Jornal da madeira 15 08 2016

D IO C E S E D O FU NCHAL 15 de Ago sto de 2 0 1 6 DIRETOR | Pe. Giselo Andrade

SÉRIE III, ANO I, Nº 27.945

(Edição especial gratuita)

ANO DA MISERICÓRDIA No passado dia 08 de dezembro de 2015, o Papa Francisco procedeu à abertura da Porta Santa, dando início ao Ano Jubilar da Misericórdia.

A Madeira possui 8 Igrejas Jubilares.

O Bispo do Funchal encerrará o Ano Santo da Misericórdia no próximo dia 19 de novembro na Sé do Funchal.

ESPECIAL | PÁG. 10 e 11

ORDENAÇÕES SACERDOTAIS A DIOCESE DO FUNCHAL TEM DOIS NOVOS SACERDOTES, ORDENADOS NO PASSADO DIA 23 DE JULHO

REPORTAGEM | PÁG. 02 e 03

“QUE FELICIDADE CONHECER AS MISERICÓRDIAS DO SENHOR” (Irmã Mary Jane Wilson)

PÁG. 15

NOSSA SENHORA DO MONTE PADROEIRA DA MADEIRA

PÁG. 13

JMJ 2016 A MADEIRA FEZ-SE REPRESENTAR NAS JORNADAS MUNDIAIS DA JUVENTUDE PÁG. 12

VISITA DA IMAGEM PEREGRINA

PÁG. 08 e 09

REPORTAGEM | 02 DOIS NOVOS SACERDOTES

Fotos: Luís Fernandes

A Diocese do Funchal tem dois novos sacerdotes, ordenados no dia 23 de julho de 2016.

O Padre Vítor Sousa é da Paróquia do Atouguia, na Calheta , e o Padre Alberto Gomes é da Paróquia da Nazaré, no Funchal.

ORDENAÇÕES SACERDOTAIS OS NOVOS PADRES DEIXAM O SEU TESTEMUNHO

E

m primeiro lugar e acima de tudo, quero agradecer a Deus Pai por este momento e tudo aquilo que realiza na minha vida. A minha vocação surgiu do encontro pessoal com o amor de Jesus Cristo. Um encontro pessoal que começou no âmbito da minha realidade familiar, donde Deus chamou-me à vida, e, sobretudo, marcada pelo graça do Baptismo.

A partir dessa experiência, fui descobrindo que sou amado e querido, que sou filho adoptivo de Deus e membro da comunidade cristã. Nela a escuta da Palavra, a celebração da Liturgia e o testemunho daqueles que Deus colocou na minha vida foram sendo sinais e canais do mistério da eleição divina. Não obstante, na minha infância e adolescência, anunciar Jesus Cristo Vivo não era, de facto, o único e grande ideal pelo qual eu achasse que merecia ser seguido.

Pois, estava em jogo grande ideal pelo qual eu achasse que merecia ser seguido. Pois, estavam em jogo outros amores. Realmente, foi assim na juventude e idade adulta até a decisão de entrar no Seminário diocesano do Funchal no Ano Paulino (2009-2010).

Nos anos seguintes, de entrega ao estudo, a oração e ao apostolado a dúvida assaltou-me como o estrondo de um trovão numa noite de verão.

Sempre acreditei que foi Deus quem parou Saulo de Tarso na estrada para Damasco. Mas, chegaria Ele até mim? Custou-me compreender isto, até ao dia em que parei de fazer a pergunta errada e comecei a fazer a pergunta certa e olhar para o mundo ferido pelo egoísmo, o ódio e tanto desespero como olha Cristo misericordioso. Pois só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus. Desde então compreendi que a vocação é um dom que não se pode justificar, um presente que me supera, que não se pode merecer. Mas não

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somente um presente para mim, mas é um presente para um mundo que necessita do bom odor de Cristo e a luz da sua Misericórdia. De facto, Deus serve-Se de um pobre homem a fim de, através dele, estar presente para os homens e agir e estar presentes em seu nome esta audácia de Deus é o que de verdadeiramente grande se esconde na palavra «sacerdócio». Pois como nos recordou o Papa Francisco no evento do Jubileu dos Sacerdotes deste Jubileu Extraordinário do Ano da Misericórdia em Roma: «À imagem do Bom Pastor, o padre é homem de misericórdia e compaixão, próximo à sua gente e servo de todos».

Nesse sentido, olhando com gratidão o passado, vivendo com paixão o presente e abraçando com esperança o futuro, quero agradecer a Deus Pai, pela Igreja-Mãe que, com a graça do Espírito Santo, gerou-me e nutriu a minha fé em Jesus Cristo. De modo especial, agradeço a Deus pelas comunidades paroquiais de Nossa Senhora da Nazaré (Funchal) e das paróquias do Porto Santo, de Nossa Senhora da Piedade e do Espírito Santo, por me terem acompanhado e acolhido durante este tempo com o seu carinho e oração.

Pe. Alberto Gomes

Pe. Alberto, recebe o cálice e a patena.

«À imagem do Bom Pastor, o padre é homem de misericórdia e compaixão, próximo à sua gente e servo de todos»

S

ou o Vitor, tenho 25 anos, sou natural da Paróquia do Atouguia, arciprestado da Calheta.

A minha vocação surgiu fruto do Amor de Deus por mim e por aqueles a quem Ele se quer dar a conhecer.

Mas tudo isto se concretizou na minha realidade familiar. Pela graça do baptismo passei a pertencer à comunidade da Igreja de Cristo e foi na minha comunidade paroquial que foi aprendendo a conhecer este Deus que me convidou a segui-Lo de mais perto no grupo de acólitos da paróquia.

Aqui tive a ocasião de estar mais perto do Senhor servindo-o como acólito e foi através do testemunho do pároco de então, o P. Manuel Ramos, que fui sendo chamado pelo Senhor pouco a pouco. Fui convidado a participar no pré seminário diocesano do Funchal onde comecei a fazer um discernimento vocacional através da partilha, do convívio, do jogo de futebol e da oração. Decidi arriscar pondo a minha confiança em Deus e na sua providência. Entrei no seminário do Funchal no dia 24 de setembro de 2006 onde tive a graça de crescer humanamente, vocacionalmente e espiritualmente. Passados estes 10 anos não me arrependo pela escolha e caminhada feita apesar das dificuldades e desafios enfrentados!

Dou graças a Deus pela história que Ele tem feito comigo e por tantos e tantas, com rostos concretos, que me ajudaram e ajudam a caminhar: os meus pais e família, a minha comunidade paroquial, o seminário, párocos e outros padres, amigos e conhecidos!

Dou graças a Deus por tantas maravilhas que o Senhor fez em mim e confio-me à vossa oração para seja um administrador fiel e prudente.

Pe. Vítor Sousa

REPORTAGEM | 03 Da homilia do Bispo do Funchal, nas Ordenações Sacerdotais SACERDOTES COM O CORAÇÃO DO BOM PASTOR

A

Pe. Vítor Sousa, na sua ordenação.

PALAVRAS DO REITOR DO SEMINÁRIO DIOCESANO “... constituiu doze, para que ficassem com ele, para enviá-los a pregar...” (Mc 3,14)

E

is que o Senhor nos coloca sempre novos desafios e convida-nos a ficar com Ele. Permanecer com Jesus, é este o grande desafio de cada um daqueles que é chamado, pelo Senhor, a ser padre numa vocação de consagração. Ele escolhe-nos primeiramente para estarmos com Ele, tal como fez com apóstolos que chamou ao longo do mar da Galileia, depois envia-nos em missão.

Cada jovem que está no Seminário, de certo modo, já deu este passo para estar com Ele, sobretudo nos momentos de oração comunitária e individual. No entanto, àqueles que Ele chama a segui-Lo é necessário mais qualquer coisa do que uma simples companhia. A oração é mais do que companhia, desde que não façamos dela o nosso monólogo, mas a transformemos num diálogo, no qual, sobretudo escutamos. Aos chamados à vocação sacerdotal, é-lhes feito o desafio de saber escutar, para assim, poderem ouvir e perceber a vontade de Deus a seu respeito.

A educação do discípulo de Jesus passa pela educação do coração, uma educação na cordialidade, na bondade, na confiança e na fé, isto é, fazer do nosso coração, um coração à imagem do coração de Cristo Bom Pastor, sempre disposto e aberto para fazer a vontade do Pai. O chamamento de Deus é um dom, mas também impõe responsabilidade, porque coloca diante dos nossos olhos o desafio de empreender o mesmo caminho de Cristo. Este desafio, só será aceite e posto em prática, se conseguirmos ter um coração que escute dia a dia as palavras do Mestre.

O Seminário ajuda a criar nos jovens o sentido de escuta ao chamamento que o Senhor lhes faz. O tempo de Seminário é o tempo da escuta para que, em liberdade e confiança, respondam ao Senhor com generosidade e disponibilidade para o serviço da Igreja.

Alegro-me, como Reitor do Seminário Diocesano, pelos dois diáconos que foram ordenados presbíteros.

O Seminário procurou educar-lhes o coração para serem pastores à imagem do Bom Pastor para o serviço pastoral da nossa Diocese do Funchal.

Maria, que conhecia o seu Filho, ensina-nos a escutá-Lo, para assim, deixarmos que também em nós a Palavra se faça carne. Que a Palavra invada o nosso coração e que Cristo se forme em nós!

Que o Senhor da Messe envie operários para a Sua Messe.

Cónego Carlos Duarte Lino Nunes

legra-se e rejubila a Igreja do Funchal, alegra-se e rejubila toda a Igreja, Igreja, porque aqui, neste dia, o Senhor mais uma vez colocou sobre ela os Seus olhos de misericórdia, concedendo-lhe a graça de dois novos sacerdotes para o serviço da Diocese.

Olhando, agora, para vós, caros Diáconos José Alberto Gomes Vicente e Vítor Manuel Baeta de Sousa, que, dentro de alguns momentos, ides receber a ordenação sacerdotal, eu vos saúdo com muito carinho e amizade, em profunda comunhão nos sentimentos desta hora.

