JG_263 Setembro / Outubro de 2020

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Preço: 2€ | Director: Luís Miguel Ferraz | Bimestral | Ano XXV | Edição 263 | Setembro / Outubro de 2020

Regresso às aulas • 4-5

Aniversário do JG • 2

Rumo à prata Pandemia obriga a investimentos • 6-7

Retomámos a catequese

Um recomeço diferente... As contingências causadas pela pandemia. As medidas de protecção asseguradas. Os apoios e programas da autarquia. Os números, factos e fotos da Escola do 1.º ciclo e do Jardim-de-Infância da Golpilheira.

De motorizada • 8

Aventura na Nacional 2 Ervas dominam • 9

Falta de limpeza

Reportagem • 10-11

Festas da Batalha

Fernando Bastos deixa comando • 12

Mudança nos Bombeiros Covid-19 • 13

Foto: Freepik.com

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Testes à população

R. Inf. D. Fernando, 2 • 2440-901 BATALHA Tel. 244 769 270 • WWW.CREDITOAGRICOLA.PT


Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

abertura

.editorial.

. cadernomensal .

Luís Miguel Ferraz Director

José Travaços Santos Etnógrafo e investigador

Rumo à prata...

Esperança traída

Cumpre-se nesta edição mais um aniversário da fundação do Jornal da Golpilheira. Após a edição experimental (n.º 0) de Setembro de 1996 e da n.º 1, em Outubro seguinte, já lá vão 24 anos de existência ininterrupta. Começou com o nome “Das Duas Uma”, por ter sido criado em parceria com a Barreira, uma publicação para as duas freguesias. No entanto, o resultado não correspondeu às expectativas e avançámos “sozinhos”, a partir de 2001, como “Jornal da Golpilheira”. Mantendo-se propriedade do Centro Recreativo, sempre se assumiu como órgão de comunicação geral, independente e plural, com foco centrado na vida da freguesia, mas de olhar atento ao que se vai passando no concelho da Batalha e arredores, que possa interessar aos golpilheirenses. Teve ritmo mensal até Janeiro de 2018, quando passou a ser editado de dois em dois meses, neste formato de revista, adaptando-se às exigências do tempo e do financiamento disponíveis. Passámos momentos altos e baixos, sobrevivemos a crises que foram apagando outros títulos pela região e pelo País, continuamos a sentir que vale a pena, enquanto sentirmos o apoio e carinho dos anunciantes, assinantes e leitores em geral, de onde nos vão chegando ecos de apreço pela qualidade do trabalho desenvolvido. Fomos tendo a colaboração de várias pessoas, de dentro e de fora da freguesia, umas mais constantes, outras passageiras, mas todas enriquecedoras da nossa história. O mais fiel e apaixonado foi o Manuel Carreira Rito, nomeado director-adjunto em Setembro de 2005, no 9.º aniversário e edição n.º 100. Infelizmente, partiu para Deus em Junho passado e já não poderá acompanhar-nos na produção das edições do 25.º ano que agora iniciamos da vida deste Jornal que tanto amava e que ele marcou de forma indelével. Após a passada edição, em sua memória, reunimos alguns dos colaboradores antigos e outros novos e recebemos uma lufada de boa-vontade e de interesse em continuarmos juntos a melhorar este Jornal. Alguns deles já aparecem nesta edição, outros se irão juntar... Em resumo, obrigado a todos. Aos que vão dando algum do seu saber, esforço e tempo para fazer cada edição. Aos que publicam os seus anúncios, sobretudo em sinal de apoio ao Jornal que também sentem como seu. Aos que fazem ou renovam a sua assinatura, pois são os destinatários principais do nosso trabalho e o indicador mais motivante a continuarmos. A todos os leitores que, no fundo, são a razão de ser de tudo. Juntos vamos caminhando rumo à grande festa que será – assim esperamos –, em Outubro de 2021, a celebração das nossas Bodas de Prata!

Há nas crianças a promessa do mundo novo que há-de vir, mas a infância passa depressa e fica a promessa por cumprir. Em breve se transforma a criança, de terno olhar, crédulo e puro, no adulto que trai a esperança de um mundo com outro futuro.

Crimes contra as crianças Devia preocupar-nos seriamente este crescendo de crimes contra as crianças e tão seriamente que nos levasse a pressionar sem descanso os políticos para que a Lei Penal fosse alterada no sentido de agravar as penas a aplicar aos criminosos que não são só aqueles que as maltratam mas os que abusam delas sexualmente. Há anos, a presidente da Associação contra a Violência, Margarida Martins, teve uma expressão que diz muito sobre as consequências do abuso sexual: é um trauma para toda a vida. Com uma frequência e com uma gravidade que aumenta a cada dia que passa, as nossas crianças são vítimas de familiares que não passam de bestas com forma humana ou de tarados que não conseguem controlar os instintos animalescos, sem que a reacção da Sociedade se manifeste com a dureza que estes actos nefandos deviam ocasionar. Em diversos casos, como o da menina assassinada, com impressionante malva-

dez, pelo pai e pela madrasta, a pena da prisão perpétua devia ser aplicada como castigo apropriado à gravidade do acto e como sério aviso aos candidatos a este tipo de criminalidade. Está nas nossas mãos, Povo Português, modificar a benevolência da nossa Lei Penal. Ou melhor, estaria, se ao Povo fosse facultado o processo de o fazer.

Insisto: a voz do povo só se escuta pelos referendos Tenho sempre presente o exemplo da Suíça, em que a consulta ao Povo sobre os mais diversos actos do governo é constante e vinculativa. Em Portugal, o regime tem medo dos referendos. Até agora tivemos meia dúzia e logo os partidos que saem derrotados se esforçam para, mais tarde ou mais cedo, alterar os resultados. Em breve teremos eleições que deviam ser aproveitadas também para auscultar o Povo sobre alteração de Leis, sobre as nossas relações com a União Europeia, que cada vez se parece mais com um Império do que com uma aliança entre Estados livres, sobre os mais diversos assuntos nacionais e municipais. Criou-se a perigosa ideia de que governar um País, em Democracia, é sujeitá-lo à vontade do partido que ganha as eleições ou que não tendo maioria absoluta, se encosta à direita ou à

DR

2•

esquerda para levar a sua avante. É um sistema errado e que tem mais de ditadura, embora aparentemente legitimada por eleições em que só metade dos eleitores intervêm, do que de democracia. E a este propósito corre já um dito que acaba por não faltar à verdade: quem elege os partidos que chegam ao Poder não são os votantes, mas quem se abstém de votar.

Mosteiro e Museu da Comunidade Tanto o Mosteiro como o Museu da nossa comunidade concelhia, não obstante as limitações impostas pelo tremendo surto pandémico que nos afecta física e espiritualmente, pois também gera medos descontrolados e perigosos que têm de ser combatidos para que a vida não pare, continuam sobretudo através dos meios electrónicos ou, com as devidas precauções, presenciais, a sua actividade cultural. São de realçar as Jornadas Europeias do Património,

que decorreram nos dias 25, 26 e 27 de Setembro. O Mosteiro, entre várias e interessantíssimas acções, colaborou (decisivamente) numa evocação do notável dramaturgo e poeta leiriense Miguel Franco, cuja memória nunca é de mais exaltar, e em breve evocará Almada Negreiros, focando o seu estudo sobre os Painéis de São Vicente, que retratam figuras da mesma época da construção do nosso monumento, que aquele pintor e poeta achava destinados à Capela do Fundador.

Mais um condenável acto de vandalismo Já estava a terminar este “caderno mensal” quando vejo, nas notícias televisivas, a referência a mais um acto de vandalismo e de facciosismo, agora perpetrado numa estátua dos Combatentes do Ultramar erguida em Coimbra. Nunca pensei que chegássemos, Portugueses, a estas baixezas, se é que foram Portugueses os seus lamentáveis autores.

Pagamento de assinaturas Caro assinante, este ano, graças à pandemia, não podemos fazer a cobrança de assinaturas porta a porta. Assim, apelamos ao pagamento por outros meios. Ajude o seu jornal. Poderá consultar o último ano pago na sua folha de endereço. Por cada ano são 10 euros (15 Europa; 20 outros países). Sugerimos três opções: • No bar do CRG, diariamente, das 07h30 às 24h00 (recibo passado no local) • Por cheque, enviado para: Jornal da Golpilheira - Est. Baçairo, 856 - 2440-234 GOLPILHEIRA • Por transferência bancária para o IBAN PT50 0045 5080 4017 1174 2866 5 (meio preferencial; pedimos confirmação (nome e NIF) para o e-mail geral@jornaldagolpilheira.pt; enviaremos o recibo na resposta). Muito gratos pela colaboração, a direcção do Jornal da Golpilheira!


em memória • 3

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

Ainda em homenagem ao Manuel Rito… Por lapso nosso, ficaram por publicar algumas mensagens enviadas em homenagem ao Manuel Rito, nosso director-adjunto, falecido a 12 de Junho passado. Pedimos desculpa aos que as enviaram. Entretanto, chegaram mais algumas, que também aqui juntamos.

A viga-mestra do Centro O Centro Recreativo da Golpilheira está de luto. A Golpilheira está de luto; acabou de falecer um golpilheirense de gema que deu garantidamente 40 anos da sua vida ao Centro Recreativo, sem procurar interesses pessoais. Trabalhei com ele neste Centro cerca de 12 anos. Amigo dos seus amigos, granjeou conhecimentos sempre com o pensamento no Centro Recreativo. A viga-mestra do Centro Recreativo foi abaixo. Esperamos que haja alguém com a mesma determinação, o que será difícil. O Manuel Carreira Rito merece um galardão, merece um verdadeiro Quadro de Honra. Aos seus familiares e ao Centro Recreativo da Golpilheira, as minhas sinceras condolências. Manuel Gomes João (14/06/2020)

Flores feitas pela Amélia (Melita) para o seu amigo Manel...

Adeus a uma pessoa inesquecível Naquele dia, àquela hora o bater do teu coração terminou! Num silício tão profundo, o amor de Jesus te chamou. Aos familiares, nesta hora difícil de pesar, é preciso serem corajosos para algo superar. O povo da freguesia da Golpilheira e os arredores o adeus desse dia jamais será esquecido, em muitos corações ficarás para toda a vida. Sinceros votos de pesar e muita coragem de Cremilde Monteiro e seus pais.

Alma boa que partiste Dedicado ao sr. Manuel Rito

DR

Num eterno segundo Parte-se deste mundo Num eterno lembrar Num eterno chorar Alma boa que partiste Centelha de luz viste Quem dos teus te conhecia Quem em ti, se revia

Senhor Rito... nem acredito Meu coração... chora de comoção. Minhas lágrimas se escorrem na minha face. Senhor Rito... nem acredito. O meu agradecimento por sua amizade e por sua sinceridade. Nunca soube nem posso afirmar que ou se o céu existe. A única certeza é que existem homens bons, que tornam este mundo infernal num mundo melhor. Essas almas boas que partem. O senhor era uma alma boa e as almas boas nunca morrem. As almas boas aguardam por almas boas... ...aguarde por mim, senhor Rito... e por todas as almas boas. Fernando Jorge Vaz Machado

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Alma boa, onde moras Que deixastes sem demoras No teu eterno Centro Alma boa por dentro Nessa eterna indagação Alma boa de coração Homem eterno da aldeia Alma boa de casa cheia

Vaz Pessoa

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4•

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

escola

Contingências especiais neste ano lectivo

Regresso às aulas na Golpilheira Há alguns anos que temos acompanhado o regresso às aulas na nossa freguesia, visitando o Jardim-de-Infância e a Escola do Paço para ver como estão os meninos e meninas depois das férias e para registar a composição das diversas turmas. Este ano foi um pouco diferente… não fizemos a visita, devido às limitações trazidas por esta pandemia, mas pedimos às educadoras e professores que fizessem as fotos e nos enviassem algumas informações. Assim, podemos partilhar com os leitores estas informações. Depois de uma longa ausência, praticamente desde Março, voltaram as aulas pre-

senciais e o contacto (ainda que muito limitado) com os professores e amigos. Novas regras de higiene, muitos cuidados para evitar uma possível transmissão do vírus, distanciamento forçado… são exigências que, se aos adultos são penosas, muito mais difíceis são de compreender e de cumprir pelas crianças. Todos vamos tentar cumprir, para obedecer às directivas das autoridades de saúde, esperando que regresse o mais breve possível o tempo de voltarmos a uma vida minimamente normal. Este ano, outra novidade é o salto de quase uma dezena de crianças a mais, em relação ao ano passado, passando de

83 para 92, números que não atingíamos desde há meia dúzia de anos. Para isso muito contribuiu a entrada de muitos alunos para o 1.º ano, num total de 18, quando a turma que saiu, do 4.º ano, tinha apenas 6. A escola do 1.º ciclo passou de 45 para 59 alunos. Só não foi maior a diferença, porque o Jardim recebeu menos crianças: 33, quando eram 38 em 2019. Quanto aos formadores, temos as educadoras Dora Fernandes e Catarina Pereira no Jardim e, na escola, os professores Miguel Monteiro, Ana Rita Melo e Telma Cordeiro. Continuamos a não ter meninos suficientes para formar 4 turmas com os anos

completos, pelo que se mantêm apenas 3 salas ocupadas, com a decisão sempre estranha de se juntarem dois anos. Este ano, ficou ainda mais estranho, com a divisão do 1.º ano em dois, para formar grupos em quantidades equilibradas, metade com o 2.º ano e outra

Total crianças - 2020 / 21 Ano

Masc. Fem.

Total

metade com o 4.º ano. Esperamos que, apesar de todas as contingências, seja mais um ano proveitoso para todos e que as nossas crianças possam crescer em conhecimentos, formação e humanidade. LMF

Números/ano

Total alunos

Ano

1.º CEB.

Jardim

1999

67

25

92

2001

61

20

81

2005

62

46

108

63

35

98

1.º ano

8

10

18

2.º ano

7

7

14

3.º ano

13

4

17

4.º ano

5

5

10

Total 1.º ciclo

33

26

59

2006

Pré-escolar

17

16

33

2007

60

40

100

Total geral

50

42

92

2008

66

34

100

2009

59

34

93

2010

46

31

77

Distribuição/salas - 2020 / 21 Escola do 1.º ciclo

2011

54

30

84

2012

45

39

84

2013

47

38

85

2014

49

41

90

2015

50

36

86

2016

52

39

91

2017

49

42

91

Sala

2018

50

39

89

Professor Ano Masc. Fem. Total Sala Ana Rita Melo

1.º

4

4

8

2.º

7

7

14

Telma Cordeiro

1.º

4

6

10

4.º

5

5

10

Miguel M. 3.º

13

4

17

22 20 17

Jardim-de-Infância Educadora

Masc. Fem.

Catarina Pereira

8

8

16

2019

45

38

83

Dora Felizardo

9

8

17

2020

59

33

92

DR

Para os alunos do Concelho

Sala A

Câmara oferece cadernos de actividades e livros de fichas

DR

Os 1498 alunos do ensino básico e do secundário residentes no concelho da Batalha receberam gratuitamente os cadernos de actividades e livros de fichas para o ano lectivo de 2020/2021, não comparticipado pelo Estado. O investimento superior a 100 mil euros é justificado pela Câmara como “política local de promoção da igualdade de oportunidades e do sucesso escolar” e meio de “minimizar os encargos financeiros das famílias”. No mesmo âmbito se insere a oferta de transporte escolar gratuito e a promoção de vários projectos educativos, em articulação com o Agrupamento de Escolas. “A justiça social é um princípio democrático estruturante que se concretiza com medidas que permitem a distribuição dos recursos públicos em função das reais necessidades das pessoas e estas medidas inscrevem-se nesse propósito”, afirma o presidente, Paulo Santos. Sala B


escola • 5

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

Regresso às aulas

DR

1.º e 2.º anos

DR

1.º e 4.º anos

DR

Um recomeço… diferente

3.º ano

Chegou-se ao mês de Setembro e, com isto, à necessidade de retomar as actividades lectivas presenciais que, no ano transacto, ficaram suspensas para darem lugar a aulas “online”. O Agrupamento de Escolas da Batalha não esqueceu o cenário de saúde pública que atravessamos e, em conjunto com o Município da Batalha e com as entidades de Saúde e Protecção Civil, delineou um Plano de Contingência, no qual estão contidas medidas que seguem as orientações dirigidas às escolas, provenientes da Direcção Geral de Saúde, e estratégias com o intuito de assegurar a retoma das actividades lectivas em segurança, atenuando a possibilidade de contágio entre os membros da escola. As novas medidas organizativas implementadas são numerosas, o que torna bastante difícil de as enunciar, mas pode-se referir que tudo está a ser assegurado e é garantida a higienização dos espaços e a segurança dos elementos da comunidade escolar. Com isto, foram colocados dispensadores de SABA (Solução Anticéptica de Base Alcoólica), tapetes de desinfecção de sapatos e,

Agrupamento recebe materiais e dinheiro

Protecção assegurada A Autarquia da Batalha procedeu à distribuição de diversos materiais de protecção, medição da temperatura e de limpeza nas diversas escolas do agrupamento e transferiu um montante de 70 mil euros para a gestão da escola no âmbito do acordo de descentralização de competências aprovado pelos órgãos da escola. Para o presidente da Câmara, Paulo Batista Santos, “é muito importante que tudo es-

teja preparado e nas melhores condições de segurança para o início do ano lectivo, num tempo bastante desafiante para toda a comunidade educativa”, pelo que “o Agrupamento de Escolas conta com o total empenho do município no apoio à retoma das actividades escolares, sempre focalizados na qualidade das aprendizagens e este ano também na protecção da saúde dos alunos e de toda a comunidade escolar”. No mesmo sentido, antes

do início das aulas, foram realizadas visitas técnicas às cozinhas e serviço de refeições escolares, com a presença da autoridade sanitária, para verificação e sensibilização para as melhores práticas de higiene e segurança no fornecimento dos alimentos. Segundo nota da autarquia, regressaram às escolas do concelho, no passado dia 17 de Setembro, 1867 alunos, mais de 200 professores e cerca de uma centena de funcionários.

em alguns sítios, acrílicos. Procurou-se também arranjar maneira para que o distanciamento físico fosse assegurado, criando circuitos/trajectos diferenciados, alocando salas para cada turma, desfasando os horários de almoço e replicando os espaços. Também todos os professores, pessoal não docente e alunos receberam um “kit” com máscaras laváveis e foram sensibilizados a ter uma conduta responsável e uma atitude colaborativa em todo este processo. Como é habitual no Agrupamento de Escolas da Batalha, todas as entradas e saídas dos elementos, tanto internos como externos, vão ser registadas, tal como a circulação dos alunos nos diferentes espaços, de modo a que, caso haja um caso suspeito, seja possível colaborar com as autoridades de saúde na reconstituição da rede de contactos. A direcção do Agrupamento, respectivos funcionários, pessoal docente e não docente asseguram a todos os membros da comunidade escolar que estão verdadeiramente comprometidos e empenhados na segurança de todos os alunos. Miguel Santos

Para formação superior

Bolsas de estudo reforçadas O Município da Batalha vai disponibilizar um montante superior para as bolsas de estudo aos alunos carenciados do ensino superior para o ano lectivo de 2020-2021, decorrendo o período de apresentação das candidaturas até 15 de Outubro. No ano passado, beneficiaram desta medida cerca de 60 estudantes, tendo a Autarquia disponibilizado cerca de 30 mil euros. Este ano, estima-se um acréscimo de 20%. De referir que os estudantes nas Universidades da Beira Interior (Covilhã) e dos Açores (Ponte Delgada) beneficiam de uma majoração de 50% no valor das bolsas atribuídas, na sequência de acordos realizados com aqueles municípios.


6•

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

eclesial

Pandemia obriga a investir em obras e espaços adaptados

Isabel Costa

5.º ano

6.º ano

Isabel Costa

4.º ano

Tal como a escola, também a catequese da nossa paróquia reiniciou os seus encontros presenciais, na última semana de Setembro. Também aqui se procuram garantir todos os cuidados de prevenção da saúde, sobretudo a higiene e desinfecção de pessoas e espaços, o maior distanciamento entre todos e o uso de máscaras pelos adultos e as crianças a partir do 5.º ano. Na Golpilheira, temos cerca de 150 crianças e adolescentes nos 10 anos de catequese. Como se exigem espaços maiores, foram feitas algumas obras, nomeadamente, a conversão de duas pequenas salas numa mais ampla, no anexo da igreja, e a construção de três novas salas e uma casa de banho dentro do piso superior do salão de festas. Além disso, dois grupos irão ter os seus encontros em espaços adaptados no salão de festas da igreja de São Bento e um outro ocupará a sala do piso inferior da Junta de Freguesia, gentilmente cedida enquanto for necessário. Fica, assim, garantida uma sala individual

7.º ano

Isabel Costa

DR

3.º ano

LMF

Isabel Costa

2.º ano

Isabel Costa

1.º ano

LMF

Retomámos a catequese na Golpilheira

8.º ano

para cada grupo, evitando a partilha de espaços, mobiliário, etc., um importante reforço de segurança relativamente a um possível contágio.

