em nome próprio como se as suas decisões coubessem tão somente a eles sem nenhuma obrigação com seu partido ou com sua esquecida ou imaginária base eleitoral. Segundo, estas figuras caricatas são irresponsáveis já que não sentem o peso de sua função legislativa e desconsideram a responsabilidade sobre suas decisões e muitas vezes votam ao sabor da maioria, saiba o que se vota ou não. É como se a sua legislatura fosse uma brincadeira, um período de farto enriquecimento ou de férias remuneradas. Pensemos se a participação de um deputado federal em um programa vexatório de TV condiz com seu papel político e social. Já o terceiro ponto é a razão desta coluna. Quando lemos as notícias políticas ou

© Revistas COQUETEL

Pedal da direita no carro de passeio Preposição de sobrenomes

Apreensão judicial dos bens de um devedor Código da Bolívia na internet

São Pequeno vendidas barco em usado na brechós desatracação de grandes navios

A D E U S T E R I T C U E D R R I O P R O

e o Poder Legislativo

www.coquetel.com.br

A B O C O E F L L I E A R M A O L D R E O A R L O D E A R M O A R R V O

O ódio

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

P R E S O N U H P O A R S A U D E S P A R O M D E A C S O C F E

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Casas Condomínio Casa Jd. das Palmeiras – alto padrão, aceita imóvel menor valor................ Consulte-nos Village Santa Helena, aceita imóvel menor Valor........................................ Consulte-nos Rosário de Fátima, aceita imóvel menor Valor:............................................Consulte-nos Colinas de São Francisco, aceita imóvel menor valor.....................................Consulte-nos Euroville (várias opções) a partir de ..............................................................R$: 750 mil Mirante de Bragança – 3 suítes (térrea) ........................................................R$: 580 mil Casa Centro – 4 suítes ...................................................................................R$: 450 mil Casa Itatiba - Troca por casa ou apto. em Bragança.....................................Consulte-nos Apartamentos Ed. Stella Maris (Praça) ..................................................................................R$: 450 mil Centro – Dom Aguirre ................................................................................... R$: 235mil Ed. San Remo (em frente ao Jd. Público .........................................................R$: 650 mil Jardim Nova Bragança – um por andar – Alto Padrão.................................Consulte-nos Apto na Mooca - SP - Troca por casa em condomínio Bragança ...................Consulte-nos Terrenos Colinas São Francisco (vários) a partir de.....................................................R$: 290 mil Vales das Águas (vários) a partir de................................................................R$: 200 mil Portal Horizonte.............................................................................................R$: 220 mil Terras de Santa Cruz 771 m2...........................................................................R$: 145 mil Ponto Comercial Banca de Jornal Centro................................................................................Consulte-nos Café Centro..................................................................................................Consulte-nos Casa ampla com 3 garagens para escritório - Trav. Riachuelo....................... Consulte-nos


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Veículos

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O caro e o barato Nacional mais barato e importado mais caro se encontram em São Paulo

por RODRIGO MORA/FOLHAPRESS

Na única loja oficial

setor só para ele.

da Lamborghini no

Uma significativa parte do

país, no Jardim Europa

processo é realizada por com-

(zona oeste de São Paulo), um

putadores e máquinas, mas é

Aventador Roadster LP 700-4

possível dizer que o Lambor-

na cor Giallo Orion reluz sobre

ghini carrega uma boa dose

um tablado de madeira.

de trabalho artesanal.

Apenas o superesportivo é

Exemplo: com uma espécie

exposto na vitrine. Está lá

de martelo, um profissional

para ser cobiçado, com a luz

especializado em fibra de

do sol ressaltando seus 4,78 m

carbono bate no monocoque

de comprimento.

para, por meio das vibrações,

Uma única reta leva do número

identificar zonas onde possa

110 da avenida Europa ao 215

haver ar alojado no material.

da rua Augusta, onde uma das

LUCRO

quase 600 lojas da Fiat expõe

Com uma escala tão restrita,

seus modelos. O Palio Fire,

cada unidade do Aventador

carro mais vendido do Brasil,

precisa render gorda margem

é um mero coadjuvante no

de lucro para justificar sua

showroom.

produção.

