Revista de Domingo nº 557

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Economia

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eixando de lado o sentido religioso da Páscoa, a data se transformou numa verdadeira festa da guloseima, sobretudo, com as atenções redobradas para o chocolate. Com tanta demanda no período, uma parcela de comerciantes aproveita o período para aquecer a renda familiar e se dedica à cozinha, para a fabricação dos tão desejados ovos de páscoa. Eles estão espalhados pelas doceterias e supermercados desde o começo do mês, mas pode-se destacar que existe uma parcela significativa dos consumidores que pegam fila na espera de encomendas em busca de chocolate artesanal. Para atender o mercado, os fabricantes caseiros do doce redobraram o ritmo para atender os pedidos. Outros fatores que fazem aumentar a procura nesta época são o preço e a personalização das guloseimas, que atraem o consumidor, demanda que promove doce rentabilidade para quem atua nesse segmento. De acordo com confeiteiras, as vendas sobem em média 50% no período pascoal. O Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio, ligado à Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (FECOMERCIORN), realizou um levantamento apontando que os ovos e produtos de chocolate serão os itens mais consumidos neste período. Somente em Natal, foco da pesquisa, 57,8% dos entrevistados pretendem comprar artigos desse gênero, mais que outros produtos tradicionais da Semana Santa, como peixes e crustáceos (31,5%) ou vinhos (6,9%). Quem pegou carona no bom momento foi Delhe Barbosa Pereira de Araújo. Empreendedora individual, ela produz ovos e trufas de chocolates nesta época

em que as encomendas e comercializações aumentam. Os pedidos crescem 50% a mais no comparativo com o restante do ano. “Quando a Páscoa se aproxima, produzo mais ovos porque os pedidos aumentam. Nos meses seguintes, foco nas trufas, que também têm boa aceitação”, explica. A expectativa é que ela atinja a casa dos quatro mil ovos de páscoa, o que deve proporcionar um faturamento no mês perto de R$ 2,5 mil. O Sebrae dispõe de atendimento para esses empreenderes através de palestras gerenciais. Foi esse o caminho que Delhe traçou. O tempo ocioso foi substituído por cálculos, busca por clientes e negociações com fornecedores.

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“Um dos maiores diferenciais dos meus produtos é a qualidade. Utilizo matéria-prima de primeira linha”, conta. Para atender a demanda, ela acorda cedo, às 6h, quando já começa os preparativos para manuseio do chocolate, porque tudo precisa ficar pronto para a entrega, às 14h. RENDA O bom momento de consumo da economia brasileira é um motivador de encorajamento para enfrentar as dúvidas ao abrir um negócio em casa. O economista Mário Calcama explica que o brasileiro, sobretudo a classe média, está consumindo num ritmo acelerado. De acordo com ele, com mais brasi-

Os primeiros ovos de presentes na Páscoa eram pintados Na Páscoa, a celebração da morte e ressurreição de Cristo são momentos especiais para os cristãos. Em várias antigas culturas do Mediterrâneo, no Leste Europeu e no Oriente, o uso do ovo como presente era algo comum. Nesse período, muitos desses povos realizavam rituais de adoração para Ostera, a deusa da Primavera. A entrada deste símbolo para as festividades cristãs aconteceu com a organização do Concilio de Niceia, em 325 d.C.. Nesse período, os clérigos tinham a expressa preocupação de ampliar o seu número de fiéis por meio da adaptação de algumas antigas tradições e símbolos religiosos a outros eventos relacionados ao ideário cristão. A partir de então, observaríamos a pintura de vários ovos com imagens de Jesus Cristo e sua mãe, Maria.

Jornal de Fato | DOMINGO, 31 de março de 2013


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