Contas da igreja

Segundo a Comissão da Igreja da Golpilheira, estas obras implicaram um investimento de cerca de 15 mil euros. “Foi um esforço adicional em tempos já difíceis, uma vez que as receitas, sobretudo das festas, desapareceram”, refere um dos membros. Acrescenta, ainda, que “as contas estavam a ficar equilibradas e já só faltava pagar 30 mil euros, metade do empréstimo recebido em 2016 para as obras da igreja, o que estava previsto para este ano, se tudo corresse como normal; assim não vai ser possível ainda”. Prevista até final deste ano está a colocação dos quatro restantes painéis de vitrais, mas “essa despesa, num valor próximo dos 50 mil euros, já estava orçamentada e só avançou porque venceu o orçamento participativo


eclesial • 7

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

Bispo publica carta para os próximos dois anos

Reunião com os pais do 1.º ano

que “não tem sido possível pagar o restante do empréstimo e também não ter avançado ainda a reconstrução da escadaria e rodapé da fachada principal da igreja, cuja pedra já está no local”. Esta fase final das obras da igreja, que se arrastou pelos últimos quatro anos, “estará para breve”, garante a Comissão. Resta esperar pelo regresso da “normalidade”, para que possam voltar a realizar-se os eventos que trazem receitas para estas obras. Para já, “além destes projectos em curso, não é possível planear mais nada”. LMF

Isabel Costa

9.º ano

10.º ano

LMF

Isabel Costa

DR

de 2017, no valor de 30 mil euros”. A parte da igreja, cerca de 20 mil euros, já está paga “e também grande parte do restante valor, pois o trabalho teve de ser pago antecipadamente em 80% e a Câmara Municipal só disponibilizará a verba no final de estar a obra completa, apesar de ter já em seu poder a factura e o recibo desse pagamento”. A demora deveu-se à complexidade da execução desta obra de arte, desde a pintura original de Sílvia Patrício, à criação da estrutura metálica de suporte e ao trabalho exigente do Atelier Vitrais Portugal. É por este investimento antecipado

A diocese de Leiria-Fátima está a iniciar um novo ciclo pastoral que vai estender-se por dois anos. Depois do biénio dedicado à juventude, começa agora o biénio dedicado à Eucaristia e o pontapé de saída já está dado: o cardeal D. António Marto publicou a nova carta pastoral “A Eucaristia, Encontro e Comunhão com Cristo e os Irmãos”, que é o documento orientador para a actividade da Diocese nos próximos tempos. No documento podem identificar-se três partes: na primeira, é feita uma abordagem ao sacramento

Novas salas no salão

no seu contexto actual; na segunda, é apresentada uma perspectiva teológica da Eucaristia; na terceira, são enunciadas as linhas de orientação pastoral para o biénio. Num anexo à carta pastoral, está esquematizado o plano pastoral 2020-2022 e disponibilizam-se tabelas com as actividades a desenvolver nos três níveis geográficos: diocesano, vicarial e paroquial. Esta carta está à venda nas nossas igrejas, por 1,5 euros e pode também ser descarregada gratuitamente no site da Diocese: https:// bit.ly/3bxoVFF.

DR

LMF

Eucaristia será tema pastoral

Paróquia de São Mamede

Terço em pedra nos 100 anos A paróquia de São Mamede assinalou os 100 anos da sua criação com o lançamento de um terço de pedra calcária, produzido na íntegra na região e apresentado no passado dia 9 de Agosto numa cerimónia aberta à população. “Este terço é também um símbolo que representa 100 anos de um passado da história religiosa desta paróquia, com todas as comunidades que foram crescendo e que se formaram”, afirma o padre Armindo Rodrigues, pároco de São Mamede. “É uma mais-valia ser confeccionado em pedra original da serra, símbolo desta nossa terra, tão rica de rocha que é também um forte símbolo de Cristo”, acrescenta. A produção é da Filstone, com a colaboração das empresas MRP, Silaco e Mário Santos Felicíssimo e o apoio da Junta de Freguesia de São Mamede. As contas do terço foram feitas a partir de Filstone Blue M, um tipo de rocha calcária que se

caracteriza pela ligeira tonalidade azul. Depois de cortadas e alisadas, adquirem formatos distintos, em alusão à calçada portuguesa. O encadeamento, feito de forma manual por artesãos locais, traz igualmente um cunho único, tornando cada terço numa peça irrepetível. A pedra apresenta-se de forma natural, sem acabamento, da forma que é extraída da natureza. Também as medalhas foram personalizadas em referência à paróquia: a conta da Salve-Rainha contém a imagem de Nossa Senhora dos Remédios, de grande devoção em toda a freguesia; a medalha central mostra o actual símbolo criado para identificar a paróquia e, no verso, o brasão da freguesia de São Mamede; nos mistérios estão representados os oragos e capelas que, unidas à Igreja Matriz, formam a paróquia. O terço, de edição limitada, está à venda junto à igreja paroquial.


Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

por cá

DR

Desde meados de Junho, têm ocorrido com frequência na nossa freguesia roubos – furtos seria simpático demais para este acto – de ferramentas e utensílios de apoio à agricultura familiar, chegando a atingir o ridículo de roubar também “os sonhos”, sementes seleccionadas. Agora, como estamos na época das colheitas, também se torna comum o roubo de fruta e vegetais das nossas hortas. Alguns proprietários colocam, até, mensagens aos “amigos do alheio”… Adelino Rito

Festas apenas com Missa Como é sabido, continuam suspensas todas as actividades que provoquem ajuntamentos de pessoas, bem como procissões, festas, convívios e outras iniciativas onde não seja possível garantir o estrito cumprimento das normas de segurança definidas pelas autoridades de saúde, nomeadamente, o distanciamento. Na paróquia da Batalha, como em todas as outras, foram canceladas as festas de Verão, tendo sido decidido não se realizar qualquer evento além da Missa dominical normal das comunidades. Assim, a festa do Senhor dos Aflitos, agendada para o primeiro fim-de-semana de Agosto, foi assinalada apenas com a presença na Missa do domingo dos festeiros que a fariam, os nascidos em 1980. Entretanto, no final de Agosto, a paróquia decidiu permitir o alargamento da celebração à possibilidade de Missa campal, desde que cumpridas as referidas normas, e a realização de uma procissão sem pessoas, com a imagem da Padroeira pelas ruas do lugar. Foi o que fizeram em

Isabel Costa

Roubos na horta…

Celebração campal em São Bento

P. Armindo, pároco da Batalha, presidiu

riantes em cada ano, assumiu-se que continuam em funções as comissões constituídas, pois tinham já feito muito da sua preparação. Segundo as comissões as igrejas da Golpilheira e de São Bento, “assim que

São Bento, no último domingo daquele mês, os festeiros de Nossa Senhora da Esperança, os nascidos em 1970 e em 2000. Embora a organização destas duas festas seja assumida por grupos etários aniversa-

Isabel Costa

8•

Festeiros

Golpilheirenses de motorizada

Aventura na Nacional 2 arranjar um problema numa das motorizadas a troco de um café e um bagaço; o clube motar de Montargil que nos deixou usar o espaço exterior para fazermos o nosso almoço, entre outros momentos. O passaporte que foi criado torna esta viagem ainda mais interessante. Não se consegue ir a todos os pontos, mas há sempre o objectivo de conseguir mais um carimbo. Uma óptima forma de conhecer um pouco mais do nosso país, desde as zonas de serra às

belas praias fluviais, as gentes e a nossa gastronomia. 738 km de aventura a repetir, para pequenos e graúdos! Vanessa Silva

N2 A EN 2, ou N2, ou Estrada Nacional 2 integra

a rede nacional de estradas de Portugal. Actualmente, consiste tem cinco troços separados entre si: Santa Marta de Penaguião – Peso da Régua; Góis – Portela do Vento; Sertã – Abrantes; Ervidel – Aljustrel; Castro Verde – Faro.

Fotos: DR

Na última semana de Agosto, um grupo de golpilheirenses aventurou-se pela nossa Estrada Nacional 2, a “Route 66” portuguesa, que atravessa o nosso país de Chaves a Faro. O objectivo era fazer o percurso de “casaleira”. O “núcleo duro” foram cinco pessoas, mas, durante o trajecto, juntaram-se, por uns dias, mais alguns conterrâneos. Uma aventura cheia de peripécias, companheirismo, amizade, belas paisagens, campismo, dormida numa casa centenária e até “fardamento” personalizado! De salientar a simpatia e hospitalidade das pessoas com as quais nos fomos cruzando nas pequenas localidades: um senhor de um restaurante que ofereceu canecas a todos; uma ajuda a

possamos voltar aos nossos arraiais e à vida normal, serão realizadas reuniões com todos os envolvidos, para decidir a melhor forma de proceder”.


por cá • 9

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

Ervas dominam estradas e passeios

Falta de limpeza na Golpilheira mais atenção. A limpeza e o asseio eram boas práticas, não só na nossa freguesia como em todo o concelho da Batalha, revelando ser mais um excelente cartão de visita.

Este ano tem sido muito descurada. Esperamos e apelamos às autoridades competentes para actuarem. Toda a comunidade agradece. Adelino Rito

Fotos: AR

Este ano, não sabemos se devido ao contexto de pandemia que assola o mundo, vamos ter de falar sobre a limpeza (ou falta dela), quando se aconselha dar-lhe ainda

Ao apelo acima, enviado pelo nosso colaborador Adelino Rito, juntamos um outro, que há muito temos vindo a repetir, mas cujos resultados ainda estão longe do esperado. Tem a ver com o uso correcto dos ecopontos, destinados apenas ao plástico/metal (amarelo), papel/cartão (azul) e vidro (verde). Estão em vários sítios da freguesia, sendo facilmente localizados. Temos, ainda, um ponto de recolha de óleos alimentares usados (no largo da Junta), outro de roupas (junto ao salão da igreja) e outro de pilhas (entregar na Junta). Há ecopontos destinados a outros materiais, como pequenos electrodomésticos e material eléctrico, pneus, entulhos de obras, restos florestais e agrícolas, etc., que poderão ser procurados pela região (ver em www.valorlis.pt). No entanto, é apenas aos materiais devidamente iden-

LMF

Uso dos ecopontos

É impossível alguém considerar que isto é normal...

tificados que estes depósitos se destinam. E tudo deve ser colocado no seu interior e não apenas “encostado” no exterior. Acontece que é frequente vermos todo o tipo de lixo na zona dos ecopontos, incluindo os chamados “monos”. Lembramos que os grandes volumes, como móveis, frigoríficos, fogões, máquinas de lavar, colchões, etc., têm serviço de recolha gratuita. Basta telefonar para o número 244766077 e combinar o dia e o local da recolha, por norma,

junto ao caixote de lixo normal mais próximo da residência. Não basta pedirmos a limpeza aos serviços públicos, pois a maior parte da responsabilidade pelo asseio da nossa terra é dos seus habitantes. Vamos todos ajudar à beleza e salubridade da nossa freguesia, mantendo o espaço limpo junto a nossas casas, tratando devidamente os lixos e reciclados e… ajudado a esclarecer as pessoas que virmos a proceder incorrectamente. LMF

•ViagenspeloPassado• (Transcrição de artigos publicados sobre a Golpilheira em jornais do passado)

O Topónimo Golpilheira Em boa verdade, era o autor de Topónimos e Gentílicos que deveria dizer a primeira palavra, já que os seus conhecimentos de toponímia o colocam em posição de vantagem para responder cabalmente à chamada do Director de «O Mensageiro». Xavier Fernandes que nos perdoe, se indevidamente nos antecipamos… É que não queremos que a nossa falta de colaboração, ultimamente verificada por motivos de força maior, se avolume, com mais este silêncio. Tem razão o Sr. P.e Lacerda, quanto à relação existente entre o latim vulpecula, raposinha (de vulpes, raposa) e o topónimo Golpilheira, do concelho da Batalha. Uma hipotética proveniência de Collipolaris, como pretende o seu opositor, não resiste à mais ligeira crítica, pois não se vê que de tal étimo pudesse ter resultado Golpilhar, quanto mais Golpilheira. Não temos notícia da palavra Collipolaris; conhecemos, sim, um adjectivo Collippomensis, derivado da palavra Collippo, nome de uma antiga cidade situada na região de S. Sebastião do Freixo. Um tal étimo, mesmo que existisse, nunca poderia dar Golpilhar, pela razão fonética que obriga a pronunciar Collippo, com i longo, donde Colipo e não Cólipo. Só de Colipo, com i breve, poderia advir Collipolaris, também com i breve, o tal étimo imaginário… Posta de parte esta condenada origem, sigamos agora pelo caminho de uma boa explicação fonética. Golpilheira, como Golpilhares, Raposeira, Zorral, Lobeira, etc., pertence ao número dos topónimos provindos da fauna, algum dia existente de norte a sul do País, já que é possível encontrá-los nos distritos de Viana, Braga, Porto, Vila Real, Aveiro, Viseu, Castelo Branco, Coimbra, Portalegre, Leiria, Santarém, Lisboa, Beja e Faro. Golpilheira proveio sem dúvida do latim vulpecula, raposinha, possivelmente através da forma derivada vulpecularia (cf. Maceira, de Maçanaria), o que leva a crer que, no local assim designado, existisse abundância de raposas. Esclarece o Dr. José Joaquim Nunes no seu Compêndio de Gramática Histórica da Língua Portuguesa (p. 94, da 3.ª edição) que «a maneira como os germanos pronunciavam o seu w inicial, isto é, como g, parece ter influído, e em época bastante antiga, na transformação que se operou no v – das palavras : goraz (arc.) golpelha e gastar, de vorace, vulpec(u)la e vastare». O grupo cl intervocálico reduziu-se normalmente a lh (ef. apic(u)la, abelha). Em Portugal, a raposa, que é conhecida também pelo nome de zorra, aparece, na época arcaica, frequentemente designada por golpelha, do latim vulpecula, forma que sobrevive ainda hoje nos Distritos do Porto, Vila Real, Coimbra e Leiria, nos topónimos Golpilhal, Golpilhares, Golpilharinhos e Golpilheira. Sem termos a pretensão de haver esgotado a matéria toponímica respeitante a vulpecula, cremos que fica suficientemente demonstrado que Golpilheira nada tem que ver com Collipolaris, mas sim com a forma arcaica Golpelha, raposinha, raposa, recordada no adágio que diz que «o lobo e a golpelha fizeram uma conselha». Alcuino [historiador Dr. Luciano Justo Ramos, de Mira de Aire] Em O Mensageiro de 04-08-1966


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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

reportagem

Cerimónias Oficiais do Dia do Município

Este ano, em resultado da pandemia que atravessamos, as famosas festas de Agosto na Batalha foram uma sombra da grandiosidade que costumam ter. Ainda assim, com muitas adaptações para cumprimento das normas de segurança e prevenção, a Câmara Municipal decidiu “manter todo o simbolismo da efeméride”, com dois espectáculos de lotação muito limitada, algumas iniciativas pontuais e uma sessão solene em que o tema central foi a descentralização e articulação entre as administrações central e local. Assim, no dia 14, feriado municipal, ao final da tarde, fez-se a habitual deposição de uma coroa de flores no túmulo de D. João I e D. Filipa de Lencastre, na Capela do Fundador do Mosteiro da Batalha, seguindo-se a referida

sessão solene. O presidente da Assembleia Municipal, Júlio Órfão, abriu a sessão com a referência à importância desta data e da sua celebração, apesar das contingências presentes. Também o presidente da Câmara, Paulo Santos, referiu os tempos difíceis e o esforço que tem sido feito para evitar a propagação da doença no Concelho, cujo sucesso atribuiu e agradeceu a todas as pessoas e instituições que têm estado alinhadas na prevenção. Quanto a isso, defendeu a necessidade de acompanhar a recuperação económica e social, “dando prioridade às pessoas e empresas no investimento municipal”. O tema central da sessão foi a solidariedade e descentralização de competências entre os poderes central e local, contando com a presen-

LMF

Festas da Batalha em formato reduzido

Momento da intervenção de Ângela Coelho

ça do secretário de Estado da Descentralização e da Administração Local, Jorge Botelho. O presidente batalhense defendeu que a autarquia está preparada para assumir

com mais eficácia a gestão de áreas como a educação, a acção social e a saúde. O secretário de Estado apontou a Batalha como exemplo disso mesmo nas pastas que já aceitou,

nomeadamente a educação, e apontou este caminho para “uma democracia cada vez mais participada”. LMF

Medalhas para a saúde As medalhas habitualmente atribuídas no Dia do Município serviram este ano para destacar os serviços de saúde e apoio social, entre os que estão na linha da frente do combate à pandemia, sendo entregues ao Delegado de Saúde da Batalha, Vítor Sousa, e a representantes do Centro Hospitalar de Nossa Senhora da Conceição, a médica e religiosa Ângela de Fátima Coelho, do Centro Paroquial de Assistência do Reguengo do Fetal, Carla Neto, e do Centro Social e Cultural da

Paróquia de São Mamede, Maria Delfina Inácio. Em nome de todos, Ângela de Fátima Coelho, proferiu as palavras que passamos a transcrever: “A máscara que trazemos colocada é o sinal daquilo que aqui nos tem. Uma ameaça invisível, mas real, pôs em causa os nossos paradigmas de comportamento social, de modelos económicos, porque ameaçou seriamente a saúde de todos os cidadãos, independente da idade. Fazer parte da equipa da

Santa Casa da Misericórdia da Batalha, concretamente da Unidade de Cuidados Continuados, nesta fase da nossa história, foi um privilégio e uma fonte de experiência e de inspiração. Fazer parte e cooperar na liderança desta vasta e multidisciplinar equipa de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos de acção social, auxiliadores de acção médica, fisioterapeutas, psicólogo, animador social) foi uma honra. Humildemente aceitamos o reconhecimento da Câmara Municipal da Batalha. E dedico

a toda a equipa este momento, uma vez que sou apenas o rosto e a voz de todos aqueles que, no silêncio e no trabalho escondido, se dedicaram ao cuidado dos utentes a quem servimos! Asseguramos à população deste município, pleno de humanidade e de história, o nosso empenho total na prevenção desta pandemia e o tratamento e cuidado de todos os que necessitarem. Porém, temos de ter consciência de um facto, e que nos é recordado por este maravilho Mosteiro da Batalha. O local

Inauguração de autocarro e mural sobre a Batalha Real que se trata de uma “representação pictórica de algumas figuras relevantes da Batalha de Aljubarrota, como forma de homenagem à Comunidade Concelhia da Batalha”. Isso mesmo fica plasmado na placa descerrada nesse local, com o título “Recordar a Batalha de Aljubarrota”, o resumo da obra. LMF

No dia 14, após a sessão solene, procedeu-se à inauguração do novo autocarro escolar e, depois, de um mural que foi executado no túnel pedonal que faz passagem do parque de estacionamento junto à rotunda de acesso ao IC2 para a Quinta do Sobrado. O autor, Bruno Gaspar, explicou

O autor e a sua obra

em que nos encontramos é o sinal visível de lutas antigas e de vitórias que marcaram o destino da nossa nação. Foi com o esforço de tantos que, não apenas a Batalha de Aljubarrota se venceu, mas também que se construiu este memorial dessa vitória de tão difícil hora da nossa história. Será também com a colaboração de todos, cada um com aquilo que lhe é possível fazer (nomeadamente o cumprimento das regras que vão sendo emanadas pela DGS), que esta nova luta se vencerá”.


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Diogo Piçarra

LMF

LMF

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

Enólogo apresenta o novo vinho

Dois concertos

LMF

No âmbito destas festas, foram realizados dois concertos, em versão “intimista” e reservada, com projecção em directo para um público mais alargado na Praça do Condestável e, também em directo, na página de facebook do Município. No dia

Vinho “Batalha Real” 14, foi Diogo Piçarra o convidado a actual nas Capelas Imperfeitas e, no dia 15, foi a fadista Gisela João a encantar no Claustro Real do Mosteiro. Segundo nota da autarquia, foram cerca de 100.000 as visualizações registadas destes dois eventos.

No dia 15 de Agosto, foi apresentado nos claustros do Mosteiro um novo vinho da Adega Cooperativa da Batalha, com a designação “Batalha Real” – Encostas d’Aire DOC. O director do Mosteiro, Joaquim Ruivo, fez as honras da casa, frisando o interesse do monumento em associar-se a estas promoções da cultura e da gastronomia locais, às quais historicamente sempre esteve ligado e que na actualidade cimentam a riqueza da oferta turística e do desenvolvimento local. No final, também o presidente do Município, Paulo Santos, sublinhou a importância da aposta em produtos concelhios de qualidade para a oferta à população e ao turismo e, em especial, na área da vinicultura e da restauração. Elogiou o trabalha da Cooperativa da Batalha neste sector, que tem tido resultado elogiados até a nível nacional. Pelo meio, o presidente da direcção da Adega, recentemente renovada, apresentou a nova marca como continuidade da aposta na chancela “sabores com história”, que visa precisamente essa ligação aos valores culturais legados ao longo de séculos. Neste caso o nome surge, claramente, em alusão

Nova edição serviu de guia à visita

Livro de fotografia do Mosteiro No dia 16 de Agosto, foi apresentado no Posto de Turismo da Batalha o livro “Fotografar o Tempo: Da Casa Alvão à Atualidade”, uma obra produzida por Júlio Órfão, ex-director do Mosteiro. Trata-se da publicação de algumas fotografias daquele conceituado estúdio fotográfico, feitas nos anos 30 do século passado, colocadas lado a lado com registos fotográficos actuais. Permite-se, assim, “verificar e tentar perceber algumas das mudanças ocorridas com o tempo e até perscrutar as suas razões”, referiu o autor na apresentação, defendendo que “algumas das opções podem ser criticadas, outras terão de ser entendidas à luz das opções técnicas e estilísticas da época”. Referia-se, em especial, às obras realizadas na última metade do século XX, visando “a limpeza da zona em redor do monumento, em nome da sua limpeza estilística”. Mas foram

sobretudo as “reutilizações para fins diferentes do religioso original” que se vierem a revelar mais “nefastas”. Ainda assim, “não se perdeu o segredo do seu encanto”, pelo que “continua a ser, na actualidade, o principal dinamizador do turismo local e nacional, desempenhando pela sua exclusividade, capacidade de atracção e diversidade artística um papel de alavancagem no desenvolvimento turístico do concelho”, lê-se na introdução da obra. A sessão foi presidida por Paulo Santos, presidente da Câmara da Batalha, editora do livro, e terminou com uma visita guiada ao Mosteiro pelas cerca de duas dezenas de pessoas presentes, conduzida por Júlio Órfão, que partilhou alguns dos pormenores nem sempre evidentes mesmo a quem pensa que já conhece bem o monumento.

