ANO I | Edição 127 | Segunda-feira | Canoas/RS, 9 de novembro de 2015

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Canoas, 9 de novembro de 2015

Editorial “Senhor, tende piedade deste teu servo inocente...!”

Desfiles sem criatividade Os desfiles de moda brasileiros andam sem criatividade e glamour. Um bom desfile deve carregar também harmonia e bom gosto nas suas coleções. Entendo que esteja faltando para alguns estilistas, atualmente, um equilíbrio entre o estilo retrô com o moderno nas suas criações. Observo muitos modelos inusitados com um estilo futurista sem ressaltar a beleza. A imagem feminina não pode ser deturpada ou distorcida. O excesso de buracos nos vestidos de gala aponta para uma vulgaridade. Luvas de renda sem dedos para debutantes já está bem ultrapassado também. O exagero de transparência com rendas também não é viável nos vestidos. Desfile não é uma tendência; é uma produção de bom gosto e tem que causar emoção. Quando você senta para ver um desfile, ele tem que ser um belo espetáculo. Desenvolver uma coleção não é somente juntar várias coisas diferentes no mesmo lugar, isso porque uma coleção geralmente conta uma história e tem uma temática central, os itens inseridos nela devem se complementar com elegância e sofisticação. Não tenho visto mais nas passarelas roupas “usáveis” e charmosas com modelos com “carne”. Só vemos “ossos”. Não concordo com esta tendência de modelos magérrimas. Recentemente, o governo socialista da França, berço da moda, se pronunciou a favor de proibir por lei o recurso a modelos extremamente magras nos desfiles de moda, apesar das reticências das agências, que exigem que as modelos tenhamum Índice de Massa Corporal (IMC) mínimo. Sou radicalmente contra a apologia à anorexia. Desfile deve ser prazeroso, com modelos com bom humor, saudáveis e felizes. Milka Wolff é estilista e curadora do Museu da Moda de Canela (RS) www.museudamoda.com.br milka@milka.com.br

Vereadores aprovam a Lei Orçamentária Anual

O Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) – 2016 foi aprovado pela Câmara na sessão de quinta-feira (05). A receita consolidada do município para o exercício econômico-financeiro do ano que vem será de R$ 1 bilhão e 669 milhões de reais. Entre as secretarias, o maior lançamento será para a Saúde, com R$ 433,8 milhões, seguida pela Educação, com R$ 237,9 milhões. A pasta do Transporte e Mobilidade somará R$ 203,3 milhões, tendo como carro-chefe o projeto do Aeromóvel.

COP 21: Mudanças climáticas e seus impactos na economia *Por Ricardo Zibas Nas últimas décadas, os avisos da natureza começaram a apontar uma maior necessidade da sociedade em dar atenção a questões relacionadas às mudanças climáticas no planeta. Com este pano de fundo, as Nações Unidas organizam uma reunião anual com as principais autoridades governamentais de diversos países para discutir sobre como devemos lidar com as mudanças climáticas, que apresentam consequências aparentemente cada vez mais drásticas, tais como secas prolongadas, tempestades, derretimento dos polos e aumento do nível dos oceanos. A próxima Conference of the Parties (COP), em sua 21ª edição, marcada para acontecer entre 30 de novembro até o dia 11 de dezembro deste ano, em Paris, será uma das mais importantes já realizadas. As chances de sucesso agora são mais altas, já que todos os países signatários da ‘Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima’ (United Nations Framework Convention on Climate Change - UNFCCC) antecipadamente concordaram em assinar um tratado vinculante até 2015, para reduzir suas emissões de gases causadores de efeito estufa. O que favorece essa convicção positiva são os novos posicionamentos do mercado quanto ao tema. Uma delas foi a modificação nos cenários políticos dos dois maiores emissores de gases de efeito estufa no mundo, Estados Unidos e China, os quais flexibilizaram as negociações e no ano passado anunciaram que irão cortar suas emissões de gases até 2025 e 2030, respectivamente. Além disso, houve uma drástica redução nos custos das tecnologias capazes de diminuir tais emissões ao meio ambiente, isso em razão do aumento de projetos de energia renováveis disponíveis e pela maior facilidade em financiar a aquisição desses recursos – como é o caso dos títulos verdes (green bonds) e do financiamento coletivo (crowdfunding). A grande questão, aqui, é de que maneira os novos comprometimentos, com os quais as nações estão

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dispondo-se no decorrer dos próximos anos, afetarão as empresas e a economia. Há previsão de que as atividades intensivas na emissão de carbono (como, por exemplo, as que geram energia a partir da queima de derivados de petróleo) se tornarão mais caras e as organizações terão de lidar com regulamentações mais rigorosas, preços de carbono menos acessíveis e metas de corte de emissões de gases mais rígidas. Contudo, os efeitos da mudança do clima obrigarão as empresas a estabelecerem um plano de resiliência para lidar e adaptar as atividades em detrimento dos impactos, como escassez de água, clima extremo, migrações populacionais e instabilidade social. Na contramão disso, no entanto, vantagens surgirão, como, obviamente, a de tornar-se uma empresa de emissões reduzidas de poluentes; e oportunidades também estarão em vista, criadas pelo crescimento da economia sustentável embasada em energias renováveis. Apesar de rigorosas consequências que já afetam o meio ambiente, medidas urgentes são necessárias para lidar agora com essa questão, e os governos em todo o mundo, com o auxílio das empresas e da sociedade civil, precisarão trabalhar para dissociar as emissões de gases de efeito estufa do crescimento econômico e direcionar o mundo para uma economia de baixo carbono. Nesse sentido, o caminho para uma atividade perene e sustentável é que as organizações e seus administradores apliquem tempo e experiência para o aprimoramento no desenvolvimento ambiental e social das empresas; isso inclui tornar permanente a mensuração e a redução das emissões de carbono, bem como a preparação e divulgação de informações transparentes e confiáveis sobre tais emissões, apresentando à sociedade e ao mercado a contribuição da empresa na minimização dos efeitos das mudanças climáticas.

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* Ricardo Zibas é sócio-diretor responsável pela prática de sustentabilidade da KPMG no Brasil e América Latina.

Publicação da empresa Jornal de Canoas Ltda. CNPJ nº 22.340.727/0001-50 Tiragem: 8.000 exemplares Fundação: 11 de maio de 2015


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