A NOSSA GRATIDÃO Saudar-vos, neste dia, leva-me a saudar, também, com muito afeto de Pastor, todos os quantos entraram no caminho da vida de cada um de vós e vos acompanharam, tornando possível a grande festa de hoje: familiares e amigos, sacerdotes e catequistas. Saúdo e felicito, particularmente, as vossas famílias e paróquias: Nossa Senhora da Nazaré (Funchal) e Atouguia (Calheta).

Aqui estão os vossos filhos! É nas comunidades cristãs que nascem e crescem as vocações de especial consagração!

E manifesto, também, o mais profundo reconhecimento e gratidão a quantos vos apoiaram e orientaram no caminho do discernimento vocacional e da preparação para a vida sacerdotal: os responsáveis pela vossa formação, os Seminários e a Universidade Católica, as paróquias que vos acolheram em estágio pastoral e todos quantos vos testemunharam a beleza do seguimento de Cristo.

O Senhor vos chamou ao sacerdócio; o Senhor quer contar convosco para continuar no mundo a Sua missão. Ele vos chamou para exercer na Igreja, o ministério sacerdotal ao serviço de todo o Povo de Deus. Sacerdotes com o coração misericordioso do Bom Pastor.

Os novos sacerdotes juraram obediência.

Aqui estão os vossos filhos! É nas comunidades cristãs que nascem e crescem as vocações de especial consagração! (...)

O Senhor vos chamou ao sacerdócio; o Senhor quer contar convosco para continuar no mundo a Sua missão. (...)

JUBILEUS SACERDOTAIS E, a terminar, ao mesmo tempo que felicito os novos sacerdotes pela generosidade e alegria do “sim” de cada um, na disponibilidade para o serviço do Povo de Deus, saúdo também aqueles que, em 2016, celebram jubileus das suas ordenações presbiterais: 50 anos (Bodas de Ouro), os Reverendos Padres António Ramos Teixeira da Silva, Emanuel EleutérioFigueira de Ornelas, Francisco Avelino Vargem Andrade e Manuel Jorge Fernandes Neves, ordenados em 1966; e 25 anos (Bodas de Prata), Reverendo Padre Rui Fernando Nunes de Sousa, ordenado em 1991.

Bendizemos o Senhor pela vida e ministério destes sacerdotes e para cada um imploramos as Suas maiores Bênçãos. À MÃE DA IGREJA A Maria, Mãe da Igreja, Rainha do Clero, confio os nossos sacerdotes, diáconos, seminaristas e jovens em discernimento vocacional. Que todos se deixem conduzir pela novidade do Espírito de Deus e respondam com alegria, entusiasmo e empenho, à própria vocação, na fidelidade e inteira disponibilidade para servir, como Maria.

Leia na íntegra em: www.diocesedofunchal.com

D. António Carrilho felicitou os novos sacerdotes.

15 de agosto de 2016

EDITORIAL | 04

A ALEGRIA DA COMUNICAÇÃO

Padre Giselo Andrade diretor.jornaldamadeira@gmail.com

C

omunicar o Evangelho é a missão da Igreja, num desafio que se renova a cada tempo e lugar. Imbuída neste imperativo da evangelização, a Diocese do Funchal sempre trilhou novos caminhos para conseguir chegar à população.

O Jornal da Madeira constituiu um desses instrumentos. No ano passado, a Diocese desvinculou-se da empresa que editava o jornal, reservando para si a propriedade do título. O “Jornal da Madeira”, adquirido pela Igreja em 1932, volta hoje a ser pertença integral da Diocese do Funchal.

A memória do seu passado permite-nos olhar, com esperança, para o futuro.

No contexto presente, a “nova etapa evangelizadora” apontada pelo Papa Francisco na sua primeira exortação apostólica, tem como expressão a alegria.

Numa época não raras vezes conotada à tristeza e ao individualismo, os crentes são convidados a manifestar a alegria da fé. Foi isto mesmo que aconteceu nas jornadas mundiais da juventude, que reuniu em Cracóvia mais de dois milhões de jovens de todo o mundo.

A verdadeira alegria nasce do encontro com o amor de Deus e revela-se na vida quotidiana, nos momentos e gestos simples do dia a dia. Não é a irrupção do extraordinário, nem a realização de obras grandiosas.

A alegria reside nas “pequenas” coisas.

A alegria da comunicação, mais do que palavras ou discursos, é a atitude de quem está aberto ao próximo, partilha as suas inquietações, comove-se com a sua história. É, nas palavras de Francisco, uma igreja em “saída”, capaz de abandonar o seu ambiente auto-referencial para partir em missão.

A Palavra de Deus é boa notícia. Não é possível comunicá-la com o coração triste. Quem vê a sua alegria renovada pela fé, sente a necessidade absoluta de a transmitir para que também outros possam experimentá-la. Assim, os cristãos não podem viver sem testemunhar a própria fé.

A transmissão do evangelho é a principal missão dos discípulos de Cristo. Dele receberam o mandato: “Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura” (Marcos 16, 15). Movidos pela coragem do Espírito Santo, que os libertou do medo, os apóstolos deram vida ao processo de evangelização com o chamado “primeiro-anúncio” (Kerigma). Através desta fórmula simples e direta de comunicação, professavam o essencial da fé: “Jesus é o Senhor”.

O “Jornal da Madeira”, adquirido pela Igreja em 1932, volta hoje a ser pertença integral da Diocese do Funchal.

A memória do seu passado permite-nos olhar, com esperança, para o futuro.

Questionavam os discípulos de ontem e continuam a fazê-lo os de hoje: haverá lugar nas sociedades contemporâneas para o “Senhor”? Que espaço sobeja para a comunicação do Evangelho? Antes de olharmos para os outros como alvos da nossa ação evangelizadora, Deus espera de nós uma resposta pessoal. O que pensam os outros não preocupa Jesus.

A Ele importa saber: “e vós quem dizeis que eu sou?”

(Mt 16, 15). Pedro, em nome de toda a Igreja, respondeu: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo”. A alegria da comunicação não serve para converter os outros, mas para cada um anunciar que Jesus é o Senhor da sua existência.

A Igreja é comunhão. O cristianismo foi pioneiro das redes sociais à escala global. Os apóstolos, enquanto pescadores, eram especialistas em redes. Não podemos esquecer que, de todas as nações e línguas, Deus formou um só povo. Qualquer projeto de comunicação faz sentido quando estabelece pontes, constrói e reconstrói redes, e cria comunhão.

Assim pretende ser esta terceira série do jornal. Ela é a resposta ao desafio de um projeto de comunicação social que propague os valores da nossa cultura e promova a comunhão entre as pessoas, à luz da missão evangelizadora da Igreja.

Aspecto do “Jornal da Madeira” em 1952.

Ficha Técnica: Registo n.º 100899 - Depósito legal: 137400/99; Proprietário e Editor: Seminário Maior de Nossa Senhora de Fátima, NIPC 511 018 908, Rua do Jasmineiro, nº8 e 10, 9000-013 FUNCHAL. Director: Padre Giselo Alberto Vieira Andrade (diretor.jornaldamadeira@gmail.com); Tiragem: 5.000 exemplares; Site: www.diocesedofunchal.com; Email: geral.jornaldamadeira@gmail.com; Redacção: Padre Marcos Gonçalves (geral.jornaldamadeira@gmail.com); Publicidade: geral.jornaldamadeira@gmail.com; Design Gráfico e paginação: Luís Fernandes (lmfdesign@hotmail.com) Pré-impressão e impressão: Empresa do Diário do Minho, Lda. - Rua Cidade do Porto, Complexo Industrial Grundig Lote 5 Fracção A, 4700-087 Braga - comercial@diariodominho.pt - Tel: 253303170

JORNAL DA MADEIRA

OPINIÃO | 05

Padre Marcos Gonçalves

pmarcosgoncalves@gmail.com

A IGREJA QUE SOMOS E A IGREJA QUE SOMOS CHAMADOS A SER

Em 2017 a Sé do Funchal irá celebrar o 500º Aniversário.

Fotos: Luís Fernandes

A

Sé do Funchal celebra 500 anos da sua dedicação a 18 de outubro de 2017.

A paróquia da Sé e toda a Diocese do Funchal preparam-se, por isso, para celebrar esta data importante na nossa história comum. Mas, como celebrar 500 anos da catedral? Haverá certamente uma solene Eucaristia de ação de graças, tanto na abertura como no encerramento do ano jubilar. Haverá um concerto e quem sabe, uma exposição?

Mas celebrar a catedral é celebrar a Igreja. É celebrar mais do que uma data. É uma oportunidade para celebrar o que nós somos e a nossa missão. Por isso, celebrar a nossa Sé é festejar a oportunidade de ser Igreja, a caminho neste mundo. Uma Igreja em saída, em direção a Jesus e aos homens e mulheres nossos contemporâneos. Uma Igreja que não vive para si mesma, mas para anunciar Cristo nas suas palavras e gestos, através da linguagem do amor, da caridade, da misericórdia.

E esta saída missionária só acontecerá na medida em que cada um de nós se encontrar com Cristo e partir d’Ele. Não há reforma ou renovação sem conversão do coração a Cristo.

A reforma da Igreja começa em cada um de nós.

No abandonar sentimentos de egoísmo e pessimismo e abraçar a vida nova de Cristo em nós. Por isso, este ano jubilar é uma oportunidade para reanimar em nós o batismo, o que somos, filhos amados de Deus, cristãos. Redescobrir a alegria de ser cristão e irradiar essa alegria aos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Cristo, sem uma comunidade de fé, sem um horizonte de sentido e de vida. Só atrairemos as pessoas à Igreja, se em nós e na Igreja estiver a presença de Deus.

Ricardo Gouveia ACEGE Madeira

A DSI encontra-se estruturada em torno de vários princípios fundamentais: o destino universal dos bens, a dignidade da Pessoa Humana e o princípio da subsidiariedade são alguns deles.

O Magistério do Papa Francisco ao criticar a pobreza, a prevalente “cultura” do descartável e a sofreguidão pela acumulação de recursos financeiros não se afasta, antes sublinha, aquilo que se constitui como o “código genético” da DSI.

gouveia@oninet.pt

DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA

A

Doutrina Social da Igreja (DSI) constitui-se com um acervo de orientações da Igreja sobre temas sociais. Em 1891, foi publicada pelo Papa Leão XIII a Rerum Novarum, a primeira encíclica social da Igreja.