à Batalha Real de 1385, celebrada com grandiosidade no Mosteiro. O enólogo António Ventura, por sua vez, falou das características deste novo vinho tinto, produzido a partir das castas Baga, Castelão, Aragonez e Syrah, provenientes das encostas que circundam a vila da Batalha. Vinificado em pequenas cubas e amadurecido em cascos de carvalho português, tem “cor rubi intenso, aromas complexos com nuances de frutos secos, cânfora e menta, alguma presença subtil da madeira de estágio e com uma boca fresca de notável acidez e taninos sedosos, que proporcionam um final longo, agradável e persistente”. Com 14 graus, é especialmente aconselhado para acompanhar pratos de carne vermelha e caça. O enólogo, que trabalha com a Adega da Batalha há cerca de três décadas, lembrou que “esta é uma das regiões com mais história nos vinhos” e que “é preocupante a diminuição e envelhecimento dos produtores locais”, defendendo o apoio à sua manutenção e renovação, até pelo “papel que a economia agrária poderá representar no futuro da região”.

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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

sociedade

Centro Recreativo da Golpilheira

Convocatória

Assembleia Geral Ordinária

Fernando Bastos cessa funções

Mudança no comando dos Bombeiros

MCR

No dia 24 de Outubro de 2020, pelas 21h00, reúne-se a Assembleia Geral Ordinária, pelo que convoco todos os sócios a assistirem à reunião com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Relatório da Direcção, Contas do Exercício de 2019 e Parecer do Conselho Fiscal; 2. Autorização para reforço de financiamento; 3. Outros assuntos de interesse para a Colectividade. Nos termos dos estatutos, não comparecendo a maioria dos associados à hora marcada, será a reunião efectuada às 22h00 do mesmo dia, com qualquer número de sócios, não podendo os restantes discordar daquilo que foi deliberado. Dada a importância da reunião, agradecemos a comparência de todos. Presidente da Mesa, Carlos Agostinho Monteiro

No passado dia 30 de Setembro, Fernando Bastos cessou funções como Comandante dos Bombeiros Voluntários da Batalha, passando para o quadro de honra da corporação. A direcção da Associação publicou a informação de que estas funções foram assumidas interinamente pelo 2.º comandante, Hugo Borges, e “agradece publicamente ao comandante Fernando Bastos todo o trabalho desenvolvido voluntariamente neste Corpo de Bombeiros, designadamente nos aspectos de formação, organização e coordenação”, frisando que “este trabalho foi também reconhecido publicamente através de louvor da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil”. A referida nota de louvor, assinada pelo Comandante Nacional de Emergência e Protecção Civil, brigadeiro-general Duarte da Costa, refere a “forma dedicada, zelo e elevada competência” como Fernando Bastos “durante trinta e cinco anos, prestou serviço nos Bombeiros da Batalha, Bombeiros de Portugal e na colaboração com o Sistema de Protecção Civil” e, sobretudo, os “mais de treze anos em que desempenhou funções no Quadro de Comando dos Bombeiros da Batalha”, em que “pautou sempre a sua conduta por um distinto relacionamento pessoal e uma elevada demonstração de capacidades humanas e técnicas, nomeadamente na área

da formação, que em muito contribuíram para o desenvolvimento dos Bombeiros da Batalha e do distrito de Leiria”. O voto de louvor assinala, ainda, que “o seu espírito de missão, a capacidade de trabalho, a discrição e o rigor, permitiram ao comandante Fernando Bastos alcançar junto dos seus pares um elevado reconhecimento, pelo especial sentido de missão que sempre colocou em todos os actos de serviço, sendo reconhecido ainda por todos as raras qualidades de competência e entrega ao serviço público”. Também a “lealdade demonstrada, as acções desenvolvidas e as qualidades reveladas, confirmam o comandante Fernando Bastos como um excelente colaborador do Sistema de Protecção Civil, em particular no relacionamento com a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, sendo assim merecedor de que os seus serviços sejam considerados distintos e de muito mérito, deles resultando publicamente um exemplo a seguir por todos os envolvidos na actividade de protecção e socorro”.

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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

Descentralização de competências

O executivo batalhense decidiu por unanimidade receber em 2021 as novas competências que o Governo está a descentralizar para os municípios no domínio da acção social, nomeadamente, a celebração e acompanhamento dos contratos de inserção dos beneficiários do rendimento social de inserção, a coordenação dos contratos locais de desenvolvimento e o assegurar dos serviços de atendimento e de acompanhamento social. O diploma, que prevê re-

forço de meios financeiros, transfere ainda para a autarquia tarefas como o desenvolvimento de programas de promoção de conforto habitacional para pessoas idosas, a atribuição de prestações pecuniárias de carácter eventual em situações de carência económica e de elevado risco social e ainda a implementação da componente de apoio à família para crianças que frequentam o ensino pré-escolar da rede pública, bem como a elaboração e divulgação das

cartas sociais municipais. No entender do edil da Batalha, Paulo Batista Santos, “desde o início processo de descentralização em 2014 que optamos por alinhar as três áreas essenciais para a nossa comunidade – educação, saúde e acção social –, como domínios de maior intervenção municipal; sabemos que teremos mais trabalho e que será muito exigente, mas temos a firme convicção que servimos melhor a população da Batalha”.

AS

Câmara assume acção social

Leirifiltros abre na Golpilheira Foi no dia 1 de Julho que a Leirifiltros abriu actividade de comercialização de filtros para diferentes áreas de negócio, lubrificantes, baterias e ferramentas para todo o tipo de veículos. Com sede no Vale Gracioso, Golpilheira, a empresa distribui, em toda a zona centro e sul de Portugal, marcas de grande qualidade, tais como “Donaldson” e “Mann Filter”. A conjuntura e os desafios do mercado levaram a empresa, gerida por Cândido Silva, a mudar de nome e de imagem, passando a designar-se de Leirifiltros. Cândido Silva foi sócio de uma outra empresa da área e deu assim continuidade à sua actividade, que conta com uma experiência de mais de 24 anos. A Leirifiltros emprega 7 colaboradores, que possuem uma experiência de mais de 30 anos na área. Ângela Susano

Covid-19: Detecção e prevenção

Testes à população A Câmara da Batalha retomou a meados de Setembro a oferta à população de testes serológicos de diagnóstico à covid-19, com prioridade ao pessoal docente e não docente do 1.º, 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário. De acordo com a autarquia, a iniciativa insere-se no âmbito das medidas preventivas do município e realiza-se em colaboração com um conhecido laboratório nacional especializado em testes serológicos. Em comunicado, a autarquia adianta que a acção é desenvolvida “em forte colaboração com a autoridade de saúde local e com a direcção do Agrupamento de Escolas, que são parceiros fundamentais, promovendo a confiança no regresso às aulas”. Esta medida

soma-se às “que constam dos respectivos planos de funcionamento e de contingência das escolas”. O presidente, Paulo Batista Santos, citado naquela nota, frisa que as medidas “são um contributo para a tranquilidade no arranque e funcionamento do ano lectivo 2020/21, mas também um contributo para o cumprimento das normas da DGS e o meio mais apropriado para se garantir o combate eficaz à covid-19”.

Testes rápidos

Em complemento a esta testagem, o Município fez também um acordo com a Cruz Vermelha Portuguesa para a realização de mil testes rápidos à covid-19, pelo método de detecção de antigénio

e orientados para as escolas e IPSS do Concelho. “Estes testes são cruciais nesta fase da pandemia, uma vez que permitem uma resposta rápida em surtos epidémicos em creches, escolas e lares através de rastreio e identificação precoce de possíveis casos positivos, por forma a tomar decisões rápidas de triagem para a segregação de clusters”, justifica o presidente. Estes testes, com resultados obtidos em 15 a 30 minutos, são recomendados por várias autoridades de saúde, tendo em conta as vantagens da “baixa complexidade de execução” e da rápida resposta que permite dar no caso de um início de surto. Ângela Susano/LMF

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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

sociedade

Recinto inclusivo para crianças

Na Torre, Reguengo do Fetal

Um baloiço com vista sobre a região

O baloiço da Barrosinha encontra-se a 320 metros de altitude, na Torre, freguesia de Reguengo do Fetal, e foi feito por Joaquim Menezes. Para chegar ao espaço onde pode baloiçar, reconectar-se com a infância, aproveitar o pôr do sol e ainda tirar fotos incríveis, deve seguir pela estrada de Fátima e, logo depois do túnel por debaixo do IC9, tomar a estrada à direita. Aconselha-se deixar o carro na povoação e fazer o trilho pedestre até lá! Ângela Susano PUB

Um renovado parque infantil, instalado no Jardim do Lena, na Batalha, já recebeu o nome de “Parque da Luisinha”, em homenagem a uma criança local muito acarinhada, portadora de doença rara (Síndrome de Cockayne) e recentemente falecida. Este projecto surgiu de uma sugestão da “Casa do Mimo”, um Centro Lúdico e Ocupacional para Crianças e Jovens com Necessidades Especiais da Batalha, e representa um investimento de 65 mil euros, na concretização da transformação de um equipamento antigo e degradado num espaço novo, inclusivo e acessível às centenas de crianças e famílias que procuram os jardins da Batalha para lazer. Para o Presidente da Câmara, Paulo Batista Santos, “trata-se de um parque infantil que está de acordo com as novas e exigentes regras de segurança e é um parque inclusivo, isto é, apto para o acesso e fruição

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Novo “Parque da Luisinha”

Equipamentos para uso em cadeira de rodas

por parte de crianças com mobilidade reduzida ou com necessidades especiais”. Além disso, acrescenta o autarca, “vai ter novos equipamentos muito divertidos e que estimulam o desenvolvimento de competências físico-motoras das crianças, além de, claro, lhes proporcionar muitos motivos para a brincadeira”. Os novos equipamentos inclusivos instalados são um baloiço metálico adaptado a cadeira de rodas, com a função lúdica de divertir e balançar,

e um “multifunções Popei”, também acessível a utilizadores em cadeiras de rodas, com a função lúdica de divertir, socializar, jogar e escorregar. Os demais equipamentos foram totalmente reabilitados e reforçadas as medidas de segurança na sua utilização. Todo o pavimento sintético foi renovado e composto por uma camada amortecedora de borracha, certificada e com capacidade para amortecer até 1.50 metros de altura de queda.

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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

Município afirma ter “boa situação financeira”

Operação “Censos Sénior 2020”

GNR ao encontro da população idosa

DR

A Assembleia Municipal aprovou por unanimidade manter o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) na taxa mínima de 0,3% e o benefício do IMI familiar – deduções de 20 euros (1 filho), 40 euros (2 filhos) ou 70 euros (+ de 3 filhos) –, bem como fixar um valor reduzido para a Derrama aplicável às empresas e ainda proceder à devolução de parte do IRS às famílias. Mantém-se a isenção de IMI por três anos aos prédios urbanos objecto de reabilitação. As associações locais, os membros dos Bombeiros e as “lojas com história” também continuam a beneficiar da isenção. “Para manter um nível de impostos locais baixos e reforçar os apoios económicos e sociais, tem sido essencial imprimir uma gestão rigorosa dos recursos e assegurar o equilíbrio das contas da Câmara Municipal”, refere o presidente da autarquia, Paulo Batista Santos, no momento em que se conhecem as contas do 1.º semestre do ano de 2020. As demonstrações financeiras dos primeiros seis meses da Câmara Municipal foram objecto de relatório da equipa

DR

Impostos locais no mínimo

de auditores que identificam a “boa situação financeira da autarquia e a melhoria dos indicadores”. Destaca-se a “evolução bastante positiva do indicador de liquidez geral, o qual não é alheio ao aumento dos meios líquidos disponíveis; o indicador de autonomia financeira com valores superiores a 90%; e uma evolução bastante favorável nos meios libertos (aumento superior a 50%)”. Também os activos líquidos registaram um aumento de cerca 618 mil euros (0,9% face a 31/12/2019), “destacando-se claramente o aumento dos meios líquidos disponíveis (caixa de depósitos bancários), cujo valor aumentou cerca de 2,1 milhões de euros”. Relativamente ao passivo, o seu valor diminuiu

em cerca de 407 mil euros. A redução dos financiamentos obtidos (-102 mil euros) e das outras contas a pagar (-293 mil euros) “foram decisivas para a evolução do passivo. De acordo com a informação contabilística a 30 de Junho, a dívida total de operações orçamentais do município, que engloba os empréstimos, os contratos de locação financeira e quaisquer outras formas de endividamento por iniciativa do município junto de instituições financeiras, e ainda todos os restantes débitos de terceiros decorrentes de operações orçamentais, cifra-se no valor de 2.495.950 euros, havendo ainda uma margem de 13,1 milhões de euros relativamente ao limite máximo permitido por lei.

Durante o mês de Outubro, em todo o território nacional, a Guarda Nacional Republicana (GNR) vai realiza mais uma edição da operação “Censos Sénior”, que visa identificar a população idosa que vive sozinha ou isolada. Os militares da GNR irão realizar um conjunto de acções de sensibilização, junto das pessoas idosas em situação vulnerável, privilegiando também os contactos com os que vivem sozinhos e/ou isolados, através de contactos pessoais, para que este público-alvo adopte comportamentos de segurança que permitam reduzir o risco de se tornarem vítimas de crimes, nomeadamente em situações de violência, de burla, furto e ainda para prevenir comportamentos de risco associados ao consumo de álcool, bem como para a adopção de medidas preventivas de propagação da pandemia COVID-19. No decorrer da operação, os militares farão ainda a divulgação dos programas “Apoio 65 – Idosos em Segurança” e “Residência Segura”, que permitem recolher os elementos necessários para a elaboração de um mapa com a localização georreferenciada de todas as residências aderentes ao projecto. Esta identificação geográfica torna mais eficaz as acções de patrulhamento e a vigilância dos militares da GNR, traduzindo-se numa resposta policial mais célere. Na edição de 2019 da operação “Censos Sénior”, a Guarda sinalizou 41.868 idosos que vivem sozinhos e/ ou isolados, ou em situação de vulnerabilidade, em razão da sua condição física, psicológica, ou outra que possa colocar a sua segurança em causa. As situações de maior vulnerabilidade foram reportadas às entidades competentes, sobretudo de apoio social, no sentido de fazer o seu acompanhamento futuro. No contexto actual de pandemia COVID-19 e em complemento de todas as acções que vêm sendo desencadeadas por todo o seu dispositivo, a Guarda tem estado particularmente atenta à evolução de determinados fenómenos criminais, visando sobretudo proteger os mais vulneráveis.

7 km de São Mamede a Fátima em bicicleta Os municípios da Batalha e de Ourém, com o intuito de promoverem junto das populações práticas de mobilidade activa ciclável com vantagens inequívocas para a saúde, para a economia e para o ambiente, procederam à submissão de uma candidatura conjunta no âmbito do “Portugal Ciclável 2030” que visa a construção de uma ciclovia intermunicipal com cerca de 7 quilómetros de extensão, interligando as localidades de São Mamede e de Fátima, num investimento conjunto superior a meio milhão de euros. Em nota do Município da Batalha lê-se que está “fortemente empenhado quanto à concretização de projectos no domínio da mobilidade para todos e da sustentabi-

DR

Ciclovia candidata a financiamento

lidade ambiental”, pelo que “vai implementar, ainda em 2020, diversos projectos, com destaque para a construção de um novo interface multimodal traduzido pela construção de uma paragem de autocarros, um sistema de partilha de bicicletas e a instalação de diversos pontos de recarga de

veículos eléctricos”, bem com estender e melhorar a actual rede de ciclovias e vias pedonais. “As gerações vindouras não nos perdoarão se não adoptarmos e promovermos uma profunda mudança nos processos de mobilidade das populações”, considera o presidente, Paulo Santos.

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sociedade

Exploratório - Centro Ciência Viva de Coimbra

Orçamento de Estado para 2021

Imprensa regional sem quaisquer novos apoios É com profundo desagrado que a AIC – Associação de Imprensa de Inspiração Cristã constata que a proposta do Orçamento de Estado para 2021, apresentada pelo Governo na Assembleia da República, não reflecte nenhuma melhoria para a imprensa regional, sector extremamente importante para o fortalecimento democrático e da coesão do país. Apesar das nossas propostas terem sido, em devido tempo, apresentadas ao Governo, na pessoa do Sr. Secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, infelizmente nenhuma foi acolhida, pelo que o OE para a imprensa regional é igual ao documento em vigor para este ano, não reflectindo a gravíssima crise causada pela epidemia e que atingiu fortemente este sector da comunicação social. A AIC apresentou ao Governo apenas três medidas urgentes para integrarem o OE: que as assinaturas de jornais e revistas possam ser contempladas com uma majoração em sede de IRS, de forma a beneficiar directamente os leitores e, indirectamente, os títulos; outra proposta, em sede de IRC, passa

apoio/divulgação

por uma majoração às empresas que façam publicidade na imprensa regional, de forma a incentivar a economia regional; finalmente, que neste período pandémico pudesse ser aumentada a taxa de comparticipação estatal na distribuição postal dos jornais e revistas. Infelizmente, nenhuma das propostas foi contemplada pelo Ministério da Cultura, ao contrário de outros sectores debaixo da mesma tutela que viram, felizmente, aumentar os apoios estatais, pelo que o nosso grau de preocupação é agora muito maior dada a magnitude dos problemas que afligem a comunicação social. Daí que este OE, para a imprensa regional, não protege as pessoas e não apoia nem a economia, nem o emprego, pelo que a AIC vai agora procurar junto dos partidos com assento parlamentar, cuja discussão vai iniciar-se na Assembleia da República, explicar as consequências nefastas que a ausência de alterações das políticas públicas, traduzidas neste documento, irá trazer para a imprensa regional em 2021.

Paulo Ribeiro Presidente da AIC

Ciência todo o ano e para todos O Exploratório – Centro Ciência Viva de Coimbra deu início este mês a uma nova temporada na sua programação, apresentando novas propostas que dão continuidade a alguns projectos e retomam actividades emblemáticas. Sob o lema “Ciência todo o Ano” e de portas abertas todos os dias da semana, num horário das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00, o Exploratório apresenta novidades: antes ou depois da escola, actividades de exploração de ciência para crianças e adolescentes dos 10 aos 14 anos, em manhãs ou tardes durante a semana. Cumprindo todas as medidas de segurança decretadas pela Direcção-Geral da Saúde, os responsáveis pela direcção do Exploratório têm como grande objectivo manter e alargar uma relação cada vez mais próxima com todo o seu público. Entre as várias propostas, o novo espaço “Family Lab” oferece a exploração de ciência nas suas diversas vertentes e por um público alargado, bem como a exposição “Bichos de Pata Articulada”, a “Pedalada de Ciência”, o “Sair da Casca” e as galerias “Science Photo Gallery” e “MicroScience Photo

Gallery”. No que respeita às actividades programadas e com agendamento, sugerem-se, ainda, as sessões “Hemispherium”, com cinema a 360 graus (sábados, domingos e feriados, às 17h00) e manhãs infantis (em fins de semana alternados, às 11h00), as sessões “Explorastórias” (dois domingos por mês, às 11h00), o espectáculo “Ora Bolas! Ciência” (primeiro sábado do mês, às 17h00), a “Hora K’Nex” (sábados, às 16h00) e as actividades “O que comem os nossos bichos?” (domingos, às 16h00) e “Pais não venham cedo” (último sábado de cada mês, das 20h30 às 23h30). Nesta nova temporada de programação, prosseguem ainda as duas sessões de conversas do Exploratório: “Pontos nos iii - Science Beer Talks”, na primeira quarta-feira do mês, às 18h30, com investigadores do Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra, e “Conversar é o Melhor Remédio - Médicos na Exposição”, no terceiro sábado do mês, às 18h00, em parceria com o Centro Cirúrgico de Coimbra.

