JG_257 Setembro/Outubro de 2019

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O seu jornal há 23 anos!

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Preço: 2€ | Director: Luís Miguel Ferraz | Bimestral | Ano XXIV | Edição 257 | Setembro / Outubro de 2019

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Distrito e Concelho com o PSD

PS vence eleições sem maioria absoluta P.3

Golpilheira fez celebração e convívio

Festa de N.ª Sr.ª da Esperança

Padre Armindo acolhido em festa como novo pároco da Batalha

São Bento fechou ciclo festivo em alta P.4 Continuamos a “perder” alunos

Voltámos às aulas nas escolas da Golpilheira P.8 Golpilheirenses distinguidos

Agosto foi mês de festa na Batalha P.10-11

• Missa e almoço de agradecimento ao padre José na Paróquia P.5 • Celebração de tomada de posse com convívio na praça P.6 • Missa e almoço com ambos os padres na Golpilheira P.7

Há muito a fazer pelo ambiente

Contra as pedreiras e a favor da limpeza P.14-15 Reabilitação urbana avança

ARU da Golpilheira está aprovada P.19

Tudo sobre o desporto do CRG

Juniores recebem taças e faixas de campeãs P.20-25 Cartaz da 25.ª edição

LMFerraz

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Semana Cultural chega de 8 a 17 de Novembro P.36


Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

abertura

.editorial.

. cadernomensal .

Luís Miguel Ferraz Director

José Travaços Santos Etnógrafo e investigador

Desabafo

Figuras míticas no Mosteiro

Sejamos realistas: quase metade dos portugueses está-se nas tintas para isso de quem os governa. Desiludidos ou apenas desinteressados, as desculpas do costume já não colhem. “Estava um dia de praia!” A sério? E a melhor de todas: “São todos iguais!” A sério? Entre 21 opções, serão todos iguais? Imaginando a distribuição dos votos dessa metade de portugueses pelos pequenos partidos, dá para ver que o Parlamento dificilmente seria igual ao que tem sido. Com esta lente, há que olhar para a construção social de novas formas. Que significam as manifestações, greves e queixas em geral? Um país em acção, ou meia dúzia de agitadores esporádicos e sem expressão. Se falta a gasolina nas bombas ficam todos aflitos, mas, reposta a normalidade, volta tudo à letargia e anestesia. Se todos os que foram a correr encher barricas de gasóleo tivessem ido votar... o cenário seria bem diferente. Se todos os que vêm ao facebook chamar nomes a cromos como o Trump e o Bolsonaro fossem votar... o cenário seria bem diferente. Entretanto, a elite do costume bate palmas e há até quem grite vitória. Pergunto: continuarão a falar com os portugueses como se todos estivessem interessados no que eles dizem, ou tomarão finalmente consciência de que são um fracasso enquanto mobilizadores sociais? E vão finalmente pensar menos nos amigos do costume e mais em como envolver a todos na vida social que é de todos? Duvido. Mas espero.

Convite... aos 23 anos

O seu Jornal da Golpilheira assinala nesta edição o 23.º aniversário. 23 anos depois de um sonho que era loucura juvenil, uma edição especial, com 40 páginas, serve para mostrar que acreditamos ainda no futuro. Mas o futuro é dos jovens, e seria importante surgirem rostos novos para pegarem e melhorarem este projecto. A dois anos das bodas de prata, fica o desafio… há por aí juventude com vontade e coragem para assumir o leme deste barco? Cá vos esperamos!...

No pórtico principal do nosso Mosteiro há, pelo menos, três conjuntos escultóricos, muito bem concebidos, que possivelmente reproduzem mitos gregos. Estão por baixo das mísulas que sustentam os Santos Apóstolos, um no lado norte, na 3.ª arquivolta a contar da porta, sob a imagem do Apóstolo São Filipe, estando os outros dois no lado sul, um na 4.ª arquivolta, repito: a contar da porta, sob a imagem do Apóstolo São Simão, e o seguinte na 5.ª arquivolta, sob a imagem do Apóstolo São Lucas. O primeiro nomeado, no lado norte, reproduzirá o mito de Hércules e Anteu. Filho do deus Posídon, deus grego do Mar, sendo sua mãe a Terra, era Anteu possuidor duma tremenda força telúrica. Ser violento, desafiava quem passava no local onde vivia, matando facilmente os seus opositores e depositando os despojos num templo dedicado a Posídon, até ao dia em que desafiou Hércules que, descobrindo a origem da força de Anteu, o venceu levantando-o e, assim, separando-o da sua fonte de energia. No lado sul, na 4.ª arquivolta, sob a mísula do Apóstolo São Simão, está um homem possante e pegar num ramo de árvore e na sua frente um leão pegando noutro ramo. Este conjunto poderá ter duas explicações: representará Hércules e o leão de Nemeia, bosque do norte da Grécia assim designado por ser consagrado a Nemeia, filha de Júpiter e da Lua. Tratava-se de um leão enfurecido que aterrorizava a população e que só Hércules conseguiu dominar. Ou será uma alusão a Mílon de Crotona, herói dos Jogos Píticos e Olímpicos que, ainda querendo mostrar a sua força numa idade avançada, abriu com as mãos um tronco de árvore, mas acabando por ficar com elas presas na fenda que rasgara, o que deu azo a estar indefeso ao ser atacado por um leão. Na 5.ª arquivolta, debaixo da imagem do Apóstolo São Lucas, vê-se um homem, uma árvore e um touro, conjunto que se reproduz neste belíssimo e rigoroso desenho do dinâmico director do Mosteiro, o Dr. Joaquim Pereira Ruivo, que além de muitas outras virtudes é um exímio desenhador, que ilustra o presente apontamento. Tudo leva a crer que se tratará de Hércules e o touro de Creta, belíssimo touro oferecido pelo deus Posídon ao rei Minos, mas com a condição de o rei o sacrificar ao deus do Mar. Rendido à beleza do animal e antes querendo aproveitá-lo para semental da sua manada, o rei Minos não cumpriu o desejo de Posídon, pelo que este enfureceu o touro, lá tendo que intervir Hércules para o dominar e livrar o reino cretense da maldição. Estará aqui uma das raízes míticas das nossas corridas de touros? Resumidamente e apenas para chamar a atenção dos leitores para a riqueza temática

DR

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do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, sugerindo-lhes que numa próxima visita observem tudo aquilo de que tenho falado, aqui vão ficando algumas sugestões. Sobre os conjuntos míticos, aliás como tudo o que respeita ao monumento, recomendo-lhes a leitura das “Vésperas Batalhinas – Estudos de História e Arte” do Professor Doutor Saul António Gomes. Mais do que ninguém ele poderá elucidar-nos.

Que rumo para a democracia? A Democracia não o é integralmente se o for apenas sob o ponto de vista político. Para ser Democracia plena tem de se revestir de formas e de conteúdos económicos e sociais e não apenas políticos. A nossa Democracia política tem-se esquecido, senão ignorado ostensivamente, dessas indispensáveis vertentes, apenas uma tentada, mas até aqui mal entendida e mal gerida, pelo que está em perigo de ruir: o Serviço Nacional de Saúde, iniciativa merecedora de todas as atenções e de todos os cuidados. Já aqui o disse, a Democracia, para contemplar as suas outras componentes, para além da política, tem de reformular o seu sistema económico, optando inequivocamente pelo Cooperativismo, sendo função do regime transmiti-lo e ensiná-lo nas Escolas, o que é completamente indispensável para que as novas gerações sejam imbuídas de princípios de solidariedade social e de partilha dos bens económicos, que só é possível no sistema cooperativo e que não será difícil de alcançar e de interiorizar num Povo, como Português, com fundas raízes cristãs.

O momento eleitoral No momento eleitoral deste mês, verifiquei anomalias que têm de ser corrigidas decisivamente e imediatamente: a ausência de diálogo e de propostas que visem a defesa e o aproveitamento do vasto território marítimo português, a reestruturação das pescas, a reforma da agricultura, um novo modelo dos serviços de fornecimento de água, de gás e de electricidade, dos Caminhos de Ferro, dos transportes aéreos e dos Correios, transformando-os em empresas públicas ao serviço do Povo Português, de quem estes são propriedade inequívoca e

como tal deve ser consagrada. Outra anomalia de gravidade extrema foi o afastamento, dos partidos concorrentes às eleições, mas ainda sem assento no Parlamento, dos debates promovidos pelos grandes meios da Comunicação Social, privando-nos assim de conhecer as suas propostas. Evidentemente que é preciso curar a Democracia destes males sob pena do regime se fechar sob si próprio e se transformar, não no governo do Povo, mas dum senado de patrícios que vão rodando os cargos e as decisões entre si.

Fernão de Magalhães No princípio e no fim do Círculo começa e acaba o Mar. Da minha pátria proscrito decifrei o enigma e dei-lhe a primazia de um nome português circum-navegar o Infinito.

P. Domingues Gaspar Faleceu o Rev.º Padre Joaquim Domingues Gaspar que, em 12 de Dezembro próximo, iria completar 91 anos. Só soube da sua morte vários dias depois. Desapareceu um Homem bom, Sacerdote exemplar, um Professor de mérito e um Jornalista que honrou a Imprensa da nossa Diocese e do nosso Distrito. Durante decénios director de “A Voz do Domingo”, jornal prestigioso fundado por outra grande figura do Clero da Diocese de Leiria, o Monsenhor José Galamba de Oliveira, sem lhe tirar nada do legado do fundador, imprimiu-lhe um grande dinamismo, mantendo-o como jornal que era lido e apreciado por crentes e não crentes dos concelhos de Leiria, Batalha, Marinha Grande, Porto de Mós e, inclusivamente, Ourém. Durante anos, e muito se ficou a dever também à dedicação da correspondente D. Maria Emília Ramos de Oliveira, foi um verdadeiro jornal da Batalha. Pessoa de extrema afabilidade e de vincada simpatia, apoiou-me e incentivou-me durante os muitos anos em que tive a honra de colaborar no seu jornal. Até um dia, Padre Domingues Gaspar!


actualidade • 3

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

Legislativas 2019: Distrito de Leiria e Concelho da Batalha preferem PSD

Dos 9.343.086 eleitores em território nacional (3.092 freguesias), foram votar 5.092.812 (54,51%), no passado dia 6 de Outubro, para eleger os ocupantes dos 230 lugares do Parlamento. O resultado foi a vitória do PS, com 106 deputados eleitos, ficando aquém da maioria absoluta. Os restantes lugares foram assim distribuídos: 77 para o PSD, 19 para o BE, 12 para o PCP-PEV, 5 para o CDS-PP, 4 para o PAN e 1 para cada um dos três novos partidos que chegam à Assembleia da República: Chega, Iniciativa Liberal e Livre. À hora do fecho da nossa edição, faltava ainda apurar os resultados no estrangeiro, que dão 4 deputados. A leitura destes resultados ficará para cada um, já que há perspectivas de abordagem que permitiram a quase todos arranjar motivos para cantar vitória. A excepção foi o CDS, cuja líder, Assunção Cristas,

LMF

PS vence eleições nacionais sem maioria absoluta

Mesas de voto na Golpilheira

assumiu o resultado como mau e anunciou a sua demissão da presidência do partido. O futuro Governo será conduzido pelo PS, ainda sem certezas quanto à possibilidade de se coligar com algum parceiro. Nota negativa, com certeza, para a taxa de abstenção de 45,49%, a mais alta de sempre em eleições legislativas. Também as razões ficarão para a leitura de cada um, sendo certo que nenhuma delas será justificável para uma sociedade que se afirme responsável pelos seus destinos e pelo futuro dos seus filhos.

Distrito

No distrito de Leiria, dos 415.065 eleitores (110 freguesias), votaram apenas 223.632 (53,88%), cifrando-se a abstenção em 46,12%, acima da média nacional. Este território é tradicionalmente do PSD, tendência que se confirmou com 33,52% e 74.961 votos, elegendo 5 deputados: Ana Margarida Balseiro de Sousa Lopes, Hugo Patrício Martinho de Oliveira, António Pedro Roque da Visitação Oliveira, Olga Cristina Fino Silvestre e João Manuel Gomes Marques. O PS foi segundo, com 31,07% e

69.482 votos, elegendo 4 deputados: Raul Miguel de Castro, Elza Maria Henriques Deus Pais, António Lacerda Sales e João Paulo Feteira Pedrosa. Também o BE, com 9,36% e 20.925 votos, elegeu o deputado Ricardo Silva Vicente.

