2 OPINIÃO
quarta-FEIRA, 18 de agosto de 2021
ESPAÇO JORNALISTA MARTINS DE VASCONCELOS
Organização: clauder arcanjo
CULTURA DO CARANGUEJO Divulgação
Carlos Eduardo
Ex-prefeito de Natal
Para brasileiros e estrangeiros o Nordeste do Brasil sempre foi um poderoso atrativo turístico: por suas belezas naturais, por seu povo acolhedor, por sua cultura e culinária e, ainda, por suas excepcionais condições climáticas. Mas, quando se analisa o fluxo turístico da região, é fácil perceber que estamos muito atr ás de Bahia, Pernambuco e Ceará, que desenvolveram outras formas turísticas além do uso do litoral; isto é, deixaram de lado a velha e nefasta cultura do caranguejo, baseada no clássico sol, mar e doce far niente na orla. Enquanto isso, nossos empresários e autoridades continuaram ignorando muitos outros potenciais turísticos, que aliás temos de sobra. Refiro-me ao ecoturismo, ao turismo de aventura, ao turismo religioso e histórico, ao turismo cultural, ao turismo de eventos e de negócios, ao turismo de alto luxo e, até mesmo, ao turismo de cruzeiro. Sei bem que a pandemia que ora enfrentamos foi impiedosa com o setor, prejudicando uma cadeia extensa de atividades, que vai da hospedagem, alimentação, comércio em geral, artesanato, rede de transportes, atividades recreativas, culturais e esportivas, até as atividades informais. Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN analisou o impacto da covid-19 no trabalhador do turismo no RN,
No interior, podemos explorar melhor grutas e cachoeiras, açudes e represas, trilhas ecológicas, locais para trekking e rapel, fortalecendo o turismo de aventura e de esportes radicais
ouvindo 209 pessoas (72% homens e 28% mulheres) em Natal, Extremoz e Tibau do Sul (litoral), envolvendo trabalhadores formais e informais. O estudo aponta uma queda drástica e abrupta da renda desses trabalhadores. Entre os informais, 57,3% ficaram sem nenhum ganho. Entre os formais (com carteira assinada), dos 78,9% que ganhavam acima de um salário mínimo, o contingente foi reduzido a 32,7%. A pesquisa atestou que 56% dos trabalhadores afastados do trabalho no RN não recebiam qualquer espécie de remuneração. Na estimativa dos economistas, o setor do turismo deve retomar suas atividades de forma mais lenta do que outros setores, como a indústria, por exemplo. O Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômi-
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co do RN, elaborado pela FIERN, nos aponta os melhores caminhos para sairmos dessa estagnação. Dentre eles, reelaborar um vigoroso calendário de feiras, congressos, simpósios, eventos, encontros profissionais e de negócios, aproveitando melhor nossa rede hoteleira e os centros de convenção, além da vasta cadeia do negócio. No interior, podemos explorar melhor grutas e cachoeiras, açudes e represas, trilhas ecológicas, locais para trekking e rapel, fortalecendo o turismo de aventura e de esportes radicais. Podemos estudar também as possibilidades do turismo rural, os segmentos da pecuária e da pesca. Podemos ainda aproveitar melhor o programa federal Viaja Mais Melhor Idade, estimulando o turis-
mo da terceira idade na baixa temporada. Outra ideia é ampliar os festivais gastronômicos amparados em nossa rica culinária. Da mesma forma, podemos desenvolver mais ainda o chamado polo serrano com suas atividades de inverno. E por aí vai. Como se vê, são múltiplos os novos caminhos que podemos traçar para desenvolver, efetivamente, o nosso turismo, a nossa indústria não poluente e que tanto retorno traz à economia de toda a região. O fato é que não podemos ficar nesse compasso de espera. Os empresários esperam pelo governo, e o governo a esperar pelos investimentos privados. Vamos todos nos unir em prol da melhor, e mais imediata, ação para levar o nosso turismo ao patamar que lhe cabe na ordem econômica.
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