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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

Nasceu um novo movimento em Portugal

Todos contra o desperdício alimentar O desperdício alimentar é uma realidade com valores tão elevados que surpreendem e chocam qualquer pessoa: todos os anos um terço da produção alimentar é desperdiçada no mundo, segundo os dados da Organização das Nações Unidas Para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Para contrariar este problema mundial, com impactos a vários níveis, nasceu a 29 de Setembro, o “Unidos Contra o Desperdício”, um movimento cívico e nacional, congregador e agregador, que une a sociedade num combate activo e positivo ao desperdício alimentar, reforçando a importância de cada um de nós nesta luta. O Movimento “Unidos Contra o Desperdício” conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República e nasce na mesma data em que é celebrado, pela primeira vez a nível mundial, o Dia Internacional da Consciencialização Sobre Perdas e Desperdício Alimentar, designado pelas Nações Unidas no dia 29 de Setembro. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, já manifestou o seu apoio institucional ao “Unidos Contra o Desperdício” e enviou uma mensagem de apelo à adesão ao Movimento a todos os portugueses. Com o objectivo de facilitar o aproveitamento de excedentes, tornando habitual a luta contra o desperdício alimentar, incentivar e facilitar a doação das sobras, bem como promover um consumo responsável, o Movimentos foi fundado por várias entidades, congregadas pela Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, tendo assim várias vozes e diferentes tons, unin-

do e congregando empresas, instituições, o público e o privado e as várias gerações em torno do objectivo único de lutar contra o desperdício alimentar. Integram o Movimento como membros fundadores: a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), a Associação Portuguesa de Logística (APLOG), a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (CNCDA), a Dariacordar/Zero Desperdício, a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares (FPBA), Lisboa Capital Europeia Verde e a Refood. A realidade do desperdício é um contra-senso do ponto de vista económico, ambiental e social e tem merecido a atenção de muitos agentes de vários sectores que agora se reúnem para de forma activa chamar a atenção para uma questão que só poderá ser minorada com a vontade de todos. Para Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, uma das entidades fundadoras, “esta pode vir a ser uma das principais lutas mundiais, a

par de outras estruturantes como a fome ou a preservação do ambiente, até porque o desperdício alimentar acaba por convergir em ambas. No caso da destruição de comida que está em bom estado e pode ser consumida, trata-se até de uma injustiça, quando há pessoas que dela carecem para viver. O alimento é um bem de consumo diferente de todos os outros precisamente porque é essencial para a vida”. Por isso, considera que “esta é uma boa oportunidade de se procurar apresentar a realidade dos números e sensibilizar de forma construtiva, através de instrumentos e informação, para que todos se unam neste Movimento e possam aceder a ideias e sugestões para contrariar o desperdício alimentar”. O desperdício alimentar é uma realidade chocante, com impactos a vários níveis (ambiental, económico e social) e a estratégia delineada para a Economia Circular pela União Europeia, inclui este objectivo numa perspectiva integrada. Um terço da comida que se produz está condenada ao desperdício e 17% da comida é deitada fora ainda antes de chegar aos consumidores. O desperdício de alimentos é responsável pela emissão de gases de efeito de estufa equivalente à rede global dos transportes terrestres, contribuindo para o aquecimento global. Se este

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desperdício fosse aproveitado, seria suficiente para alimentar dois mil milhões de pessoas. Daria para dar de comer duas vezes a todos aqueles e aquelas que passam fome em todo o mundo. Na Europa, cerca de 88 milhões de toneladas de alimentos são desaproveitados anualmente, com um custo estimado de 143 mil milhões de euros. Em Portugal, embora não existam dados oficiais, estima-se que 1 milhão de toneladas de alimentos são deitados para o lixo, que dariam para alimentar as 360 mil pessoas com carências alimentares no nosso país, o que levou aliás à publicação

de um conjunto de medidas no âmbito da Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar. Para sensibilizar a comunidade, as várias entidades que se associaram na fundação do Movimento propõem-se reunir e dar visibilidade às boas práticas já existentes através de uma plataforma online, convidar à adesão do público em geral que se queira comprometer neste desafio, disseminar a mensagem aos mais jovens e solicitar contributos e ideias para diminuir o desperdício de alimentos. Ver tudo em: unidoscontraodesperdicio.pt.

Como reduzir o desperdício em casa: 1. Planear as refeições e elaborar uma lista de compras antes de ir ao supermercado; 2. Colocar as datas mais próximas à vista no frigorifico 3. Consultar o prazo de validade de todos os produtos, escolhendo os de prazo mais alargado 4. Começar por utilizar os hortícolas e as frutas mais maduras e só depois as mais verdes; 5. Utilizar a fruta amolecida para preparar batidos de fruta ou fruta cozida/assada; 6. Procurar receitas de reaproveitamento alimentar; 7. Reaproveitar as sobras de batatas do dia anterior para fazer a base de uma sopa ou um puré de batata; 8. Utilizar as sobras de peixe ou carne, para preparar uma salada ou um empadão; 9. Aproveitar sobras de hortícolas para confeccionar uma sopa ou um esparregado – o que resultaria em desperdício alimentar, torna-se num delicioso manjar; 10. Com o pão do dia anterior irei fazer torradas para o pequeno-almoço ou lanche; 11. Aproveitar a água da cozedura dos legumes para sopas e/ ou cozidos; 12. Não deitar fora as cascas de determinados hortícolas ou frutas (cebola, limão ou laranja), aproveitando-as para fazer chá ou compotas; 13. Cozinhar apenas as quantidades necessárias para o número de pessoas que irão consumir a refeição; 14. Congelar os alimentos confeccionados que sobrarem ou colocá-los no frigorífico em recipientes apropriados 15. Partilhar as sobras, sempre que possível com amigos, vizinhos, familiares.

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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

ambiente

Petição: assine e divulgue

Contra os crimes ambientais das suiniculturas na região Já vão longe os tempos áureos em que as populações locais da bacia hidrográfica do Rio Lis faziam uso das águas para se banharem, ou mesmo para consumo próprio. Na Ribeira dos Milagres, por exemplo, as histórias de crianças que brincavam e nadavam nestes rios já remontam há mais de trinta anos. Neste novo milénio, o panorama mudou, substancialmente. A água tornou-se castanha escura, baça, com espuma branca. As populações locais deparam-se diariamente com um cheiro nauseabundo a fezes, que se intensifica com o tempo mais quente. Já não existe vida aquática, e os terrenos enlameados configuram o panorama paisagístico desta região. Em entrevista na Agroportal (14-09-2019) a Comissão do Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres estima que, actualmente, todos os dias são produzidos mais de 2.500 metros cúbicos de efluentes. E porquê? Porque, presentemente, só na região de Leiria, cerca das 400 explorações suinícolas, algumas delas sob a tutela dos mesmos proprietários, libertam os dejectos dos milhares

animais suínos para os rios. Em 2018 foram registadas na GNR de Leiria sete denúncias, das quais somente três foram confirmadas como descargas. Em 2019 apenas foram comprovados quatro crimes de poluição. Muitas destas suiniculturas fazem as descargas nas proximidades das explorações (usualmente aos domingos); ou, recorrendo a camiões, despejam os dejectos em zonas mais afastadas. Quando reportados, todos os crimes ambientais são remetidos ao Ministério Público de Leiria cujas acções não inibem os produtores de realizarem mais descargas. Nem todas as suiniculturas são prevaricadoras, mas há muitas que o são e que continuam a passar impunes. Com um investimento total de 21 milhões de euros, 9.1 milhões dos quais oriundos de fundos nacionais e comunitários, foram tomadas medidas para a construção de uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETES). Actualmente é o Governo, através da AdP Energias (Águas de Portugal), que faz a gestão pública do tratamento de tantos efluentes. Contudo, muitos produtores

recusam-se a fazer o tratamento residual. Tem também havido um aumento substancial da produção de animais suínos, intensificada com uma maior exportação de carne para a China. Em entrevista ao Observador (14-09-2019), o presidente da Associação de Suinicultores de Leiria, além de desvalorizar o problema, afirmara que o sector “vai continuar a trabalhar para ganhar projecção e pujança na região”. Por outras palavras, com um aumento da produção, há claros indicadores que os problemas ambientais irão agudizar-se. A água é um recurso natural cada vez mais escasso, essencial para o equilíbrio dos ecossistemas, bem como para a sobrevivência da espécie humana e de todas as outras espécies que coabitam o nosso planeta. Com o aquecimento global antropogénico têm-se vindo a acentuar o número de secas, designadamente em Portugal. De relembrar que na seca de 2018 o Governo português lançou uma campanha aos consumidores para racionarem o consumo de água. Contudo, de acordo com o Plano Nacional da Água, são os sectores da agricul-

tura e pecuária que consomem 74,7% da água em Portugal Continental, o equivalente a 3.389 hectómetros cúbicos por ano (hm 3/ano). Nesse mesmo ano o Governo fez, e continua a fazer, vista grossa à indústria que mais usa e abusa dos recursos hídricos: o sector agro-pecuário, designadamente as suiniculturas. Simultaneamente, grande parte dos produtores prevaricadores continuam impunes. O Estado português tem vindo a financiar este sector privado cujo modelo intensivo de produção é nefasto para o ambiente, insustentável e promotor do aquecimento global. Neste ano corrente (2020) o Governo Português, através do Programa de Desenvolvimento Rural, disponibilizou 3,8 milhões de euros para a pecuária intensiva e 1,2 para a pecuária extensiva. Pelo ambiente, por uma mais criteriosa gestão de recursos naturais (como a água), e por um futuro sustentável para as futuras gerações é urgente que o Estado aplique medidas corajosas e eficientes: 1. Rigorosas inspecções, pelas autoridades competentes,

sobre como todas as suiniculturas da região de Leiria tratam dos efluentes; 2. Limitar o número de animais suínos por produção; 3. Limitar do número de explorações por produtor (i.e.: evitar monopólios); 4. Punições mais severas, ou mesmo o encerramento, das explorações suinícolas que libertem efluentes para os rios. 5. Porque é um recurso cada vez mais escasso, o uso de água potável deverá ser mais limitado a todo o sector agro-pecuário português. 6. Cortar os subsídios (dinheiro público) para as explorações pecuárias intensivas; 7. Estimular (com fundos estatais) empresas alimentares mais sustentáveis e mais amigas do ambiente: viticulturas, cerealiculturas, fruticulturas, oliviculturas e horticulturas. Proponentes: Rui Pedro Fonseca, Rita Vicente, Filipa Calisto, Catarina Mamede, Sónia Zacarias, Nuno Alvim. A enviar para: Assembleia da República. Assine e divulgue em: https://peticaopublica.com/?pi=PT100917

Campanha nacional

“O Futuro do Planeta não é Reciclável” As concessionárias EGF, grupo líder no tratamento e valorização de resíduos em Portugal, lançaram este mês a maior campanha de sensibilização ambiental alguma vez desenvolvida em Portugal com fundos europeus. Com um investimento de mais de um milhão de euros, o movimento “O Futuro do PUB

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Planeta não é Reciclável” apela à prevenção, reutilização e reciclagem de resíduos urbanos. O filme publicitário conta com a realização de Rúben Alves, autor do aclamado filme “A Gaiola Dourada”. O objectivo da campanha é levar o cidadão à acção e a fazer parte de um movimento colectivo, através da adopção

de comportamentos ambientais adequados na sua gestão diária e ao assumir o seu papel de gestor de recursos, numa cadeia de valor da qual fazem parte a EGF e as suas concessionárias.

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Observação de fauna e flora

Carso estremenho

Protesto contra licenciamentos

Pedreiras históricas de novo em questão A Câmara e a Assembleia Municipal da Batalha aprovaram, no final de Setembro, um voto de protesto pelas autorizações e licenciamentos concedidos pela direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) para a exploração ou pesquisa de recursos geológicos nas áreas de salvaguarda definidas para as pedreiras históricas do Reguengo do Fetal, nomeadamente, das pedreiras “Selada” e “Casal do Gaio”, ambas no lugar da Torre. O documento, enviado ao Governo com o pedido de revogação daquelas decisões, refere que estas “não respeitam os interesses públicos municipais e valores culturais e ambientais que fundamentaram as decisões municipais de protecção do património cultural e ambiental do concelho da Batalha”. Recorde-se que, em Maio

passado, o Município havia aprovado medidas cautelares no âmbito dos trabalhos de alteração ao Plano Diretor Municipal para salvaguardar daquele património natural e histórico, estando aprovada uma candidatura ao Programa Operacional do Centro 2020 para a execução de percursos pedestres como a Rota das Pedreiras Históricas Medievais do Mosteiro da Batalha, inseridas nesta área do maciço calcário estremenho. Esta decisão foi “comunicada oportunamente” às entidades licenciadoras e publicada em Diário da República, determinando que “ficou expressamente interdita a pesquisa, prospecção e exploração de recursos geológicos”, pelo que se consideram “em total desalinhamento” as licenças concedidas pela responsável da Divisão de Pedreiras do Centro da DGEG.

No passado dia 25 de Julho, o Aves da Batalha voltou ao saudável ar do campo, desta vez com uma saída de observação de aves na Mata do Cerejal, nas Alcanadas. Este é, sem dúvida, um local mágico e repleto de natureza dentro de um concelho tão urbanizado, como é o da Batalha. Também o é para os locais, que anualmente organizam aí várias caminhadas, e para todos aqueles que vêm de fora para percorrer os seus trilhos. Com um total de 12 participantes, entre os quais jovens curiosos, o passeio permitiu registar 34 espécies diferentes de aves. Apesar de o sol ter estado tímido, observámos vários chapins, pica-pau-malhado-grande, peto-real, os incríveis andorinhões-pálidos que nunca param de voar, e ainda milhafre-preto e peneireiro-cinzento. Mas a cereja no topo do bolo foi mesmo o aparecimento inesperado de dois juvenis de águia-calçada. A espécie tem sido registada no concelho nos últimos anos, mas sem qualquer registo que confirmasse a sua reprodução no concelho. Foi desta, e ainda por cima numa das saídas organizadas pelo grupo. Os dois jovens, de forma clara, proporcionaram momentos fantásticos e que certamente ficarão na memória de todos. Mais tarde acabou por chegar um dos pais com o pequeno-almoço nas garras. Para além da avifauna, durante a caminhada foi ainda possível observar duas entradas de uma toca de texugos, várias espécies de

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Mata do Cerejal revela riqueza

O grupo em observação e registo

flora autóctones, como por exemplo a gilbardeira (espécie protegida), uma cobra-de-pernas-tridáctila e indícios da presença de raposas. E para o tornar esta mata “encantada” ainda mais bonita e saudável, no âmbito do desafio por nós lançado, recolhemos todo o lixo que fomos encontrando pelo caminho. No final, o grupo conseguiu juntar quase dois sacos de lixo. As aves e todas as

outras espécies ficarão muito agradecidas pelo nosso pequeno/grande esforço. Foi mais uma bela manhã de conhecimento e monitorização de um dos recantos naturais mais bonitos do concelho. Só conhecendo a biodiversidade deste local é que se pode garantir a sua preservação e protecção. João Tomás

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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

cultura

. museu de todos . Museu da Comunidade Concelhia da Batalha

Desde 1999 que, numa iniciativa conjunta da Comissão Europeia e do Conselho da Europa, apoiada pelo Programa Europa Criativa, se realizam as Jornadas Europeias do Património (JEP). Este é o evento cultural mais assinalado e partilhado pelos europeus, sendo o tema da edição de 2020 “Património e Educação”. Sensibilizar para importância do património na educação e vice-versa, através de várias manifestações culturais e artísticas, é um dos principais objectivos das JEP 2020. Em Portugal, a iniciativa é coordenada pela Direcção-Geral do Património Cultural, que convida os municípios a participar através da oferta de programação cultural. Por todo o país, são dinamizadas diversas acções, como visitas guiadas, espectáculos, palestras, exposições, eventos virtuais, apresentações, filmes, entre outras, que vão ao encontro da temática proposta pelas JEP. O Município da Batalha associou-se às Jornadas, oferecendo, através do Museu da Comunidade Concelhia da Batalha, um programa diver-

sificado que pretendeu ir ao encontro de vários públicos. Visitas guiadas ao Mosteiro e ao Museu, oficinas para famílias e conversas online fizeram parte da programação proposta. Para as conversas online, o MCCB contou com diversos convidados, designadamente o director do Mosteiro da Batalha, Joaquim Ruivo, os historiadores Saúl Gomes e Francisco Telles de Gama e ainda os alunos do curso profissional de turismo do Agrupamento de Escolas da Batalha e o seu professor, Sérgio Barroso. As conversas estão disponíveis nas plataformas virtuais do Museu, permitindo o acesso a todos os interessados nos assuntos abordados pelos convidados. O Município da Batalha, através do Museu da Comunidade Concelhia da Batalha, convida à visualização desses materiais e à participação em futuras iniciativas, reconhecendo que a relação entre património e educação é fundamental para conhecimento e valorização da nossa identidade, perspectivando a memória futura para as novas gerações.

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Jornadas Europeias do Património

Batalha integra Rede da UNESCO

“Cidades de Aprendizagem “ O Município da Batalha integra, desde Setembro, a Rede das Cidades de Aprendizagem da UNESCO, uma das mais importantes redes internacionais (230 cidade de 64 países), criada em 2013 com o objectivo de promover a inclusão, a prosperidade e a sustentabilidade dos territórios, assente nos princípios da Declaração de Pequim sobre a aprendizagem ao longo da vida para todos. A candidatura submetida pelo Município da Batalha à UNESCO radicou em diversas práticas que vêm sendo

ciação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, Biblioteca Sonora da Biblioteca Municipal do Porto, entre outras. “O reconhecimento pela UNESCO das boas práticas que o Município da Batalha vem desenvolvendo na área das acessibilidades encoraja-nos a continuar nesta senda da construção de uma sociedade mais justa e com mais respostas para quem apresenta limitações”, sublinha o presidente, Paulo Santos, sentindo “um enorme orgulho e também grande responsabilidade”.

concretizadas pela Autarquia em torno das acessibilidades (físicas e de conteúdos), com especial incidência para o projecto PLIP – Projeto de Leitura Inclusiva Partilhada e que disponibiliza diversos formatos de livros a cidadãos portadores de deficiência, bem como os amplos recursos acessíveis disponibilizados no Museu da Comunidade Concelhia da Batalha. Referia, ainda, o amplo número de parcerias com instituições como o Instituto Politécnico de Leiria, CRID – Centro de Recursos para a Inclusão Digital, Asso-

Livro “Como Acontece Teatro?”

Mosteiro lembra Miguel Franco Cidadão Miguel Lino”. Numa edição coordenada por Maria João Franco, publica-se uma palestra inédita – “Como Acontece Teatro” (1973) –, os testemunhos de Maria

João Franco, a transcrição de uma entrevista com Basílio Artur Pereira, o “Alcaide do Castelo de Leiria”, bem como dois textos de 1973, do crítico João Gaspar Simões e de José

Travaços Santos, seu amigo. O livro, em formato digital (e-book) foi lançado on-line, no dia 25 de Setembro, no âmbito das Jornadas Europeias do Património. DR

No ano do centenário do seu nascimento, o Mosteiro da Batalha relembrou o dramaturgo, encenador e actor Miguel Franco, autor de “O Motim” e de “A Legenda do PUB

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Campeonato de Portugal de Todo o Terreno regressou

Lizitalia Motorshow 2020

Prova em Leiria

Obedecendo a todas as regras de protecção emanadas da autoridade da saúde, o Núcleo de Desportos Motorizados de Leiria (NDML) levou a efeito, no domingo 27 de Setembro, a 8.ª edição do Circuito de Leiria LIZITALIA Motorshow. Limitado ao máximo de 50 equipas admitidas e sem publico, o NDML não quis deixar os amantes do desporto automóvel sem imagens da prova e assim fez a transmissão ao vivo na sua página de Facebook, que obteve cerca de 80.000 visualizações e 9.000 interacções. Como é habitual, as equipas participantes empenharam-se para obtenção do melhor resultado. Assim, em Clássicos, venceu José Oiteiro/Carlos Sobral em BMW 325i, seguido por José Grosso/João Sismeiro em Ford RS 2000 e por Carlos Faustino em BMW 318i. Nos Desportivos, o primeiro lugar foi para Igor Alexandre/Inês Nunes em Toyota MR2, em segundo ficou Pedro Rosado/Eduardo Oiteiro em Peugeot 206RC e em terceiro Paulo Carvalheiro/Dércio Carvalheiro em Porsche 911 GT3 Cup. Em Protótipos, o pódio ficou constituído no primeiro posto por David Bonifácio em Semog, em segundo João Paulo Martins em AG e no terceiro lugar Ruben Canas em Semog.

Após 6 meses de paragem do Campeonato de Portugal de Todo o Terreno, as máquinas voltaram a acelerar, no fim de semana de 19 e 20 de Setembro, na Baja da Sertã Pinhal. O piloto golpilheiren-se Cesário Santos partiu para a prova em 7.º lugar do campeonato nacional, com 16 pontos, e conta-nos a experiência: “Foi uma prova muito dura e que exigia o máximo de concentração e poder físico, pelo traçado muito enrolado com muitos cruzamentos e pela chuva que fez questão de aparecer. No sábado, foram percorridos 120 km

e consegui terminar num excelente em 3.º lugar da classe T8. No domingo, foram mais 160 km, com o objectivo de chegar ao fim sem nenhum percalço, para assegurar este 3.º lugar. Consegui ainda melhor, ganhando mais uma posição e terminado em 2.º lugar”. Assim, Cesário e o seu navegador Alexandre amealharam mais 20 pontos, num total de 36, que lhes confere o 3.º lugar no pódio do campeonato nacional. Para isso também terá contribuído o facto de ter mudado de veículo, trocando a Nissan Navara por um Toyota

Rav, um carro mais bem preparado para competir com os da frente, pelas características técnicas. “Um carro que só depois de alguns anos de experiência em carros inferiores e muito treino é que se pode conduzir; é tudo diferente e ainda me estou habituar a ele, vamos ver nas próximas corridas como irá correr”, refere o piloto. Nos dias 26 e 27 de Setembro, voltaram à estrada, na famosa Baja de Reguengos de Monsaraz. Num percurso muito mais rápido e longo, realizaram 160 km no sábado, apenas com um problema que obrigou

a mudar uma roda, sem perder de vista os da frente. No domingo foram mais 120 km e, mais uma vez, a conquista do 2.º lugar e mais 20 pontos. Mantem-se, assim, no 3.º lugar do campeonato, com 56 pontos, quando faltam apenas duas provas, a Baja de Portalegre e a Baja de Idanha, das quais terão de escolher apenas uma, segundo obrigação do regulamento. “Ainda estamos a estudar a melhor opção para decidir a qual vamos e, claro, aproveitar o facto de nos estarem a correr bem as coisas para avançar sem medo”, conclui o Cesário.

