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Governo do Estado: R$ 442 milhões

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mossoró

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Mossoró (RN), SEXTA-FEIRA, 29 de maio de 2020

caos Servidores da saúde descansam em meio a fungos e mofo

>> Profissionais na linha de frente contra o Covid denunciam descaso do governo estadual

Há uma semana, o JORNAL DE FATO publicou reportagem sobre a falta de equipamentos de proteção individual, os chamados EPIs, para os servidores do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), em Mossoró. A matéria, com base na denúncia formulada pela regional do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (SINDSAÚDE/RN) expôs como o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP/RN) vem tratando os profissionais que estão na linha de frente do combate à pandemia do novo coronavírus.

Além da falta de EPIs, os servidores também amargam dois meses de salários atrasados (dezembro e 13º de 2018), além do “congelamento” dos salários há uma década. Outra denúncia feita pelo coordenador regional da entidade, João Morais, foi quanto ao pagamento de 40% de insalubridade, mas o governo garantiu que honrará o compromisso no dia 31 de maio.

A acusação de maus-tratos aos servidores estaduais da saúde ganhou novo capítulo nesta quinta-feira, 28. A categoria que atua no combate ao novo coronavírus, no Hospital João Machado, em Natal, denuncia a “estrutura precária” na sala de repouso

césar santos

Da Redação

da unidade. Um dos servidores, indignado, registrou o local em fotos.

Reportagem do portal de notícias G1-RN, afirma que “os servidores reclamam que toda a unidade sofre com problemas estruturais, inclusive, nas alas destinadas ao atendimento médico.” Segundo o enfermeiro Breno Abbott, “a pandemia tem deixado os servidores exaustos e eles estão repousando em uma sala cheia de fungo e mofo. É um descaso total em todo o hospital.”

A reportagem do G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde e aguardava posicionamento da pasta, que prometeu se pronunciar por meio de nota, mas até o fechamento da edição, não havia se pronunciado.

Breno Abbott é coordenador-geral do Sindsaude/RN e acompanha de perto os hospitais que atendem pacientes com a Covid-19 no estado. “Infelizmente, essa situação não se limita só a sala de repouso do João Machado. Na unidade não há estrutura adequada para os servidores trabalhar. As paredes não têm pintura e a unidade sofre constantemente com quedas de energia”, revelou ao G1, para questionar: “Como querem colocar leitos de UTI em uma estrutura dessas? Não tem condições, é preciso oferecer condições mínimas de trabalho.”

Sindsaúde

Sala de repouso dos servidores do Hospital João Machado

O sindicalista afirma que a sala de repouso, onde os servidores guardam material, está péssimo. É um mofo muito grande, um odor totalmente desagradável e o ar-condicionado não está funcionando.

“Eu já questionei a direção e eles dizem que vão tomar as providências, mas até agora nada foi feito. A cada

Além da falta de

EPIs, os servidores também amargam dois meses de salários atrasados (dezembro e 13º de 2018) !

O deputado estadual Coronel Azevedo (PSC) afirmou nesta quinta-feira, 28, que “falta insumo necessário para o procedimento de intubação dos pacientes da Covid-19” na rede estadual de saúde. O parlamentar disse que a denúncia chegou a ele por meio de profissionais da área.

Azevedo chamou a atenção que para o cidadão ser intubado é necessário que se aplique uma sedação porque o processo é agressivo. “A falta dos insumos tem levando profissionais da saúde ao desespero. Os pacientes ficam, literalmente, brigando pela vida”, disse Coronel Azevedo. “Sem sedação não se consegue manter o paciente intubado”, afirmou o deputado Bernardo Amorim (Avante), que é médico.

Assessoria

Deputado diz que falta insumo para intubar pacientes da Covid

No dia anterior, o deputado Kelps Lima (Solidariedade), havia criticado as ações do Governo do Estado no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, principalmente em relação ao interior do Estado. O parlamentar também cobrou uma explicação para o pagamento de 5 milhões de reais feito pelo Governo do Estado para aquisição de 30 respiradores, que não foram entregues e nem o dinheiro foi devolvido.

dia que passa diminui o número de servidores na escala porque eles adoecem mentalmente ou pela Covid-19. São péssimas as condições”, disse uma das servidoras do João Machado que preferiu não se identificar.

O Governo do Estado anunciou a contratação da empresa responsável pela implementação e gestão de 30 leitos de terapia intensiva (UTI), 20 deles serão instalados no Hospital João Machado. A preocupação é que até agora nada foi feito e a estrutura da unidade não tem condições de oferecer boa assistência.

O secretário da Saúde, Cipriano Maia, recentemente disse que a pasta está “trabalhando arduamente nas condições estruturais no João Machado, e nos próximos dias poderemos ter também a ampliação de leitos de retaguarda.”

Por fim, a direção do Sindsaúde revela que os profissionais da saúde recém-admitidos não receberam treinamento adequado para atuar no enfrentamento à pandemia. “Os servidores antigos também têm dificuldades, imagina os novatos. Eles foram empurrados sem preparação prévia. Alguns têm crises de pânico”, informou Breno Abbott.

O pagamento foi feito em abril, juntamente com o Consórcio Nordeste, que envolve os nove estados nordestinos. O contrato realizado junto a uma empresa sediada em Los Angeles (EUA) não foi honrado, apesar de o consórcio ter transferido R$ 49 milhões.

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