Concelho e Freguesia

O concelho da Batalha revelou-se mais participativo, com 8.290 (59,24%) dos 13.994 eleitores a irem às urnas, deixando a abstenção abaixo das médias nacional e distrital, nos 40,76%. Nas suas 4 freguesias, também não há surpresa com

a vitória do PSD, embora menos folgada do que em anos anteriores, com 39,77% e 3.297 votos. Em segundo ficou o PS, com 24,35% e 2.019 votos. Na Golpilheira, foi também o PSD o preferido, com 37,64% e 326 votos, seguindo-se o PS com 25,52% e 221 votos. Nota mais positiva para a taxa de participação de 65,11%, com 866 votantes entre os 1330 eleitores inscritos, deixando a abstenção nos 34,89%, a taxa mais baixa do concelho e bem longe das médias nacionais e regionais. É um claro sinal de uma cultura política mais séria e informada na nossa pequena freguesia. A esse propósito, é de referir que todos os partidos receberam, pelo menos, um voto dos golpilheirenses! Como habitual, publicamos abaixo um quadro com alguns dos resultados que poderão interessar aos nossos leitores. Luís Miguel Ferraz

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2019 - RESULTADOS (Fonte: MAI) Território Nacional Distrito Leiria D Nº % Nº % e Inscritos 9.343.086 100,00% p Inscritos 415.065 100,00% Votantes 5.092.812 54,51% u Votantes 223.632 53,88% t Abstenção 4.250.274 45,49% a Abstenção 191.433 46,12% Brancos 129.610 2,54% do Brancos 8.202 3,67% Nulos 88.551 1,74% s Nulos 5.152 2,30% PS 1.866.511 36,65% 106 PPD/PSD 74.961 33,52% PPD/PSD 1.420.644 27,90% 77 PS 69.482 31,07% BE 492.507 9,67% 19 BE 20.925 9,36% PCP-PEV 329.241 6,46% 12 CDS-PP 11.905 5,32% CDS-PP 216.454 4,25% 5 PCP-PEV 9.537 4,26% PAN 166.858 3,28% 4 PAN 6.413 2,87% CH 66.448 1,30% 1 CH 3.321 1,49% IL 65.545 1,29% 1 A 2.183 0,98% L 55.660 1,09% 1 IL 2.054 0,92% A 39.318 0,77% L 2.053 0,92% RIR 34.637 0,68% RIR 1.653 0,74% PCTP/MRPP 34.578 0,68% PCTP/MRPP 1.631 0,73% PNR 15.270 0,30% MPT 667 0,30% MPT 11.621 0,23% PNR 622 0,28% NC 11.239 0,22% NC 583 0,26% PURP 10.423 0,20% PDR 546 0,24% JPP 9.945 0,20% PPM 492 0,22% PDR 9.220 0,18% PURP 486 0,22% PPM 7.875 0,15% PTP 380 0,17% PTP 7.499 0,15% JPP 217 0,10% MAS 3.158 0,06% MAS 167 0,07%

D e p u t a d o s

5 4 1

Concelho Batalha Nº % Inscritos 13.994 100,00% Votantes 8.290 59,24% Abstenção 5.704 40,76% Brancos 342 4,13% Nulos 238 2,87% PPD/PSD 3.297 39,77% PS 2.019 24,35% BE 665 8,02% CDS-PP 661 7,97% PAN 217 2,62% PCP-PEV 168 2,03% IL 112 1,35% CH 107 1,29% A 83 1,00% RIR 79 0,95% L 68 0,82% PCTP/MRPP 47 0,57% PNR 31 0,37% PDR 28 0,34% MPT 25 0,30% NC 22 0,27% PTP 22 0,27% PPM 20 0,24% PURP 20 0,24% JPP 14 0,17% MAS 5 0,06%

Freguesia Batalha Nº % Inscritos 7.474 100,00% Votantes 4.320 57,80% Abstenção 3.154 42,20% Brancos 185 4,28% Nulos 117 2,71% PPD/PSD 1.502 34,77% PS 1.131 26,18% BE 436 10,09% CDS-PP 333 7,71% PAN 120 2,78% PCP-PEV 109 2,52% IL 69 1,60% CH 59 1,37% RIR 45 1,04% A 44 1,02% L 39 0,90% PCTP/MRPP 29 0,67% PNR 21 0,49% NC 14 0,32% PDR 13 0,30% MPT 12 0,28% PTP 12 0,28% PURP 11 0,25% PPM 10 0,23% JPP 7 0,16% MAS 2 0,05%

Freguesia Reguengo Fetal Nº % Inscritos 1.906 100,00% Votantes 1.109 58,18% Abstenção 797 41,82% Brancos 46 4,15% Nulos 31 2,80% PPD/PSD 400 36,07% PS 357 32,19% CDS-PP 79 7,12% BE 61 5,50% PAN 34 3,07% PCP-PEV 24 2,16% CH 15 1,35% RIR 11 0,99% IL 10 0,90% L 7 0,63% A 6 0,54% PCTP/MRPP 5 0,45% PNR 5 0,45% MPT 4 0,36% PDR 4 0,36% PPM 3 0,27% JPP 2 0,18% PTP 2 0,18% PURP 2 0,18% MAS 1 0,09% NC 0 0,00%

Freguesia São Mamede Nº % Inscritos 3.284 100,00% Votantes 1.995 60,75% Abstenção 1.289 39,25% Brancos 81 4,06% Nulos 66 3,31% PPD/PSD 1.069 53,58% PS 310 15,54% CDS-PP 170 8,52% BE 94 4,71% PAN 37 1,85% CH 26 1,30% A 20 1,00% IL 19 0,95% PCP-PEV 18 0,90% RIR 18 0,90% L 15 0,75% PCTP/MRPP 11 0,55% PDR 8 0,40% PTP 7 0,35% MPT 6 0,30% PURP 5 0,25% JPP 4 0,20% NC 4 0,20% PPM 4 0,20% PNR 3 0,15% MAS 0 0,00%

Freguesia Golpilheira Nº % Inscritos 1.330 100,00% Votantes 866 65,11% Abstenção 464 34,89% Brancos 30 3,46% Nulos 24 2,77% PPD/PSD 326 37,64% PS 221 25,52% CDS-PP 79 9,12% BE 74 8,55% PAN 26 3,00% PCP-PEV 17 1,96% IL 14 1,62% A 13 1,50% CH 7 0,81% L 7 0,81% RIR 5 0,58% NC 4 0,46% MPT 3 0,35% PDR 3 0,35% PPM 3 0,35% MAS 2 0,23% PCTP/MRPP 2 0,23% PNR 2 0,23% PURP 2 0,23% JPP 1 0,12% PTP 1 0,12%

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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

eclesial

Festa em honra de Nossa Senhora da Esperança

São Bento fechou ciclo festivo em alta É a última das três festas de Verão na freguesia da Golpilheira, mas nem por isso deixa de ser, tal como a do Centro Recreativo e do padroeiro da Comunidade Cristã, um momento alto de celebração, encontro e convívio da nossa população e muitos visitantes das redondezas. Em honra de Nossa Senhora da Esperança, nos dias 24 a 26 de Agosto, a condução do evento esteve a cargo dos golpilheirenses nascidos em 1969 e 1999, contando com a habitual colaboração de muitas dezenas de outras pessoas, espalhadas pelo vários espaços de cozinha, restaurante, bares, café da avó, quermesse e outras áreas da festa. O bom tempo também a ajudou a que uma verdadeira multidão mantivesse o recinto

sempre cheio, sobretudo à volta do já famoso “frango assado da festa”. Mas também os artistas convidados e outros apontamentos de animação contribuíram para o sucesso. O ponto alto foi a celebração da Missa, no adro da igreja, após a recolha dos andores acompanhada por uma Banda Filarmónica. A procissão percorreu as ruas da localidade, como habitualmente, num percurso cuidado e devidamente ornamentado. Antes do magnífico fogo-de-artifício final, ficou assegurada a comissão para o próximo ano, com os nascidos em 1970 e 2000. Os que passaram a Bandeira agradeceram a colaboração de todos e os que a seguraram prometeram o mesmo ou maior empenho em 2020.

Missa no adro

Fotos: LMF/MCR

Restaurante exterior

Arraial sempre cheio

A Comissão na hora da despedida

Café da avó

Procissão

Andores

Decoração aprimorada


eclesial • 5

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

“Despedida” do pároco de há 38 anos

Paróquia celebra agradecimento ao P. José Ortodoxa Ucraniana, com quem a comunidade cristã mantém laços de proximidade e colaboração. Também a presidente da Junta de Freguesia, Rosa Abraul, aproveitou a ocasião para oferecer uma pequena lembrança, um quadro da Igreja Matriz com o retrato do seu “prior” de tantos anos. O sentimento comunitário deste dia foi expresso nas breves palavras proferidas no final da Missa, que abaixo reproduzimos. LMF

Discurso na celebração No dia de Natal de 1980, o P. José Ferreira Gonçalves recebeu do Bispo de Leiria a nomeação para a missão de ser pároco da Batalha. Tinha então 39 anos e era padre há 14. Hoje, com 78 de idade e 53 de sacerdócio, celebra a sua última Missa dominical neste Mosteiro como pároco da Batalha. Foram mais de 38 anos de missão pastoral nesta comunidade, à qual dedicou o melhor de si, do seu saber, do seu tempo, da sua entrega e, com certeza, da sua oração. No sábado 14 de Setembro, entregará ao novo pároco, padre Armindo Ferreira, as chaves de todos os templos e edifícios paroquiais. É uma passagem de testemunho simbólica, que representa, sobretudo, a entrega dos frutos do seu trabalho e todo o campo cultivado, onde poderão continuar a ser colhidos os resultados da sua sementeira e a ser plantadas novas sementes de fé e de vida desta Igreja que somos.

Nestas ocasiões de passagem, é comum fazerem-se discursos de despedida e agradecimento, muitas vezes com palavras repetidas, que saem da boca, mas pouco do coração. Não fazemos uma despedida, pois o padre José Gonçalves continuará a residir nesta nossa e sua paróquia, aqui continuará a desempenhar a sua missão sacerdotal e, com certeza, continuará a cruzar-se connosco em muitos dos mesmos sítios onde vivemos e celebramos. Não fazemos agradecimentos pelo que fez, pois a sua missão não foi um trabalho, mas uma vida partilhada connosco, uma construção comum, uma caminhada de fé e de crescimento espiritual, um ser Igreja em comunidade, com cada um de nós, embora com a responsabilidade de conduzir e ajudar o rebanho a escolher as melhores pastagens. Poderia também esperar-se um balanço da acção pastoral desenvolvida, louvar obras

LMF

No passado dia 8 de setembro, a paróquia da Batalha organizou uma festa de despedida ao seu pároco, cujo momento central foi a Missa das 11h00, no Mosteiro, por ele presidida. Seguiu-se um almoço de convívio em que participaram cerca de 230 pessoas de toda a paróquia, organizado pelo Concelho Económico. No Centro Paroquial, com o colorido dos seus fatos tradicionais e demostração de arte coral, marcou também presença um grupo da Igreja

P. José agradeceu o presente da Paróquia

realizadas, lamentar projectos inacabados, indicar caminhos não andados. Ainda que se fosse possível fazer um balanço, numa folha de serviços com quase quatro décadas de história... O agradecimento que podemos dar-lhe e o balanço que podemos fazer – e que hoje queremos fazer – é reconhecer que é um de nós, pertence e continuará a pertencer a esta paróquia. Nela viveu e a ela entregou os melhores anos da sua vida. A sua história confunde-se indelevelmente com a história desta paróquia no último quase meio século. A melhor prova disso é que não precisamos de o tratar pelo nome completo; para nós, paroquianos da Batalha, basta-nos chamar-lhe “padre Zé”. Duas letrinhas apenas, como tantas vezes acontece entre membros da mesma família. Padre Zé, não vamos despedir-nos, nem despejar aqui agradecimentos. Mas, em nome de toda a comunidade paroquial da Batalha, não posso deixar de

lhe dizer um enorme “obrigado”, tal como deve acontecer entre familiares, entre irmãos: Obrigado pela sua generosa entrega a esta família, pela paixão que nos transmitiu à Palavra de Deus, escutada, rezada e cantada; Obrigado pelo amor incondicional que tantas vezes nos testemunhou a Jesus Cristo, nas celebrações ou na vida do dia-a-dia; Obrigado pelo incentivo a uma vida de fé honesta, coerente e activa, tanto na igreja como fora dela; Obrigado pelo rigor e pela fidelidade à doutrina da Igreja, por vezes perante incompreensões e críticas; Obrigado pelo testemunho de amor à verdade e à justiça, por vezes com o difícil remar contra a maré; Obrigado pela confiança que depositou em tantos de nós na partilha da difícil missão de governar o Povo de Deus, mesmo que, por vezes, no encontro de

divergências, no debate de opiniões, na procura de consensos difíceis. A hora não é de balanços, como se disse, mas de partilha de um caloroso abraço de irmãos. Porque, repetimos, continua a ser membro desta comunidade, unida no amor de Deus, sob a invocação da Santa Cruz, e com a especial protecção da Mãe a quem foi erguido este Mosteiro. É isso que representa o presente que queremos oferecer-lhe agora: uma imagem da Mãe, de Nossa Senhora de Fátima, para que ela continue a abençoar a sua vida e para que o padre Zé possa, junto dela, continuar a rezar por nós, a rezar connosco. Terminamos com os votos de um frutuoso e feliz trabalho nas funções que agora assume na capelania do Mosteiro da Visitação, na Faniqueira, e no Hospital da Misericórdia da Batalha. Em representação de toda esta sua família, um cordial e fraterno abraço de amizade.

P. José Gonçalves tomou posse

Novo capelão da Misericórdia da Batalha O padre José Ferreira Gonçalves, que há pouco deixou de ser pároco da Batalha, iniciou no dia 28 de Setembro a sua missão como capelão da Santa Casa da Misericórdia da Batalha. A tomada de posse aconteceu no Centro Hospitalar de Nossa Senhora da Conceição, no início da Missa em que participaram o capelão anterior, padre Artur Oliveira, os membros da Mesa Administrativa, utentes, familiares,

colaboradores e voluntários. O novo capelão comprometeu-se a cumprir a sua missão pastoral de assistência espiritual e religiosa “com diligência, competência e fidelidade”, segundo as orientações pastorais da Igreja, a lei civil e o Compromisso da Irmandade”. E disse assumir a missão com disponibilidade para escutar e animar as pessoas doentes e idosas e não somente para celebrar a Missa semanal

ou outros actos de culto. Na sua breve intervenção, fazendo referência ao Compromisso, o vigário geral da Diocese de Leiria, padre Jorge Guarda, afirmou que “compete ao Capelão, em colaboração com a Mesa Administrativa, os profissionais e voluntários da Santa Casa, ser o promotor e formador do autêntico espírito que informa e anima a Irmandade e a sua actividade como associação de fiéis, cujo

fim é a prática das 14 Obras de Misericórdia, tanto corporais como espirituais, visando o serviço e apoio com solidariedade a todos os que precisam, bem como a realização do culto católico”. Por seu lado, o provedor, Carlos Agostinho Monteiro, agradeceu ao padre Artur o seu serviço pastoral no Centro Hospitalar durante mais de dois anos e meio, e saudou o novo capelão como “um amigo

da instituição”, manifestando as boas expectativas que há sobre o serviço que virá a desempenhar nas valências da Santa Casa, nomeadamente, no Centro Hospitalar e no Lar Comunitário. Além desta missão, o padre José é também o novo capelão do Mosteiro da Visitação, na Faniqueira, comunidade de vida contemplativa desta paróquia, junto da qual passou a residir.


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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

eclesial

P. Armindo Castelão Ferreira

Momento de entrega das chaves das igrejas

mente, foram-lhe entregues as chaves das igrejas da paróquia e um cabaz com produtos da terra, em sinal de confiança no seu governo e de bom acolhimento na comunidade. Após a leitura do Evangelho, o anterior pároco, padre José Gonçalves, foi levar o evangeliário ao seu sucessor, em sinal da transmissão da mesma missão de anunciar a Palavra de Deus aos fiéis. Por ser festa da Santa Cruz, oráculo da paróquia, foi esse o tema principal da homilia. O padre Armindo explicou que a Cruz, símbolo dos cristãos,

representa o amor de Deus pelo homem, ao entregar-se despojado, pobre, obediente, humilhado, pela nossa salvação. Muitas vezes “usada sem sentido por todo o lado”, a cruz “nada vale por si mesma”, mas sim quando nos leva a contemplar e a viver esse amor de Deus por nós, bem como a “anunciá-lo a todos”. Esta é a principal missão de um pároco, sublinhou, “mas não exclusiva, pois é de todos e para todos, cada um com a sua especificidade de serviço”. “Vivamos para amar”, apelou o novo pároco, convidando

todos a serem anunciadores desta mensagem a cada um dos irmãos desta paróquia da Batalha, sobretudo os mais afastados de Deus.