Fotos: DR

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Cesário sobe ao pódio nacional

Campeonato de Portugal de Montanha

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Joaquim Rino na rampa Serra da Estrela ...nem para carros

O piloto batalhense Joaquim Rino e o seu BRC CM 05 Evo participaram, no fim-de-semana de 10 e 11 de Outubro, na segunda jornada do Campeonato Portugal

Montanha JC Group 2020. Antes da prova, o piloto da Batalha esperava “uma rampa muito disputada” e assumia como primeiro objectivo “conseguir terminar to-

das as subidas, sempre a melhorar os meus tempos, bem concentrado e sem cometer erros”. Foi-o, de facto, e Joaquim Rino conseguiu um 4.º lugar da geral.

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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

temas

Nota Pastoral da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé

Fortalecer e apoiar a família, Igreja doméstica No início de um novo ano pastoral e escolar, a Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé dirige a todos os obreiros da educação cristã uma mensagem de apreço e incentivo pela dedicação e coragem com que abraçam este desafio em tempos de incerteza e de dificuldades variadas. Invoquemos a graça do Senhor Jesus e a luz do Espírito Santo para encontrarmos caminhos novos para a situação presente. Este tempo de pandemia veio trazer-nos a experiência do distanciamento de forma surpreendente e inusitada; uma paragem no ritmo acelerado dos afazeres e no suceder de (pre)ocupações. Uma experiência que reduziu ou empobreceu muitas dimensões da vida humana de grande significado e riqueza, como o convívio social, as assembleias religiosas, a alegria das festas, o buliço das crianças. Provocou uma “nova normalidade” com repercussões na transmissão da fé e na sua vivência. Ajudou-nos a prestar atenção ao interior de nós mesmos, a cultivar a espiritualidade, a apreciar as realidades simples e quotidianas como a beleza do universo, a amizade, a comunicação com os outros, com a natureza criada e com a vida. Desafiou-nos a descobrir e a ter tempo para o essencial. Em muitos casos impulsionou para um olhar e um cuidado generoso e criativo no serviço aos mais frágeis e desprotegidos. Por outro lado, houve uma valorização das redes sociais como espaço fecundo de contacto interpessoal, possibilitando reduzir o distanciamento, transmitir o afeto, apoiar a educação, mitigar a solidão. Fizemo-nos próximos, reinventámos e ampliámos possibilidades de propostas de formação cristã, de oração e de celebração. Permanece a imagem do Papa Francisco, só, na imensa praça de São Pedro, testemunho e convite a caminharmos com coragem e esperança em Deus.

2. A família, um bem essencial

Foi um tempo que veio, mais uma vez, evidenciar a importância fundamental da família na transmissão da vida e dos valores humanos e cristãos, assim como da sua função insubstituível na construção de

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1. Agarrar-se ao essencial

laços, na educação dos afetos, no acolhimento mútuo. Ela foi o refúgio e o apoio das pessoas ameaçadas por este flagelo. Dioceses, paróquias e escolas procuraram sensibilizar e apoiar as famílias a viver a liturgia e a oração quotidianas e a intensificar a sua participação na educação formal dos filhos. Deste modo, a Igreja prestou maior atenção e colaboração à família, “Igreja Doméstica”. Não apenas para a ensinar, mas também para aprender com ela a exercer a missão eclesial de “hospital de campanha”, acolhendo a Cristo e aos irmãos na nossa vida de todos os dias.

3. A família cristã no “novo normal”

A nova normalidade, criada pela pandemia, pede-nos para olhar e preparar um futuro diferente e redescobrir nesse horizonte o lugar fundamental da família. Na verdade, o individualismo e a descrença da cultura moderna penetraram também nas famílias e ameaçam a sua unidade, harmonia, estabilidade. Esta situação desafia-nos a cultivar mais profundamente a espiritualidade pessoal, em família e em pequenos grupos, na linha da promessa de Jesus: “onde estão dois ou três reunidos em meu nome aí estou Eu no meio deles” (Mt 18, 20). Fortalecer a família como lugar eclesial da presença de Deus onde se vive, celebra

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e transmite a fé é um caminho a percorrer hoje. Assim pensa também o sacerdote e teólogo jesuíta, Miguel Yañez: “Creio que a crise da pandemia nos dá a oportunidade de voltar a pensar no protagonismo dos leigos, na função primordial da família na vivência e na transmissão da fé, portanto da sua função sacerdotal, que não se reduz ao litúrgico mas abarca toda a ação solidária que estão a realizar e sobretudo a contemplar na família o modelo da Igreja na sua capacidade de compreensão, de diálogo, de mútuo apoio e de integração”. Entre nós, a Catequese, a Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) e a Escola Católica têm prestado atenção e cuidado à família, na sua missão evangelizadora, com propostas válidas para apoiar a sua missão educativa. Perante as circunstâncias presentes, e abertos à luz do Espírito, torna-se imperioso aprofundá-las e abrir caminhos para o futuro.

4. Caminhos a percorrer

Tendo presente o percurso já realizado, indicamos algumas propostas para fortalecer a família como Igreja Doméstica. As comunidades cristãs e realidades educativas acompanhadas pelos Secretariados Diocesanos procurarão concretizar e partilhar. 1. Escutar as famílias, as suas sugestões, descobrir as suas dificuldades e êxitos alcançados, deverá ser uma pedagogia constante nas reuniões e encontros. Para se tornar prática e enriquecedora, essa escuta precisa de ser programada e apoiada em questões concretas. O momento de escuta prepara e desperta interesse para o momento de proposta. 2. Outra preocupação de fundo no apoio à família é a sinodalidade. Pede-se que os educadores cristãos cultivem uma relação cordial, de proximidade e de abertura uns com os outros, com a comunidade, com a família e com as Instituições educativas e chamem mesmo novos colaboradores. Na dinâmica sinodal a proximidade vivida no pequeno grupo e nos movimentos constitui uma preciosa oportunidade no aprofundamento da fé, no apoio e no estímulo mútuos, em vista

ao encontro pessoal e comunitário com o Deus da Vida. 3. Outra proposta a ter sempre presente é a necessidade de consciencializar as famílias de que estamos a viver uma mudança de época e, portanto, precisamos de descobrir em conjunto caminhos novos para preparar o futuro. Não é com um regresso ao passado, como alguns sonham, mas com um discernimento lúcido dos sinais dos tempos e com a colaboração esclarecida de todos que podemos promover a formação humana e cristã nas diferentes realidades educativas. Para descobrir caminhos novos são importantes testemunhos concretos vividos e apresentados por famílias. 4. A dimensão espiritual ou mística precisa de estar sempre presente nos momentos de encontro familiar e nas reuniões de formação dos pais. A preparação dos pais para as festas da catequese deverá privilegiar esta dimensão, através de um retiro, ou de exercícios espirituais adequados (por exemplo lectio divina para preparar a festa da entrega da Palavra). Não podemos cansar-nos de recomendar também a oração em família e oferecer elementos adequados colhidos na Sagrada Escritura ou na piedade popular. 5. Proporcionar às comunidades e às famílias subsídios digitais de qualidade, práticos e acessíveis para a educação cristã. Dialogar com as famílias a possibilidade de alternar a catequese presencial na paróquia com a formação em família sem esquecer a necessidade da sistematização da formação que identifica a catequese. As experiências vividas nestes últimos tempos despertaram inúmeras famílias para a dimensão espiritual da vida e motivou para um maior envolvimento na educação religiosa dos filhos, realçando a dimensão vivencial e não tanto a doutrinal. É um princípio que pode e deve ser desenvolvido por um acompanhamento mais próximo das famílias por parte das comunidades. É um desafio de ser Igreja e o desejo de construir um mundo fraterno e belo. 1 de outubro de 2020, dia de Santa Teresa do Menino Jesus, Doutora da Igreja


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.saúde.

Para cidadãos com mais de 60 anos

Câmara apoia vacina da gripe A Autarquia da Batalha vai financiar a administração da vacina da gripe para os munícipes a partir dos 60 anos, em colaboração com o Serviço Nacional de Saúde, a partir do dia 19 de Outubro. Os interessados deverão dirigir-se às farmácias, onde será prestado este serviço, para aliviar a pressão do Centro de Saúde da Batalha. A medida conta com a colaboração das farmácias sedeadas no Município da Batalha e

enquadra-se no Regulamento Municipal de Comparticipação de Medicamentos, bem como na “opção de reforço de medidas de promoção da saúde e de prevenção da doença que o município tem em curso desde o início da pandemia”, esclarece o autarca local, Paulo Batista. A vacina contra a gripe é gratuita no Serviço Nacional de Saúde para grupos de risco e cidadãos com idade igual ou

Ana Maria Henriques Médica Interna

superior a 65 anos. No entanto, a administração em farmácia tem um custo de 2,5 euros, que a Câmara irá assumir. Já as pessoas entre os 60 e os 64 anos, poderão adquirir a vacina nas farmácias (com 37% de desconto, caso tenham receita médica), sendo também o custo da administração assumido pela Câmara. Mais informações: 244 769 110 ou redesocial@cm-batalha.pt.

Voluntários para Peditório Contra o Cancro A Liga Portuguesa Contra o Cancro vai realizar nos próximos dias 29 de Outubro a 2 de Novembro o seu peditório anual, com a devida autorização do Ministério da Administração Interna. Nesse sentido, lança-se o apelo a

todos os cidadãos para que se juntem à causa, tornando-a maior e mais abrangente, no objectivo de fazer da luta contra o cancro um exemplo nacional de entreajuda e de solidariedade. Inscreva-se como volun-

tário! A participação pode ser feita à medida da sua disponibilidade, podendo ocorrer durante os 5 dias ou apenas num período. Saiba mais em www.ligacontracancro.pt/ peditorio.

.política.

André Sousa Presidente da JSD Batalha

Responsabilidade inter-geracional A actual pandemia potenciou um dos principais problemas da nossa sociedade: o isolamento e a depressão na 3.ª idade. Considerando a sua vulnerabilidade perante a doença covid-19, que tem efectivamente provocado efeitos mais adversos e uma maior taxa de mortalidade, foram várias as medidas de afastamento e isolamento social direccionadas para as faixas etárias mais elevadas, sobretudo nos lares. Facilmente compreendemos a razão primordial: a protecção da sua saúde. No início, pensávamos que esta situação seria temporária e excepcional. Hoje sabemos

que está para durar. O problema ganhou uma nova perspectiva, com milhares de idosos a interromper as suas rotinas e actividades sociais para permanecer em casa, em isolamento, potenciando assim o isolamento e a depressão. Em 2015, um estudo publicado na revista científica PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences) afirmava que a solidão e o isolamento social podem aumentar o risco de doenças cardíacas em 29% e o de acidentes vasculares em até 32%. Não digo que devemos facilitar nas medidas de protecção,

mas acredito que temos de criar mais alternativas e novas respostas que evitem e diminuam este flagelo, conscientes de que a vida social é uma parte fundamental para o bem-estar e felicidade destas pessoas. É nossa obrigação enquanto sociedade desenvolvida e solidária. Proteger é também viver. Por último, parabenizo o Jornal da Golpilheira por mais um aniversário, incluindo toda a sua equipa editorial e direcção, um órgão de comunicação social de referência e que tanto orgulha a nossa terra.

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Já agora... Uma consulta médica segue vários passos que são difíceis de reconhecer para o utente/ doente, mas são fundamentais para a organização do médico. Estes passos desenrolam-se consoante a lista de assuntos que o utente quer resolver durante a consulta. São também importantes para garantir o cumprimento do tempo estipulado, de forma a que o próximo utente não veja a sua consulta atrasada e tenha de aguardar muito tempo na sala de espera. Para que a consulta médica seja o mais correcta e completa possível, a lista de assuntos deve ser exposta pelo utente logo no início, não se esquecendo de nada. Assim, o médico vai explorando cada assunto, fazendo os procedimentos adequados (ver a tensão arterial, observar a barriga, auscultar o coração, etc.) e por fim dar os diagnósticos e indicações se aplicável. Se, no final de todo este processo, o utente diz: “Já agora, anda aqui este sinal a chatear-me há algum tempo”... todo este processo tem de recomeçar e todos os passos têm de ser dados outra vez. Isto se houver tempo, o que não costu-

ma ser possível. Uma resposta possível do médico seria: “Esse assunto vai ter de ficar para uma próxima consulta”, mas com a actual pandemia as consultas presenciais devem ser optimizadas para diminuir os contactos com os cuidados de saúde. Logo, fica um problema para resolver. Infelizmente, outra hipótese é o médico observar sem o devido cuidado, por já não ter tempo, e o assunto pode ficar mal resolvido. Situações destas podem gerar problemas e conflitos entre médico e utente, totalmente desnecessários se o utente expuser todos os seus assuntos no início da consulta. Como foi referido no início, a consulta tem um tempo estipulado e o médico organiza-o consoante a lista de assuntos que o utente refere no início da consulta. Assim, acrescentar um novo assunto no final da consulta é quase sempre um erro. Recorde-se que, se o médico já não tem tempo para explorar o novo assunto, este fica mal resolvido, podendo o utente reter informações erradas. Se algum assunto ficou esquecido, deve ser abordado numa outra consulta.

.impressões. Por Luísa M. Monteiro Fui comprar o jornal. Vinha eu a ler as gordas pela calçada abaixo, noto um vulto muito próximo de mim e paro, um tanto assustada. – Desculpe, eu não quero nada. Diz-me o homem num português imperfeito. – Apenas que a senhora me pudesse ajudar a levantar dinheiro da máquina, – tenho aqui o cartão (mostra-mo), e queria o talão, mas não sei como devo fazer. – Sim, então vamos lá. Fui com ele à caixa, a meia dúzia de passos dali. Afastada, vou-lhe dizendo como proceder. – Muito, muito obrigada, diz-me no fim. Como se eu tivesse feito algo de extraordinário; a verdade é que eu também fiquei feliz, nem sei se ainda mais feliz que ele, por tê-lo ajudado – talvez melhor dizendo: por ele ter-se sentido ajudado. E foi um acto tão simples; tão banal.


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temas

.rumos&andanças.

.templosda nossaterra.

Márcio Lopes • Docente do IPLeiria marcio.c.lopes@ipleiria.pt

José Eusébio Médico veterinário

A Igreja de Santa Maria em Porto de Mós

Esta igreja está situada na freguesia da Batalha e foi construída em 22 de Maio de 1988. A igreja da Jardoeira foi inaugurada no dia 3 de Junho de 1989. É uma igreja de estilo e construção modernos. Esta mesma igreja foi benzida por D. Serafim Ferreira e Silva, no mesmo dia da sua inauguração, em 3 de Junho de 1989. A Padroeira da igreja da Jardoeira é Nossa Senhora da Piedade. A festa em honra de Nossa Senhora da Piedade tem lugar na Jardoeira, no 1.º domingo de Setembro.

uma baga vermelha que em muito se assemelha ao pilriteiro e ao fruto da roseira-brava. Também faz parte das muitas conjecturas da Igreja de Santa Maria que, neste templo, muito antigo, havia muitas relíquias trazidas pelo frei Romano, o piedoso, que acompanhou D. Rodrigo após a invasão dos muçulmanos na Ibéria no ano de 714. Refere o autor Serra Frazão que uma das relíquias trazidas por Romano foi a imagem da Virgem que acabaria por dar nome ao lugar da Nazaré e que,

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posteriormente, D. Fuas Roupinho trouxera para Porto de Mós. O facto é que não há vestígios arqueológicos sobre a Igreja de Santa Maria, apesar de o município reconhecer que se situava onde é hoje o antigo cemitério. Há referências sobre a freguesia de Santa Maria e as suas capelas. Há muitas crónicas e lendas sobre a Nossa Senhora dos Murtinhos que, por não terem provas materiais e coevas, não dispensam a hipótese da sua existência. Ainda que envolta num mistério.

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A obra de referência sobre a história do edificado religioso cristão em Leiria que cobre o período entre os séculos XVI e XVII chama-se «Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria», e o seu autor é anónimo. Numa monografia sobre Porto de Mós, escrita em 1937 por Serra Frazão e publicada pela Câmara Municipal em 1982, o autor fala sobre a igreja de Santa Maria (A Senhora dos Murtinhos). No entanto, há dois mistérios à volta deste templo desaparecido: não há vestígios arqueológicos e nem é referenciada no Couseiro. Do ponto de vista dos vestígios arqueológicos, Serra Frazão afirma que a igreja se encontrava ao pé do castelo, onde é hoje o antigo cemitério da vila, e que a actual capela do cemitério seria a capela-mor da igreja dos Murtinhos, visto que a sua porta de entrada em forma ogival não parece ser destinada a uma capela funerária (ver foto). Na sua monografia, o autor refere que, no tempo da presença romana na vila, havia festas em honra a Baco, e cujas festas, feitas à beira-rio, chamavam-se Lenas e, daí, a toponímia do principal rio da vila, o Lena, que é um dos afluentes do Lis. O autor ainda afirma que o tempo de Baco se situava na sede de freguesia de Nossa Senhora dos Murtinhos, próximo do castelo. Não se sabe a origem do orago Senhora dos Murtinhos, por isso, segundo o autor Serra Frazão, aceita-se a hipótese de que a imagem de Nossa Senhora fora encontrada ao acaso entre os murtinhais – que tem

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Este é um espaço de partilha de saberes e experiências gastronómicas, sejam elas receitas tradicionais, culturas diferentes e porque não novas combinações e práticas de comidas saudáveis. Envie as suas sugestões para: mesa@ jornaldagolpilheira.pt

Para aquecer o tempo Cristina Agostinho

Com a chegada da nova estação voltam a relembrar as receitas de Outono para aquecer e prepararmo-nos para o frio que vem aí! As noites começam a ficar um pouquinho mais frescas e nesse caso nada como preparar uma refeição bem calorosa… e neste caso a sugestão leva-nos aos aromas e sabores italianos. as folhas, regue com azeite, acrescente-lhe sal envolva tudo com as mãos para que soltem o sabor. Espalhe o alecrim sobre a massa, salpique com um pouco de azeite e leve ao forno pré-aquecido a 200º durante 30 minutos. Quando estiver pronta corte a fucaccia em tiras e sirva na companhia de azeite aromatizado com vinagre balsâmico para mergulhar e saborear.

Para entrada aventure-se no fabrico de pão caseiro e desperte os paladares com uma simples e aromática focaccia de alecrim. Comece por dissolver 10 gr de fermento de padeiro seco em 315 ml de água morna. Acrescente uma colher de sopa de açúcar, meia colher de sopa de flor de sal, 3 colheres de sopa de azeite e mexa tudo. Numa taça coloque 500 gr de farinha de trigo (tipo 65) e faça um buraco no meio. Adicione a água com o fermento e vá mexendo até obter uma massa. De seguida, polvilhe a bancada com farinha e trabalhe a massa com as mãos durante 10 minutos. Com a massa pronta, deixe-a levedar durante cerca de 1 hora dentro de uma taça untada com azeite e tapada com um pano húmido. Passado esse tempo, unte um tabuleiro com azeite, deite sobre ele a massa e empurre com as pontas dos dedos criando concavidades. Antes de levar ao forno, passe por água alguns ramos de alecrim. Retire-lhe

Para o prato principal escolhi esta receita de lasanha que me foi ensinada há muitos anos por uma prima brasileira, a Maria Luísa … terá sido das minhas primeiras aventuras culinárias. Desde então, tem tido alguns ajustes e tem feito as delícias e alegria de muitos jantares! Comece por refogar uma cebola picada com 2 dentes de alho e um fio de azeite ao qual vai juntar uma cenoura picada e bacon aos cubinhos. Quando a cebola estiver loura junte aproximadamente meio quilo de carne picada (eu uso sempre carne de vaca) e deixe fritar levemente. Depois junte os temperos: sal, pimenta, polpa de tomate, massa de pimentão, piripiri e vinho tinto. A

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Para preparar a sobremesa comece por escolher um prato bonito para servir os fofinhos. Numa taça junte 2 ovos, 100 gr de açúcar, umas gotas de baunilha, 100 gr de manteiga e 350 gr de farinha, envolva e misture tudo muito bem acrescentando uma pitada de sal. Descasque e corte duas

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maçãs aos cubinhos e junte à massa. Retire grosseiramente umas colheradas e coloque num tabuleiro forrado com papel vegetal. Leve ao forno a 180º durante 30 minutos. Coloque-os no prato escolhido e polvilhe com açúcar de pasteleiro. Podem comer-se frios ou quentes com uma bola de gelado de baunilha. Acompanhe com um licor caseiro… de laranja com flor de anis, por exemplo! Sempre bom para terminar uma refeição de Outono umas castanhas assadas e batata-doce assada! Bon appétit, mes chers!