O hatch feito em Betim (MG)

A Lamborghini, que pertence

sequer está na vitrine. E enquan-

ao grupo VW, está sob o guarda-

to que no Aventador poucos

-chuva da Audi. A empresa

põem a mão, qualquer um

não revela o percentual de

pode entrar no Palio, mexer em

lucro com a comercialização

bancos e abrir o porta-malas

do superesportivo, mas cer-

ou o capô.

tamente é bem superior aos

Tratar um carro como joia rara

cerca de 3% arrecadados na

e outro como apenas um meio

venda de um Fiat Palio Fire.

de locomoção não é o único

STATUS

fator que justifica a diferença

“Quem compra um carro como

de R$ 3.772.570 entre o mais

o Aventador Roadster, acima

barato e o mais caro.

de tudo, quer exclusividade. E

As razões para tal discrepância

isso não diz respeito somente

começam bem antes de girar

ao preço, mas sim ao fato de

a chave na ignição.

ser um dos poucos a ter o veí-

Todos os dias, 380 Palios na

culo por aqui”, explica Walter

versão Fire saem da fábrica da

Baron, executivo de vendas da

Fiat. É uma produção em larga

Lamborghini São Paulo.

escala, na qual os funcionários

Em outras palavras, enquanto

têm pouco tempo para exercer

o Palio Fire teve 183.744 uni-

tarefas repetidas à exaustão,

dades emplacadas em 2014, o

como encaixar um para-brisa

Aventador Roadster teve duas.

ou aparafusar o painel. Outros

Não por falta de endinheirados

modelos da marca passam pela

interessados no modelo, mas

mesma linha de produção.

é que a produção, na cidade

Em Bolonha, na fábrica da

italiana de Sant’Agata Bolog-

Lamborghini, apenas cinco

nese, é limitada.

unidades do Aventador são

Baron conta que a importa-

montadas diariamente. Feito

dora negocia uma cota anual

de fibra de carbono e alumínio,

de cerca de 15 a 20 carros (de

o esportivo italiano tem um

todos os modelos) junto à

Crédito:Folhapress

Crédito:Folhapress


Veículos

Jornal do Meio 793 Sexta 24 • Abril • 2015

fabricante italiana. Segundo dados da

tor 6.5 V12 torna o Aventador um símbolo

Abeifa (associação das importadoras),

do que é ser superlativo. Capaz de render

10 modelos Lamborghini zero-quilômetro

700 cv e 70,3 kgfm, ele lança o carro aos

foram vendidos no Brasil em 2014.

100 km/h em 3s, atingindo a velocidade

“De acordo com nossa base de clientes

máxima 350 km/h, segundo a fabricante.

em potencial, determinamos a quantida-

Para isso, conta até com pneus Pirelli

de de carros, as cores da carroceria e do

(255/35 ZR19 na frente e 335/30 ZR 20

acabamento. O pacote de equipamentos

atrás) feitos sob medida.

é sempre o mais completo”, diz.

O desempenho do motor 1.0 de 75 cv do

Além de milionário, é preciso ser apaixona-

Palio Fire é mais modesto: 0 a 100 km/h

do por carros. O dono de Aventador mais

em 15,4s de acordo com a medição do

famoso no Brasil é Eike Batista, que teve

teste Folha-Mauá.

o seu (da versão cupê) apreendido pela

Por meio de um seletor no painel, escolhe-

Polícia Federal como parte do bloqueio

-se o comportamento do carro: Strada,

de bens do empresário.

Sport e Corsa. O comando altera o modo

Outra preocupação da loja paulista é

funcionamento do motor, da transmissão

escolher carros cuja cor não se repita:

(de dupla embreagem) e dos sistemas de

cada cliente terá um veículo ao seu gosto,

controle de estabilidade, deixando

desde que não seja igual ao de outro dono.

o carro mais dócil ou mais visceral.

Restrito Até na hora de serem utilizados, Palio e Aventador têm demandas divergentes. Quem desembolsa R$ 3,8 milhões pelo Lamborghini tem todo direito de guiá-lo todos os dias, de casa até o trabalho, da academia à padaria. Mas, ao menos no Brasil, isso é praticamente impossível. “Não é um carro que o proprietário usará no dia a dia, e, sim, nos finais de semana, em passeios programados”, afirma Baron. É preciso “medir” por onde o superesportivo passará e evitar ruas esburacadas ou vagas apertadas. O Palio pode não ter o desempenho e o status do Aventador, mas entrega ao seu dono mais liberdade de uso -conceito que também é valioso.

Superlativo O uso da fibra de carbono aliado a um mo-

Foto: Eduardo Knapp/Folhapress

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Foto: Eduardo Knapp/Folhapress

Foto: Divulgação


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