LMF

Foi em ambiente de festa que a paróquia da Batalha acolheu o seu novo pároco, padre Armindo Castelão Ferreira, no passado dia 14 de Setembro. O momento central foi a Eucaristia, pelas 19h30, com o Mosteiro repleto de fiéis de todas as partes da paróquia, muitos também da Golpilheira. A animação musical foi assegurada por um grupo com membros dos corais da Batalha, da Golpilheira e dos Casais dos Ledos. Também presentes estiveram representantes dos grupos e movimentos da paróquia, além das autarquias locais e outras entidades civis. Em nome do bispo de Leiria-Fátima, o vigário geral, padre Jorge Guarda, apresentou o novo pároco, sublinhando que o facto de assumir duas paróquias (está também no Reguengo do Fetal) será “um desafio a novas formas de colaboração entre todos”. Depois, o padre Armindo assinou a acta de tomada de posse, prometendo dedicar-se à condução desta comunidade, ao serviço de Deus e do seu Povo, em união com a Igreja. Simbolica-

LMF

Paróquia acolhe o novo pároco em festa No final da celebração, foi dedicada ao padre Armindo uma mensagem de acolhimento, que publicamos na íntegra nesta página. Sendo o dia do 507.º aniversário da paróquia e, por consequência, da freguesia, a festa continuou na Praça Mouzinho de Albuquerque, onde a Junta de Freguesia tradicionalmente oferece um arraial popular neste dia. Houve porco no espeto para as muitas centenas de pessoas presentes e animação musical com os corais da comunidade ucraniana e da Escola de Música da Paróquia da Batalha, continuada com a banda “Trio Latino”. Luís Miguel Ferraz

No final, houve festa na praça

Discurso de Acolhimento Caro P. Armindo, Foi com muita alegria que recebemos a notícia, no passado dia 17 de Junho, de que D. António Marto, bispo da nossa diocese de Leiria-Fátima, o tinha nomeado como seu representante para o governo da paróquia da Batalha. É em renovado júbilo que hoje o acolhemos nesta igreja do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, que funciona como a matriz de facto desta comunidade cristã. Ainda para mais, na feliz coincidência da festa da Exaltação da Santa Cruz, orago que recebeu ao ser criada paróquia em 1512, faz hoje 507 anos, mais de três décadas antes da criação da diocese de Leiria. É uma longa história e um riquíssimo património, de que somos hoje herdeiros e que, connosco, passa a herdar. De facto, tomou hoje posse de uma missão que o torna membro desta terra e deste povo e, mais do que isso, pastor e guia desta pequena porção do Povo de Deus que lhe é confiada e que de braços abertos o acolhe.

Esta tradição é também marcada por algumas dezenas de outros pastores que integraram e serviram esta Igreja, ao longo de mais de cinco séculos, e que aqui mantiveram acesa a chama da fé, que aqui acalentaram razões de esperança, que aqui cimentaram o vigor da caridade. A Deus agradecemos esses dons, que se manifestam em múltiplas graças recebidas por gerações e gerações até aos nossos dias. Na história mais recente dos últimos 38 anos, foi o padre José Gonçalves que assumiu essa missão, a quem no passado domingo, de forma mais solene, manifestámos a nossa gratidão, que agora renovamos. Caro P. Armindo, Entregámos-lhe as chaves das nossas igrejas, em sinal da confiança que em si depositamos para continuar este trabalho que é, afinal, o de nos ajudar a caminhar para Deus e em comunhão uns com os outros. Podíamos enumerar, nesta ocasião, os lugares e estruturas, os templos e edifícios, até os serviços e movi-

mentos desta paróquia que agora é sua e que aceitou servir. Mas há algo bem mais importante que queremos entregar-lhe: a Igreja viva que somos, com os valores com que poderá contar para a caminhada, com as dificuldades que exigirão a sua ajuda, com as expectativas que poderá alinhar pela vontade de Deus. Como representante de Cristo, Bom Pastor, é a condução da nossa vida cristã que lhe entregamos. Somos crianças que precisamos de ouvir falar de Deus e de o sentir como amigo, de uma forma que possamos entender e gostar, neste tempo de tantas vozes mais sedutoras e de famílias que já não rezam à lareira, não falam de Deus à mesa, nem frequentam a igreja regularmente. Somos jovens que precisamos de encontrar em Jesus Cristo uma resposta clara e convincente para a busca de sentido para vida, neste tempo de relativismo ideológico disfarçado de tolerância, de frenesim tecnológico que dispensa a reflexão, de um mundo que oferece soluções rápidas e fugazes que

não preenchem o vazio. Somos casais que precisamos de entender o que é amor e de ajuda para o viver em fidelidade e perseverança na vida concreta desta sociedade que nos fala de prazer como objectivo, de relação sem compromisso e da vida como auto-satisfação. Somos famílias que precisamos de laços reforçados e de segurança perante as solicitações de um mundo que nos ultrapassa a cada instante e nos deixa sem tempo para o que é importante, sem saber como educar os filhos ou sem capacidade para integrar os avós. Somos adultos que precisamos de reencontrar a fé e de experimentar o sabor da comunhão, perdidos que ficámos algures no individualismo e na ilusão de sermos donos da vida e de não precisarmos de Deus. Somos idosos que precisamos de sentir na mão de Deus o amparo e o conforto que nos faltam em tantas outras mãos, a esperança nas horas mais amargas e a confiança numa Vida que é eterna.

Caro P. Armindo, É pesado, isto que lhe entregamos. Mas não é para que sinta o peso sozinho. Porque também somos crianças, casais, famílias, adultos ou idosos com vontade de caminhar, com talentos que queremos pôr a render, com valores que queremos partilhar, com responsabilidades que queremos assumir. É também isso lhe entregamos, a nossa vontade de maior proximidade com Deus e com os irmãos, a nossa promessa de colaboração para que a sua missão seja mais fácil de cumprir, o nosso compromisso de fazermos juntos esta Igreja de Cristo. Estamos certos de que o Espírito Santo nos guiará e nos dará forças para a caminhada, Ele que é a verdadeira vida desta Igreja que somos. É implorando a bênção da Santíssima Trindade, invocação da festa principal desta nossa e sua paróquia, que lhe dirigimos estas palavras de boas-vindas: “Bendito o que vem em nome do Senhor Jesus Cristo!”


eclesial • 7

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

Missa e almoço com os padres José e Armindo

Golpilheira em festa com os párocos

LMF

No passado dia 29 de Setembro, a Comunidade Cristã da Golpilheira esteve em festa, assinalando a mudança do pároco da Batalha. O momento principal foi a celebração da Missa, presidida pelo padre Armindo Castelão Ferreira, pároco da Batalha desde o passado dia 14 de Setembro, e concelebrada pelo padre José Ferreira Gonçalves, que nessa data deixou essa função. Cerca de duas centenas de pessoas participaram na celebração, que foi excepcionalmente às 12h15. Participou também o seminarista Jorge Fernandes, que durante este ano estará a fazer estágio pastoral na nossa paróquia e, portanto, virá colaborar nas celebrações e outras acções da vida eclesial. No final da celebração, fez-se uma pequena sessão dedicada aos dois padres presentes, começando por fazer um agradecimento ao ex-pároco, padre José Gonçalves. Foi recordado o discurso de agradecimento no Mosteiro da Batalha, no

Compromisso na Batalha

Biografia breve Armindo castelão Ferreira nasceu a 25 de Agosto de 1953, na freguesia da Urqueira, concelho de Ourém, o mais novo de 5 irmãos e 2 irmãs, dos quais tem 11 sobrinhos e 14 sobrinhos-netos. Depois do ensino primário, frequentou uma escola em

MCR

LMF

180 pessoas participaram no almoço

dia 8 (ver pág. 5), com algumas referências mais específicas ao trabalho na Comunidade Cristã da Golpilheira (ver caixa “Breve memória”). Como presente simbólico, foi-lhe oferecido o livro “Nas Pegadas de Jesus”, uma viagem turística e espiritual pela Terra Santa. Seguiu-se uma palavra de acolhimento “oficial” ao novo pároco, partindo também do discurso feito na paróquia no dia 14 (pag. 6). Também neste caso, foram referidas algumas características próprias desta Comunidade e a certeza de que estamos prontos para caminhar juntos. Como presente foi-lhe oferecida a obra “Portugal Católico”, um livro que mostra a “beleza que reside na diversidade” desta Igreja de que fazemos parte. A festa continuou com o almoço de convívio organizado pelas Comissões das Igrejas da Golpilheira e de São Bento, no salão do Centro Recreativo, para o qual se inscreveram cerca de 180 pessoas. Nessa ocasião, participou também Fátima e, depois, o Seminário de Leiria, tendo completado o curso filosófico-teológico em Coimbra, no Instituto Superior de Estudos Teológicos. Foi ordenado sacerdote em 23 de Setembro de 1979, na Sé de Leiria, pelo bispo D. Alberto Cosme do Amaral. Durante 8 anos foi vigário paroquial na Sé de Leiria, depois pároco de Pataias durante 11 anos, donde saiu para durante 4 anos acompanhar a formação dos seminaristas em Coimbra. Voltou a serviço paroquial em Nossa Senhora das Misericórdias – Ourém, durante 7 anos, e depois na Marinha Grande, durante 9 anos. No passado dia 14 de Setembro, assumiu as paróquias da Batalha e do Reguengo do Fetal.

o padre Luciano Guerra, que na última década tem vindo presidir quinzenalmente à Missa dominical, serviço que deixa igualmente de exercer. Também a ele foi feito o agradecimento pela dedicação e cuidado com que desempenhou esta missão e transmitida a certeza da amizade de todos. No almoço foram reforçadas as palavras de agradecimento aos que deixam funções de condução pastoral da paróquia, na certeza de que serão sempre bem-vindos a esta pequena comunidade. A cada um foi oferecido o livro “Golpilheira Medieval”, editado pelo Jornal da Golpilheira, em sinal dessa ligação que queremos manter. No caso do padre José, houve ainda um presente-surpresa das duas comissões da Golpilheira e de São Bento, uma impressora multifunções (A4 laser a cores), “para que possa ter sempre boas impressões nossas”. LMF

Um livro e uma impressora foram os presentes

Breve memória Não se trata de fazer um balanço, mas é bom recordar que a comunidade que hoje somos não tem comparação com o que éramos há cerca de 40 anos. O nosso património eram duas igrejas históricas – Senhor Bom Jesus dos Aflitos e São Bento – e esta onde nos encontramos, construída entre as décadas de 50 e 60, dedicada a Nossa Senhora de Fátima. A catequese era dada dentro das igrejas ou em casas particulares. Mas a pequena aldeia crescia e o povo estava unido e determinado em criar estruturas que a servissem. Quando o padre Zé chegou, já estava em curso a obra dos anexos desta igreja, que são hoje sacristia e salas de catequese. Assumiu connosco a empreitada, que se concluiu na década de 80. Já éramos freguesia quando se avançou para uma remodelação profunda no interior desta igreja, sobretudo no tecto e na zona do coro alto.

Também as capelas antigas foram alvo de obras regulares de restauro, que lhes permitiram chegar aos nossos dias em bom estado de conservação. Paralelamente, construíram-se dois bons salões em São Bento e na Golpilheira, para apoio às festas e outras iniciativas pastorais. Mais recentemente, em 2016, fez-se a remodelação completa desta igreja, cujo resultado está à vista e que muito nos honra. Graças à colaboração de todos, as contas estão equilibradas e pudemos avançar para a fase final dos vitrais e da frontaria, que esperamos concluir em breve. Em tudo isto nos acompanhou o padre Zé, mas sobretudo, na vida cristã que aqui celebrámos ao longo de quatro décadas. Mantivemos acesa a chama da fé que recebemos dos nossos avós e pais e que agora queremos transmitir a filhos e netos.

Excerto da dedicatória ao P. José na igreja da Golpilheira

Alterações ao serviço paroquial Com a mudança de pároco, e porque o P. Armindo tem duas paróquias, haverá algumas alterações aos serviços prestados e horários das celebrações. Deverão ser consultadas no boletim paroquial, mas apresentamos algumas importantes para a Golpilheira: • Deixará de haver a Missa semanal na Golpilheira à quinta-feira e mantem-se a Missa aos domingos às 09h30. Quinzenalmente virá o pároco, alternando com o padre Tiago Silva, que estará a colaborar nesse serviço nas duas paróquias. • O ensaio de cânticos con-

tinuará a ser à quinta-feira, pelas 21h00. • O serviço do cartório paroquial da Batalha deixará de ser ao sábado, passando às segundas e às quartas-feiras, das 16h00 às 18h30. • O pároco terá o seu tempo de folga das 18h30 de quarta-feira até às 18h30 de quinta-feira, devendo respeitar-se esse seu tempo de descanso sem contactos que não sejam urgentes. • As intenções de Missas passarão a ser todas concentradas na celebração do domingo. O estipêndio (“pagamento”) não será fixo, pedindo-se que cada pessoa

ofereça o que achar bem para ajudar aos custos da celebração. Esse dinheiro será entregue ao Fundo Paroquial, que será também responsável pelo pagamento aos padres pelas Missas que celebrarem. Assim, deixará cada igreja de ter esse encargo e promove-se a solidariedade com as comunidades com menos possibilidades. • Em consequência da mudança anterior, quem desejar fazer ofertas para a igreja da Golpilheira deverá fazê-lo no ofertório das Missas ou no lampadário de Nossa Senhora de Fátima e não através do pagamento de Missas.