A Importância deste documento foi tal que os Papas subsequentes, por ocasião do aniverário da publicação daquela encíclica, acabaram por produzir novos documentos de cariz vincadamente social.

Assim tivemos a Quadragesimo Anno (Pio XI), a Octogesima Adveniens (Paulo VI) e a Centesimus Annus (São João Paulo II).

Não se infira que até 1891, a Igreja não revelava preocupações de natureza eminentemente social.

Nada mais errado. Já no passado longínquo, entre outros, o Profeta Amós constituiu-se precursor da DSI, ao vivamente denunciar as gritantes injustiças sociais com que foi confrontado, durante o reinado de Jeroboão II. Inicialmente, o âmbito do Magistério centrou-se no tema do justo salário, num contexto marcado pelo confronto entre, por um lado, o liberalismo e, por outro, o marxismo o qual sublinhava a relevância da luta de classes. As encíclicas subsequentes alargaram o âmbito dos temas abrangidos pelo Magistério Papal.

A Octogesima Adveniens, por exemplo, tratou de temas variados, do trabalho ao desenvolvimento económico, do urbanismo à ecologia.

“Rerum Novarum”, publicada pelo Papa Leão XIII.

15 de agosto de 2016

ATUALIDADE | 06

ACONTECE NA DIOCESE PRINCIPAIS FESTAS RELIGIOSAS NA MADEIRA E PORTO SANTO

A

lgumas das festividades mais importantes nas comunidades paroquiais da nossa diocese realizam-se em agosto e nos próximos meses, como sejam: a Festa da Nossa Senhora do Monte (Funchal), Festa da Nossa Senhora da Piedade (Caniçal), Festa do Senhor dos Milagres (Machico), Festa do Senhor do Bom Jesus (Ponta Delgada), Festa de Nossa Senhora do Rosário (São Vicente), Festa de Santo Amaro (Santa Cruz) e Festa de Nossa Senhora da Graça (Porto Santo).

JORNAL DA MADEIRA

Foto: DR

FESTA DAS “SETE SENHORAS” O dia 15 de agosto, na Madeira, destaca-se pelo elevado número de festividades religiosas, a maioria das quais dedicada a Nossa Senhora, sob diversas invocações, de tal modo que a tradição já designou como sendo a “festa das sete Senhoras”, em referência aos sete locais onde se celebram as festas que assinalam a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora: Nossa Senhora do Monte, na freguesia do Monte (Funchal) e no sítio dos Lamaceiros (Porto Moniz); Nossa Senhora da Graça, nas freguesias do Estreito da Calheta, Estreito de Câmara de Lobos e no sítio da Graça (Porto Santo); Nossa Senhora da Guadalupe, na freguesia do Porto da Cruz, e Nossa Senhora da Ajuda, na freguesia da Serra de Água.

SÃO MARTINHO CELEBRA 1700 ANOS DO SEU NASCIMENTO A Paróquia de São Martinho assinala este ano os 1700 anos do nascimento do seu santo padroeiro na festa de 10 e 11 de novembro, com a Solene Eucaristia da Festa presidida pelo Bispo do Funchal.

Pela primeira vez, em mais de vinte anos, sairá na procissão o andor com a imagem de São Martinho do camarim da igreja.

SEMANA DE ORAÇÃO PELOS SEMINÁRIOS A Igreja Católica em Portugal vai realizar a Semana dos Seminários, com início marcado para o próximo dia 6 de novembro. “É uma semana para rezarmos pelo nosso Seminário, como instituição e tempo de formação dos futuros sacerdotes. Rezar por aqueles que procuram responder com alegria e disponibilidade ao chamamento de Deus, que os convida à descoberta do Seu rosto de misericórdia. Cada seminarista, cada sacerdote é um verdadeiro dom de Deus, fruto do Seu olhar misericordioso e da oração das comunidades cristãs”, escreveu o bispo do Funchal na sua mensagem do ano passado. “Esta semana é, também, uma ocasião especial para apoiar o nosso Seminário com generosidade, para olhar e sentir o Seminário como elemento importante, autêntico coração da Diocese”, lembra D. António Carrilho.

Fotos: Luís Fernandes

Fotos: Luís Fernandes

DIA MUNDIAL DAS MISSÕES A missão ad gentes “Igreja missionária, testemunha de misericórdia” é o título da mensagem do Papa Francisco para o XXX Dia Mundial das Missões a ser celebrado no próximo dia 23 de outubro. “O Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que a Igreja está a viver, proporciona uma luz particular também ao Dia Mundial das Missões de 2016: convida-nos a olhar a missão ad gentes como uma grande, imensa obra de misericórdia quer espiritual quer material. Com efeito, neste Dia Mundial das Missões, todos somos convidados a «sair», como discípulos missionários, pondo cada um a render os seus talentos, a sua criatividade, a sua sabedoria e experiência para levar a mensagem da ternura e compaixão de Deus à família humana inteira”, diz o Santo Padre.

Seminário Diocesano.

SEMANA BÍBLICA DA MADEIRA A Semana Bíblica da Madeira, este ano, decorrerá de 14 a 18 de novembro. Diversos oradores intervirão nas sessões diárias que decorrerão à noite no Convento de Santa Clara, entre as 19h30 e as 21h30, com o apoio dos Padres Franciscanos Capuchinhos.

Várias paróquias irão celebrar Nossa Senhora da Graça.

ASSEMBLEIA DAS DIREÇÕES DOS SECRETARIADOS, MOVIMENTOS E OBRAS LAICAIS No próximo dia 24 de setembro, no Convento de Santa Clara, Funchal, terá lugar o habitual encontro dos responsáveis pelos Secretariados, Movimentos e Obras Laicais da nossa diocese, presididido por D. António Carrilho.

JORNADA DIOCESANA DO APOSTOLADO DOS LEIGOS A diocese do Funchal promoverá no próximo dia 19 de novembro a Jornada Diocesana do Apostolado dos Leigos.

Será no Colégio de Santa Teresinha, com a presença do bispo do Funchal, D. António Carrilho, que define este evento como uma oportunidade que “nos associa a todos, num verdadeiro testemunho de unidade e comunhão eclesial, mas também de ‘militância’ cristã e de compromisso na ação pastoral, tendo em atenção a vida e a história da nossa diocese, como também a vida e os projetos da Igreja Universal”.

ATUALIDADE | 07 SUGESTÃO DE LIVROS AMORIS LAETITIA (A ALEGRIA DO AMOR) Exortação do Papa Francisco sobre o amor no matrimónio. A Alegria do Amor é o titulo deste documento que se segue às duas assembleias sinodais de bispos. A família esteve no centro da discussão e reflexão dos bispos de todo o mundo, em outubro de 2014 e 2015. A Exortação Apostólica Pós-Sinodal agora apresentada congrega as conclusões do Sínodo da Família, bem como o pensamento do Papa Francisco e da Igreja sobre todas questões relacionadas com este tema. Os casais não podem deixar de ler o capítulo IV sobre o amor no matrimónio.

IUVENESCIT ECCLESIA (A IGREJA REJUVENESCE) “A Igreja rejuvenesce” é o título da Carta da Congregação para a Doutrina da Fé publicada no dia 14 de junho, e dirigida aos Bispos do mundo inteiro.

A Carta Iuvenescit Ecclesia fala da relação entre dons os hierárquicos e carismáticos para a vida e a missão da Igreja. Os primeiros são aqueles conferidos pelo Sacramento da ordenação (episcopal, sacerdotal e diaconal), enquanto os dons carismáticos são livremente distribuídos pelo Espírito Santo. Mais que separação entre os dois, há complementaridade.

Retiro de Sacerdotes, no Terreiro da Luta.

APRESENTAÇÃO DO CALENDÁRIO GERAL DA E PROGRAMA PASTORAL DA DIOCESE 2016/2017 Durante a Jornada Diocesana do Apostolado será apresentado o Calendário Geral da Diocese do Funchal e o Programa Pastoral com o tema: “Viver em Igreja a alegria de ser cristão”.

ACONTECEU ENCONTRO DO BISPO DO FUNCHAL COM OS SEMINARISTAS EM SÃO JORGE

RETIRO PARA OS SACERDOTES O primeiro retiro aconteceu no Terreiro da Luta, de 4 a 8 de julho com o bispo emérito de Portalegre, D. Augusto César. O segundo turno será de 5 a 9 de setembro, sendo pregador o Padre Vasco, da comunidade dos Padres Carmelitas no Funchal.

ENCERRAMENTO DO 1º CENTENÁRIO DA MORTE DA VENERÁVEL IRMÃ WILSON Toda a Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, em Igreja Universal, está em ano Jubilar com a celebração do 1º centenário da morte da Venerável Irmã Wilson. O ano 2016 tem sido muito especial. Em toda a parte onde a Congregação exerce a missão evangelizadora, organizam-se ações de bem fazer, relembram-se o carisma e espiritualidade herdados pela Venerável Irmã Wilson e vivem-se momentos significativos de encanto, proximidade, oração e convivência.

TRÍDUO POR OCASIÃO DO ENCERRAMENTO

13 de outubro Igreja de Santa Clara às 19h30.

14 de outubro Igreja de São Pedro às 19h30.

15 de outubro Igreja do Convento de São Bernardino às 19h30.

Peregrinação pelos “caminhos percorridos pela Irmã Wilson” na Ilha da Madeira de 13 a 19 de outubro de 2016.

Eucaristia de encerramento no dia 16 de outubro na Sé do Funchal às 11 horas.

CATEQUESE PARA A INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS Este livro apresenta 96 catequese para a Iniciação Cristã dos Adultos articuladas em 3 anos de caminho com os tempos: do pré-catecumenado, do catecumenado, da purificação e da iluminação, da mistagogia e das celebrações litúrgicas dos respetivos tempos.

A Iniciação Cristã dos Adultos é o modelo de toda a Iniciação Cristã, sendo uma ação dinâmica e progressiva em ordem ao amadurecimento na fé e da opção fundamental cristã. Na Iniciação Cristã percorre-se um tempo que vai do despertar da fé, através do primeiro anúncio e evangelização, até à celebração dos sacramentos do Baptismo, Confirmação e Eucaristia. Este processo formativo comporta um caminho exigente de conversão e de crescimento na fé

SITES DE INTERESSE

Dom António Carrilho encontrou-se com os seminaristas.