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• Entrada: Fucaccia de alecrim • Prato: Lasanha de Bolonhesa • Sobremesa: Fofinhos de Maçã

carne deve ter sempre um pouco de caldo. Deixe refogar e vá juntando alguma água se necessário. Quando estiver quase pronta junte ervas aromáticas a gosto: orégãos, manjericão, salsa … tudo picadinho. Num tabuleiro untado com margarina vá colocando alternadamente por camadas: folhas de massa fresca para lasanha, o preparado de carne, queijo mozarela fatiado e fiambre e recomece até terminar a carne, terminando com a massa. As massas não devem encostar às paredes do tabuleiro. Por fim, numa base de 300 ml de molho bechamel junte 200 ml de natas e verta sobre a lasanha. Polvilhe abundantemente com queijo mozarela ralado. Leve ao forno durante aproximadamente 30 minutos, quando o queijo estiver derretido e castanho… estará pronta! Recomendo que retire do forno e deixe repousar uns minutos antes de servir… para não se desmanchar ao corte. Acompanhe com um vinho tinto robusto mas que não se sobreponha aos sabores, eu diria um merlot: o paladar é rico mas macio, o que lhe confere uma estrutura perfeitamente equilibrada.

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história

. história .

Saul António Gomes Historiador

Bens do morgadio do Cronista João de Barros no Casal das Hortas (Andreus e Cividade) em 1737 (ou de S. Lourenço), na Ribeira de Litém, da Casa de Matrena, em Tomar e dos vínculos de Amoreira, Real e Caldelas, em Braga (Nobreza de Portugal e do Brasil, vol. 2, p. 277-278). Nos finais do século XIX, os bens do morgadio da Quinta de Litém integraram o património da Casa de Tarouca.

DOCUMENTO

1737 OUTUBRO, 14, Leiria - Emprazamento de uma fazenda, situada no Casal das Hortas (junto à estrada que ia de S. Bento [da Cividade] para Andreus), feito por D. Isabel Cezília Pereira de Carvalho, como tutora de seu filho, menor, Manuel de Barros de Almeida, senhores da Quinta de S. Lourenço da Ribeira de Litém (c. Pombal), residentes em Braga, a Bento Carreira e a sua mulher, Isabel Francisca, com a pensão, a pagar no dia 15 de agosto de cada ano, de 25 alqueires de trigo macho e três galinhas “velhas e gordas” ou 150 réis por cada uma delas. Arquivo Distrital de Leiria: Notariais de Leiria: V-60-A-22, fls. 107-108. (Documento com algumas linhas delidas no final do fl. 107). Aforamento e emprazamento de Donna Izabel Cizilia Pereira de Carvalho da cidade de Braga por seu procurador a Bento Carreira e a sua mulher do Cazal das Ortas em tres vidas, deste termo. Saibão quantos este publico instromento de carta de aforamento e emprazamento em vida de tres pessoas compridas e acabadas ou como em dereito mais valido seja e dizer se possa virem que no anno do nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil setecentos trinta e sete annos aos quatorze dias do mes de outubro do dito anno nesta cidade de Leiria e cazas de morada de mim tabaliam ao diente [sic] nomeado ahi foy prezente o Reverendo Padre Antonio Lopes Pires assistente digo Pires natural da freguezia de Santa Maria Madalena de Vilar de Frades termo da vila de Barcellos pessoa que eu tabaliam conhesso e conhecem as testemunhas ao diente nomeadas e assinadas e como procurador que disse ser de Donna Izabel Cezilia Pereira de Carvalho, veuva, da cidade de Braga, como fes certo por huma procuração que me aprezentou por ella feita e assinada, reconhecida por Rafael da Rocha Malheiro, tabaliam geral da mesma cidade de Braga, como da propria procuração consta, a qual no fim desta escretura hira tresladada e nos treslados que desta nota sahirem por vertude da qual procuração e pellos poderes que em ella lhe herão concedidos dice elle dito Reverendo Padre Antonio Lopes Pires, perante mim tabaliam e das mesmas testemunhas, que entre hos mais bens pertencentes a dita sua constituinte digo bens de rais pertencentes a dita sua constituinte e de que anda de manssa e passifica posse como adeministradora de seu filho Manoel de Barros de Almeida bem assim hé huma fazenda tapada sobre si no sitio do Cazal das Ortas que consta de terras de pam e vinha com suas arvores de fruto e sem fruto que parte do Poente com estrada que vai de São Bento para [Fl. 107v] para os Andreus e do Norte parte com Manoel Carreira, a Cancella (?) dos Andreus, onde chamão o Ribeiro do Cavallo, o que assim disse estava em o dito logo em termo desta dita cidade e que partia mais a dita fazenda com aquellas mais comfrontassois e devizois com quem de dereito deva e haja de partir. A qual querendo a dita senhoria adeministradora afora-la e empraza-la em tres vidas a pessoa ou pessoas que bem a tratace, amanhace e cultivace e nela lhe fizece muitas bemfeitorias e lhe pagace de foro

LMF

Conhece-se bem a ligação do célebre cronista João de Barros a Leiria, onde casou, na velha igreja de Santa Maria da Pena, com Maria de Almeida, filha de Diogo de Almeida, foreiro da Quinta de S. Lourenço da Ribeira de Litém (termo de Pombal). Faleceu nesta quinta, onde fez construir uma capela chamada de Santo António (dos Claros), à qual vinculou bens, nela tendo sido sepultado em 1570. A família Barros-Almeida foi aparentada com o primeiro bispo de Leiria, D. Fr. Brás de Barros e, ainda, próxima de D. Fr. Gaspar do Casal, o fundador do Convento de Santo Agostinho, para cuja dotação patrimonial haveriam de contribuir, ainda, os filhos do ilustre historiador e autor das Décadas da Ásia Portuguesa. Dos bens vinculados à capela fundada por João de Barros constavam boas fazendas nas imediações da Batalha, Rebolaria, Sobral, Comeira do Paço, Fontes, Reixida, Cortes, Cruz da Areia, entre outras propriedades em que avultava a Quinta de S. Lourenço da Ribeira de Litém e seus casais. (Vd. António Baião, Documentos inéditos sobre João de Barros, Coimbra, 1917; Idem, “A Quinta de João de Barros”, Boletim da Academia das Ciências de Lisboa, nova série, IV (1932), pp. 105-108; https://geneall.net/pt/ forum/161201/elementos-sobre-os-descendentes-do-cronista-joao-de-barros-falecido-em-pombal/). Deste vínculo era administradora, por 1735-1737, D. Isabel Cecília Pereira de Carvalho, como tutora de seu filho e herdeiro, de menor idade ao tempo, Manuel de Barros de Almeida. Residiam em Braga. Por procuração que a referida D. Isabel Cecília passou ao Pe. António Lopes Pires, natural da freguesia de Santa Maria Madalena de Vilar de Frades (Barcelos), em Braga, a 6 de junho de 1735, foi este autorizado, entre outros poderes, a poder aforar os bens deste antigo morgadio especialmente no que respeitava à Quinta da Ribeira de Litém e ao demais património situado em Leiria e seu termo. Desse vínculo fazia parte uma fazenda, situada junto ao Casal das Hortas, próxima de S. Bento da Cividade e de Andreus, a qual, em 1737, foi aforada em três vidas a Bento Carreira e sua mulher, Isabel Francisca, lavradores, moradores no citado Casal, com o foro anual de 25 alqueires de trigo macho e três galinhas boas, “velhas e gordas”, ou 150 réis por cada uma. Damos a conhecer, ao leitor, este contrato de exploração agrária nas imediações da vetusta povoação da Golpilheira e lugares seus vizinhos. Os bens do morgado instituído pelo afamado cronista viriam a ser herdados pelo Visconde do Amparo (título criado pela rainha D. Maria II, em 30 de agosto de 1853, em favor de Rodrigo Barba Alardo de Lencastre e Barros (1810-1865), administrador dos vínculos da Quinta do Amparo (Marrazes, Leiria), da Quinta de Santo António

Seria por esta zona...

della em cada hum anno o que fosse justo e rezam. O que, sabendo-o Bento Carreira e sua mulher Izabel Francisca, moradores no mesmo lugar do Cazal das Ortas, deste termo, pedirão a dita senhoria adeministradora lhe lhes [sic] quizece fazer grassa e merce de lhes aforar e emprazar em tres vidas a dita fazenda assima nomeada e devizada, na qual lhe farião muitos amanhos e repairos e lhe pagarião de foro e penção della em cada hum anno vinte e sinco alqueires de trigo macho e tres galinhas de pitança ou sento e sincoenta reis em dinheiro de contado por cada huma dellas, de que se faria escritura na forma custumada. E por assim estarem ajustados e contratados na sobredita forma disse elle dito reverendo procurador, o reverendo Padre Antonio Lopes Pires, que em nome da dita sua constituinte e em vertude da dita procuração e poderes que em ella lhe herão concedidos aforava e emprazava e fazia aforamento e emprazamento em vida de tres pessoas compridas e acabadas da dita fazenda assima comfrontada e devizada com todas suas pertenças, serventias e logradouros nas pessoas do dito Bento Ferreira digo Bento Carreira e sua mulher Izabel Francisca para que elles ambos marido e mulher sejão a primeira vida e pessoa no dito prazo nomeado e o ultimo que delles vivo ficar nomeara a segunda e a segunda a terceira com tall condição e declaração que assim elles inclinos primeira vida como as mais que no dito prazo sobcederem serão obrigados a pagar de foro e penção delle em cada hum anno por quinze de agosto os ditos vinte e sinco alqueires de trigo macho bom e de receber e bem seco e limpo de pá e vassoura e as ditas tres galinhas de pitança, velhas e gordas, ou cento e sincoenta reis por cada huma dellas, tudo posto nesta cidade a custa deles inclinos e das mais pessoas que no dito prazo sobcederem, tudo livre e dezembargado de todos e quaisquer tributos que haja e possa haver e ao dito foro se lance e possa lançar pera a dita senhoria adeministradora ou seus herdeiros porque tudo o que se lançar sera por conta e risco delles inclinos e das mais pessoas que no dito prazo sobcederem. E a fazerem na dita fazenda muitos amanhos, culturas e repairos para que findas e acabadas as ditas tres vidas fique o dito prazo milhorado e não pejorado, livre e dezembargado para a dita senhoria ou seus herdeiros de novo o aforarem e emprazarem em quem quizerem na forma de dereito. E nunqua agora elles inclinos primeira vida nem as mais que no dito prazo sobcederem o poderam vender, trocar, alhear, descambar, devidir nem repartir por nenhum cazo que seja e sem licença della dita senhoria ou de seus herdeiros e sem primeiro lho fazerem a saber para dizerem se o querem ou não, tanto pello tanto, quanto lhes outrem der. E não o querendo então

com a dita licença o poderam vender a quem quizerem e por elle mais lhe der contanto que não seja a pessoas defezas em dereito mas sim as de sua condissão de quem se espere bom pagamento e cultura no dito prazo e a pessoa que o comprar alem de pagar o terradigo digo laudemio do presso por que o dito prazo for vendido que será de des reis o real tatas vezes quantas vendido for. Será outrossim obrigado dentro de hum mes a faze-lo a saber aos mesmos senhorios ou seus herdeiros para saberem quem hé e de quem ham-de cobrar a dita renda e quando acabaão e despedem as ditas tres vidas sob penna de cahirem em comisso e perderem o dito prazo com todas as bemfeitorias que nelle tiverem feito sem que por algum modo as possão despedir nem alegar ...... em algum tempo alguma pessoa ..... o dito prazo lhe pertence e não a elles inclinos primeira [Fl. 108] primeira, segunda e terceira vidas, em tal cazo serião obrigados a defende-la, ampara-la as suas proprias custas e despezas sem que os bens e rendas dos ditos senhorios por isso lhe fiquem obrigados a contribuhir com despeza alguma porque a sua tenção hé não tirarem o dereito a quem o tiver, nem prejudicar a terceiro mas somente segurarem os foros e rendas de que são senhores e pessuhidores. E que deixando de pagar o dito foro e entrega-lo nesta dita cidade a quem seu procurador ou elles detriminarem dois annos ainda que sejão intrepolados cahirão em comisso e perderião o dito prazo com todas as bemfeitorias que nelle tiverem feito sem que por algum modo possão repetir nem alegarem penna de seu descuido; e que com estas clauzulas, condissois, penas e obrigassois e todas as mais por dereito premetidas e por estillo obcervadas disse havia por feito e acabado este aforamento e emprazamento em vida de tres pessoas compridas e acabadas e que se obrigava pellos bens e rendas da dita senhoria sua constituinte a faze-lo bom aos ditos inclinos dando elles satisfassão ao dito foro e mais clauzulas desta escritura. E por estarem prezentes os ditos Bento Carreira e sua mulher Izabel Francisca pessoas conhecidas das mesmas testemunhas por elle foi dito que asseitavão este aforamento e emprazamento na forma e maneira que em elle se contem e que se obrigavão como com efeito logo obrigarão por suas pessoas e todos os seus bens prezentes e futuros aonde quer que lhe forem achados a pagar pontualmente a dita renda assima declarada em cada hum anno e as ditas galinhas de pitança ou a cento e sincoenta reis por cada huma; e a trazerem tudo a esta dita cidade a sua propria custa pello dito dia quinze de agosto e a fazerem no dito prazo todas as bemfeitorias e amanhos que uteis e necessarios forem. E a dita renda livre e dezembargada de todos e quaisquer tributos

que se lhe lance e possa lançar para os ditos senhorios. E em fee e testemunho de verdade assim o disserão, outorgarão e mandarão fazer este publico instrumento de carta de aforamento e emprazamento em tres vidas e della dar os treslados que nessessarios que cumprirem deste theor que asseitarão e eu tabeliam pellos auzentes a que tocar possa quanto o dereito me permite. E o treslado da procuração hé o que se segue: § Pella prezente fasso meu bastante procurador ao Padre Antonio Lopes Pires, da freguezia de Santa Maria Magdalena de Vilar de Frades, termo de Barcellos, para que em meu nome, como adeministradora de meu filho Manoel de Barros de Almeida, menor, possa requerer toda a minha justiça em todas as minhas cauzas movidas e por mover, fazer embargos, pinhoras, execussam, arrematassois, cobrar e arrecadar todas as dividas , dar pagas e quitassois, fazer arrendamentos, por assinados e escrituras e tudo o mais que for a bem do aumento e cobrança dos frutos e rendimentos de todos os bens que tenho na Quinta de S. Lourenço da Ribeira de Litem, termo de Pombal, e todas suas pertenças tanto de vincolo como de prazos e erdades, como na cidade de Leiria e seu termo e comarqua, para o que lhe concedo todos meus poderes em dereito nessessarios com livre e geral adeministrassão e com o poder de poder sobestabalecer, apellar, agravar e vir com embargos a toda [e] qualquer sentença, recuzar menistros e ofeciaes de justissa, fazer termo de dezistencia, jurar de calumnia todo o mais licito juramento e fazer tudo o mais que eu havia de fazer se estivera prezente e o que requerer expecial mandado; e só para mim rezervo toda a nova citação. Braga seis de junho de mil e setecentos e trinta e sinco. Dona Izabel Cizilia Pereira de Carvalho. Reconhecimento: Reconheço a letra da procuraçam supra e sinal ao pé dela ser tudo da contheuda nella. Braga de junho seis de mil setecentos e trinta e sinco. Rafael da Rocha Malheiro, tabeliam geral o escrevi. Rafael da Rocha Malheiro. Lugar do sinal publico. E tresladada assim a dita procuraçam e reconhecimento como dito hé, dicerão elles partes outorgantes que com estes papeis outorgavão esta escritura. E forão testemunhas prezentes: Manoel Lopes, da Ribeira das Cortes, e João Pereira Bernardes, solteiro, do Sobral, ambos deste termo. E a rogo da inclina assinou João Pereira de Souza, desta dita cidade. Manoel da Costa Campos, publico tabeliam de notas que o escrevi. (Assinaturas) João Pereira Bernardes. Como procurador e de como recebi a propria, o Padre Antonio Lopes Pires. - A rogo, João Pereira de Souza. - + de Manoel Lopes, testemunha. - Jo[ão] P[ereir]a Ber[nardes].


história • 27

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

. história . Miguel Portela Investigador

José Levache Craveiro de Faria [1772-1838] O Engenho Real da Machuca foi, entre os séculos XVI e XVIII, um dos mais relevantes centros produtivos de peças de artilharia e artefatos em ferro da região da alta-estremadura onde trabalharam mestres fundidores, refinadores, moldadores, marteladores, serralheiros, ferreiros, entre tantos outros, quer portugueses quer franceses. De entre os muitos mestres do Engenho Real da Machuca destacamos José Levache que, durante cerca de 25 anos, aí trabalhou. Cerca de 1759 foram suspensos os trabalhos nesse Engenho com o motivo de pouca utilidade e deficiente administração dos oficiais que nela laboravam. Nesse período, José Levache passou a viver em Vendas de Maria (freg. Maçãs de Dona Maria) onde constituiu família e deu origem a uma das mais consideráveis famílias ligadas à arte sineira em Portugal. O mestre sineiro José Levache Craveiro de Faria [1772-1838] José Levache Craveiro de Faria filho de José Levache e de sua mulher Maria Craveiro de Faria foi batizado em 7 de dezembro de 1772 na igreja paroquial de Maçãs de Dona Maria tendo tido como padrinho o padre José Craveiro de Faria, seu tio e D. Maria Alexandra Joaquina de Santa Ana, religiosa no Mosteiro de Santa Clara de Figueiró dos Vinhos (Apêndice documental – documento 2). Seu pai José Levache era filho de Pedro Levache e de sua mulher Catarina Lambert tendo contraído matrimónio na vila de Figueiró dos Vinhos, em 7 de junho de 1770 com Maria Craveiro de Faria filha de Alberto Craveiro e de sua mulher Francisca de Faria (Apêndice documental – documento 1). José Levache Craveiro de Faria foi um importante fundidor de sinos tendo aprendido a arte de fabrico de sinos com seu pai José Levache, o qual após o encerramento do Engenho Real da Machuca, instalou a sua oficina em Vendas de Maria. Lembremos-mos que José Levache era irmão de Jean Nicolas Levache, fundidor de sinos da cidade de Lisboa. Sabemos que José Levache Craveiro de Faria veio a falecer com 65 anos de idade na vila de Figueiró dos Vinhos em 22 de junho de 1838, tendo sido sepultado no adro da igreja de S. João Batista dessa vila (Apêndice documental – documento 4). O testamento de José Levache Craveiro de Faria Em 21 de junho de 1838, foi lavrado o testamento de José Levache Craveiro de Faria então morador em Figueiró dos Vinhos pelo tabelião Manuel Joaquim dos Santos (Apêndice documental – documento 3). Nessa data, encontrava-se José Levache Craveiro de Faria “doente de cama mas em seu perfeito juízo e claro entendimento” tendo, perante várias testemunhas, mandado arrolador um conjunto de disposições testamentárias que queria fossem cumpridas pelo seu testamenteiro dr. Joaquim de Araújo Lacerda casado com sua sobrinha D. Francisca de Lacerda Pais filha de sua irmã Cecília Craveiro de Faria Levache e do dr. Francisco José de Lacerda e Almeida. Reveste-se este testamento de importância manifesta para a compreensão das diversas ligações familiares de José Levache Craveiro de Faria, assim como para o entendimento das muitas propriedades de que era possuidor em Figueiró dos Vinhos, Vendas de Maria e diversos outros lugares circunvizinhos. Assim, constatamos que foram deixadas várias propriedades e certa quantia de dinheiro à sobredita sua sobrinha D. Francisca de Lacerda Almeida Pais. De idêntico modo, apuramos que deixou uma quantia de dinheiro a sua irmã Maria que se encontrava casada com Manuel Joaquim da

Mata, e a seu sobrinho José Carlos filho dessa sua irmã. A este José Carlos deixou também as suas casas de sobrado que possuía em Vendas de Maria, bem como algumas propriedades em diversos lugares junto das ditas Vendas de Maria. Deixou umas casas a seu sobrinho João de Sousa, e outras casas e propriedades a sua sobrinha Vicência. Para além destes seus familiares deixou o “resto dos bens que ficão por nomiar, existentes no termo das Cinco Villas os deixa a sua irmã Maria, sobredita, e aos seus, digo, e aos dois filhos desta mais novos, Jenoveva, e Francisco, para todos tres os desfructarem emquanto vivos forem”. Por último, José Levache Craveiro de Faria contemplou no seu testamento a sua criada Joaquina, a quem deixou um quintal na Ribeira Velha e o seu afilhado José da Fonseca com umas casas no lugar das Vendas de Maria.

< Vendas de Maria. Joze filho de Joze Levache e sua molher Maria Craveiro de Faria > Aos sete dias do mez de dezembro de mil e setecentos setenta e dois foi solemnemente baptizado Jozé filho de Joze Levache e sua molher Maria Craveiro de Faria das Vendas de Maria. Hé neto paterno de Pedro Levache e sua molher Catherina Lambert ou Levache < Risquei por haver erro. (a) Pimentel Teixeyra > da cidade de Dinant, Principado e Bispado de Liege e materno de Alberto Craveiro de Faria e sua molher Francisca Maria de Faria da villa e freguezia de Figueiró dos Vinhos. Forão padrinhos o Padre Jozé Craveiro de Faria, tio do baptizado e D. Maria Alexandra Joaquina de Santa Anna, Religioza no Mosteiro de Santa Clara de Figueiró dos Vinhos, de que fiz este assento que assigney. (a) O Vigario António Jozé Alvarez Pimentel Teixeyra

DOCUMENTO 3

1838, junho, 21, Figueiró dos Vinhos – Testamento de José Levache Craveiro de Faria. Arquivo Distrital de Leiria, Cartório Notarial de Figueiró dos Vinhos [1837-1838], Dep. V-56-A-3, fls. 82-84v.