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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

escola

Continuamos a “perder” alunos

Voltámos às aulas Depois de umas longas férias, voltou a azáfama dos livros, mochilas, lancheiras e carros a descarregar a miudagem nas escolas. Na Golpilheira, como um pouco por todo o país, assim foi no passado dia 13 de Setembro. Para alguns foi o regresso a um espaço já dominado e ao trabalho com professores ou educadores já conhecidos, para outros foi o contacto com uma escola diferente ou com novos rostos na condução da turma. Para todos será, sem dúvida, um ano a prometer novas descobertas e aprendizagens, numa caminhada que é também a aventura do crescimento. Como habitual, fomos espreitar como estão compostos os vários anos lectivos e salas do jardim infantil. As fotos servirão para daqui a uns anos poderem ir espreitando e recordando como foram bons estes tempos de infância… Também é habitual irmos fazendo as contas aos alunos que temos na freguesia e, infelizmente, continuamos

1.º ano

Total crianças - 2018 / 19 Ano 2.º ano

Masc. Fem.

Total

67

25

92

2001

61

20

81

2005

62

46

108

12

4

16

3.º ano

6

5

11

4.º ano

5

1

6

Total 1.º ciclo

29

16

45

2006

63

35

98

60

40

100

Pré-escolar

20

18

38

2007

Total geral

49

34

83

2008

66

34

100

2009

59

34

93

2010

46

31

77

2011

54

30

84

2012

45

39

84

2013

47

38

85

2014

49

41

90

2015

50

36

86

1.º

6

6

12

12

Miguel M. 2.º

12

4

16

16

3.º

6

5

11

4.º

5

1

17

6

2016

52

39

91

Sala

2017

49

42

91

Jardim-de-Infância Educadora Fotos: MCR

1999

6

Carina Cardoso

Lg. Goa, Damão e Diu • BATALHA Tel. 244 765 677 • talhosirmaosnuno@sapo.pt

Jardim

6

Ana Melo

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1.º CEB.

12

Professor Ano Masc. Fem. Total Sala

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Total alunos

Ano

2.º ano

Escola do 1.º ciclo

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Números/ano

1.º ano

Distribuição/salas - 2018 / 19

3.º e 4.º anos

em curva descendente. Este ano são menos 6 do que no ano passado: o jardim-de-infância recebe 38 crianças, menos 1 do que em 2018, e a escola básica do 1.º ciclo do ensino básico (CEB) está com 45, menos 5 do que no ano transacto. Assim, as turmas na escola do Paço continuam a ser apenas três. Quanto a educadores e docentes, no jardim-de-infância continuam as mesmas educadoras, Dora Fernandes e Isabel Pinheiro, mas no 1.º CEB só se mantém o professor Miguel Monteiro. A professora Celeste Garcia saiu para outra escola e o professor Manuel Ribeiro aposentou-se, sendo substituídos por duas novas professoras: Ana Melo e Carina Cardoso. A todos eles, bem como ao pessoal auxiliar e aos encarregados de educação, desejamos um bom ano de trabalho. Aos meninos desejamos todo o sucesso: aprendam muito, divirtam-se, sejam educados e amigos de todos e… cresçam saudáveis de corpo e mente! Luís Miguel Ferraz

Masc. Fem.

Isabel Pinheiro

10

10

20

2018

50

39

89

Dora Felizardo

10

8

18

2019

45

38

83

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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

escola • 9

Jardim-de-Infância da Golpilheira

Fotos: MCR

Sala A

Sala B


10 •

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

sociedade

Mais de 60 mil visitantes na vila

Ao longo de cinco dias, de 14 a 18 de Agosto, as Festas da Batalha terão atraído à Vila mais de 60 mil pessoas, segundo números apontados pela autarquia. Os principais responsáveis foram os artistas convidados para encabeçar o cartaz: Seu Jorge (dia 14), Amor Electro (dia 15), Anjos (dia 16), Matias Damásio (dia 17) e José Cid (dia 18) mostraram claramente porque são nomes sonantes da música nacional e internacional. A entrada gratuita e o clima convidativo foram também ingredientes essenciais aos festejos que, de ano para ano, têm vindo a reafirmar as festas da Batalha no panorama regional. A abertura da animação nocturna coube a organistas e duos de baile (Pedro Nobre, Célia e Luís, Licínio e Leonel, David e Rute, Ritmo Caliente) e as madrugadas continuaram em ambiente de música electrónica com os DJ Miguel Chagas, Paulo Granada, Tiago M, Oskar, André Cerqueira, Pedro Cazanova e Sara Santini. Na tenda electrónica, uma das bancadas de bebidas esteve a cargo dos Veteranos do CRG, que muito contribuíram também para a boa-disposição dos mais resistentes às noitadas. Ainda quanto ao recinto, nota poPUB

DR/Creative Eye

Agosto foi mês de festa na Batalha

Recinto repleto

sitiva para as tasquinhas de refeições garantidas por associações concelhias, sempre a abarrotar de clientes satisfeitos e para a zona de diversões e de exposição de viaturas, máquinas agrícolas e produtos regionais, também muito concorrida. Quem não se queixou de falta de “clientes” foram os insufláveis, que preencheram a animação dos mais novos na zona desportiva.

Mas nem só de música e diversão se fizeram as festas. Houve inauguração de um novo espaço juvenil, sessão solene e cerimónias de homenagem aos heróis da batalha real (ver pág. 11), visitas guiadas ao Museu e ao património local, apresentação teatral no Mosteiro da peça “História de Nuno Álvares Pereira – Santo Condestável”, pelo grupo de teatro “O Nariz” com participação

de actores locais, uma exposição de pintura de Artur Franco na galeria do Turismo, torneios de xadrez e de jogos electrónicos, etc. Nas nossas páginas de desporto poderá ainda conferir os resultados das competições futebolísticas e provas de atletismo, que marcam também o calendário habitual dos festejos concelhios.


sociedade • 11

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

Medalhas a título póstumo para os golpilheirenses Mário Costa e Lurdes Fernandes

Padre Lino Maia foi convidado de honra

científica, na protecção civil, “o Concelho da Batalha é um exemplo viva de tantas e tantas pessoas que se dedicam à nobre causa de servir os outros sem contrapartidas”, frisou. Também Paulo Santos, presidente da autarquia, apontou alguns exemplos concretos de projectos municipais que apoiam o voluntariado e outras valências sociais “desde os mais idosos aos jovens estudantes e à primeira infância”. Na mesma linha, sublinhou a importância da “ética na política, tendo como finalidade principal o serviço às pessoas”. Confessando-se disposto a “pôr a mão no peito”, o autarca defendeu a promoção dos valores na acção dos agentes de governo e um “compromisso de consciência” de todos, pois “sem ética, a política não tem futuro”. Isto porque “é preciso

Filhos de Mário Costa receberam a medalha

dar aos cidadãos causas em que acreditem e co-responsabilizá-los no dinamismo social”, em ordem a restaurar a “esperança e a credibilidade” nos governantes.

Voluntariado não é terapia, mas oferta de si

Foi como exemplo disso mesmo que o presidente da Câmara apresentou o orador convidado, o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), com uma longa experiência na direcção de IPSS e já condecorado pelo Presidente da República com o grau de Grande-Oficial pela sua acção em favor dos mais desprotegidos da sociedade. Tomando a palavra, este responsável nacional referiu que “a cultura solidária faz parte do ADN dos portugueses,

LMF

LMF

O Feriado Municipal do dia 14 de Agosto abriu com o hastear das bandeiras, nos Paços do Concelho, a que se seguiu a inauguração de mais uma infra-estrutura municipal, a Casa do Conhecimento e da Juventude, no local onde se situava o antigo hospital da Misericórdia, às portas da vila. Trata-se de um equipamento destinado a acolher iniciativas de associações e grupos juvenis, bem como estudantes e investigadores que o queiram usar para os seus trabalhos. Com salas de reuniões, trabalho e laser, assume uma vocação polivalente de apoio a iniciativas dos jovens concelhios e visitantes. O momento principal do dia, no entanto, foi a sessão solene, nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro, este ano com o tema “Voluntariado e o seu papel social”. Perante algumas dezenas de pessoas, o presidente da Assembleia Municipal começou por frisar que são elas, as pessoas, o património mais importante deste Concelho rico de tesouros históricos e artísticos. Faz, por isso, “todo o sentido celebrar o voluntariado”, que representa “o acto mais sublime da cidadania, concretizado na solidariedade, na dedicação a escutar, ajudar e amar os outros”. Seja na cultura, no desporto, na investigação

LMF

Dia do Município celebrou o voluntariado

que desde séculos remotos se mobilizaram pelo socorro aos mais desfavorecidos”. As Misericórdias e Confrarias são exemplo dessa “economia privada, das pessoas para as pessoas”, que hoje é praticada por 5.647 instituições credenciadas no serviço a crianças, jovens e idosos, grávidas, vítimas de violências diversas, toxicodependentes, doentes, deficientes e todo o tipo de marginalizados da sociedade. É nesta acção social que se concentra cerca de 91% de todo o voluntariado nacional, envolvendo cerca de 7,8% da população, um número ainda assim reduzido. É também “papel das autarquias tomar a iniciativa, promover bancos locais de voluntariado, transformar necessidades em oportunidades”, apoiar as pessoas que “trocam o indivi-

Filho de Lurdes Fernandes recebeu a medalha

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dualismo pela gratuitidade do serviço desinteressado ao bem comum”. Esta não é, no entanto, uma “solução para combater depressões ou para ocupar tempos livres”, frisou Lino Maia. Antes, “é uma decisão de disponibilidade para dar e receber o melhor de si mesmo e do outro, para desenvolver competências e treinar capacidade, para integrar equipas e projectos, para praticar virtudes como a discrição e o sigilo”. Só assim o voluntariado “será sério e se tornará um valor comunitário, social e pessoal”. A sessão fechou com a atribuição de medalhas de mérito a algumas pessoas que corporizam estes valores, como foi o caso de José Soares, José Pragosa, Alberto Moreira e José Pinheiro, quatro fundadores dos Bombeiros Voluntários da Batalha (1978) ainda no activo. Foi também o caso de dois cidadãos da Golpilheira homenageados a título póstumo, ambos falecidos no último ano: Mário Costa, que teve uma vida cheia de relevante actividade social e na formação musical de crianças e adultos, e Lurdes Fernandes, professora de ensino especial e dinamizadora da Associação Casa do Mimo, entre outros projectos solidários, que nos deixou subitamente a meio da vida. A manhã terminou na Capela do Fundador do Mosteiro, com deposição de flores no túmulo do primeiro casal real da ordem de Avis e a evocação da batalha da independência de 1385. Seguindo-se o tradicional almoço com os emigrantes batalhenses, no recinto das festas. Luís Miguel Ferraz

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Banco Alimentar contra a Fome A próxima campanha do Banco Alimentar decorrerá nos dias 30 de Novembro e 1 de Dezembro. A Equipa do Banco Alimentar Leiria-Fátima está a convidar os grupos de catequese da Diocese para colaborarem na logística desta recolha de alimentos. A participação poderá ser na entrega de sacos nas superfícies comerciais, durante o tempo que cada um possa disponibilizar, ou no armazém a fazer a triagem dos alimentos doados. Os interessados deverão contactar os respectivos catequistas. Claro que toda a ajuda é bem-vinda, de qualquer idade. Basta contactar para 244825330 ou ba.leiriafatima@bancoalimentar.pt. Nos dias de recolha, toda a população é convidada a contribuir com alguns bens alimentares que queiram doar, em ordem à posterior distribuição pelas famílias mais carenciadas.

Convívio “Senhor Bom Jesus dos Aflitos 2019”

A “adiafa” da festa Como é tradição, no final do Verão, a Comissão de Festas do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, padroeiro da Comunidade Cristã da Golpilheira, promove um convívio com todos aqueles que, de alguma forma, ajudaram na preparação e organização do evento. Foi o que aconteceu no passado dia 5 de Outubro, no salão de festas da igreja da Golpilheira. Os nascidos em 1979 voltaram a juntar-se e com eles algumas dezenas de pessoas que contribuíram activamente para o sucesso das festas deste ano. Além do jantar, foi ocasião de reviver os momentos mais divertidos ou emotivos do primeiro fim-de-semana de Agosto passado e dar a sua missão por concluída. Entretanto, serão apresentadas as contas à comunidade.

Nascidos em 1958 Os nascidos em 1958 vão organizar um almoço de convívio, no dia 20 de Outubro, no restaurante Selva do Lena. Os interessados deverão contactar a Isabel Soares (917731417).

LMF

Catequeses convidadas

Apoio/divulgação

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

sociedade

Grupo dos quarentões com os filhos

Início de ano escutista

194 Batalha recebe “prenda” O Agrupamento 194 Batalha do Corpo Nacional de Escutas iniciou mais um ano de actividades, no passado sábado 5 de Outubro, com a presença das suas várias secções, escutas, dirigentes e alguns familiares. Na praça em frente à sua sede, no Centro Paroquial da Batalha, a ocasião foi também aproveitada para o novo pároco se apresentar, também ele escuteiro e com longo currículo de trabalho com este

Patrícia Ferraz

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movimento, prometendo estar disponível para acompanhar e dinamizar espiritualmente este que é o maior grupo juvenil da paróquia. Outro antigo escuteiro presente, que integrou este mesmo agrupamento há muitos anos, foi Paulo Batista Santos, actualmente com funções de presidente da autarquia. Nesse estatuto, manifestou também a sua abertura para apoiar as iniciativas deste grupo, onde os mais novos têm espaço privilegiado

Presidente da Câmara deseja bom ano de actividades

para o crescimento humano e a participação cívica. Deu ainda a feliz notícia de trazer a prenda de cerca de mil euros que “uma senhora” ganhou de prémio e cedeu aos escuteiros batalhenses. Depois desta abertura, agora é tempo de cada secção e cada clã iniciar as suas actividades de aprendizagem e vivência do ideal escutista ao longo de mais um ano pastoral.


sociedade • 13

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

Café faz festa do berbigão

LMF

Muitas dezenas de pessoas passaram pelo café S. Bento na tarde de domingo 22 de Setembro, para uma verdadeira festa de despedida ao Verão, onde o berbigão oferecido pela casa deu o mote ao convívio. Já é tradição esta festa anual neste espaço comercial e tem vindo a crescer de ano para ano, como garante a gerente Isabel Rito: “superou

as expectativas e foi um evento muito bom, com colaboradores fantásticos”. A empresária apostou na animação musical com o DJ Merko, um jovem talento da Golpilheira que se orgulha de apoiar também. “Mas o que me deixa mais feliz é ver todos os clientes e amigos estarem felizes e divertidos a comer, beber e dançar… são estes momentos que me fazem

sentir que vale a pena viver e acreditar na nossa terra”, conclui. Os números são expressivos: 150 kg de berbigão, 60 kg de cebolas, 30 kg de tomate, 450 pães e 20 kg de filhoses da avó Júlia. Tudo oferecido pela casa. Por conta dos clientes ficaram os mais de 600 litros de imperial consumidos. Para ano há mais…

MCR

S. Bento despede-se do Verão

Não foi só chá...