De 2 a 5 de agosto o Bispo do Funchal esteve num encontro de verão com os Seminaristas na Casa de

São Jorge. A semana de São Jorge é uma semana de férias com os seminaristas com uma longa tradição.

Uma semana de visita às paróquias vizinhas, momentos de oração e contato com a natureza; convívio entre os seminaristas das várias etapas de formação: do Seminário de Nossa Senhora de Fátima, no Funchal e dos Seminários de São José de Caparide e dos Olivais, no continente. Há também momentos de reflexão e formação: foram apresentados dois temas de reflexão: as Jornadas Mundiais da Juventude e o Franciscanismo na ilha da Madeira. Do 12º Ano até ao 6º Ano de Seminário a Diocese tem 11 seminaristas em formação. Os seminaristas foram acompanhados pelo Reitor do Seminário, o Cónego Carlos Duarte Nunes e um dos Diretores Espirituais, o Padre António Estêvão Fernandes. Ao longo da semana os seminaristas foram recebendo a visita de alguns sacerdotes diocesanos.

www.diocesedofunchal.com Site da Diocese do Funchal. Conheça toda a informação sobre a vida e ação da Diocese do Funchal. Notícias, contatos, horários das missas e muita informação. www.ecclesia.pt/sos/ Site com perguntas e respostas sobre a doutrina e vida da Igreja. www.fatima.pt/pt/ Site do Santuário de Fátima, onde poderá assistir 24h por dia, em directo, a transmissão do Santuário.

www.ivangelho.com Site da Paróquia de Monte Abraão (Patriarcado de Lisboa) sobre o Evangelho do Domingo.

15 de agosto de 2016

VISITA DA IMAGEM PEREGRINA | 08 Um dos grandes acontecimentos do ano 2106 na Diocese do Funchal foi a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, de 13 de fevereiro a 6 de março, com passagem por todos os arciprestados (incluindo a ilha do Porto Santo) e algumas instituições, como a Casa de Saúde de São João de Deus, o Hospital Dr. Nélio Mendonça e o Estabelecimento Prisional do Funchal.

Foto: Luís Fernandes

VISITA DA IMAGEM PEREGRINA À DIOCESE DO FUNCHAL

JORNAL DA MADEIRA

Fotos: Carlos Cabral

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visita da Imagem Peregrina à Diocese do Funchal realizou-se “nas três primeiras semanas da Quaresma e em pleno Ano Santo da Misericórdia”, e integrou-se num “projeto do Santuário de Fátima, que a Conferência Episcopal assumiu, no âmbito do programa de preparação para o centenário das aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos da Cova da Iria, a celebrar em 2017, com a presença do Papa Francisco (assim o esperamos). Um projeto nacional que leva a Imagem Peregrina a todas as Dioceses do País, durante um ano”, com o lema “O meu Coração Imaculado conduzir-vos-á até Deus”, disse D. António Carrilho na apresentação da visita. Foi a terceira vez que a Imagem Peregrina esteve entre nós: a primeira em abril de 1948; e a segunda entre outubro de 2009 e maio de 2010.

“Esta última visita continua, sem dúvida, bem viva na memória de um grande número de fiéis, que acolheram Nossa Senhora no aeroporto da Madeira, participaram naquela noite de luz e de fé, na chegada ao Funchal, ou se envolveram em tantos outros percursos e celebrações, momentos de particular densidade espiritual para as comunidades cristãs e muitas outras instituições, escutando e aprofundando, em clima de oração e de festa, os ensinamentos e apelos da Mensagem de Fátima”, lembrou o bispo do Funchal.

Milhares de pessoas acompanharam a Imagem Peregrina, desde a chegada ao Aeroporto da Madeira (ao final da tarde do dia 13 de fevereiro), onde decorreu uma cerimónia de boas-vindas, com a presença de D. António Carrilho e de várias entidades oficiais, até ao Largo do Colégio, onde se realizou uma celebração da Palavra. Foram milhares as pessoas que acolheram a Imagem Peregrina, numa grandiosa “manifestação pública de fé” que aumentou depois com a procissão das velas até à Sé.

Ainda no Largo do Colégio, o bispo do Funchal proferiu palavras de saudação em que desejou para todos os fiéis presentes “um tempo de alegria para, com a mediação de Maria-Mãe, nos aproximarmos mais de Deus, crescendo na fé, na esperança e na caridade. Um tempo que nos ajude a viver e a transmitir aos outros a Mensagem que nos exorta à conversão do coração, à oração mais intensa e ao esforço de vencer o

A Imagem Peregrina foi recebida, no Largo do Colégio, por milhares de pessoas com grande entusiasmo.

A visita da Imagem Peregrina à Diocese do Funchal, realizou-se no âmbito do programa de preparação para o centenários das aparições em 2017.

o mal e o pecado, com a luz, a alegria e a beleza do bem, nomeadamente pela prática das obras de misericórdia.

E sintam os pais o apelo interior e a vontade de rezar em família a oração do terço, recomendada pela Senhora do Rosário, em Fátima.” Pediu proteção da Virgem para “as crianças e os jovens, os idosos e os doentes, os migrantes e refugiados, todos os que mais precisam de ajuda.

Dá-nos um coração forte para amar, para perdoar, para abraçar as causas da verdade e da justiça, com ousadia e coragem. E que a Igreja seja, no mundo, verdadeira testemunha da misericórdia de Deus para com todos.” Exortou ainda os diocesanos da Madeira e Porto Santo a acolherem “a Imagem da Virgem Peregrina com o entusiasmo, a sobriedade e a alegria da fé, e que a visita seja ocasião de solicitude e partilha com os pobres; a todos exorto a acolherem a Senhora de Fátima como a imagem da “Igreja em saída”, que vai ao encontro dos seus filhos e filhas em todas as periferias, para lhes levar o anúncio de Jesus Cristo como o único Salvador.

VISITA DA IMAGEM PEREGRINA | 09

Visita aos arciprestados com muita adesão O programa da visita da Imagem Peregrina pelos arciprestados reuniu uma grande adesão das

comunidades, com momentos de oração e a participação de grupos apostólicos bem definidos, durante todo o tempo em que Nossa Senhora esteve nas igrejas paroquiais. No arciprestado do Funchal, a Imagem Peregrina ficou nas seguintes igrejas: Sé, Imaculado Coração de Maria (que tinha recebido uma pedra do Santuário para a construção da igreja, aquando da primeira visita da Imagem), e a igreja da Nazaré (onde se realizou uma vigília de oração ao Santíssimo Sacramento pedida pelo Papa Francisco ao mundo inteiro). No dia 15 de fevereiro, aproveitando a presença da Imagem Peregrina na Sé, celebrou-se também o “Dia do Doente”, com o Sacramento da Santa Unção dos Enfermos; e houve uma Vigília de Oração pelas Vocações.

Depois da visita ao arciprestado do Funchal, seguiram-se os arciprestados de: Câmara de Lobos (16 a 19 de fevereiro), com uma procissão das velas na chegada à paróquia de São Sebastião e missa de despedida na igreja do Estreito de Câmara de Lobos; Ribeira Brava e Ponta do Sol (19 a 21 de fevereiro), com procissão das velas na igreja paroquial da Ponta do Sol e missa de despedida na paróquia da Ribeira Brava; arciprestado da Calheta (21 a 23 de fevereiro), com procissão das velas para a igreja paroquial do Atouguia e missa de despedida na paróquia dos Prazeres; arciprestado de São Vicente; e Porto Moniz (23 a 25 de fevereiro), com procissão das velas na paróquia do Porto Moniz e missa de despedida na igreja paroquial de São Vicente; arciprestado de Santana (25 a 27 de fevereiro), com acolhimento no Parque Temático de Santana e procissão das velas para a igreja paroquial, onde também se celebrou a missa de despedida; arciprestado de Machico e Santa Cruz (27 de fevereiro a 1 de março), com acolhimento na Capela da Graça e procissão das velas para a igreja paroquial de Machico e missa de despedida na paróquia do Caniço. Daqui, a Imagem Peregrina seguiu para o Seminário Diocesano, onde ficou durante toda a noite, viajando de barco na manhã do dia 2 de março para o Porto Santo, onde

Chegada da Imagem Peregrina à Paróquia da Piedade, Porto Santo.

Foto: Luís Fernandes

Imagem Peregrina, na Sé do Funchal, palco de muitas atividades associadas a esta visita.

Despedida da Imagem Peregrina na Sé.

ficou até ao dia 3. No seu regresso ao Funchal, a Imagem Peregrina foi acolhida no Paço Episcopal, voltando depois para a Sé, onde permaneceu até ao dia 6 de março (um domingo), data em que voltou para o Santuário de Fátima.

Na hora do “adeus”, no aeroporto, D. António Carrilho manifestou “a mais profunda gratidão e amor filial, pelas múltiplas graças que a sua passagem, ao longo destas três semanas, derramou na nossa Diocese do Funchal”. Disse que: “Ao percorrer algumas paróquias e instituições da Madeira e Porto Santo, conforme programação pastoral dos arciprestados, a Senhora da Mensagem avivou a nossa fé, a nossa alegria e a nossa esperança.” Recordou ainda as “multidões” que “acorreram a Maria à procura do seu olhar de Mãe” e o “grande empenho dos sacerdotes, membros de institutos de vida consagrada e leigos, que prepararam e acolheram tão nobre e desejada visita”. E expressou um profundo “obrigado, Mãe querida! Ficas bem presente no nosso coração e na nossa vida! Mãe de Misericórdia, Senhora da Mensagem, envolve-nos na tua luz e na doçura do teu olhar de mãe, aponta-nos sempre os caminhos da esperança e do amor.

Queremos seguir fielmente Jesus, lembrando o teu Sim e a tua recomendação nas Bodas de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.

15 de agosto de 2016

ESPECIAL - JUBILEU DA MISERICÓRDIA | 10

ANO SANTO DA MISERICÓRDIA Papa Francisco surpreendeu toda a Igreja ao convocar o Ano Santo da Misericórdia. Teve início no dia 8 de dezembro de 2015 e será concluído no dia 20 de novembro de 2016, Solenidade de Cristo Rei do Universo. Um ano para saborear a Misericórdia de Deus para connosco e aprender a ser misericordiosos uns para com os outros. “A Misericórdia é a trave mestra da Igreja”, diz o Santo Padre.