Epígrafe da lápide tumular de D. Francisca de Lacerda Almeida Pais no cemitério de Figueiró dos Vinhos Em síntese A família do mestre de artilharia José Levache foi uma das mais relevantes famílias da região da alta-estremadura dos séculos XVIII e XIX. Muitos dos seus descendentes viveram em Vendas de Maria (freg. Maçãs de Dona Maria) e em Figueiró dos Vinhos, como foi o caso do mestre sineiro José Levache Craveiro de Faria que procurámos aqui aprofundar o conhecimento sobre a sua vida e ligações familiares. Esperemos muito brevemente dar a conhecer um estudo sobre esta família que nos permitirá conhecer melhor a atividade desenvolvida pela família Levache em todo o território português, sobretudo no que respeita à arte sineira.

APÊNDICE DOCUMENTAL DOCUMENTO 1

Arquivo Distrital de Leiria, Livro de Casamentos de Figueiró dos Vinhos [1759-1799], Dep. IV-34-A-23, assento n.º 2, fl. 32. < Vila – Joze Lavache e Maria Craveiro > Em sete dias do mes de junho de mil setecentos e setenta na forma do Sagrado Concilio Tridentino em minha prezença e das testemunhas abaixo asignadas receberão o Sacramento do Matrimonio e Bençãos Joze Lavache homem Frances asistente no lugar da Venda de Maria, freguezia de Maçães de D. Maria e Maria Craveiro filha de Alberto Craveiro e de sua molher Francisca de Faria desta villa de Figueiró dos Vinhos e para constar fis este acento que asignei dia, mes e anno ut supra. Joze Lavache filho de Pedro Lavache e de Catherina Lamberte. (a) Alexandre de Mello e Abreu. (a) O Padre Manoel Antonio da Estrella (a) Pantaliam Mimozo

DOCUMENTO 2

1772, dezembro, 7, Maçãs de Dona Maria – Registo de batismo de José Levache Craveiro de Faria. Arquivo Distrital de Leiria, Livro de Batismos de Maçãs de D. Maria [1743-1778], Dep. IV-27-A-17, assento n.º 1, fl. 68.

Escriptura de testamento aberto que fás Joze Lavache Craveiro de Faria, desta villa. Em nome de Deos amem. Saibão quantos este publico instrumento de escriptura de testamento aberto ou como em Direito milhor lugar haja virem que sendo no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil e oitocentos e trinta e oito annos, aos vinte e hum dias do mês de junho do ditto anno, nesta villa de Figueiró dos Vinhos, moradas de Joze Lavache Craveiro de Faria, aonde eu Tabellião vim ahi hera prezente e, sua propria pessoa o ditto Joze Lavache Craveiro de Faria, pessoa reconhecida de mim Tabellião e das testemunhas ao diante nomiadas e no fim assignadas que da mesma forma reconheço e dou fé serem todos os próprios aqui declarados, o qual ditto Joze Lavache Craveiro de Faria estava doente de cama mas em seu perfeito juízo e claro entendimento ao parecer de mim Tabellião, e das mesmas testemunhas de que dou fé, e por elle foi ditto a mim Tabellião perante as mesmas testemunhas de que dou fé que de sua propria e livre vontade e sem coacção de pessoa alguma fás o seu testamento pella maneira seguinte: Que declarava que hera o her digo, hera Christão, que profeçava a Lei de Christo e n’ella queria viver e morrer, e pedia á bemaventurada sempre Virgem Maria foçe sua Advogada para com Seu // [fl. 82v] Seu Unigenito filho para que sua alma vá gozar da bemaventurança quando passar á vida eterna = Que deixava e nomiava a sua sobrinha Donna Francisca Lacerda, casada com o doutor Joaquim d’Araujo Lacerda desta villa o dominio util a de hum praso que pessue nesta villa pegado a outro pertençente á mesma sua sobrinha, e cito atrás do adro desta mesma villa, o qual prazo foi foreiro ao extinto convento de Santa Cruz de Coimbra e agora á Fazenda Nacional, e lhe paga annualmente seis almudes e meio de vinho mosto = Que mais deixava, e nomiava á ditta sua sobrinha o dominio util d’outro prazo que tem no citio da Pedreira, para as partes da Lavandeira, áredores desta villa, o qual hé foreiro a Santa Caza da Mizericordia desta villa e lhe paga annualmente trezentos reis de foro, como milhor constará do tittullo respectivo = Que mais deixa e nomeia digo, Que mais deixa á ditta sua sobrinha, todos os seus bens que pessue nesta villa e seu termo, e o que se achar das portas para d’entro das cazas onde vive exceptuando secenta mil reis em dinheiro que destina para o seu interro; e do dinheiro que se achar ao pé destes secenta mil reis, em huma lata de quarta deixa a terça parte á ditta sua sobrinha, e a outra terça parte a deixa a sua irmã Maria cazada com Manoel

Fotos do autor

- Contributo para o estudo da família Levache

Vestígios de algumas ruínas do Engenho Real da Machuca no final do século XX Joaquim da Matta, e a outra terça parte que resta a deixa a seu sobrinho Jozé Carlos, filho de sua irmã Maria sobredita, com a obrigação porem da ditta sua sobrinha Francisca Lacerda, lhe mandar dizer e sem missas por sua alma de esmolla de cento e vinte reis cada huma, dittas por huma sol, digo só vês // [fl. 83] Vês; e em attenção a este incargo lhe deixa a divida que lhe devem por escriptura publica a viuva e herdeiros de Joze da Silva do lugar da Fós d’Alge, termo d’Arega; assim como tambem lhe deixa todas as mais dividas que lhe devem neste destricto = Que igualmente deixa mais ao ditto seu sobrinho Joze Carlos as cazas que, digo, cazas de sobrado que tem no lugar das Vendas de Maria contando da frontaria das mesmas em direitura para o quintal, e o mesmo quintal que deste modo lhe fica correspondendo, e mais deixa ao ditto seu sobrinho a metade huma propriedade cita aos Barreiros limite das Vendas de Maria; e mais lhe deixa huma vinha cita ao cimo dos dittos Barreiros = e mais lhe deixa humas cazas de sobrado, citas no mesmo lugar das Vendas de Maria, com seu competente quintal, que pegão com João Rodrigues do mesmo lugar; e mais lhe deixa a horta, e vinha pegada a ella cita á Fonte da Venda, no mesmo limite; e mais lhe deixa huma terra de sequeiro, cita ao cimo das Freixeiras, no mesmo limite, e outra terra com vinha cita ao fundo das ditas Freixeiras, com a quarta parte da agua do posso [sic] que está ao simo della; mais lhe deixa huma courella de matto cita aonde chamão a Lameira Redonda limite do mesmo lugar; e mais lhe deixa outra courella de matto com hum carvalho ao fundo cita aonde chamão a Tombaguens limite do lugar de Nechebra; e mais lhe deixa o olival grande cito á Fonte da Figueira = e mais deixa a metade // [fl. 83v] A metade do pinha cito ao Gavião, isto hé a metade do que lhe pertence no ditto pinhal = Mais lhe deixa hum pinhal, e carvalhos, que tem no citio d’Ameeira = mais lhe deixa a pedra das cazas que se esborralharão no citio dos Togeirinhos = com a obrigação porem do ditto seu sobrinho lhe mandar dizer cem missas por sua alguma de esmolla de cento e vinte reis cada huma e dittas por huma só vês = e que mais deixa, e nomeia ao ditto seu sobrinho Joze Carlos, o dominio util de huma [sic] prazo que tem ao pé do Carvalhal, e que paga de foro annualmente cinco alqueires de milho, digo o dominio directo de hum prazo que tem ao pé do Carvalhal do qual hé senhorio util Joze Mendes, da Venda, de que lhe paga annualmente cinco alqueires de milho e que mais deixa e nomeia o dominio util de hum prazo que tem cito ao Olheiro limite do ditto lugar das Vendas de Maria, de que paga annualmente seis alqueires e meio de milho a João Lial do Espinhal = Que deixa ao seo sobrinho João de Souza humas cazas com seu quintal pegado citas aos Togeirinhos no mesmo limite das Vendas de Maria = com a obrigação de lhe mandar dizer tres missas por sua alma de esmolla de cento e vinte reis cada huma, ditas por huma só vês = Que deixa a sua sobrinha Vicencia huma órta com oliveiras, cita á Fonte da Venda de Baixo no ditto limite, com vinte e quatro horas de agua de rega, que vem de outras ortas superiores = mais deixa á mesma sua sua [sic] sobrinha Vicencia, humas cazas com seu quintal, correspondente, parreiras, pátio e corral ao cimo citas no ditto lugar das Vendas de Maria, de cujas cazas se serve por favor Theresa dos Lagos = Mais lhe deixa huma vinha com carvalhos // [fl. 84] Carvalhos cita ao Olheiro, no mesmo limite que foi algum dia de Maria Lopes da Nechebra = Mais deixa á ditta sua sobrinha a metade do que lhe resta do pinhal cito ao Gavião =

Que deixa mais ao sobreditto seu sobrinho Joze Carlos para pagamento da divida do Espinal [sic] cento e cincoenta mil reis, que serão tirados das dividas mais bem paradas que lhe devem no ditto lugar e termo, digo, lugar das Vendas de Maria, e são termo, e termo de Maçãns que elle poderá escolher = Que deixa ao seu afilhado Joze da Fonceca, as cazas em que assiste por favor Bernardo Simõens, citas no lugar sobredito das Vendas de Maria = Que deixa a sua criada Joaquina, hum quintal que tem na Ribeira Velha que trás Joaquim da Lisboinha e lhe paga de renda annualmente cinco alqueires de milho = Que o resto dos bens que ficão por nomiar, existentes no termo das Cinco Villas os deixa a sua irmã Maria, sobredita, e aos seus, digo, e aos dois filhos desta mais novos, Jenoveva, e Francisco, para todos tres os desfructarem emquanto vivos forem; e que por morte do ultimo passarão para o sobredito seo sobrinho Joze Carlos, e no cazo deste ter falecido passarão para seus filhos ligitimos que agora tem ou pode vir a ter = Que instituia por seu testamenteiro ao ditto Doutor Joaquim d’Araujo e Lacerda a quem rogava, e pedia cumprisse tudo á risca este seu testemanto que o havia por bom, firme e valiozo, e hera sua ultima e derradeira vontade e pedia ás Justiças lhe fizecem dár seu cumprimento, o qual queria vallece como testamento // [fl. 84v] Testamento, e quando não valece como tal queria valeria como cedulla, ou codicillo, e por elle revogava todos anteriormente feitos; dice mais que deixa á ditta sua sobrinha Vicençia hum olival que foi já tapado sobre si, cito á Fonte da Figueira limite das Vendas de Maria = Digo limite da Nechebra = E por esta forma dice que havia por findo este seu testamento que assim outorgou, pedio, e asseitou, e eu Tabellião, como pessoa pulbica, estipullante e aceitante, o estipulei, e asseitei, em nome dos prezentes e auzentes a quem a favor tocar possa, e deva, e em Direito me hé premetido, ao que forão testemunhas prezentes chamadas e rogadas por parte do testador, ante as quais, e o testador este li antes de por todos assignado que decerão estava conforme e tinhão outorgado de que dou fé, Leonardo Barata da Silva, João Lopes Ferreira da Costa, Joze Barboza, Ignacio de Sá Mexia, e Tiburcio de Sá Forte Magalhãns Mexia, todos desta ditta villa. E eu Manoel Joaquim dos Santos, Tabellião que o escrevi e assignei. (a) Manoel Joaquim dos Santos (a) Joze Levache Craveiro de Faria (a) Tiburcio de Sá Forte Mexia Magalhães (a) Leonardo Barata da Silva (a) Ignacio de Sá Mexia (a) João Lopes Ferreira da Costa (a) Joze Barboza

DOCUMENTO 4

1838, junho, 22, Figueiró dos Vinhos – Registo de óbito de José Levache Craveiro de Faria. Arquivo Distrital de Leiria, Livro de Óbitos de Figueiró dos Vinhos [1819-1859], Dep. IV-34-B-2, assento n.º 2, fl. 103. < Villa. Jozé. Fes testamento > Aos vintte e dous de junho de mil e outocentos e trinta e outto falesceo com todos os Sacramentos Jozé Levache Craveiro desta villa, mas natural da Venda de Maçãns freguezia de Maçans de D. Maria, e fes testamento aberto. Seu corpo foi sepultado no adro desta Igreja no dia seguinte. Fes testamento aberto de que fis este que asignei. (a) O Parocho Jozé Lopes de Payva


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sugestões de leitura

Paulus Editora . Espiritualidade . Fratelli Tutti Papa Francisco

Eis a nova Carta Encíclica do Papa Francisco, sobre a fraternidade e a amizade social. O próprio Papa a apresenta: “As páginas seguintes não pretendem resumir a doutrina sobre o amor fraterno, mas detêm-se na sua dimensão universal, na sua abertura a todos. Entrego esta encíclica social como humilde contribuição para a reflexão, a fim de que, perante as várias formas actuais de eliminar ou ignorar os outros, sejamos capazes de reagir com um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite a palavras. Embora a tenha escrito a partir das minhas convicções cristãs, que me animam e nutrem, procurei fazê-lo de tal maneira que a reflexão se abra ao diálogo com todas as pessoas de boa vontade”.

O Despertar Humano

Reflexões de um tempo vertiginoso Julián Carrón

Com este livro-entrevista, o padre Julián Carrón escancara a «realidade, da qual muitas vezes fugimos para poder respirar devido à incapacidade de estarmos com nós mesmos, desta vez foi inclemente, obrigando a maior parte de nós a ficar trancados em casa, a parar. E neste isolamento tem-se erguido aos nossos olhos – talvez pela primeira vez de modo tão evidente e difundido – a nossa condição existencial.»

Missa para crianças Goretti Dias

Era noite quando Jesus Se reuniu com todos os seus doze discípulos, em volta de uma grande mesa, para comemorar a Páscoa. Jesus sabia que era a última vez que eles estariam juntos, pois um dos seus discípulos, chamado Judas Iscariotes, tinha traído a sua confiança, entregando-O para os senhores da lei, pessoas más, que O perseguiam e julgavam, dizendo que Ele era um mentiroso. Por isso queriam matá-l’O. Foi então que, nessa ceia, Jesus pegou num pão com as suas mãos, agradeceu, partiu-o em doze pedaços e deu-o a cada um. Conhece neste livro o significado da missa e aprende a celebrá-la, como Jesus a celebrou com os seus discípulos.

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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

Peregrinar a Jesus

Deus, Jesus e a saúde José Carlos Bermejo Ariel Álvares Valdés

Este é um livro simples que nasce como resultado da paixão de nos aproximarmos de Jesus, o Jesus no qual os cristãos crêem, o Jesus apresentado no Evangelho, tão necessitado de ser conhecido e descoberto por diferentes pontos de vista. Um deles é o histórico, com as metodologias adequadas para discernir o que os textos significam, bem como as implicações que podem ter na vida dos seguidores de Jesus. Como cristãos, a Ele temos de peregrinar antes de qualquer outra referência, uma vez que outras peregrinações nos podem distrair, ainda que nem sempre. Jesus deve ainda ser explorado, assim pensam alguns na Igreja. O reforço que receberam de alguns aspectos teológicos a partir da tradição, da vida litúrgica, do culto e de muitos imaginários culturais pode contribuir para manter vivo e actual o desafio de conhecer a pessoa de Jesus na sua mais imediata possibilidade: a sua humanidade, a sua identidade, a sua mensagem como edificador da cura para um mundo bem necessitado dela.

Nunca foi tão fácil ganhar o céu

Biografia espiritual São José Sánchez del Río Ricardo Figueiredo

“Pode parecer pretensão querer esboçar o perfil espiritual de um jovem de catorze anos. Muitas vezes subvaloriza-se o interior espiritual das crianças. Mas para nós, cristãos, não pode ser assim: o próprio Jesus apresentou uma criança como o modelo do ser cristão e das condições para entrar no Reino dos Céus. Assim sendo, e especialmente por estarmos a falar de um adolescente de catorze anos, podemos encontrar no perfil espiritual de São José Sánchez del Río não só o perfil de um mártir cristão, mas também a maturidade própria de quem queira levar a sério o propósito de ser santo.”

YOUCAT – Curso sobre a Fé

Este livro sobre a vida cristã é um contributo para as pessoas que querem reflectir com maior profundidade. Que não se contentam com informações vagas. O curso gostaria de incentivar-te à grande aventura com Deus. Baseia-se no Catecismo de maior sucesso internacional da actualidade, o YOUCAT, especialmente pensado para os jovens, mas que os adultos também vão ler com muito interesse. Está dividido em 26 temas, abrangendo as principais questões que se levantam sobre aquilo em que acreditamos quando dizemos que somos cristãos.

A Caixa de Correio de Nossa Senhora António Marujo Temas e Debates

No Santuário de Fátima existe um arquivo com cerca de oito milhões de mensagens enviadas a Nossa Senhora, oriundas de todo o mundo e escritas por pessoas das mais variadas classes sociais. Mistérios e declarações, pedidos de saúde ou de emprego, amores proibidos e confessados, crimes escondidos, desilusões amorosas, angústias existenciais, orações pela paz no mundo e pela «conversão dos pecadores» ou da Rússia, pelo fim da Guerra Colonial… este é o “correio de Nossa Senhora” praticamente desconhecido, que o jornalista António Marujo traz à luz do dia, numa investigação inédita que já deu origem a documentários televisivos e artigos de revistas. Agora em livro, esta investigação, com apoio do próprio Santuário, revela um retrato único de uma parte da sociedade portuguesa poucas vezes representada, onde são reveladas as suas opiniões sobre a guerra e a paz, a fé e a descrença, amores proibidos, saúde e dinheiro, justiça e política. Como se novos segredos de Fátima se revelassem aos nossos olhos…

Desenhar animais é fácil Robert Lambry Arte Plural Edições

Há um século, o artista francês Robert Lambry criou uma série de lições para ensinar crianças a desenhar animais, passo a passo. As lições eram publicadas num jornal infantil, nas décadas de 1920 e 1930, e mais tarde foram compiladas e editadas em forma de livro, um sucesso que colocou pessoas de todas as idades (e não apenas os mais novos!) a divertir-se com o desenho de animais por este método. Quase cem anos depois, chega também, pela primeira vez, a Portugal. O autor divide o processo numa série de formas e linhas simples, permitindo ao aprendiz recriar até as criaturas mais complexas em apenas alguns traços. Sete formas básicas e linhas geométricas, é tudo o que precisa de saber para desenhar mais de cem animais diferentes – desde pássaros a cães e gatos, passando por animais selvagens a insectos e animais de quinta. Com uma metodologia cativante, divertida e muito simples, cada lição é seguida de um espaço para treinar, fazendo deste livro um manual e um caderno de esboço ao mesmo tempo.

De Anne Frank a Hitler, de Darwin a Deus Cartas que nunca chegaram ao destino José Jorge Letria Guerra e Paz Editores

Que cartas teriam enviado Anne Frank a Adolf Hitler, Darwin a Deus, Jesus Cristo a Maomé, Groucho Marx a Karl Marx, Pablo Neruda a Augusto Pinochet, Humberto Delgado a Salazar? Dezenas de protagonistas da História reencontram-se neste livro original, no qual José Jorge Letria, escritor e poeta dá corpo às palavras que ficaram por dizer. Inspirado na tradição da ficção epistolar, o autor reúne 39 cartas imaginárias, trocadas entre grandes figuras universais, com base em factos históricos, mas, na maioria dos casos, improváveis, por antagonismo ideológico, cronológico e até dimensional dos correspondentes. Vidas que se completaram ou se destruíram reencontram-se num exercício de reconciliação, despedida ou revelação, e falam de temas universais como o amor, a saudade e o arrependimento. Uma obra para amantes de História, elogiada pelo físico e divulgador científico António Manuel Baptista, que prefacia a edição: “Este é um livro esplêndido que nos revela uns daqueles momentos solares onde o saber, mansamente, amadurece em sabedoria.»

Pontuação em Português Marco Neves Guerra e Paz Editores

Quem nunca hesitou perante uma vírgula? Quem nunca caiu nas armadilhas da pontuação? Quem sabe realmente distinguir um hífen de um travessão? Decidido a acabar com estas e outra dúvidas e incertezas, o professor universitário e linguista Marco Neves criou este guia prático para escrever melhor, com as regras essenciais de uso, as excepções e as ratoeiras dos sinais de pontuação. Como que vindas de um balde, atiradas – água-vai – para o texto, as vírgulas são dos símbolos de pontuação mais injustiçados, ostracizados e, por vezes, até vulgarizados pelos falantes do português, quando se expressam por escrito. Mas também são traiçoeiras, quando mal usadas, e podem alterar completamente o sentido de uma frase, como, por exemplo: «Amanhã, nem por sombras irei ao cinema» ou «Amanhã, nem por sombras, irei ao cinema». Aprenda a distinguir as situações em que deve usar a vírgula e o ponto e vírgula, distinga como ninguém uma ocasião para hífen e outra para travessão e ainda como assinalar um diálogo ou dar espaços no momento certo.


sugestões de leitura • 29

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

O que é o Radicalismo?