Mulheres ao Picoto

“Chá das cinco” Realizou-se no dia 11 de Agosto um convívio peculiar no Picoto, aberto exclusivamente a mulheres, excepção feita ao José Manuel, da Vanessa. Foi uma iniciativa da Goreti Silva, emigrante em Inglaterra, que quis reviver na sua casa o típico “chá das cinco” inglês. Muitas delas, há muito tempo que não estavam juntas e existiam muitas saudades. Escusado será dizer que foi uma tarde bem passada, onde aproveitaram para “afiar” a língua e colocar a “escrita” em dia. O caso não era para menos. Para além do chá, não faltaram também o café, sumos e bebidas que fazem “desandar” a cabeça. Os bolos e doces tapavam a mesa, que não era possível ver a toalha. Ficou agendado um encontro idêntico para o ano… MCR

Festa estendeu-se à rua

Missa e almoço

Os golpilheirenses nascidos em 1948 promoveram mais um convívio anual, que começou com a Santa Missa, às 09h30, na igreja da Golpilheira, que também era por alma dos colegas do mesmo ano já falecidos, por intenção dos que felizmente se encontram no mundo dos vivos. Após um compasso de espera, concentraram-se no Restaurante Etnográfico do CRG,

onde foi servido o almoço. Foi a altura ideal para se reverem, pois alguns deles apenas se encontram neste dia festivo, uma vez que entre eles também há alguns emigrantes. O almoço prolongou-se, o que é normal nestas ocasiões. É altura oportuna para conversarem um pouco, uma vez que não o conseguiram no almoço do ano passado. Estes jovens, apesar dos seus 71 anos, continuam

no activo, nomeadamente, na ajuda do crescimento dos seus netos, o que é muito bom sinal. Após o cantar dos parabéns e a partilha do bolo alusivo a este convívio, acompanhado do bom champanhe, efectuou-se a tradicional fotografia de grupo. Todos manifestaram o desejo de se encontraram no próximo almoço-convívio, a realizar em 2020. Assim seja. MCR

LMF/arquivo

Convívio dos nascidos em 1948

Muitas opções de compra

“Batalha Stock Market”

Comércio da Batalha anima a praça

MCR

A Praça do Município, na Batalha, recebeu nos dias 7 e 8 de Setembro mais uma edição do “Batalha Stock Market”, uma feira de “stocks” organizada em parceira pelo Município da Batalha, a ACILIS e as lojas aderentes. O evento reuniu perto de duas dezenas de lojas da Batalha, Porto De Mós e Leiria, tais como Jutina, Dadi, Lola i, Mimar Brincar, Okasião Batalha, Orkestra Kids Batalha, Plim, Peixeprata, Knock Knock Store, Papaya, Zairita Retrosaria, Amar’te Bebe, Cantinho do Jovem, Precioza Bijou – MJ. O público pôde contar com grandes reduções de preços que, nalguns casos, foram de mais de 75% de desconto face aos preços de tabela, em artigos como calçado e vestuário para adulto e criança. Por falar em criança, esta 9.ª edição voltou a incluir várias propostas para animação infantil, como insufláveis. A pose no final da refeição


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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

ambiente

Câmara e Assembleia Municipal emitem parecer desfavorável

Tudo contra a pedreira no Reguengo do Fetal A população do Reguengo do Fetal tem-se mobilizado, nos últimos meses, para a luta contra a abertura de novas pedreiras na freguesia, já bastante fustigada com estas explorações com elevado impacto ambiental e paisagístico. A questão surgiu com a recente abertura de um processo de consulta pública sobre o impacto ambiental do projecto “Pedreira da Barrosinha”, que pretende a exploração de massas minerais nas proximidades do Casal da Pedreira. Também a Câmara Municipal da Batalha decidiu, por unanimidade, a 2 de Setembro, emitir parecer desfavorável nesta consulta, alegando que “esta é uma matéria sensível para as populações locais e a preservação ambiental do local é muito relevante para estratégica de promoção cultural e turística da designada ‘Rota das Pedreiras Históricas Medievais’, com cerca de 9 km, cujo processo se encontra em bom ritmo de desenvolvimento e foi mesmo objecto de candidatura a fundos europeus”. Por outro lado, apontam-se restrições culturais e arqueológicas, uma vez que o local está abrangido pela zona especial de protecção do painel turístico em azulejo da extinta companhia aérea “PAN AM”,

cuja delimitação é sobreposta pela pretensão do promotor e aquele painel encontra-se em vias de classificação. Outra razão aduzida é a localização, a Norte, das duas pedreiras classificadas como Sítio de Interesse Municipal, Valinho do Rei e Pidiogo, também com zona especial de protecção, cujo valor histórico resulta da comprovação de que delas foi retirado o calcário para as diferentes fases de execução do Mosteiro, bem como para a sua recuperação após o terramoto de 1755. Mais recentemente, a autarquia decidiu avançar com o procedimento administrativo relativo à classificação da Pedreira Histórica do Caramulo

e respectiva Zona Especial de Protecção, já que “as evidências científicas existentes permitem sustentar, sem margem para dúvida, que corresponde também a um dos locais de onde foi extraída a pedra para o Mosteiro”. A Assembleia Municipal da Batalha, na sua sessão de 19 de Setembro, deliberou também por unanimidade associar-se à posição do executivo, remetendo ao ministro do Ambiente e à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro uma moção de firme oposição ao licenciamento de novas explorações de pedreiras na zona envolvente da Torre e do Reguengo do Fetal.

O documento, apresentado em conjunto por todos os grupos políticos, foi também remetido ao ministério da Cultura, com o pedido para a maior “celeridade na conclusão dos processos em curso de ampliação da Zona Especial de Protecção dos Sítios de Interesse Municipal” das pedreiras históricas de Valinho do Rei, Pidiogo e Caramulo, bem como do painel turístico em azulejo da extinta companhia PAN AM. A este propósito, o presidente da autarquia, Paulo Batista Santos, esclareceu que o Município deu, anteriormente, parecer favorável à pesquisa e prospecção nestes terrenos, já que esses trabalhos tinham pouco impacto e permitiam

o conhecimento sobre o tipo solos existentes. Mas a sua exploração e transformação em pedreiras activas merecem total desaprovação. O autarca lamentou, ainda, a campanha de desinformação e de alarme social junto das populações em torno desta matéria, uma vez que se trata apenas da discussão pública e não há ainda qualquer decisão por parte da entidade competente, a Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG) do Ministério do Ambiente e Transição Energética. Recorde-se que o procedimento de consulta pública teve início a 27 de Agosto, tendo a Câmara Municipal pedido, de imediato, uma reunião com o secretário de Estado da Energia, João Galamba, para avaliar este processo e reclamar a suspensão de licenciamentos de pesquisa e exploração de massas minerais, até a conclusão dos trabalhos em curso de estudo e valorização das pedreiras históricas. Paulo Santos afirma que tem havido “uma excelente articulação com o Governo neste domínio, o que nem sempre acontece com a DGEG”, e apela ao “esclarecimento e responsabilidade na defesa do interesse público” por parte destas entidades. LMF

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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

IV Caça ao Lixo no concelho da Batalha

Há muito a fazer para limpar a natureza entre os quais membros do Aves da Batalha e da Junta de Freguesia da Batalha. Como sempre, a percepção inicial deste tipo de iniciativas é de que não vai haver muito lixo para recolher durante a actividade, mas logo damos conta que vai aparecendo sempre mais e mais lixo. Nesta área, foram recolhidas muitas embalagens de plástico, entulho (bidões de alumínio) e também uma grande quantidade de cartuchos resultantes da caça. Foi muito bom termos realizado esta limpeza nesta área porque assim que os matos e ervas voltem a crescer, todo o lixo lá existente passaria despercebido e poderia permanecer mais uns anos no solo. Já na Golpilheira, o grupo de participantes contou com os “Guardiões do Lena” (alunos da escola), pais e professores. Neste local, o lixo recolhido baseou-se essencialmente em roupa, sofás, pneus e sanitas. A questão que se levanta é: como é possível que ainda existam pessoas capazes de cometer tamanho crime ambiental? Felizmente vivemos num país em que o seu nível de desenvolvimento permite dar destino a quase todo o tipo de lixo produzido. Esta foi a segunda vez que limpámos este local, daí que a nossa intenção é combater a problemática de deposição crónica de lixo

envolvendo a escola e a Junta de Freguesia da Golpilheira. Estamos a pensar em estratégias que possam surtir efeito nos culpados por este tipo de danos contra a natureza e espaços públicos. Seguramente que essas pessoas não gostariam de ter um sofá ou um monte de roupa à porta de casa. Nos próximos tempos, haverá novidades quanto a este assunto. Para finalizar, fazendo um balanço desta 4.ª edição do Caça ao Lixo, continuamos a achar que este tipo de actividades é muito importante para a consciencialização da população da Batalha para a questão da poluição. Ao fim e ao cabo, a deposição de lixo em espaços públicos e espaços naturais reflecte em muito a educação e o civismo que uma sociedade possui. E a nossa, embora demonstre melhorias face a um passado recente, ainda tem muita margem para melhorar. O segundo objectivo passa por tornar a natureza do concelho mais bonita, atractiva e saudável, daí que no futuro iremos continuar a realizar este tipo de iniciativas. O Aves da Batalha aproveita para agradecer a ajuda e empenho dos 35 participantes e às Juntas de Freguesia da Batalha e da Golpilheira, que mais uma vez foram parceiras da actividade. João Tomás

Praga chegou à Batalha

Combate à vespa asiática Segundo nota do município, “a campanha de combate à vespa asiática continua a realizar-se com eficácia na Batalha, com particular atenção na freguesia de São Mamede”. Com a colaboração da Bicavadinha Natura, da Associação de Apicultores da Região de Leiria e dos Bombeiros Voluntários da Batalha, têm sido identificados e destruídos dezenas de ninhos. A vespa velutina, vulgo vespa asiática, é uma vespa de grandes dimensões (+ 2,5 cm). O corpo é castanho-escuro ou preto aveludado, delimitado por uma faixa fina amarela e um único segmento abdominal quase inteiramente amarelo-alaranjado. Estas vespas podem fazer os seus

ninhos de pequena dimensão em telheiros ou em buracos no chão. Os ninhos de grande dimensão localizam-se habitualmente em árvores com altura superior a 5 metros. As vespas asiáticas são uma espécie invasora, alimentam-se de abelhas e outros insectos e constituem principalmente uma ameaça ambiental. Para os humanos, são perigosas em caso de alergia à picada deste tipo de insectos. Em caso de presença de ninho suspeito, deverá ser feito o contacto com o Serviço Municipal de Protecção Civil da Batalha (244 769 110 / 964 771 961 ou gtf@cm-batalha.pt), ou a Linha SOS Ambiente (808 200 520).

Pais também ajudaram

Limpar é divertido

Foto de grupo

Fotos: DR

No domingo 29 de Setembro, decorreu a IV Caça ao Lixo no Concelho da Batalha, organizada pelo grupo “Aves da Batalha”. Desta vez, optámos por realizar a limpeza de duas áreas do Concelho em simultâneo, na Ribeira da Calva, entre a Rebolaria e o Casal de Santa Joana, e numa zona do vale do rio Lena, próxima da Golpilheira. Os motivos que nos levaram à escolha destes dois locais foram distintos. O primeiro, onde passa um pequeno efluente do rio Lena, nunca tinha sido intervencionado e, já que foi alvo de uma desmatação recentemente, decidimos actuar o mais rapidamente possível. A segunda área, próxima do rio Lena e pertencente à freguesia da Golpilheira, é já um local crónico de deposição de lixo e de entulho. Esta já tinha sido limpa no âmbito de uma actividade realizada com a escola da freguesia no passado mês de Maio. Durante toda a manhã, dois grupos de participantes apaixonados pela natureza e muito proactivos em questões ambientais, conseguiram recolher grande parte do lixo existente nas duas áreas pré-estabelecidas. O grupo responsável pela área que acompanha a Ribeira da Calva contou com a participação de 11 corajosos batalhenses,

Outro grupo andou pela Batalha

Sensibilização para a poupança

Dia da Água nas escolas Portugal celebra desde 1983 o Dia Nacional da Água a 1 de Outubro. Neste dia, o Município da Batalha a empresa Águas do Lena e o Agrupamento de Escolas promoveram uma acção de sensibilização nos estabelecimentos de ensino do 1.º Ciclo. Os cerca de 600 alunos receberam um calendário para o ano de 2020 alusivo às questões ambientais, com dicas para a redução do consumo da água, a explicação do ciclo urbano da água e a relevância da selecção dos resíduos sólidos urbanos. Em paralelo, foi lançado um concurso de banda desenhada com o tema “Ciclo Urbano da Água”, que pretende sensibilizar a comunidade

escolar para as diferentes fases do ciclo urbano da água, bem como alertar para a sua importância e preservação. A 20 de Janeiro de 2020, serão divulgados os vencedores deste concurso e os autores dos 10 melhores trabalhos terão como prémio uma visita guiada ao Oceanário de Lisboa. O Município espera que estas acções “com mensagens apelativas e adequadas às idades dos destinatários” ajudem as gerações mais novas a compreender “a importância vital da água e da sua preservação”. Recordamos que o Dia Mundial da Água se celebra a 22 de Março.


Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

cultura

DR

DR

Museu da Comunidade Concelhia da Batalha

A Cartilha Maternal de João de Deus João de Deus (1830-1996) é considerado um vulto na cultura portuguesa do século XIX. Foi poeta e pedagogo multifacetado. A ele se deve uma das primeiras missões de alfabetização do País, numa época em que o ensino era limitado às poucas escolas existentes. Foi autor da Cartilha Maternal – método de aprendizagem inovador no ensino da leitura às crianças. A obra (com o subtítulo “A Arte da Leitura”) suscitou muita polémica, tendo-se escrito nos jornais da época que a Cartilha “destruiria os velhos métodos”. Mas o manual rapidamente se popularizou, recebendo elogios de intelectuais como Carolina Michaelis de Vasconcelos, que expressou o seguinte: “com a Cartilha do Senhor João de Deus entramos num mundo novo; tudo mudou de aspecto, tudo se tornou simples, lúdico, transparente”. Editado em 1876, o manual incluía as lições para os alunos e o Guia Prático para o professor. Pretendia-se que o ensino fosse feito pelas mães, daí o nome de Cartilha Maternal. Desde a primeira lição, o aluno é o “analista da linguagem”, porque as dificuldades são explicadas por regras que satisfazem o seu raciocínio lógico, conseguindo autocorrigir-se através da explicitação das regras aprendidas. De acordo com a investigadora Isabel Ruivo, o exercício de leitura do método “é dinâmico, interactivo e promove a relação entre as palavras lidas e a vivência da criança, dando a noção de que a palavra é o elemento principal do discurso”. João de Deus também foi inovador na utilização de aspectos visuais, tendo proposto a divisão silábica das palavras sem quebrar a sua unidade gráfica (e sonora). Para tal, recorreu ao uso do preto/cinzento, sem separar as palavras em que estão inseridas, permitindo ensinar o código alfabético num contexto de leitura com significado. A Cartilha Maternal foi amplamente utilizada nas escolas portuguesas ao longo de quase meio século, mantendo ainda alguns seguidores. O legado do pedagogo perpetua-se na Associação de Jardins-Escolas João de Deus, com 55 centros educativos distribuídos pelo país, um deles em Leiria. Na exposição “O Ensino da Batalha”, que esteve patente no MCCB entre 2011 e 2015, evidenciava-se a Cartilha Maternal (cortesia do Museu Etnográfico da Alta Estremadura), de grandes dimensões, num espaço que recriava uma antiga sala de aula. Actualmente, numa vitrine dedicada ao Ensino e à Instrução, destaca-se, entre os manuais escolares antigos, uma pequena edição do manual, emprestado pelo Museu Escolar dos Marrazes, permitindo a compreensão dos métodos de aprendizagem da leitura na viragem do século XIX para o século XX. Convidamos os leitores a visitar e a revisitar o Museu e conhecer este importante manual na compreensão de um período preponderante na história do ensino nacional. O MCCB abre de quarta-feira a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00. Aos primeiros domingos do mês, a entrada para residentes e naturais do concelho da Batalha é gratuita. Fontes: Ruivo, Isabel, Actas do VI Encontro Nacional (IV Internacional) de Investigação em Leitura, Literatura Infantil e Ilustração. Braga: Universidade do Minho, Outubro de 2006.

Património da Humanidade junta Portugal e Indonésia

Mosteiro da Batalha e Templo de Borobudur O Mosteiro da Batalha assinou com o templo indonésio de Borobudur, ambos monumentos inscritos na lista de Património Mundial da UNESCO, um importante protocolo de cooperação, no passado dia 30 de Setembro. O acordo visa fortalecer a amizade e cooperação entre a República Indonésia e a República de Portugal, nomeadamente, através da partilha de conhecimento e boas práticas, intercâmbio de programas culturais e formação e criação de novas oportunidades para a promoção turística e cultural. O protocolo foi assinado por Paula Silva, directora geral do Património Cultural, e Edy Setijono, presidente executivo do Templo de Borobudur, contando ainda com a presença do embaixador da Indonésia

DR

. museu de todos .

Imagem do templo indonésio

em Portugal, Ibnu Whyutomo. Trata-se Integrado numa estratégia de valorização do relacionamento internacional do Mosteiro da Batalha, criando pontes que apoiem a investigação, o conhecimento e a promoção conjunta, este é acordo pioneiro no contexto dos monumentos portugueses com o estatuto de Património

da Humanidade, cujos frutos se espera sejam estendidos ao reforço de laços entre ambas as culturas, povos e nações. O Templo de Borobudur está localizado na Java Central, Indonésia, e é o maior templo budista do mundo, datando a sua construção dos séculos VIII e IX. Está construído em três plataformas e as paredes e balaustradas

estão decoradas com finos baixos relevos, cobrindo uma área total de 2.500 m2. Em redor das plataformas circulares encontram-se 72 estupas (pequenas cúpulas) a céu aberto, cada uma contendo uma estátua de Buda. O monumento foi restaurado com o apoio da UNESCO pelo ano de 1970.

Nova obra sobre o Mosteiro da Batalha

“A Visita do Marquês” Decorreu no dia 19 de Setembro, no auditório do Mosteiro da Batalha, a apresentação da obra “A Visita do Marquês”, dirigida ao público escolar, com textos de Luís Mourão e ilustrações de Bruno Gaspar a desvendarem histórias e curiosidades deste monumento. Trata-se de mais uma importante valia para a promoção do Património junto do público infanto-juvenil, integrada no programa do Serviço Educativo do projecto Património

DR

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Auditório do Mosteiro repleto de alunos do AEB

Mundial do Centro. Com a participação de mais de 250 alunos do Agrupamento de Escolas da Batalha, a apresentação do livro contou com

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também com momentos teatrais pelos actores do Grupo O Nariz Teatro que, ao longo do presente ano lectivo, manterão um programa de visitas

dramatizadas ao monumento, em parceria com o Mosteiro da Batalha, a Autarquia e o Museu da Comunidade Concelhia da Batalha.

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AGENTE PRINCIPAL


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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

31.ª Gala Internacional de Folclore da Batalha

Grupo da Ucrânia

Permitam-me aqui um pequeno aparte: felizmente, as comunidades portuguesas emigradas também continuam a preservar a nossa rica cultura em geral. Em 1988 tive a felicidade de participar numa festa-convívio, no estado da Pensilvânia, mais concretamente em Filadélfia, da Comunidade Portuguesa da Região da Batalha. O catalisador deste grandioso jantar-convívio foi a Comunidade da Freguesia da Golpilheira, emigrada naquele país, alguns há cerca de 20 anos naquela altura. Já passaram 30 anos e parece que foi ontem. Nesse jantar participaram mais de 600 pessoas, vindas inclusivamente de outros Estados americanos propositadamente. Este convívio destinava-se à angariação de fundos para apoiar as “Forças

Vivas da nossa Freguesia”, Centro Recreativo, Junta de Freguesia e Igreja. Actuaram vários grupos de folclore de várias comunidades portuguesas. Apesar de ser sido há 30 anos, lembro-me muito bem do nome de um: “Ta-Mar Alto da Nazaré”, que é a aglutinação de dois ranchos desta vila, com uma praia maravilhosa, conhecida em todo o mundo. É também desta forma que matam as “saudades” das várias regiões do nosso querido Portugal. Voltando à Gala de Folclore da Batalha, esta teve o brilhantismo das galas anteriores, como é apanágio do famoso rancho organizador. Num palco espaçoso, tendo como pano de fundo o majestoso Mosteiro de Santa Maria da Vitória, mais conhecido por Mosteiro da Batalha, guardado pela estátua

do Santo Condestável, D. Nuno Álvares Pereira, quase “colado” ali ao palco, todos os grupos se exibiram com primor, para gáudio do numeroso público presente, que os presenteou com calorosas salvas de palmas. Entre o público, destacavam-se muitos imigrantes dos países representados pelas suas comunidades a viver e trabalhar em Portugal. Quem não assiste a estes espectáculos não sabe o que perde, com entradas livres, gratuitamente. Esperamos com ansiedade a Gala do próximo ano. Muitos parabéns à organização, entidades oficias que a apoiaram, nomeadamente, o Município da Batalha, a Junta de Freguesia e a Associação Folclórica da Região de Leiria e Alta Estremadura, e ainda comerciantes da região. Manuel Carreira Rito

Academia Sénior inicia ano

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“Mova Sénior”. Mais de 350 alunos estarão envolvidos em actividades como a ginástica geriátrica, hidrogeriatria, teatro, inglês, informática, artes plásticas e dança.

“A Academia Sénior da Batalha é hoje uma resposta de manifesta importância junto da população sénior de todo o Concelho, que dinamiza e promove o convívio e

Festa popular e histórica na vila Realizou-se, no dia 29 de Setembro, mais uma edição da reconstituição do Mercado do Século XIX, nas imediações do majestoso Mosteiro da Batalha, já que o espaço utilizado em anos anteriores, a Praça Mouzinho de Albuquerque, estava ocupada com o programa televisivo “Somos Portugal”. Estiveram presentes vários ranchos folclóricos, não só do concelho, ocupando as “barraquinhas” colocadas com a finalidade de os grupos angariarem fundos, com a venda de produtos ligados à agricultura. O artesanato também marcou presença, assim como outras actividades, de acordo com aquela época. Estiveram também à venda, em algumas barracas, artesanato e produtos regionais. Este evento contou ainda com a animação das tocatas de cada um dos ranchos presentes e ainda a demonstração de algumas danças e cantares do final do século XIX, princípio do século XX. Não faltou a tradicional sardinha assada, acompanhada com pão e broa caseira, e bem regadas com vinho da região, tirado directamente do “pipo”, através da “escaravelha”. O tempo ajudou, para que a festa tivesse a participação de numeroso público. Ficamos a aguardar a próxima edição. MCR

Na Batalha

Festival de Teatro

Mais de 350 “estudantes” Decorreu no passado dia 11 de Setembro, no auditório municipal a apresentação do programa deste ano lectivo da Academia Sénior da Batalha e do programa

Rancho da Golpilheira sempre presente

Mercado do Século XIX

MCR

A 31.ª Gala Internacional de Folclore da Batalha, organizada pelo Rancho Folclórico Rosas do Lena, no dia 10 de Agosto, foi o “pontapé de saída” para as grandes e prestigiadas Festas de Agosto na Batalha. Nela participaram prestigiados ranchos portugueses, que passamos a descrever: Rancho Folclórico Rosas do Lena – Batalha; Grupo Folclórico de Vila Verde – Braga; Grupo Folclórico Amigos de Montenegro – Faro e Rancho Típico de Amorosa – Matosinhos. Nos grupos estrangeiros, registou-se uma inovação: foram representados por imigrantes dos seus países, radicados ou a estudar em Portugal. Foi mais uma ideia feliz, que também ajudou a minimizar os custos à organização. Foram eles: Grupo Folclórico Alebrije – México; Grupo de Dança Oberig – Ucrânia; e Grupo de Estudantes do Príncipe Minu Yié – Ilha do Príncipe. Todos eles demonstram o carinho que continuam a ter pelos países de origem, transmitindo à segunda geração as suas tradições, usos e costumes, através da dança e folclore. Imigraram para Portugal, à procura de melhoria de vida.

MCR

Grande noite de cultura folclórica

a educação não formal”, refere o Município, com o desejo das “maiores felicidades e excelentes aprendizagens para todos os alunos inscritos”.

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O Festival de Teatro “O Acaso”, organizado pelo O Nariz Teatro, com o apoio da Câmara da Batalha, volta ao auditório municipal para dois excelentes espectáculos, com entrada gratuita. O primeiro foi a 12 de Outubro e o segundo será a 20 de Outubro, às 16h00, com a companhia Encerrado Para Obras a apresentar “Quimicomic” (M/6 anos), uma comédia musical infanto-juvenil com “química cómi-ca” (reservas para 244 769 110).


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cultura

18.ª edição de um grande evento

MCR

Há 18 anos que se organiza o Encontro da Barrenta, um certame que reúne centenas de tocadores de concertinas de todo o país. Há alguns anos que programávamos uma reportagem… calhou neste 2019, em que esta pequena aldeia reuniu mais de cinco centenas de artistas e muitos milhares de visitantes. É um espectáculo digno de ser presenciado e apreciado, cujas condições têm melhorado de ano para ano, para responder a um número cada vez de participantes e de público. Logo à chegada, um amplo espaço acolhe o estacionamento de milhares de automóveis, autocarro e caravanas. No recinto, dois palcos espaçosos, ampla área de tendas de comes-e-bebes, onde rodam vários porcos no espeto, e ainda uma grande quantidade de feirantes. Tudo pronto para podermos andar por ali várias horas a apreciar os muitos grupos de tocadores de concertina que vão subindo aos palcos ou divertindo-se pelo meio da multidão. Vemos tocadores de todas as idades, alguns ainda crianças, que mostram a sua arte e paixão por este instrumento. Este instrumento é convidativo aos cantares ao desafio, sendo frequentes as “disputas” cantadores por ali. Uma

Dois placos sempre a rodar

MCR

Barrenta é capital nacional da concertina

Pelo meio da multidão também há espectáculo

das que assistimos foi protagonizada por dois “desafiadores” acompanhados por um tocador. A um dele ouvi chamarem Loureiro, homem já batido nestas andanças, o outro um rapaz na casa dos 20 anos de Barcelos, terra dos galos de crista alta. Este tinha o cabelo

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rapaz, mas não deixou os créditos por mãos alheias, dando boa réplica ao mais experiente. A eles se juntaram outros dois e o desafio dos improvisos poderia durar horas até ao cansaço do último dos resistentes. O prémio é uma calorosa e estrondosa salva de palmas PUB

Freguesia da Batalha 507.º Aniversário No passado dia 14 de Setembro, a Freguesia da Batalha celebrou o seu 507.º aniversário. Uma vez mais, a Praça Mouzinho de Albuquerque foi o palco para um lanche convívio acompanhado de boa música, do entardecer ao anoitecer. Este foi um ano especial, ao qual se associou a celebração da recepção do novo pároco da Batalha, o Sr. Padre Armindo Castelão Ferreira. O evento contou com a presença de centenas de munícipes e paroquianos da Batalha, assim como de entidades políticas e religiosas. Esta Freguesia agradece a todos aqueles que participaram e colaboraram nesta festa, com especial destaque ao apoio prestado pelas diversas entidades (Município da Batalha, Paróquia da Batalha, Paróquia do Reguengo do Fetal e CNE - Agrupamento 194 Batalha).

da assistência para todos eles. Mais à frente, outro espectáculo dentro do espectáculo: dois jovens com as suas concertinas e outros dois a marcar o ritmo em tambores alegravam um numeroso grupo de curiosos (foto de baixo). Fixei um deles em especial, a tratar a concertina como um “brinquedo”, sempre a tocar com mestria enquanto fazia verdadeiras acrobacias com o instrumento. Por largos minutos, as melodias iam surgindo, a maioria de origem popular, que muitos dos presentes aproveitavam para trautear ou acompanhar a palmas. Soube depois que o quarteto se chama “Diatónicos” e que o mais habilidoso dá pelo nome de Carlos Pinto, sendo presença habitual nestes encontros. O que se vive naquela tarde na Barrenta, uma pequena aldeia do concelho de Porto de Mós onde moram menos de meia centena de pessoas, é digno de ser visto. As memórias de verdadeira festa e animação não cabem no que se possa depois contar. Ainda assim, porque queremos conhecer melhor a história deste grandioso encontro, prometemos um texto especial na nossa próxima edição… Manuel Carreira Rito


território • 19

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

Reabilitação urbana avança

ARU da Golpilheira aprovada Foi já publicada em Diário da República, a 23 de Agosto, a aprovação da Área de Reabilitação Urbana (ARU) da freguesia da Golpilheira, conforme foi deliberada em Assembleia Municipal do passado dia 1 de Abril de 2019. Tudo

a postos, portanto, para o início da Operação de Reabilitação Urbana prevista pelo Município, que visa a recuperação e melhoramentos significativos na zona mais central da nossa freguesia, entre o Centro Recreativo e a Junta de

Freguesia. Os interessados em conhecer melhor este plano, poderão consultar o processo na Câmara ou em www. cm-batalha.pt.