A Igreja celebra o Jubileu ou Ano Santo de 25 em 25 anos. O primeiro Jubileu na história da vida da

Igreja aconteceu no ano 1300, instituído pelo Papa Bonifácio VIII. O último aconteceu no ano 1300, instituído pelo Papa Bonifácio VIII. Já no nosso tempo, no ano 2000, com o Santo Padre João Paulo II. Toda a tradição católica está fundamentada na Bíblia, onde o tempo do jubileu é um tempo de graça, de paz e de reconciliação, um tempo de festa e perdão para saborear a presença e as bênçãos de Deus. O Papa Francisco no ano 2015 proclamou um Jubileu Extraordinário da Misericórdia de 8 de dezembro de 2015 a 20 de novembro de 2016. É o 29º Jubileu da história da Igreja. A convocação do Jubileu aconteceu por meio da Bula “O Rosto da Misericórdia” e no dia 8 de dezembro o Papa Francisco e o Papa Emérito Bento XVI abriram a porta da Misericórdia na Basílica de São Pedro, em Roma. No dia 13 de dezembro foram abertas as portas da misericórdia pelas dioceses do mundo, incluindo da Sé do Funchal.

Em cada diocese os bispos poderiam, pela primeira vez na história da Igreja, escolher igrejas e santuários com uma porta da misericórdia. Na Diocese do Funchal foram escolhidas oito igrejas jubilares, com a porta da misericórdia. Ao longo de todo o jubileu são lugares de peregrinação e de oração, de celebração da reconciliação. Todo o Ano Santo é uma grande oportunidade de conversão de toda a Igreja e dos fiéis a aprender a Misericórdia de Deus e a estruturar a Igreja e toda a pastoral segundo a dinâmica da misericórdia e da saída em perspetiva missionária.

Primeiro saborear a Sua misericórdia e depois fazer o mesmo em obras de misericórdia e de atenção para com os outros. Como afirma o Papa Francisco, um modo de tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia e onde ninguém possa ser excluído da misericórdia de Deus e onde a Igreja é a casa que acolhe todos e não recusa ninguém. O Papa reafirma que na Igreja as portas estão escancaradas para todos os que são tocados pela graça para que possam encontrar a certeza do perdão.

Quanto maior o pecado, maior deve ser o amor que a Igreja manifesta aos que se convertem.

JORNAL DA MADEIRA

Mensagem do Papa Francisco na Convocação do Jubileu da Misericórdia

“Q

ueridos irmãos e irmãs, pensei muitas vezes no modo como a Igreja pode tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia. É um caminho que começa com uma conversão espiritual; e devemos percorrer este caminho. Por isso decidi proclamar um Jubileu extraordinário que tenha no seu centro a misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia.

Queremos vivê-lo à luz da palavra do Senhor: «Sede misericordiosos como o Pai» (cf. Lc 6, 36). E isto sobretudo para os confessores! Muita misericórdia!

Este Ano Santo terá início na próxima solenidade da Imaculada Conceição (8 de dezembro de 2015) e concluir-se-á a 20 de novembro de 2016, Domingo de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo e rosto vivo da misericórdia do Pai. Estou certo de que toda a Igreja, que tem tanta necessidade de receber misericórdia, porque somos pecadores, poderá encontrar neste Jubileu a alegria para redescobrir e tornar fecunda a misericórdia de Deus, com a qual cada um de nós está chamado a dar conforto a todos os homens e mulheres do nosso tempo. Não nos esqueçamos de que Deus perdoa tudo, e Deus perdoa sempre.

Não nos cansemos de pedir perdão. Desde já confiamos este Ano à Mãe da Misericórdia, para que dirija para nós o seu olhar e vele sobre o nosso caminho: o nosso caminho penitencial, o nosso caminho com o coração aberto, durante um ano, para receber a indulgência de Deus, para receber a misericórdia de Deus”.

ORAÇÃO DO ANO DA MISERICÓRDIA Senhor Jesus Cristo, Vós que nos ensinastes a ser misericordiosos como o Pai celeste, e nos dissestes que quem Vos vê, vê a Ele. Mostrai-nos o Vosso rosto e seremos salvos.

O Vosso olhar amoroso libertou Zaqueu e Mateus da escravidão do dinheiro; a adúltera e Madalena de colocar a felicidade apenas numa criatura; fez Pedro chorar depois da traição, e assegurou o Paraíso ao ladrão arrependido.

Fazei que cada um de nós considere como dirigida a si mesmo as palavras que dissestes à mulher samaritana: Se tu conhecesses o dom de Deus!

Vós sois o rosto visível do Pai invisível, do Deus que manifesta sua omnipotência sobretudo com o perdão e a misericórdia: fazei que a Igreja seja no mundo o rosto visível de Vós, seu Senhor, ressuscitado e na glória.

Vós quisestes que os Vossos ministros fossem também eles revestidos de fraqueza para sentirem justa compaixão por aqueles que estão na ignorância e no erro: fazei que todos os que se aproximarem de cada um deles se sintam esperados, amados e perdoados por Deus.

Enviai o Vosso Espírito e consagrai-nos a todos com a sua unção para que o Jubileu da Misericórdia seja um ano de graça do Senhor e a Vossa Igreja possa, com renovado entusiasmo, levar aos pobres a alegre mensagem proclamar aos cativos e oprimidos a libertação e aos cegos restaurar a vista.

Nós Vo-lo pedimos por intercessão de Maria, Mãe de Misericórdia, a Vós que viveis e reinais com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Ámen

ESPECIAL - JUBILEU DA MISERICÓRDIA | 11 AS 8 IGREJAS JUBILARES PARA A DIOCESE DO FUNCHAL Da mensagem do Sr. Bispo do Funchal no anúncio do Ano Santo da Misericórdia.

Escutando os Arciprestados e o Conselho Presbiteral, escolheram-se oito igrejas jubilares.

Serão pontos de convergência para os fiéis, chamados a peregrinar em atitude de conversão, com o desejo de encontro com o Senhor de todo o coração,paramelhor O amar e O dar a conhecer, com palavras e gestos de misericórdia.

Serão igrejas de portas abertas, com tempos indicados para a celebração da Reconciliação, momentos de adoração ao Santíssimo Sacramentoe de reflexão sobre a Misericórdia de Deus.

Igrejas onde os fiéis poderão viver o dinamismo da conversão, libertando-se das marcas e consequências do pecado, crescendo e fortalecendo-se no espírito de caridade e serviço fraterno, dispondo-se a agir com misericórdia.

Distribuídas pelos diversos arciprestados da Diocese do Funchal, as igrejas jubilares são: Sé, Piedade (Porto Santo), Estreito de Câmara de Lobos, Ribeira Brava, Prazeres, Ponta Delgada, Santana, Machico, que serão devidamente assinaladas”.

Igreja da Piedade, Porto Santo, uma das jubilares.

Da Homilia do Bispo do Funchal na Abertura da Porta da Misericórdia na Sé do Funchal (13 de dezembro de 2015) “Eu sou a porta: se alguém entrar por Mim será salvo” (Jo 10,9)

E

m comunhão com toda a Igreja e particularmente com o Santo Padre, que neste dia abriu solenemente a Porta da Basílica de São João de Latrão, catedral de Roma, a Igreja diocesana do Funchal exulta de alegria no Senhor pela abertura da Porta Santa da nossa catedral, a marcar o início, entre nós, do Ano Santo do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco para toda a Igreja, com a bula “O Rosto da Misericórdia” (Misericordiae Vultus).

A nossa Diocese abraça esta iniciativa do Santo Padre e, por isso, aqui nos encontramos, vindos das várias paróquias e sintonizados no mesmo espírito jubilar.

Caminhámos em peregrinação, com cânticos de súplica e de alegria, atravessámos a Porta da Misericórdia, fizémos memória do nosso batismo, que é a porta da nossa entrada na Igreja, e celebramos a Eucaristia em louvor e ação de graças pelo mistério do imenso amor de Deus pela Humanidade.

MISERICORDIOSOS COMO O PAI Disse Jesus: «Eu sou a porta: se alguém entrar por Mim será salvo» (Jo 10, 9). Ele é a porta e o caminho da Salvação (cf. Jo14,6), Ele é o rosto da misericórdia do Pai (MV, 8). Diz-nos o Papa Francisco que “o Jubileu significa a grande porta da misericórdia de Deus, mas também as pequenas portas das nossas igrejas, abertas para permitir que o Senhor entre e sempre nos renove, mas abertas também para que possamos sair a anunciar a alegria do Evangelho” (Audiência Geral, 18 Novembro).

Lemos no Livro do Apocalipse: «Estou à porta e bato, se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei na sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo» (3, 20).

Atravessar a Porta Santa e celebrar o Jubileu será este nosso abrir a porta a Deus que nos aguarda e espera por nós, a Deus que quer entrar na nossa vida, no

nosso coração e dar-nos vida em abundância. A porta da misericórdia faz lembrar a porta do coração da misericórdia faz lembrar a porta do coração misericordioso de Deus, aberto no lado trespassado de Cristo na cruz (cf. Jo 19,34).

Abrir as portas é deixar Deus entrar e iluminar a nossa mente, abrir os nossos corações aos outros; olhar com os olhos de Deus, rico em misericórdia, o mundo em que vivemos, construímos e sonhamos; libertar o nosso coração e as estruturas da Igreja e da sociedade, de tudo o que seja egoísmo e maldade.

Atravessar a Porta Santa é ser também uma Igreja de portas bem abertas para acolher, para integrar, para sarar, para ser próxima, atenta e misericordiosa. Todo o Jubileu aponta para um maior compromisso da Igreja em viver num dinamismo de saída, em constante missão, empenhando-se na importante e necessária tarefa de ir ao encontro de todos, levando-lhes a bondade e a ternura de Deus (MV, 5).

“Sede misericordiosos como o Pai é misericordioso” é o lema do Jubileu. Abre-se, assim, um tempo novo, um ano da graça para contemplar o mistério da misericórdia, que é fonte de alegria, serenidade e paz; uma oportunidade para fixarmos o nosso olhar no rosto de Cristo e nos tornarmos, nós próprios, sinal eficaz do agir do Pai (MV, 2-3). Tal como Cristo é misericordioso, assim somos chamados, também nós, a sermos misericordiosos uns para com os outros (MV,9).