Uma luz ao longe

Holocausto

Na sociedade de hoje, predominantemente progressista, mais aberta e tolerante a novos valores, o radicalismo assume novos contornos. Atento ao fenómeno, o professor e investigador Victor Correia, doutorado em Filosofia Política e Jurídica pela Universidade de Sorbonne, em Paris, apresenta-nos um ensaio no qual analisa este conceito transversal a credos, ideologias e correntes artísticas. Este é um ensaio que analisa em que áreas este conceito se aplica – na política (de direita e de esquerda), na religião (o fundamentalismo), na filosofia (as ideias filosóficas ditas radicais), e na arte (o vandalismo) –, abrindo caminhos para a compreensão dessas áreas a partir do conceito de radicalismo e, no sentido inverso, desse conceito a partir das áreas às quais se aplica. O autor relaciona ainda o conceito de radicalismo com outros conceitos semelhantes, analisando os pontos de convergência e de divergência, e mostra a sua ambiguidade e subjectividade. Esta é uma obra acessível a todos os públicos, dos universitários aos meros curiosos do saber.

Com prefácio de Gonçalo M. Tavares, chega às livrarias portuguesas uma nova edição de “Uma Luz Ao Longe”, de Aquilino Ribeiro, integrada na reedição da obra completa pela Bertrand Editora. Romance autobiográfico, que continua a história iniciada em “Cinco Réis de Gente” e fortemente inspirado nas vivências de Aquilino no Colégio da Lapa, onde a linguagem e os objectos por si usados, bem como as suas consequências, revelam o duelo social existente no país. Amadeu Magalhães, o protagonista, parte ainda criança para a Lapa para fazer a equivalência ao curso do Liceu. Recém-chegado de uma realidade diferente, a distância da família, da aldeia que tão bem conhece, os rigores da Lapa e o regime austero do Colégio levam-no a engendrar uma indiferença, e depois revolta, contra a instituição, e, em alguma medida, algum sentimento anti-religioso. Amadeu acaba por fugir do Colégio e regressar a casa após o exame do Liceu, e é com a partida da família para Lisboa que a luz ao longe titular começa finalmente a brilhar na vida do nosso protagonista.

Esta é uma investigação exaustiva e detalhada sobre a Shoá – o Holocausto – e também sobre o papel de Portugal face a esse medonho acontecimento da história da humanidade. Um livro sobre os horrores do extermínio de milhões de inocentes com a complacência dos cidadãos de vários países, para que a história não se repita. Apesar de ser um dos assuntos mais estudados a nível internacional, o envolvimento de Portugal ficou bastante desconhecido, muito graças à ditadura de Salazar e à sua política de neutralidade durante a Segunda Guerra Mundial. Nesta obra, são esclarecidas muitas das dúvidas que ainda persistem sobre o tema, primeiro com uma contextualização histórica do Holocausto – os antecedentes, a linguagem, como foi visto pela comunidade internacional –, depois com o foco em Portugal, no Estado Novo, na política externa de Salazar e na opinião do público português sobre a guerra e o extermínio de milhões de inocentes às mãos dos nazis. Uma obra essencial sobre o tema, para historiadores ou leitores curiosos.

Eneida

Os Vivos e os Outros

Seduz-me

Este é um dos grandes clássicos da cultura europeia. A Eneida, poema épico que descreve os destinos de Eneias e dos troianos que com ele escaparam à queda de Troia, é considerada a obra-prima de Vergílio e um exemplo maior da literatura latina. Esta epopeia narra a longa viagem marítima que a frota de Eneias empreende em busca de uma nova pátria tantas vezes profetizada. É a história da demanda por um lugar no mundo e da luta pelo direito a habitar a terra das suas vicissitudes e glórias. Dela nasce Roma e um Império que moldará o mundo. A reedição desta obra faz-se com paralelismo formal ao texto original, recuperando a estrutura em verso do poema épico, com indicação das estrofes, de dez em dez, referentes à versão portuguesa e à versão latina, para mais fácil leitura e estudo. É uma tradução do latim por Ana Alexandra Alves de Sousa, Cristina Abranches Guerreiro e Luís M. G. Cerqueira, docentes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Para onde vamos depois do fim? José Eduardo Agualusa nunca foi tão longe no lirismo da sua prosa – nem, ao mesmo tempo, no desenho de personagens tão reais que parecem inventadas. Este seu novo romance versa o fim de um mundo e o início de outro. Qualquer semelhança com os tempos actuais é, realmente, pura coincidência, apesar de – há um ano – Agualusa ter imaginado estas personagens a viverem num regime de isolamento e confinamento forçados devido a uma tragédia inesperada. O cenário é o da beleza mágica da Ilha de Moçambique – onde decorre um festival literário que reúne três dezenas de escritores africanos que, na sequência de uma violentíssima tempestade no continente (e de um evento muito mais trágico, que só depois se revelará), permanecerão totalmente isolados durante sete dias. Mas a história leva-nos mais longe: a uma série de estranhos e misteriosos acontecimentos, que colocam em causa a fronteira entre realidade e ficção, passado e futuro, a vida e a morte, e inquietam os escritores e a população local.

Victor Correia Guerra e Paz Editores

Vergílio Bertrand Editora

Adolfo Kaminsky: o falsificador Sarah Kaminsky Bertrand Editora

Adolfo Kaminsky, judeu russo de nacionalidade argentina, tinha 17 anos quando foi despejado de casa, com a família, e enviado para o campo de concentração de Drancy. Os seus passaportes argentinos garantiriam à família a libertação deste campo, salvando-os, por uma questão de horas, da deportação para Auschwitz. Foge para França, onde se torna o mais jovem falsificador ao serviço da Resistência, salvando a vida a milhares de judeus nos últimos anos da Segunda Guerra Mundial. Após a tomada de Paris, Kaminsky é recrutado pelos serviços secretos franceses, que abandona aquando da Guerra da Indochina. Regressado à clandestinidade, nas décadas seguintes viria a colaborar com diversos países, entre os quais Grécia, Argélia, EUA, América do Sul, Guiné, Guiné-Bissau, Angola, África do Sul e… Portugal. Contada pela própria filha, esta é a história de um verdadeiro herói, que nunca aceitou dinheiro pelo seu trabalho de falsificador e agiu sempre pelos ideais da liberdade e da dignidade humana.

Aquilino Ribeiro Bertrand Editora

José Eduardo Agualusa. Quetzal

FLOW – Full Life, Outstanding Work

Crescer com as nossas motivações, expectativas, objectivos e emoções Ricardo Fortes da Costa Editora RH

Irene Flunser Pimentel Temas e Debates

Mary Louise Pseud. de Fernando Jorge Vaz Machado Ed. Jorge Manuel Ramos Este é mais um livro de poesia do batalhense Fernando Jorge Vaz Machado, desta feita sob o pseudónimo de Mary Louise. Trata-se de uma vertente feminina e mais erotizada da escrita do autor, que ele assim descreve: “Já há muito tempo que brotava em mim, um criar algo novo que exprimisse a minha copa B. Todos temos um ar lascivo e enigmático. Aquela sensibilidade poética feminina que brota em nós. Aquele arranhar de emoções sensuais que somente o meu carácter feminino o consegue realçar. Mary Louise é simplesmente a mulher que está no coração de quem a ama na ousadia de a ler e de quem a defende”. Os versos são soltos, sem rodeios, cheios de palavras, por vezes, fortes e ásperas. No entanto, são também cheios de segundos sentidos e, por norma, têm desfecho num lugar comum imprevisto e banal, longe do sentido erótico que inicialmente se supunha. Assim, acaba por ser um exercício literário que brinca também com as palavras, as sensibilidades e a interpretação do leitor.

Eu Conto com a Reciclagem Vários autores Valorlis

O livro “Eu Conto com a Reciclagem” reúne as narrativas vencedoras do concurso de contos “Conta Reciclar” inspirados no tema da Reciclagem e que envolveu alunos e professores desde o 1.º ciclo ao ensino secundário e também a população adulta. O livro reflete o sucesso da iniciativa e pretende contribuir para a promoção da mensagem da reciclagem e incremento de boas práticas de separação de resíduos. A ilustração foi desenvolvida por ilustradores da região: Ana Barateiro, Leonel Brites, Rui Lobo, Rui Pedro Lourenço e Tânia Bailão Lopes e teve o apoio da Sociedade Ponto Verde. “Estou certo de que as diferentes gerações e intervenientes neste Projecto depositarão esta “pedra” de palavras, como um alicerce que possibilitará a (re)edificação de um melhor Planeta que o futuro receberá clamorosa e respeitosamente”, diz no prefácio o psicólogo e escritor Paulo José Costa. Além da edição impressa, tendo em vista uma maior divulgação da causa ambiental, o livro está também disponível para download, em: www.valorlis.pt/ media/2020/06/livro-conta-reciclar-web.pdf.

O que é amar um país

Este livro pretende ser um companheiro de jornada para todos os que procuram cumprir com a sua missão de vida, obtendo resultados extraordinários que lhes permitam deixar uma marca no mundo. É este atributo que diferencia pessoas felizes e realizadas: a capacidade de conseguir que as suas decisões ao longo da vida as levem a dar o que de melhor têm. É aos indivíduos que procuram ir mais além que este livro se destina em primeiro lugar. Àqueles que buscam alimentar o seu compromisso interior e atingir resultados. Àqueles que sabem que têm de praticar permanentemente o seu desenvolvimento pessoal, para que possam atingir um patamar de excelência. E que também tenham o propósito de ajudar os outros a crescer. Numa linguagem clara, o autor explica os fundamentos da gestão de expectativas, das emoções e da motivação humana, abordando as melhores práticas de “awareness” e desenvolvimento, criando um instrumento de trabalho essencial nos tempos de mudança que vivemos.

O poder da esperança José Tolentino Mendonça Quetzal

O Livro de Ouro para a Gestão de Recursos Humanos nas PME

Contributos para a história da actividade bancária em Leiria

A 10 de Junho, nas cerimónias do Dia de Portugal, o cardeal José Tolentino Mendonça discursou perante um país que estava a dar os primeiros passos de desconfinamento pós-covid19. Um discurso com a linguagem e a serenidade de um teólogo aberto ao mundo, que suscitou a curiosidade dos leitores e fica registado neste livro. São três temas essenciais para a actualidade portuguesa: o que significa amar um país e de que modo podemos interrogar a crise de hoje; qual o sentido da palavra «esperança» durante a pandemia, ao enfrentarmos um mundo desconhecido que muda o nosso lugar no tempo; e, finalmente, de que forma a beleza, a graça e a fé podem combater a solidão e a calamidade destes dias. José Tolentino Mendonça interroga os sinais da vida quotidiana, mas também os clássicos da literatura, da teologia, da filosofia e da poesia mostrando a importância da beleza e da contemplação em tempos de extrema dor, solidão e imprevisibilidade, quando é tão importante relançar a esperança. Um livro de grande urgência – que diz respeito a todos.

“É inquestionável o papel que as micro, pequenas e médias empresas têm no tecido empresarial português em matéria de emprego, empreendedorismo e inovação. Porém, o grau de sofisticação dos modelos de gestão de recursos humanos destas empresas ainda não acompanha a importância que estas assumem no contexto económico nacional” – Nuno Pinto Bastos. Este livro vem apresentar uma visão mais esclarecedora de como funciona a gestão de recursos humanos nas pequenas e médias empresas. Através da análise dos principais desenvolvimentos sobre esta matéria, é proposto um conjunto de boas práticas relacionadas com a dimensão interna e externa de uma empresa com impacto directo no funcionamento das políticas e práticas da gestão de recursos humanos. Os profissionais da gestão de pessoas, e da gestão em geral, podem aqui encontrar inúmeras orientações com a devida fundamentação sobre como definir um modelo de GRH ajustado à realidade de cada PME.

Mais uma obra que resulta da recolha e tratamento de documentação existente no Arquivo Distrital de Leiria por parte do jornalista e investigador Joaquim Santos. Diz o autor: “O presente livro retrata uma era em que o sistema financeiro, através dos bancos, ainda estava em fase de afirmação, desde a Monarquia até aos anos 30 da República, já em pleno Estado Novo. Apresenta múltiplos contributos para o conhecimento dessa evolução, sendo mais uma forma de melhor conhecermos a história do concelho e distrito de Leiria, especialmente na área financeira. (...) Nele se descreve a instalação do Banco de Portugal e de outras agências que vieram para a cidade nos séculos XIX e XX, alterando por completo a vida social e económica de Leiria”. No prefácio, diz David Barreirinhas: “Esta obra será, indiscutivelmente, um legado para o futuro, que dignifica a cidade de Leiria, sendo uma mais valia no que toca ao conhecimento da actividade bancária, quando esta dava os primeiros passos no burgo leiriense”.

Pedro Novo Melo Carolina Machado Editora RH

Joaquim Santos Inforletra


poesia/ /obituário

. Poesia . A lucidez de minha avó

Nunca estive tão lúcido Nunca estive tão só Nunca estive tão translúcido Sinto energia de minha avó Algo me acompanha Nas noites tão sozinho Nesta minha campanha Nestes desígnios cozinho Sei que algo existe Muito mais, do que vejo Este mundo coexiste Com o outro mundo, que não o vejo Não me preocupo Simplesmente coabito Meu espírito eu ocupo Minha alma eu habito Vaz Pessoa

O tempo passou O que eu sonhava, Sem acreditar Esperei não sei o quê O tempo passou Mas depressa voltava Seria o vento! Sem acreditar, Continuo a sonhar Espero pelo que não se vê. O tempo passou, Ainda sonhava Mas não voltou O que eu esperava. Agora sem acreditar, O tempo passou Já não vale apena sonhar O tempo jamais voltou. No pensamento voa, O sentimento do tempo É algo na alma que não perdoa Que não tenha o seu tempo. O tempo passou, Esperei pela realidade E nada mais voltou Apenas saudade. José António Carreira Santos 12-01-2013

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

Natural da Batalha

apoio/divulgação

Faleceu o padre João Beato Com 84 anos de idade, faleceu no passado dia 20 de Junho, na casa sacerdotal de Lisboa, onde residia, o padre João Beato, nascido na Batalha a 9 de Setembro de 1935. Era filho de Manuel Beato e de Maria Rosa de Bastos Leite e teve três irmãs e um irmão, também padre, Joaquim Beato, actual pároco de Armação de Pêra e de Porches, no Algarve. A celebração das exéquias, presidida pelo cardeal D. António Marto, teve lugar na igreja paroquial das Pedreiras, Porto de Mós, no dia 22, em cujo cemitério ficou sepultado. João Beato entrou para o Seminário de Leiria em 1948 e foi ordenado sacerdote em 11 de Setembro de 1960, na catedral de Leiria, por D. João Pereira Venâncio. Nesse mesmo ano, recebeu a nomeação para prefeito e professor do Seminário Menor, em Fátima. Em 1964, foi nomeado pároco da Vieira de Leiria. Um ano depois, deixa esta paróquia e vai para Lisboa, a fim de prestar serviço na Junta Nacional da Acção Católica, como assistente dos respectivos movimentos de juventude operária e de professores. Entretanto, frequenta a Universidade de Lisboa, onde fez a licenciatura em Filologia Clássica e o doutoramento em Literatura Latina. Em seguida, desenvolveu actividade docente na Escola do Magistério e na Faculdade de Letras de Lisboa. Foi também assistente religioso da Obra do Ardina, uma instituição social de apoio a crianças e jovens em risco, e de outras instituições. Ao mesmo tempo, colaborou na acção pastoral na cidade de Lisboa. Em Leiria, durante algum tempo, foi director do pólo local da Universidade Católica. O padre João Beato foi essencialmente um homem do saber e da cultura. Além do ensino e da ajuda competente à aprendizagem dos seus alunos, nos quais deixou boas marcas pela sua competência e amizade, fez traduções de obras de Santo Agostinho, escreveu livros e artigos e colaborou na organização

DR

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de congressos e eventos culturais, nomeadamente na Diocese e no Santuário de Fátima. Era uma pessoa de trato simples, amigo da família e empenhado em fazer o bem e em criar familiaridade com aqueles com quem se relacionada e convivia. Como padre, exerceu o ministério discreta e fielmente pelo testemunho e relações no meio universitário, orientando retiros e colaborando em várias acções pastorais. O seu livro “Imagens de vida” (2001) revela que foi um observador atento das pessoas, registando vivências e aprendizagens, as “marcas indeléveis” que deixam em nós no encontro com elas e que, “não raro, nos fazem parar, reflectir e meditar” no “mistério da vida e da existência”. Nesses textos, transparece na sua pessoa uma dimensão contemplativa, reconhecendo que “uma certa mística é muito importante na vida”. Daí que confessasse a necessidade de “parar para olhar a vida das plantas, dos animais, dos homens que nos cercam e nos rodeiam, parar para ver a beleza dos seres que diariamente povoam o nosso mundo e cujo canto ressoa imperceptível ao nosso ouvido e se mostra invisível ao nosso olhar”. Esta paragem é para admirar, reaver, e prosseguir, “prosseguir a nossa caminhada com ânimo, com novo alento, rumo à pátria longínqua e distante de um amanhã sem ocaso”. Foi para essa Pátria que agora partiu. Fonte: Leiria-fatima.pt

Marcações, reservas e take-away:

244 766 709 244 768 568

. obituário . AGRADECIMENTO

Júlia Marques Pereira Santos

N. 03-07-1929 • F. 16-09-2020 Seus filhos, netos e restante família, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida agradecer todas as manifestações de carinho, nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. Eternamente nos nossos corações… Até um dia…

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OBITUÁRIO

Informamos que a publicação dos agradecimentos por ocasião de falecimento é gratuita para naturais e residentes na Golpilheira. Publicaremos apenas quando nos for pedido pelos familiares ou agências funerárias.

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a fechar • 31

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

. telefones úteis . 112

Número europeu de emergência Bombeiros Voluntários da Batalha G.N.R. Batalha Junta de Freguesia Golpilheira Câmara Municipal Batalha Centro de Saúde da Batalha Centro Hospitalar N. S. C. - Brancas Escola Primária da Golpilheira Jardim-de-Infância da Golpilheira Agrupamento Escolas Batalha Correios (CTT) - Batalha Mosteiro de Santa Maria da Vitória Águas do Lena (Piquete: 939 080 820) Táxis da Batalha Centro Recreativo da Golpilheira Linha de Saúde Pública Linha de emergência Gás EDP - Avarias (24 horas) SUMA - Levantamento de “monos”

. Tintol & Traçadinho .

244 768 500 244 769 120 244 767 018 244 769 110 244 769 920 244 769 430 244 766 744 244 767 178 244 769 290 244 769 101 244 765 497 244 764 080 244 765 410 244 768 568 808 211 311 808 200 157 800 506 506 244 766 007

Então, como correu a consulta no posto médico?

Espectacular! Depois de uma manhã na rua, três papéis preenchidos, tensão medida por telefone e análises por email, já sei que estou com a diabetes descontrolada, hipertensão em altas, constipação, obstipação e próstata inchada. Mas, graças a Deus, não tive tosse... estou safo!

Bosto médico

.fotodestaque. DR

Registo ERC . 120 146 / Depósito Legal . 104.295/96 Estatuto Editorial: jornaldagolpilheira.pt/about Director . Composição . Luís Miguel Ferraz (CP 5023) Equipa JG (nesta edição) . Adelino Rito, Ângela Susano, Cristina Agostinho, Isabel Costa, Miguel Santos, Vanessa Silva. Colaboradores . Ana Maria Henriques, António Ferraz (assinaturas), Carolina Carvalho (secretária), Cremilde Monteiro, Fernando Vaz Machado, Joaquim Santos, José António Santos, José Eusébio, José Jordão Cruz, José Travaços Santos, Márcio Lopes, Miguel Portela, Saul António Gomes. Propriedade/Editor . Centro Recreativo da Golpilheira (Instituição Utilidade Pública - D.R. 239/92 de 16/10). NIF . 501101829. Presidente: Fernando Figueiredo Ferreira Sede proprietário/editor/redacção . Centro Recreativo da Golpilheira - Estrada do Baçairo, 856 - 2440-234 Golpilheira . Tel. 910 280 820 / 965 022 333. Composição. Est. do Vale, 100 - 2440-232 Golpilheira Impressão . Empresa Diário do Minho, Lda . - Rua Santa Margarida, 4A - 4710-306 Braga - Tel. 253303170 . Tiragem desta edição . 900 exemplares Sítio: www.jornaldagolpilheira.pt Facebook: www.facebook.com/jgolpilheira Twitter: www.twitter.com/jgolpilheira Email: geral@jornaldagolpilheira.pt

Fotos: DR

. ficha técnica

É assim!

Um golpilheirense que se preze é assim que faz: onde quer que vai mostra o orgulho na sua terra, leva livros, cachecóis e galhardetes e diz com orgulho onde estão as suas raízes. O Joaquim Manuel Monteiro fez tudo certinho... e isto vale mais do que qualquer montra final!

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. recordar é viver .

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Esta foi a primeira foto tirada em reportagem para o Jornal da Golpilheira, que na altura se chamava “Das Duas Uma”. Foi nas festas da Batalha, em Agosto de 1996, umas festas em condições, quando não havia pandemias a atrapalhar... Ainda estávamos longe das fotos digitais e só gastámos um rolo de 24 (eram caríssimas), pelo que não se arranjou melhor. A foto foi publicada na edição experimental (n.º 0), em Setembro desse ano, faz agora 24 anos! Este foi um consurso de “Miss Batalha”... lembram-se quem ganhou? Pois foi, uma menina da Golpilheira! E outra golpilheirense foi a 2.ª dama de honor! Estão aqui várias cá da terra... vejam se as descobrem e investiguem quem terão sido as premiadas! | LMF

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de Joaquim Vieira


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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2020

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Solidez. Responsabilidade. Eficácia. Proximidade. Simpatia. Amizade. São apenas algumas das características do banco da (nossa) terra.

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Saudamos a população da GOLPILHEIRA pelos 24 ANOS do seu Jornal!


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