Câmara disponibiliza 1 milhão em orçamento

Freguesias podem solicitar apoios A Câmara Municipal da Batalha aprovou um novo Regulamento Municipal de Apoio às Freguesias, que prevê a possibilidade de apoios a actividades regulares do plano de actividades, bem como à infra-estruturação, beneficiação e modernização local. O regulamento enquadra, entre outros, o apoio financeiro ou técnico a projectos e obras de conservação, beneficiação, construção e reconstrução de instalações afectas ao desenvolvimento das actividades propostas pelas freguesias, a cedência de prédios ou fracções para instalação das suas sedes ou outras actividades e o apoio financeiro para aquisição de viaturas para transporte e equipamentos diversos.

Os apoios logísticos previstos são, nomeadamente, a cedência de tendas e mobiliário diverso, de materiais perecíveis e equipamentos móveis, de maquinaria e mão de obra por parte de técnicos e administrativos. Segundo a proposta, já apreciada pela Assembleia Municipal, os pedidos de apoio são apreciados com respeito pelos princípios da igualdade, da transparência, da imparcialidade, da proporcionalidade, da justiça e da prossecução do interesse público. A estimativa a considerar na elaboração do próximo orçamento municipal ascende a um milhão de euros, valor que poderá variar em função das candidaturas apresentadas pelas qua-

tro freguesias, Batalha, São Mamede, Reguengo do Fetal e Golpilheira. O presidente da Câmara considera que “as freguesias são um parceiro de excelência e têm uma especial relação de proximidade que lhes confere uma posição privilegiada na missão de apoios os munícipes”, sendo “inegável que algumas dispõem de meios bastante escassos, que muito dificultam o desenvolvimento das actividades imprescindíveis ao cumprimento de tal missão”. Assim, Paulo Santos defende que “este processo de descentralização de competências nas freguesias é um caminho virtuoso e gradual, em função das necessidades e da decisão dos competentes órgãos autárquicos”. PUB

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População convidada a dar sugestões

PDM está em alteração

A Câmara da Batalha deu início ao processo de alteração do Plano Diretor Municipal (PDM), que deverá estar concluído ainda este ano. A decisão foi tomada em reunião do executivo de 8 de Julho e decorre da necessidade de adequar o PDM às alterações verificadas no quadro legislativo do ordenamento do território, com a publicação da Lei de Bases Gerais da Política Pública de Solos, de Ordenamento do Território e de Urbanismo e do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT). Para além da Câmara Municipal, participam neste processo várias entidades, nomeadamente, a CCDR-C, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), entre outras. Nesse sentido, o presidente da Câmara, Paulo Batista Santos, apela à participação da população “na formulação de sugestões e na apresentação de contributos, capazes de auxiliar a construir um melhor futuro para a Batalha e para os batalhenses, atendendo à relevância que o Plano Diretor Municipal apresenta”. Recordamos que o PDM é um instrumento de gestão territorial que estabelece a estratégia de desenvolvimento territorial municipal, a política municipal de solos, de ordenamento do território e de urbanismo. O período de participação pública, para formulação de sugestões e apresentação de contributos, decorre até ao próximo dia 24 de Outubro. Todos os interessados poderão enviar a sua participação, com recurso a impresso próprio disponibilizado pela Câmara Municipal, apresentando-a por escrito, através de carta registada ou entregando-a directamente no Balcão de Atendimento, bem como por correio electrónico para PDM2020@cm-batalha.pt, estando toda a informação disponível no endereço pdm.cm-batalha.pt.


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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

desporto

Equipa de Futsal Feminino Sénior do CR Golpilheira

Futsal nacional

Tudo a postos para o nacional

Atletas do CRG convocadas

Teve lugar no dia 22 de Setembro a apresentação da nossa equipa de futsal feminino sénior, com um jogo disputado no pavilhão da Golpilheira. Apesar de ser de um escalão inferior, a equipa adversária deu boa réplica. O primeiro golo surgiu numa recarga oportuna de Beatriz Soares. O segundo, ainda na primeira parte, foi apontado por Bruna Folgado. No reinício do encontro, a equipa forasteira entrou melhor e obteve o seu golo de honra. No entanto, o domínio do jogo era nosso e nunca esteve em causa. Depois de ter enviado a redondinha por duas vezes aos postes, Ema conseguiu obter um excelente golo, fixando assim o resultado. Apesar de estarem a treinar há algum tempo, era necessário que a nossa treinadora pudesse apresentar na “quadra” todas as hipóteses de jogadoras em campo, para daí tirar as suas ilações. Não esPUB

MCR

Golpilheira – 3 Gafanha da Nazaré – 1

Constituição da equipa: • Treinadores: Teresa Jordão, Susana Vilanova, Rui Almeida e Miguel Ferreira • Delegado: Nuno Monteiro • Fisioterapeuta: Tásia Ferreira • Directores: Joaquim Ferraz, José Carlos e Manuel Rito • Atletas: Carolina Costa [Káká] (GR), Beatriz Santos (sub-17 que vai fazer parte do plantel júnior e sénior), Diana Monteiro (GR), Maria Beatriz (sub-20 ex-júnior), Ana Lopes [Ká], Alexandra Nunes [Alex] (sub-20 ex-júnior), Liliana Salema [Licas], Carolina Ribeiro, Bruna Folgado (sub-20 ex-júnior), Sara Casalinho (sub-20 ex-júnior), Jéssica Pedreiras, Ema Toscano, Sarina Santos, Inês Carlos (ex-N.S.C.P. Pombal que vai fazer parte do plantel júnior e sénior).

quecer que a primeira fase do Campeonato Nacional, Série Sul, está ai à porta e o principal objectivo é classificarmo-nos até ao 4.º lugar. Esta posição dá-nos a possibilidade de disputar a Fase de Apuramento de

Campeão da época 2019/2020, bem como o apuramento para continuar a disputar a primeira fase do Campeonato Nacional na época de 2020/2021. A nossa equipa, apesar da saída de quatro atletas, está

mais forte, pois foi reforçada por quatro jogadoras promovidas das juniores e ainda duas juniores que poderão, em determinados jogos, ser convocadas pela treinadora. Manuel Carreira Rito

Foram recentemente convocadas e estiveram no estágio das selecções nacionais, entre 15 e 18 de Setembro, no Centro de Estágios de Rio Maior, as atletas Beatriz Santos (sub-19) e Diana Monteiro (sénior). É um sinal significativo do trabalho que se vem realizando na nossa colectividade, sobre a “batuta” da nossa grande treinadora Teresa Jordão. Beatriz Santos iniciou a formação no clube da sua terra natal – Alvorninha. Cumpre a segunda época ao serviço do CRG. É de realçar que esta atleta tem apenas 16 anos e foi convocada para a selecção sub-19. Já Diana Monteiro iniciou a sua formação no nosso clube, na equipa de juniores, há vários anos. Estamos a aguardar ansiosamente pela sua internacionalização. MCR

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desporto • 21

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

Jogo de apresentação

. equipas.CRG.

CRG inaugura futsal sénior masculino • Resultado: CR Golpilheira – 0/CR Chãs – 6 • Equipa técnica do CR Golpilheira: Pedro Marques (treinador), Vítor Pereira (treinador adjunto), Roma Kravets (treinador de guarda-redes), Ana Patrício (massagista), Carlos Patrício, Rui Fernandes, Davide Ribeiro e Manuel Rito (directores) • Equipa técnica do CR Chãs: Bruno Costa (treinador), Nildo (treinador adjunto), Neuza Barreiro e Ricardo Caldeira (directores). • Equipa de arbitragem: Alberto Pereira e Pedro Gil

No passado dia 4 de Setembro, teve lugar no pavilhão da Golpilheira o jogo de apresentação da equipa de futsal sénior masculina do Centro Re-

creativo da Golpilheira, uma equipa recém-criada com grande parte dos elementos provenientes dos juniores que transitaram para seniores e alguns reforços mais experientes que aceitaram o convite de pertencer a este grupo. A adesão do público foi escassa. Na sua maioria, eram amigos e familiares dos jogadores. A equipa convidada foi o Grupo Recreativo das Chãs, uma equipa com valores individuais reconhecidos no futsal distrital e clara candidata à subida à Divisão de Honra. Relativamente ao jogo, notou-se alguma superioridade das Chãs, retratada pelo resultado final de 0-6,

ÉPOCA DESPORTIVA 2019/2020

embora a Golpilheira, nalguns rasgos, tenha conseguido demonstrar alguma superioridade táctica e chegado à baliza adversária com algum perigo, embora sem conseguir finalizar com sucesso. Isso foi demonstrado pelo resultado ao intervalo, que era apenas 0-1. Agora, começa o período competitivo, em que cada jogo vale 3 pontos. Não podemos prometer a vitória. Podemos apenas prometer muito trabalho e dedicação, e contamos com o apoio das gentes da Golpilheira a cada fim de semana, para que, juntos, estejamos mais próximos do sucesso. Pedro Marques/Manuel Rito

Veteranos Futebol 11

28-09 – Golpilheira – 2/Cervejaria Martins 12-10 – Golpilheira – 8/Talaíde – 1 Próximos Jogos 26-10 – Golpilheira/Os Idosos 09-11 – Golpilheira/Alqueidão da Serra 23-11 – Seca Pipas/Golpilheira

Futsal Feminino Sénior

Campeonato Nacional - 1.ª fase/Sul

06-10 – Sporting – 2/Golpilheira – 1 12-10 – Golpilheira – 1/Benfica – 5 Próximos Jogos 19-10, 18h30 (Golpilheira) – Golpilheira/V. da Luísa 26-10, 18h30 (Carcavelos) – Q. Lombos/Golpilheira 02-11, 18h30 (Golpilheira) – Golpilheira/L. P. Salvo 09-11, 19h00 (Arneiros) – Arneiros/Golpilheira 16-11, 18h30 (Golpilheira) – Golpilheira/Povoense 23-11, 18h30 (Golpilheira) – Golpilheira/Sporting 30-11, 20h00 (Pavilhão 2 – Luz) – Benfica/Golpilheira

Futsal Feminino Júnior Campeonato Distrital

19-10 (Golpilheira) – Golpilheira – Entroncamento 02-11 (Almeirim) – Futsal Almeirim/Golpilheira 09-11 (Golpilheira) – Golpilheira/Vidais 16-11 (Ribafria) – Ribafria/Golpilheira 23-11 (Entroncamento) – CADE/Golpilheira

< Equipa técnica Directores

Futsal Masculino Sénior

Campeonato Distrital - 1.ª fase/Série B

Vítor Pereira Treinador-Adjunto

Roma Kravets Treinador de Guarda-redes

Ana Patrício Massagista

Fernando Ferreira Direcção

Carlos Patrício Direcção

Rui Fernandes Direcção

David Ribeiro Direcção

Alex Ferreira Pivot – 20 anos

Alexandre Carvalho (Rasta) David Matos Pivor – 20 anos Ala – 18 anos

Dinis Silva Ala/Pivot – 19 anos

Francisco Ferreira –22 anos Fixo/Ala (ex-GRAP)

Francisco Matos Guarda-Redes – 22 anos

Gonçalo Fernandes Ala/Pivor(inact.)– 22 anos

Gonçalo Henriques Ala – 18 anos

Henrique Ferraz Ala – 20 anos

João Ferraz (Rito) Ala – 18 anos

Miguel Jorge Fixo/Ala – 19 anos

Nelson Baptista Ala(ex-S. Bento)–32 anos

Paulinho Carreira–27 anos Fixo/Ala(ex-Martingança)

Pedro Candeias (Macaco) Fixo(ex.mendiga)–30 anos

Renato Ferreira Fixo/Ala (inact.) – 29 anos

Rodrigo Fernandes Pivot – 18 anos

Simão Bagagem Guarda-Redes – 17 anos

Tiago Marques Pivot (inact.) – 30 anos

Atletas>

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<

Pedro Marques Treinador

Manuel Rito Direcção

05-10 – Golpilheira – 3/Bufarda – 2 12-10 – Benfica C. Rainha – 5/Golpilheira – 4 Próximos Jogos 19-10, 19h00 (Alvorninha) – Alvorninha/Golpilheira 26-10, 19h00 (Golpilheira) – Golpilheira/Pederneira 08-11, 21h30 (L. Estrada) – Estrada/Golpilheira 16-11, 21h00 (Golpilheira) – Golpilheira/São Mamede 23-11, 21h30 (C. Marra) – Amarense “B”/Golpilheira 30-11, 19h00 (Golpilheira) – Golpilheira/F. Oleiro

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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

desporto

Equipa de Futsal Feminino Júnior do CR Golpilheira

Teve lugar no dia 22 de Setembro a apresentação da nossa equipa de futsal feminino júnior, com um jogo disputado no pavilhão da Golpilheira, que serviu também para a nossa treinadora, Teresa Jordão, testar todas as atletas que esta época fazem parte desta equipa. Composta por 14 atletas, oito das quais transferências, algumas delas com bom ritmo de jogo. No entanto, com todas elas, a Teresa Jordão vai precisar de algum tempo para as

sincronizar melhor. Com tempo, entrega, persistência e dedicação, no final da presente época todos iremos observar a evolução de cada uma delas. Durante o jogo verificaram-se bons apontamentos e estivemos muito mais perto de obter golos do que a equipa adversária, que é de escalão sénior. Na baliza esteve uma guarda-redes intransponível. Zero a zero não é um resultado normal em encontros de Futsal, mas neste aconteceu. De futuro, as nossas atletas vão marcar golos, muitos golos.