Encerramento do Ano Santo da Misericórdia A porta Santa na Basílica de São Pedro será encerrada pelo Papa Francisco, em Roma, no próximo dia 20 de novembro, dando por concluído o Jubileu da Misericórdia.

D. António Carrilho encerrará a Porta da Misericórdia, na Sé do Funchal, numa celebração de conclusão do Ano Santo, no sábado, 19 de novembro, pelas 18h.

VIVER O DINAMISMO DAS INDULGÊNCIAS

O

Ano Santo da Misericórdia é antes de tudo um tempo de conversão para saborear o Amor de Deus e para aprender de Deus a Sua Misericórdia. A Igreja apresenta de forma pedagógica um caminho para voltar para Deus: as indulgências. Aquele que, durante o Jubileu, realizar este caminho há de libertar-se de qualquer resíduo das consequências do pecado e habilitar-se a agir com caridade, a crescer no amor em vez de recair no pecado. Para entrar neste dinamismo de conversão os fiéis devem realizar quatro ações: 1. Peregrinação: Neste ano a Igreja convida a atravessar as Portas Santas, em Roma ou da Sé do Funchal, ou as Portas da Misericórdia das outras igrejas jubilares. Um grupo de fiéis da Diocese do Funchal irá participar na peregrinação diocesana a Roma de 5 a 9 de setembro, com o Bispo do Funchal.

2. Celebrar o Sacramento da Reconciliação.

3. Participar na Eucaristia e comungar.

4. Rezar o Credo e orar pelo Papa Francisco e suas intenções: o Pai-Nosso, a Oração do Ano da Misericórdia ou outras, concluindo com a invocação: “Jesus Misericordioso, eu confio em Ti”. As pessoas doentes ou idosas podem receber a indulgência em sua casa ou no hospital. Os reclusos no estabelecimento prisional.

15 de agosto de 2016

JORNADAS MUNDIAIS DA JUVENTUDE | 12

JMJ EM CRACÓVIA A MADEIRA ESTEVE LÁ

No decorrer das Jornadas Mundiais da Juventude 2016, entre 25 e 31 de julho, em Cracóvia, terra natal de São João Paulo II, o Papa Francisco reuniu-se com mais de um milhão de Jovens, entre eles alguns da Madeira, que vivenciaram uma experiência única.

E foi, muito pessoalmente, uma grande graça poder fazer a minha primeira JMJ na minha vida neste tempo logo após a ordenação sacerdotal e missa nova. Foi sem dúvida, como algumas pessoas foram dizendo, uma “lua de mel” muito bem passada e vivida no meio da juventude. Foi para mim, apesar das dificuldades, um grande dom poder concelebrar na missa de envio com o Papa Francisco e ouvir as suas palavras que nos inspiram a todos.

A JMJ não se explica, vive-se e testemunha-se!

Temos muito a dizer e a transmitir; mas tudo pode resumir-se numa palavra: DZIEKUJE (OBRIGADO)!

Fotos: Helena Henriques

Pe. Vítor Sousa

P

A Igreja está viva!

Qualquer pessoa que participa nas Jornadas Mundiais

da Juventude, tem a perceção de que Jesus continua Vivo, a habitar mesmo no seio da humanidade, e continua a transformar corações.

Nesse sentido, a nossa participação foi um claro sinal de que o Amor transforma, a Vida muda e a Caridade aumenta quando somos misericordiosos como o Pai é misericordioso.

Os momentos mais marcantes destes dias, foram sem dúvida a Missa de Abertura, momento em que sentimos que estávamos lá, que tinha valido a pena todo o esforço feito. Sentimos também neste momento uma enorme gratidão por todos os que nos ajudaram a chegar até ali.

Marcantes foram também os momentos com o Papa Francisco, a receção, a Via Sacra, a vigília no Campus Misericórdia e a Missa de Envio, onde os padres do grupo tiveram a possibilidade de, pela primeira vez, concelebrar com o Papa Francisco.

Marcante foi também o acolhimento recebido por todas as pessoas na Polónia, da parte da organização, apesar de alguns reparos, depois de diálogo procuraram sempre resolver os problemas. Fomos recebidos em Gdow, e as famílias que nos deram alojamento foram fantásticas, estamos mesmo todos agradecidos por tudo o que nos presentearam, pelo conforto que nos deram e pela alegria que pudemos ter.

Por tudo isto e muito mais, que só quem vive pode compreender, queremos agradecer a todos os que nos ajudaram a poder fazer esta aventura juntos.

E

Pe. Pedro Nóbrega

xperiência inesquecível, em que a fé foi capaz de mover montanhas e sobretudo capaz de unir as pessoas, através da alegria e do amor.

Como primeira experiência de peregrinação posso afirmar que foi propícia para solidificar a minha fé.

Ser capaz de ver o carinho de diversas pessoas para com desconhecidos emocionou-me muito sobretudo com as famílias de acolhimento que recebeu o nosso grupo. Foram pessoas que nos trataram como filhos e isso para mim foi sinal do amor de Deus entre nós, amar o próximo.

JORNAL DA MADEIRA

Uma pessoa ensinou me que se queres conhecer um amigo viaja com ele, e foi isso mesmo que aconteceu enquanto grupo, esta viagem uniu-nos ainda mais conhecendo não só as qualidades mas também os defeitos de cada um, que sabendo aceita-los podemos amar verdadeiramente o próximo.

Por fim, resta aplicar o que aprendemos nesta aventura ao mundo como o Papa Francisco mencionou: “Faz-te Próximo e ama misericordiosamente! “ André Castro

“Fomos recebidos em Gdow, e as famílias que nos deram alojamento foram fantásticas, estamos mesmo todos agradecidos por tudo o que nos presentearam (...)”

A

s jornadas Mundiais da Juventude em Cracóvia já terminaram, mas continuam vivas dentre nós; existe dentro de nós um forte sentimento, como que o tempo parasse para manter vivo em nós o espírito da Jornada. Como dizia o papa Francisco: «A JMJ começa hoje e continua amanhã, em casa, porque é lá que Jesus te quer encontrar a partir de agora».

Ficam em nós os momentos fortes de união, de emoção, de alegria, de partilha, de fraternidade universal, de orgulho na nossa fé, enfim, de um sonho que se torna realidade: é mesmo, estou a participar, estou a aqui na JMJ! São momentos como estes que nos ajudam a fortalecer a fé, são momentos como estes em que nos encontramos com Deus e com os irmãos que são um “trampolim” para enfrentar os desafios da vida. Viver as JMJ é fazer a experiência de uma Igreja Jovem, é fazer a experiência de uma Igreja Jovem, é fazer a experiência do que São João Paulo II dizia: “A Igreja será jovem quando o Jovem for Igreja”. E as JMJ são uma experiência de Igreja, de comunhão, de alegria, de vitalidade.

ara mim, estas jornadas começaram há um ano e dois meses (quando entrei para o grupo de jovens), com a preparação de barracas, lavagens de carros e missas cantadas, tudo feito com o intuito de angariar fundos para conseguirmos embarcar nesta grande aventura.

A princípio encontrava me um pouco receosa pois era a mais nova do grupo e os meus níveis de inglês nem sempre são os melhores, mas aí mesmo sem saberem os restantes membros fizeram me perceber que esse receio era desnecessário, que a nossa união iria fazer a força, que a nossa alegria iria ser contagiada e que o nosso amor iria ser partilhado.

E assim foi, dia 25 de julho aterrámos em Varsóvia e isso foi o clique para compreender que realmente isto estava a acontecer, para perceber que as Jornadas Mundiais deixaram de ser um sonho e passaram a ser uma realidade!

O nosso primeiro contato com esta realidade foi a missa de abertura e que melhor poderíamos ter pedido?! Uma missa carregada de fé, de sorrisos, de abraços e em constante harmonia, de tal modo que a certa altura brotou dos nossos corações tamanha alegria que nenhuma palavra consegue descrever, que nenhum sorriso consegue transmitir, pelo que acaba a sair pelos olhos, escorrendo pela cara e marcando o coração. Que melhor experiência poderíamos ter tido para marcar uma aventura que nos ficará para a vida?!

Nos dias seguintes foram muitas as outras experiências. Todos os dias andávamos imenso em conjunto, com o nosso grupo e com os restantes grupos, do nosso país ou de países diferentes, criando amizades e partilhando conhecimentos.

As outras celebrações foi a via sacra, a vigília e a missa de envio! E que emoção em cada uma destas celebrações!! A via sacra, muito tocante com todos aqueles movimentos e testemunhos, com as orações pela paz no mundo, sem nunca esquecer os sorrisos e convívios. Já a vigília foi emocionante pelo facto de estarmos em contato com a natureza e com os outros países e por fim a missa de envio foi extraordinária!

Aquela união ao ouvir o santo padre anunciar o local das próximas jornadas, a alegria ao perceber que era no Panamá e o desejo de trabalhar para conseguirmos lá chegar!

Que bom foi escutar o papa falar que não podemos ser jovens reformados mas sim jovens com energia que lutam por um mundo melhor com mais união, amor, jovens misericordiosos!

As palavras de ordem destas jornadas foram misericórdia e agradecimento, por isso a todos aqueles que nos ajudaram a lá chegar o nosso MUITO OBRIGADO!!

Madalena Azevedo

NOSSA SENHORA DO MONTE | 13

FESTA DE Nª SRª DO MONTE PADROEIRA DA MADEIRA Senhora do Monte tornou-se necessária uma igreja mais ampla. O que veio a concretizar-se já no início do séc. XIX. O culto a Nossa Senhora do Monte nasceu a partir da imagem da Virgem Maria representada com o menino Jesus ao colo apresentando na mão direita uma maçã.

Sobre a aparição dessa imagem encontra-se o registo: «Há mais de 300 anos, no Terreiro da Luta, cerca de 1 quilómetro acima da igreja de Nossa Senhora do Monte, uma Menina, de tarde, brincou com certa pastorinha, e

deu-lhe merenda. Esta, cheia de júbilo, refere o facto à sua família, que lhe não deu crédito, por lhe ser impossível que naquela mata erma e tão arredada da povoação aparecesse uma Menina.

