Jornal de Fato

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)) Febre Aftosa

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Vacinação contra aftosa fica abaixo do esperado

estado Curioso

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Cidades recebem projetos de educação ambiental

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Terça-feira, 11 de março de 2014 /jornaldefatorn

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Um almoço marcado para a próxima quinta-feira, 13, em Apodi terá a carne de jumento como prato principal

Das estradas à mesa do Potiguar Para o cardápio da degustação de carne de jumento serão necessários 100 quilos, o equivalente ao abate de dois animais Ivanúcia Lopes Da Redação

R

edescobrir uma finalidade econômica para o jumento. É essa a proposta do promotor Sílvio Brito, da 2.ª Promotoria de Apodi, que propôs a realização de um almoço para experimentação da carne do animal para consumo. “Precisamos facilitar essa redescoberta do valor do animal para que ele não seja só um problema nas estradas, mas que tenha sua utilidade assim como teve como transporte de cargas”, disse o promotor. O evento para convidados está marcado para esta quinta-feira, 13. Sílvio Brito disse que a repercussão tem sido além do esperado. “Tivemos até que mudar o local do evento para acomodar mais pessoas, e até aumentamos a quantidade de animais para abate”, declarou o promotor. O evento para convidados será realizado no Restaurante do Hotel Passeio, em Apodi, e para o cardápio serão necessários 100 quilos de carne, o equivalente ao abate de dois animais. O promotor informou que

Marcos Garcia/Arquivo

a carne do jumento foi atestada para consumo por pesquisadores da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), que auxiliaram nos métodos de manejo e abate. “Pelo que nós percebemos são as questões culturais que acabam gerando toda essa resistência, porque quando eu levei a ideia para os professores da Ufersa eles garantiram que a carne é adequada para o consumo humano”, contou. Sílvio Brito aproveitou, ainda, para explicar que a apreensão de carne de jumento nos Estados brasileiros não acontece porque a carne é imprópria, mas porque os animais são abatidos clandestinamente. O promotor reconheceu a grande dificuldade de desmitificar as barreiras culturais para propor o consumo da carne de jumento, mas ga-

)

Antes do almoço nós faremos um teste para ver se os convidados conseguirão distinguir a carne de jumento da carne de boi.” Sílvio Brito

promotor de justiça

discutiu os )) Audiência perigos dos animais

nas estradas em 2013

)) A proposta é dar uma destinação

aos jumentos recolhidos nas rodovias rantiu que é possível. Ele lembrou que não se trata apenas de inserir o alimento no cardápio dos presídios do Estado, mas de mostrar à população em geral que, se manejada adequadamente, é uma carne igual à de boi. “Houve uma repercussão de que o interesse seria de inserir apenas nos presídios, mas, dependendo da receptividade, poderemos levar a carne até à merenda escolar ou mesmo aos hospitais”, enfatizou. A proposta é dar uma destinação aos jumentos que estão sendo retirados das ro-

dovias estaduais e federais que cortam a região Oeste do Rio Grande do Norte pelos caminhões boiadeiros e deixados sob a responsabilidade da Associação de Proteção dos Animais de Apodi. Atualmente, a Associação já conta quase 500 animais e a expectativa é que o número dobre até o final do ano. “A ideia é resultado da audiência realizada no ano passado em que nos propomos a cuidar dos animais recolhidos, mas nós já sabíamos que uma hora não daria para acomodar todos os animais”, contou.

O almoço que tem a carne de jumento como prato principal é um dos resultados da audiência convocada pela Promotoria de Justiça da comarca de Apodi em 24 de outubro de 2013. O objetivo da audiência foi discutir o perigo dos animais soltos nas estradas naquela região. Participaram da audiência os representantes dos municípios da região e dos órgãos de trânsito. A audiência colocou em pauta a necessidade de soluções urgentes para os problemas acarretados pelos perigos trazidos por animais, na maioria jumentos, que circulavam livremente nas rodovias. Entre os principais riscos, foram apontados os vários acidentes. Somente em

2013, foram registrados mais de 120 acidentes. Na audiência, o promotor de justiça Siílvio Brito destacou a necessidade de ter uma destinação adequada para os animais recolhidos. “Pode não parecer, mas é um trabalho complexo, porque não adianta só recolher; é preciso ter um local para abrigar”, disse. A falta de uma lei que puna os donos dos animais também tem dificultado o trabalho dos policiais rodoviários, que muitas vezes chegam a prender os mesmos animais várias vezes. Ao final da audiência ficou acordado a criação de uma associação de proteção aos animais para cuidar e abrigar os animais recolhidos na região.

) Números

1000

é a média de animais alojados até o final do ano.

100

é a quantidade de quilos de carne para almoço ‘especial’.


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