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Só Deus cria a rosa: Dora Lúcia Polícia Civil apresenta cartilha Escola Segura

A Polícia Civil (PC) apresentou a cartilha Escola Segura, produzida pela instituição. O material, elaborado por especialistas, explica de forma acessível questões importantes relacionadas à violência nas Escolas.

A cartilha tem 10 páginas e trata de questões atuais como efeito contágio causado pela divulgação de episódios de violência e como eles podem estimular a ocorrência de novos ataques. “Não divulgue vídeos, fotografias e informações sobre atos de violência em escolas. Compartilhar esse tipo de conteúdo pode estimular a ocorrência de novos casos, além de prejudicar o trabalho de investigação”, orienta a Polícia Civil.

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Dora era costureira. Dora Lúcia Pinto. Morreu há alguns anos, mas eu ainda passo por sua casa, ela ainda existe, tornou-se salão de beleza, depois estúdio de tatuagem. Essa era também a casa de seus filhos Edelweiss e Orlando, e das netas Adriele e Priscila. Orlando Amaral Pinto foi na juventude um de meus melhores amigos. Eu frequentava essa casa.

Ao passar os olhos por ela, buscando lembrar-me como era, avistei uma rosa. Há uma roseira florindo num pequeno jardim lateral, muito esquecido. Essa roseira está ali há muitos e muitos anos? Fico pensando se foi Dora quem a plantou, se já estava ali naquele tempo. Orlando contou-me que, antes de nos conhecermos, lembrava-se de mim ali perto, numa venda que havia numa esquina próxima e que tinha de tudo, ao estilo do antigo Xavier da Avenida das Palmeiras, bonecas penduradas no teto, etc. Ali comprávamos suspiros, maria mole. Esse último era um doce que vinha com anéis de brinde, um anel de joias falsas, esmeraldas de plástico, claro. Mas achávamos muito charmoso dar esses anéis às meninas.

Orlando, como eu, é cinéfilo, gostava muito do cinema do polonês Kieslowski. Eu ouvia muito uma canção de Zgbiniew Preisner ali, a CançãodaReunificaçãodaEuropa. Vimos um filme dele, A Fraternidade é Vermelha, com Orlando pausando no vídeo praticamente cena por cena, comentando a relação da moça com um juiz. Orlando também, pacientemente, gravou uma fita cassete para mim com canções da banda Joy Division. Era a tecnologia da época: copiar as músicas do disco de vinil para fita cassete.

Com frequência, eu e Orlando ficávamos vendo filmes, Dora fazia uma comida à noite, um incrível mexido: misturava a comida da hora do almoço e sua comida tinha um tempero maravilhoso. Dora fazia aquela “comida de vó”, temperada com amor. Dora tinha uma filosofia de vida própria, uma “lição de coisas” drummondiana. Ela dizia que precisávamos encontrar a ordem natural das coisas, as coisas têm uma ordem natural, não nos cabe ir contra, desde que o samba é samba, como diz Caetano.

Bruce Lee também tem uma filosofia semelhante. Ele dizia que deveríamos ser flexíveis como a água: a água, quando é colocada na xícara, torna-se a xícara. Orlando era também um grande admirador de Caetano Veloso, que cantava o “tranquilo e impassível” Bruce Lee.

Pouco tempo depois de meus avós falecerem, visitei a casa deles, uma casa bem próxima da de Dora. Mas, ao contrário da casa de Dora, a deles logo a seguir foi posta abaixo. O terreno ficou ali na esquina da Vigário Nicolau e Coronel Tininho. Até hoje nada ali foi construído devido a problemas com uma empresa construtora e fica ali aquele lote com ruínas ao lado do Salão São Vicente. Ao ver as ruínas, lembrei-me que Vovô Mário comentava que sua tia sempre rezava uma oração, um Ato de Contrição que tem uma versão católica longa: “Pesa-me também por perdido o céu e merecido o inferno, e proponho firmemente...” Eu reencontrei, numa parede, uma sombra de vovó Irene, pintada pela filha Marlene, bem como uma frase da oração que a tia de vovô, Aristoclina, creio, rezava. Quando a casa de meus avós foi destruída, finalmente, nos jardins sobraram apenas algumas plantas acuadas. Sobrou apenas um toco seco daquela velha roseira. A rosa de Dora é mais insistente, insiste ainda em dar flor. É como dizia o poeta Altino Caixeta, de Patos de Minas, no poema Criação: “A ostra cria a pérola / Para se distrair do mar. / O poeta cria a beleza / Para distrair-se do efêmero. / Só Deus cria a rosa / Para distrair-se do eterno.”

Ao ver a insistência da rosa de Dora, ouço de novo a casa ressoar aos acordes da canção de Preisner que a gente ouvia no filme Liberdade é Azul, aproveitando a EpístoladeSão PauloaosCoríntios.A canção diz, em grego: “Se eu falasse a língua dos homens, se eu falasse a língua dos anjos, sem amor, eu nada seria”. Tranquila e impassível Dora. A ordem natural das coisas: só Deus cria a rosa.

O material esclarece também sobre fake news e deep fake e traz orientações sobre como agir no ambiente virtual, na Escola e no ambiente familiar. Além disso, mostra os sinais de alerta que podem indicar que a criança ou adolescente está sendo vítima bullying no ambiente escolar. Entre os sinais estão “isolamento, agressividade, mudanças repentinas no visual, comportamento e falas de ódio, agressão aos animais, fascínio por conteúdos agressivos

Cartilha trata de questões ligadas à segurança escolar e orienta a população sobre como prevenir e denunciar ameaças e situações de violência contra pessoas ou escolas

(guerras, punições, atitudes vingativas)”. A cartilha mostra também como agir nessa situação. “O bullying pode trazer consequências irreversíveis e gerar situações ainda mais graves”, ressalta a Polícia.

Na cartilha, a Polícia Civil orienta sobre como denunciar e agir em casos de ameaças a pessoas ou Escolas. As denúncias podem ser anônimas. (Reportagem Portal iBOM c/ informações da Agência Minas e da Polícia Civil).

Veja a cartilha da Polícia Civil apontando a câmera do celular para o QR Code ao lado

Estão abertas até terça-feira (16/5) as inscrições para o concurso público do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária), que oferece 132 vagas em todo o estado. As vagas oferecidas são para as carreiras de fiscal agropecuário (médico veterinário e engenheiro agrônomo); fiscal assistente agropecuário (ensino médio ou curso de educação profissional de ensino médio) e assistente em gestão de defesa agropecuária (ensino médio). O último concurso realizado pelo IMA foi em 2008. Com adicionais e benefícios, os salários para nível médio e técnico podem passar de R$ 3,7 mil e, para nível superior, a cerca de R$ 5,5 mil, considerando gratificação e progressão de carreira. O valor da taxa de inscrição para todos os cargos é de R$ 36,25. As provas serão realizadas dia 16/7. O concurso terá prova objetiva, de caráter eliminatório e classificatório. A condução da seleção e as inscrições são feitas pela Legalle Concursos.

Sobre o IMA

Autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o IMA é responsável pela execução das políticas públicas de defesa sanitária animal e vegetal em Minas Gerais. Atua também na inspeção de produtos de origem animal, certificação de produtos agropecuários, educação sanitária e no apoio à agroindústria familiar. (Portal iBOM c/ informações da AgênciaMinas/Foto:IMA)