Na tarde seguinte reiterou-se o facto e a pastorinha o recontou. No dia imediato, à hora indicada pela pastorinha, o pai desta, ocultamente foi observar a cena, e viu sobre uma pedra uma pequena imagem de Maria Santíssima, e à frente desta «a inocente pastorinha que, a seu pai, inopinadamente aparecido, afirmava ser aquela imagem a Menina de quem lhe falava». O pastor, admirado, não usou tocar a Imagem e participou o facto à autoridade que mandou colocá-la na capela da Incarnação, próxima da actual igreja de N.ª S.ª do Monte» - nome que desde então foi dado àquela veneranda imagem».

Pe. Giselo Andrade

Muitos fiéis cumprem a tradição de subir a extensa escadaria.

“A festa de Nossa Senhora do Monte, celebrada a 15 de Agosto, mas preparada pelas novenas que se iniciam no dia 5, atraí muitos devotos que todos os anos fielmente sobem ao Monte para pedir graças junto à veneranda imagem (...)”.

Imagem venerada pelos fiéis.

15 de agosto de 2016

Fotos: Luís Fernandes

A

população da Madeira desde os primórdios da colonização desenvolveu uma especial devoção à Virgem Maria. Referências antigas apontam que no começo do povoamento a Madeira foi dedicada a “Santa Maria Nossa Senhora”. No entanto, somente no séc. XIX, a cidade e Diocese do Funchal declararam solenemente o patrocínio de Nossa Senhora do Monte.

A devoção de um povo à Virgem Maria revela-se nas grandes datas litúrgicas a Ela dedicadas. Ao longo do ano a Igreja celebra diversas festas correspondentes a títulos de Nossa Senhora ou a mistérios da sua vida.

O dia 15 de agosto adquiriu na Igreja um estatuto muito especial. Assinala-se a solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria. Nesta data começou a ser celebrada, junto ao túmulo da Virgem Maria em Jerusalém a mais antiga festa mariana.

Inicialmente considerava-se o dia 15 de Agosto como o dia de Maria, Mãe de Deus. Mais tarde começou a dar-se três diferentes nomes a esta festa: Dormição, Trânsito e Assunção. Este último título impôs-se a partir do séc. VIII. Na Diocese do Funchal a festa de Nossa Senhora do Monte, celebrada a 15 de agosto, mas preparada pelas novenas que se iniciam no dia 5, atraí muitos devotos que todos os anos fielmente sobem ao Monte para pedir graças junto à veneranda imagem de Nossa Senhora. Entre eles muitos emigrantes. Após a eucaristia, presidida pelo Bispo Diocesano, realiza-se a procissão onde os fiéis cumprem as promessas levando os círios.

Pertence à festa de Nossa Senhora do Monte uma grande variedade de elementos festivos próprios da cultura madeirense: sabores tradicionais, folclore, música, animação. As dezenas de barracas de comes e bebes espalham-se entre o Largo da Fonte até às Babosas. Na casa de chá da paróquia servem-se as tradicionais sandes de carne de vinho e alhos.

A partir do séc. XVII, a Igreja onde se encontrava a imagem de Nossa Senhora, tornou-se muito pequena para acolher os fiéis que traziam os seus pedidos nos momentos mais difíceis. São muitos os episódios narrados onde se comprova a intercessão poderosa da Virgem Maria. Com a expansão da devoção a Nossa

PASTORAL | 14 revelar e comunicar o amor, qual reflexo vivo e participação real do amor de Deus pela humanidade e do amor de Cristo pela Igreja, Sua esposa.” É esta a missão que a família deve, a todo o momento e em especial no tempo de férias, aprofundar, fortalecer e cimentar.

As férias são, assim, tempo de diálogo (na paragem), de revisão de vida (propósitos de melhoria) e predisposição para acolher e ser testemunho vivo do amor de Deus junto de todos aqueles com que nos cruzamos (retemperando as forças para um apostolado efecivo).

Finalmente, recordamos a palavras de S.S., o Papa Francisco, relacionando o trabalho e o descanso (ócio): quando o trabalho não dá lugar ao ócio saudável, ao repouso reparador, então escraviza, porque uma pessoa já não trabalha pela dignidade, mas sim pela competitividade. Está viciada a razão por que estou a trabalhar. Deste modo o ócio saudável tem a ver com a dimensão lúdica, que é profundamente sapiencial. A cultura do trabalho, unida ao ócio saudável é insubstituível.

Secretariado Diocesano da Família

A FAMÍLIA E A VIVÊNCIA NAS FÉRIAS É costume dizer-se que as férias são tempo de paragem, tempo para fazer coisas diferentes, tempo

para retemperar forças… Paragem de quê? Fazer coisas diferentes de quê? Retemperar forças de quê? E, tudo isto, para quê?

As férias só o serão, na realidade, se a família se propuser a vivê-las enquanto tal e não, como muito frequentemente se assiste, em que cada um vive, egoisticamente, ao seu ritmo e no seu tempo sem ter presente aqueles com quem priva e de quem, na realidade, depende quer sob o ponto de vista emocional e afetivo quer sob ponto de vista material.

As férias deverão proporcionar momentos de efetiva união e comunhão entre os membros da família, momentos de “recentragem”, de fortalecimento e de foco no suporte da nossa sociedade, na família. Independentemente dos merecidos momentos de descanso e lazer, sempre ansiados, por todos, as férias deverão permitir-nos refletir, em conjunto e aos diferentes níveis, no papel da nossa família: na interacção dos seus membros, na sua relação com os restantes familiares fora do nosso núcleo, na sua relação com todos aqueles com quem nos cruzamos com maior ou menor regularidade e de quem dependemos ou que dependem de nós e, não menos importante, na sua relação com Deus e a Igreja.

As famílias, de uma forma geral as que têm descendentes e/ou dependentes, perspetivam o gozo das suas férias em função da natureza e dimensão do seu agregado: as vivências e emoções das férias gozadas ao longo das diferentes fases da vida.

As férias em criança com os pais e irmãos, num ambiente muito intimista, com horários relativamente rígidos em relação aos diversos tempos próprios das férias. Os tempos de praia, de exposição ao sol, de

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banhos de mar, das refeições, das saídas controladas, das experiências vigiadas, dos primos e amigos, daquilo que já é permitido fazer e que antes não era.

Um tempo de grande aprendizagem e estruturante dos princípios e valores familiares de hoje.

As férias em casal, ainda sem filhos, dos momentos “só para nós”, momentos de crescimento do amor conjugal e que tanto contribuíram para que as férias que se seguiram, já com filhos, fossem uma bênção de Deus.

As férias com os pais, já avós, da sua sabedoria, dos seus silêncios cúmplices em relação aos comportamentos dos netos, das relações de mútuo afeto, numa atenção sempre presente e descontraída, independentemente das suas debilidades próprias da idade. Com um sorriso nos lábios, assistir, disfarçadamente, a conversas deliciosas entre avós e netos, num tempo e momento de amor cúmplice, intenso verdadeiro e sem barreiras.

As férias com os filhos já crescidos, com os seus projetos ou sonhos de projetos de vida, numa relação agora adulta e de grande cumplicidade, depois de passado um tempo deles com os seus encontros, experiências e caminhos que todo o adolescente tem necessidade de percorrer e ao mesmo tempo um tempo nosso tentando manter uma certa distância, a maior parte das vezes mal disfarçada, pois o nosso amor vigilante hesita entre o “dizer e o não dizer”.

As férias com os irmãos e amigos em casal e em família, de como estes férias servem para nos aproximar e cimentar os nossos valores familiares e cristãos, no muito que se apreende com o salutar convívio entre todos e nas diferentes práticas e experiências de vivência familiar de cada casal/família postas aqui em confronto.

Como refere S. João Paulo II na “Familiaris Consortio”, à família “é-lhe confiada a missão de guardar,

ESPIRITUALIDADE | 15

A IRMÃ WILSON E O BEM COMUM

A venerável Irmã Wilson.

C

onhecemos bem a dimensão social da vida da Irmã Wilson; conhecemos bem o trabalho que ela fez ao serviço de uma ilha que, no fim do século XIX, quase morria de fome e de isolamento; quase morria de ausência de amparo, de educação, de esperança.

Nesse tempo, Mary Jane Wilson não hesitou em empreender um caminho duro, esse caminho em direção aos outros, à procura de meios que pudessem minimizar as dores da população.

Conhecemos bem os seus passos, a rede em que se deslocava nos por-dentros da ilha. Conhecemos bem a cestinha onde levava o que era preciso: uma peça de roupa, um pedaço de pão, o remédio necessário.

Conhecemos bem a ternura de cada olhar, a delicadeza de cada gesto, a forma como, ao longo da sua vida, soube pôr em prática as obras de Misericórdia.

Por isso, não vou falar dos dispensários, ou das escolas que fundou; não vou falar da Botica de São Jorge que fornecia, gratuitamente, medicamentos aos doentes pobres; não vou falar da Assistência ou da Misericórdia ou do Lazareto e da luta de gigante contra a morte.

Vou falar de amor; vou falar de “um coração de fogo, alma de paz, vontade bronze e energia de herói”, roubando a expressão ao Jornal, transcrito por Abel Fernandes, no livro, “Nos Caminhos da Ir. Wilson”.

Aquilo que trago, hoje, a debate, é apenas o meu olhar sobre o amor que esta mulher me ensinou, a sensibilidade à dor do outro, a atenção à necessidade do outro, a doçura sobre a pessoa do outro. Trago uma noção de irmão que ajudou a moldar a minha personalidade.

Mary Jane Wilson associava tudo na sua vida o bem-comum, também, obviamente à alegria. Ela diz numa das suas cartas (a nº43) que “Se há uma virtude no mundo a que devemos aspirar é a alegria”.

Mesmo quando dói. O serviço tem mais valor e ela ensinou-o com a vida – quando o sorriso o acompanha.

Há relatos infindos sobre a bondade da Ir. Wilson: paga rendas de casa, reserva da sua comida para alimentar duas crianças, socorre, em silêncio, umas viúvas, ajuda seminaristas, trata dos doentes, espera

com eles que a morte chegue, distribui roupas e brinquedos. E respeito. E carinho. Tratando por iguais aqueles a quem ajudava. Irmãos, portanto: “Vale mais para mim, o beijo dum pobre do que os dos fidalgos”.

Nas mãos dela, o amor. Contam as irmãs das noites à beira dos doentes, da visita aos presos, da confiança na transformação do coração dos que ainda não tinham descoberto o poder do serviço, da alegria, da gratuidade, da entrega de si.

A alegria do serviço aprende-se. Fazer o bem passou muito, na vida de Mary Jane, por ensinar as coisas do coração, porque e as palavras são dela os valores do coração podem ser cultivados.

E ela não só soube cultivar esses valores, como quis ensinar a tratar deles como se eles fossem flores num jardim. Talvez por isso, (certamente por isso), nas escolas por onde o seu espírito se tem derramado, se ensina para além dos livros ensina-se com o exemplo, com as palavras, com o sorriso, com os abraços. Eu aprendi assim e penso que assim continua…

Esta vertente social da Irmã Wilson pautou-se por uma entrega desmedida ao serviço dos outros. E, para isso, é preciso ser-se mais, ir para além do comum, tornar e as palavras são dela “a vida toda sobrenatural”.

Para isso, é preciso confiar em Deus e nos milagres que ela faz, sempre que é preciso.

Não posso falar de Bem comum, sem falar na Congregação que ela fundou e à qual, um dia, eu quis pertencer. A Ir. Wilson sonhou-a como uma família, um ugar onde se vai receber parte daquilo que é preciso ter para se poder dar aos outros: o amor. Cada comunidade devia ser um laboratório de amor, um lugar onde se aprende a viver o que se deve ensinar a simplicidade, a prudência, a verdade, a caridade, o valor das pequenas coisas: “As coisas mais pequeninas devemos fazê-las muito bem feitas, e nunca esperar pelas grandes, porque nunca as teremos”.

A Boa-Mãe ensina o bem-fazer. Com as palavras que nos deixou. Com a vida. Com a regra essencial que pauta, até hoje, a vida das suas irmãs: “Amar a Deus

100 ANOS DA MORTE DA VENERÁVEL IRMÃ WILSON A Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias está em ano Jubilar com a celebração do primeiro centenário da morte da Venerável Irmã Wilson. A Congregação tem organizado ações de bem fazer e relembrado o carisma e a espiritualidade da sua fundadora. O processo da Boa Mãe aguarda a comprovação de um milagre para que seja agendada a data da sua beatificação.

sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”.

A Boa Mãe pôde zelar pelo bem comum de uma ilha muito pobre, uma ilha com muitas ilhas dentro, porque era rica: tinha uma enorme criatividade, uma capacidade imensa de organizar a vida e mobilizar as pessoas; porque era rica de amor.

Logo a seguir à sua morte, o Diário de Notícias publicou estas palavras que se revestem de um sentido especial neste ano Jubilar da Misericórdia: “Pertencíeis ao número das criaturas privilegiadas que só nascem e vivem para praticar o bem, para atenuar e corrigir os males que pesam sobre a humanidade: Matastes a fome, saciastes a sede; cobristes a nudez; suavizastes a doença; combatestes a ignorância; consolastes os tristes; visitastes os encarcerados. As vossas virtudes proclamam a vossa imortalidade”.

Bernardo da Costa Mesquitela, que foi Governador Civil da Madeira, chamou-lhe “Anjo da Caridade” e comparou-a à Rainha Santa, na sua capacidade de transformar rosas em pão.

Nós chamamos-lhe “Mãe”, “Boa Mãe” e aprendemos com ela a lição do bem-fazer, do amor e da alegria, certos de que se cumprirmos o nosso dever para com o próximo, Deus cuidará de nós.

“Bem-comum” podia ser outro nome da Ir. Maria de São Francisco Wilson. Como “amor. “Como “mãe”.

Como “Boa Mãe”.

Ouço-a, hoje, como a ouvia dantes: “Minha filha, eu fico sempre a seu lado”; ou ainda “Se a obra é de Deus, permanecerá”. E hoje, aqui, continuamos a provar que a obra de Mary Jane Wilson era, efetivamente, obra de Deus. Se assim não fosse, não estaríamos aqui.

Graça Alves gracaleonor@gmail.com

Chegou à Ilha da Madeira como enfermeira.

“Quem me dera que todas as crianças do mundo tivessem pão, soubessem ler, aprendessem a catequese e amassem a Deus” (Irmã Wilson) 15 de agosto de 2016

ÚLTIMA | 16

JORNAL DA MADEIRA UM DESAFIO DIOCESANO

Cónego José Fiel de Sousa Vigário Geral

Com o título “Jornal” a primeira edição veio a público a 27 de março de 1906. Em novembro de

1923, adotou o nome Jornal da Madeira (Ano I, nº 1), acrescentando anos mais tarde um subtítulo “Diário Regionalista”. A 1 de maio de 1932 foi adquirido pela Diocese do Funchal, iniciando uma II Série, e desde então assumiu um papel importante na Madeira e em especial junto das paróquias e dos católicos em geral.

A partir de 1960, tornou-se mais apelativo, introduzindo outro grafismo, cor e mais fotografia.

Desse período, foi grande o esforço da diocese para manter o Jornal da Madeira, chegando a alienar património para assegurar a regularidade da edição.

Em 1985 a empresa proprietária passou a ter uma comparticipação pública regional, na qual a diocese uma quota miníma.

O Seminário diocesano, na qualidade de sócio, no verão do ano passado, cedeu a sua quota na empresa proprietária e recebeu o título até então usado na edição. A Diocese do Funchal entendeu que importava preservar o título associado à história da Igreja na Madeira e que envolveu o esforço de muitos na sua concretização e manutenção.

Lamenta-se, porém, que a exclusividade que a reserva do título pretendia, não fosse integralmente conseguida, pois introduziu-se alguma confusão que esperamos sinceramente não prejudique o projeto que ora renasce.

Como então se esclareceu aos católicos e à população em geral, a Diocese reservou para si o título original de Jornal da Madeira e do suplemento semanal Pedras Vivas, apostada em manter um projeto de comunicação social na Madeira, fiel aos valores da Igreja e difusor da mensagem evangélica.

Pretende-se, numa forma mais adequada aos tempos de hoje, concretizar o projeto que não diminuiu no entusiasmo e no empenho. É um desafio bastante arrojado da Diocese para o qual são chamados todos os madeirenses e portos-santenses, em especial os católicos.

O setor da comunicação social passa por mudanças

profundas de que se destacam a evolução tecnológica dos últimos anos, com a alteração de processos de edição e a facilidade dos meios de acesso à notícia, a exigente interligação das diferentes valências ou expressões de informação, as preferências editoriais por conteúdos sensacionalistas, por vezes, pouco éticos, e a quebra de receitas próprias, quer de publicidade quer, quanto à imprensa, das resultantes da diminuição de assinantes ou de vendas.

Essas circunstâncias apelam a cuidados especiais e à necessidade de, um projeto envolvente, não só nas várias vertentes por que passa hoje a comunicação social, onde a internet tem uma expressão de relevo, mas também nos vários sectores e manifestações da Igreja.

Todos são chamados a colaborar quer na sua conceção ou edição quer na sua difusão. Neste sentido, lançamos o desafio a todos os nossos leitores para que comuniquem e colaborem connosco, desde logo respondendo às questões que vos colocamos no cupão abaixo. Podeis enviar as vossas respostas através dos respetivos párocos, ou através do endereço eletrónico geral.jornaldamadeira@gmail.com ou do site da diocese www.diocesedofunchal.com.

Para assegurar o título, após algum tempo necessário para uma reflexão e estruturação, impunha-se agora pela legislação a edição escrita de um Jornal da Madeira até ao final de agosto deste ano. Escolheu-se para isso a data tão significativa da Festa de Nossa Padroeira e de tantas outras Festas dedicadas a Nossa Senhora, que nesse mesmo dia se celebram na Madeira e Porto Santo.

Neste contexto pareceu melhor dar-se início a uma III Série, Ano I, mas seguindo a numeração anterior.

O Jornal da Madeira continuará a ser uma publicação periódica e um instrumento da pastoral diocesana e em especial da pastoral da comunicação social.

Pretende-se que o Jornal da Madeira seja um órgão de comunicação com que se identifiquem os católicos da Madeira e Porto Santo, aqui residentes, ou espalhados por outros países, um jornal aberto, plural, que possa trazer para o público a visão cristã dos acontecimentos e dos sinais dos tempos.

ESTATUTO EDITORIAL 1. O Jornal da Madeira é uma publicação periódica, de informação geral e âmbito regional, aberta a diferentes temas e pontos de vista, dos seus colaboradores e leitores.

2. O Jornal da Madeira é uma publicação independente dos interesses económicos, políticos e ideológicos e não tem fim lucrativo.

3. O Jornal da Madeira propõe-se garantir uma informação religiosa e espiritual, ao mesmo tempo que faz uma leitura iluminada pelos valores cristãos dos acontecimentos e dos sinais dos tempos; 4. O Jornal da Madeira, nos seus conteúdos, sem prejuízo da objetividade e do pluralismo, centra-se na promoção e defesa do pensamento do Magistério da Igreja e dos valores do humanismo cristão.

5. O Jornal da Madeira respeita os princípios deontológicos da imprensa e da ética profissional, assim como a boa fé dos leitores.

6. O Jornal da Madeira recusa os conteúdos sensacionalistas e especulativos e permite-se não publicar escritos, mesmo que publicitários, que não dignifiquem a pessoa humana, a comunidade onde se insere, a igreja e os valores de inspiração cristã, nem difundirá textos que incluam ofensas pessoais ou insultos que ponham em causa o bom nome de pessoas e instituições.

7. O Jornal da Madeira é membro da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIIC).

Podeis enviar as vossas respostas, até fim de setembro, conforme as vossa preferência: entregando este cupão ao respetivo pároco, ou na Cúria Diocesana, enviando um email para geral.jornaldamadeira@gmail.com ou ainda através do site da diocese www.diocesedofunchal.com 1. O que gostaria de ler no Jornal da Madeira?

Notícias da Igreja em geral Informação da Diocese e das Paróquias

A SUA OPINIÃO É IMPORTANTE

Textos de reflexão

Sugestões:

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