Futsal feminino do CRG ganhou campeonato e taça distritais de 2018-2019

Festa das faixas de campeãs Após o jogo de apresentação da equipa, realizou-se a cerimónia de entrega das faixas de campeãs e das taças de campeonato e taça distritais conquistadas na passada época. Estiveram presentes vários representantes de entidades oficiais, como André Loureiro, vereador do Desporto do Município da Batalha, José Filipe, presidente da Junta de Freguesia da Golpilheira, Manuel Nunes, Mónica Costa e Tó-Zé, respectivamente, presidente e vice-presidentes da Associação de Futebol de Leiria. Por parte da direcção do CRG estiveram o presidente Fernando Ferreira, o vice-presidente Rui Fernandes e o tesoureiro Carlos Patrício. O momento foi aproveitado para uma singela homenagem à treinadora Teresa Jordão, cujo texto publicamos também neste jornal. As atletas, a equipa técnica, fisioterapeuta e directores foram chamados individualmente para receberem a medalha oferecida pela A. F. Leiria e a respectiva faixa de campeãs. Foi também entregue uma faixa a cada um dos

representantes das entidades oficiais. Após esta consagração, foram entregues pelo presidente da A. F. Leiria as respectivas taças, que vão enriquecer a nova sala de troféus, neste momento em construção. Foi momento de delírio todas as atletas e restantes colaboradores, acompanhado pelo bater de palmas do numeroso público presente. Para terminar, cada um dos elementos convidados teceu rasgados elogios ao trabalho que se vem a desenvolver há mais de duas décadas. Manuel Nunes enalteceu a dedicação de uma grande treinadora, Teresa Jordão, e também condutora de jovens. É uma pessoa que tem dado tudo pelos lugares e cargos que tem desempenhado e desempenha com muito carinho e paixão. Para além das equipas que treina na nossa colectividade, colabora ainda na preparação de várias selecções distritais. Esperamos que uma tarde como esta se repita para o próximo ano, o que será bom sinal. MCR

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Constituição da equipa • Treinadores: Teresa Jordão e Cristiano Dinis • Delegado: José Carlos • Fisioterapeuta: Tásia Ferreira • Directores: Joaquim Ferraz e Manuel Rito • Atletas: Joana Dinis (GR), Beatriz Santos, Raquel Gonçalves (GR), Íris Cruz (ex–Vidais), Ana Henriques, Léa Vaz, Clara Luzio (ex-Fátima), Sofia Ferreira (ex-Fátima), Beatriz Lindo, Cíntia Veríssimo – Kika (Ex-PAC-Peniche), Carolina Fernandes (ex–Ilha), Érica Pereira (ex–Ilha), Nádia Morais (ex–Quinta do Sobrado) e Inês Carlos (ex–N.S.C.P.Pombal).

Homenagem a Teresa Jordão Teresa Jordão é natural de Lavos, Figueira da Foz. Muito cedo, porque o seu pai também era desportista, acompanhava-o e o “bichinho” do desporto começou aqui a germinar. Foi uma desportista que praticou várias modalidades. Também, até nisto tivemos sorte. Quis o destino, e ainda bem, que viesse leccionar para o Instituto Educativo do Juncal, há cerca de vinte anos. Como o desporto lhe fazia falta como o pão para a boca, de imediato procurou saber onde é que podia ser útil. Teve a informação de que o C. R. da Golpilheira tinha uma equipa Sénior de Futsal Feminino. Não perdeu tempo e veio falar com o treinador da altura, penso que era o professor Aurélio. Quase de imediato, integrou a nossa equipa, começando a defender as nossas cores. Estava vestida a camisola, que nunca mais despiu. Abençoada hora em que nos veio parar numa bandeja, que passados alguns anos se transformou em ouro. Após algumas épocas como jogadora, assumiu o comando da equipa sénior e, depois, da júnior. Os resultados estão à vista de todos. Foi considerada, há poucas épocas, a melhor treinadora de futsal feminino de Portugal, recebendo o Troféu Quinas de Ouro. É uma mulher muito versátil e polivalente. Consegue gerir a sua profissão de professora, integrando inclusivamente o Conselho Directivo do IEJ, com o serviço de treinadora das duas equipas femininas de futsal e ainda, à sexta-feira, já está a preparar o futuro, ensinando crianças a partir dos 6 anos nesta modalidade. Colabora ainda com a A. F. de Leiria, ajudando a treinar várias equipas distritais de diversos escalões. É ou já foi encarregada de educação de algumas das suas alunas, conselheira, educadora de jovens que, muitas vezes, não têm em casa quem o faça. Tem muitos mais

LMF

Golpilheira – 0 Fonte do Oleiro – 0

MCR

Jogo de apresentação deu bons indicadores

Teresa com o presidente da AFL

adjectivos, mas fico-me por aqui. Além de todo este trabalho, efectuado desinteressadamente, em prol da comunidade, também é acordeonista do Rancho Folclórico de Lavos, sua terra natal. É também directora da associação local, onde vai com frequência, demonstrando assim que nunca perdeu os laços da terra onde nasceu. Tem ainda outras actividades que desconheço, talvez por ser uma pessoa muito discreta. Escolheu esta vida, esta grande missão e digo mais este sacerdócio. Sem todas estas actividades, podia ter uma vida mais fácil, talvez mãe, e com uma vida muito mais tranquila. Fez esta opção. Como filhos, tem os seus alunos, os seus atletas, os seus dançarinos, e uma sobrinha – e penso que outra vem a caminho. Como podemos concluir, dedica a sua vida à escola, ao futsal, ao rancho e ainda outras actividades. Sei de fonte segura e de proximidade, que tem livrado alguns jovens de seguirem por maus caminhos, orientando-os para o caminho certo. Aponta-lhes o dedo: “vai por aqui”, “não vás por aí”. Também sei que já rejeitou vários convites para treinar os grandes, nunca aceitou, dedicando-se sempre ao nosso Centro Recreativo. Eu, carinhosamente, chamo-lhe a “Madre Teresa de Lavos”. O Centro Recreativo da Golpilheira ficar-lhe-á eternamente grato.

Golpilheira, 22 de Setembro de 2019 Manuel Carreira de Almeida Rito


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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

desporto

Associação de Futebol de Leiria

Homenagem a Carlos Patrício

12.ª Gala do Futebol Distrital

MCR

Carlos Patrício foi escolhido pelo CRG como personalidade a homenagear

MCR

Organizada pela Associação de Futebol de Leiria (AFL), realizou-se no dia 13 de Setembro, no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, a 12.ª Gala do Futebol Distrital. A primeira intervenção esteve a cargo do presidente da AFL, Manuel Nunes, referindo que, “com a realização desta gala, completa-se a actividade de mais um mandato importante na vida do futebol distrital, sendo de realçar a evolução que se tem verificado, em todas as áreas, como resultado da aplicação de um certo número de medidas, centradas numa política desportiva que pretende a valorização dos clubes filiados, e que merecem o reconhecimento da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e do Plano Nacional de Ética Desportiva”. Depois, agradeceu a colaboração de todos aqueles que contribuíram para mais um sucesso, para conseguirem atingir os objectivos a que se propuseram. Esta gala teve como objectivos: destacar e

Carlos Manuel Patrício Ferreira inscreveu-se como sócio do C.R.G. com apenas 17 anos, em 1980. Por esta altura, o nosso clube militava no Campeonato Distrital de Futebol da A.F.L. O seu pai era o responsável pela marcação do campo e ele ajudava-o, inclusivamente, na lavagem e preparação dos balneários para treinos e jogos. Foi nesta altura que lhe entrou o bichinho do associativismo. A sua principal preocupação era trabalhar desinteressadamente em prol dos outros. Os seus cargos directivos começaram logo aqui. Depois, seguiu para o Futebol de 7, na área da formação. Nesta vertente do desporto, teve um papel muito importante na sua progressão e desenvolvimento. Esta dedicação deu muitos frutos. Alguns, por motivos vários, seguiram para outras actividades. Actualmente, temos três atletas formados na Golpilheira a militar na Divisão de Honra de Futebol de 11 da AFL. Durante todos estes 39 anos, Carlos Patrício nunca se desligou das actividades do nosso clube. Seguiu-se o empenho no desenvolvimento de algumas equipas de Futsal. Em 2009, contribuiu decisivamente para a criação da Equipa de Veteranos de Futebol de 11, que ainda hoje está em actividade, com convívios inesquecíveis, no Continente, Ilhas e Estrangeiro. Actualmente, continua a desempenhar a função de director do Futsal, acumulando ainda a estratégica função de tesoureiro da direcção do C.R.G. Estas são algumas das razões que levaram a direcção do C.R. da Golpilheira a votar, por unanimidade, nomeá-lo para ser distinguido nesta edição da Gala da A.F.L. Nada melhor, nas comemorações dos 50 anos da fundação da nossa associação, do que homenagear o Carlos Patrício.

Futsal Feminino Júnior do CRG com prémio de campeonato e taça distritais

enaltecer todos os campeões de futebol e futsal; certificação de clubes; saber estar no futebol; taça disciplina; treinadores dos clubes vencedores; órgãos sociais da AFL; mérito no associativismo com homenagens da AFL;

entrega dos troféus aos clubes que no corrente ano completaram 50 anos, que foi o caso do CR da Golpilheira, fundado oficialmente em 5 de Março de 1969; atletas internacionais; árbitros promovidos aos quadros

da FPF e ainda notícias sobre a AFL. O nosso cinquente. nário clube foi chamado ao palco por três vezes. A primeira, para a homenagem a Carlos Patrício, pela colaboração no nosso clube desde há cera

de 39 anos (ver caixa). Depois, como justos vencedores da Taça Distrital e Campeonato de Futsal Juniores Femininos na época 2018/2019, com a presença em palco das capitãs de equipa, Maria Beatriz e Bruna Folgado. Por último, foi ao palco o presidente da direc-

ção do clube, Fernando Ferreira, receber o troféu dos 50 anos do CRG. Esperamos voltar estar presentes na gala do próximo ano, que será um bom sinal para receber alguns troféus e distinções referentes à época 2019/2020. Manuel Carreira Rito

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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

Desporto nas Festas da Batalha

Golpilheira trouxe a taça do torneio feminino

tor, escultor, poeta e escritor. Prometeu e cumpriu: executar um troféu para premiar o atleta natural da Golpilheira melhor classificado nesta prova “Mestre de Avis”. Rui Lucas, um atleta golpilheirense que se dedica ao Triatlo (provas de natação, ciclismo e atletismo) foi o melhor, com a conquista do 22.º lugar. No final, foi ao palco receber este prémio das mãos do autor e da nossa querida Rosa Mota. Foi um momento que a muitos emocionou, principalmente aos golpilheirenses presentes.

Futebol inter-freguesias masculino e feminino

Como é habitual, no decorrer das Festas da Batalha, o desporto não é esquecido. Há dois torneios, um de futebol de 11 masculino, denominado “São Nuno de Santa Maria”, e outro feminino, que este ano foi de futebol de sete, denominado “Dona Filipa de Lencastre”. O torneio feminino realizou-se apenas no dia 17 de Agosto. A primeira ronda teve os seguintes resultados: Golpilheira – 5/São Mamede – 0 e Reguengo do Fetal – 3/ Batalha – 2. Na decisão sobre os dois últimos, o jogo ditou um Batalha – 7/São Mamede – 2. Na disputa dos dois primeiros, cifrou-se em Golpilheira – 2/ Reguengo do Fetal – 2, e 4-3 após grandes penalidades. Assim, a equipa vencedora foi a Golpilheira, este ano com mais dificuldade do que nos anos anteriores. No final destes jogos, foram distribuídos os respectivos troféus a cada uma das equipas: 1.º Golpilheira, 2.º Reguengo do Fetal, 3.º Batalha

MCR

Integrada nas festas de Agosto da Batalha, no dia 15 de Agosto, por volta das 09h30, iniciava-se a prova de atletismo “Batalha Jovem”, na zona desportiva, organizada pelo Clube de Atletismo da Batalha em parceria com a ADAL – Associação de Atletismo de Leiria. Participaram atletas de ambos os sexos e de vários escalões. Foram provas bastante disputadas, com a entrega incondicional de todos. O futuro o dirá se competiram aqui grandes atletas de “amanhã”. Na mesma manhã decorreu o prémio “Mestre de Avis”, prova rainha dos festejos concelhios, com 7,3Km de extensão, partindo junto à Capela de São Jorge e com meta instalada na Praça Mouzinho de Albuquerque, na vila da Batalha. É sempre uma prova participada por muitos atletas de vários escalões, esta edição com mais de 300, e com uma “madrinha” muito especial, a campeã olímpica Rosa Mota. O grande vencedor sénior masculino foi Carlos Costa, que representa o C.D.S Salvador do Campo. No escalão sénior feminino, venceu Emília Pisoeiro, do Recreio Desportivo de Águeda. Outros vencedores: Juniores femininos – Joana Bagagem (C.A. Batalha); Veteranas F35 – Marisa Barros (Sport Comércio e Salgueiros); F40 – Clarisse Cruz (Greca); F45 – Sónia Freitas (A Natureza Ensina); F50 – Clídia Coelho (A Natureza Ensina); F55 – Tânia Silva (Juventude Vidigalense); F60 – Rosa Mota (individual); Veteranos M35 – Jorge Robalo (Vitória Futebol Clube); M40 – José Gaspar (individual); M45 – Victor Dinis (Industrial Desportivo Vieirense); M50 –João Vaz (C.C.D. “O ALVITEJO”); M55 – José Raimundo (Clube Recreativo Arneirense); M60 – António Alves (Clube Sem Clube); vencedor por equipas – Industrial Desportivo Vieirense. No final desta prova, procedeu-se à entrega dos respectivos prémios, consoante as classificações. “Prémio Golpilheira” O nosso conterrâneo Inácio Valério, emigrante há muitos anos na Alemanha, é um artista de reconhecido mérito, pin-

DR

Provas de atletismo “Batalha Jovem” e “Mestre de Avis”

Atletas da Golpilheira (ao centro: Inácio Valério, criador do “Troféu Golpilheira”, e o vencedor Rui Lucas) apoio/divulgação

e 4.º São Mamede. O torneio masculino decorreu nos dias 17 e 18, com a primeira ronda a ditar: Golpilheira – 0/Batalha – 2 e São Mamede – 6/Reguengo do Fetal – 0. No desempate de vencidos, houve um Golpilheira – 1/Reguengo do Fetal – 1 (4-3 após grandes penalidades). No confronto de vencedores, o jogo foi um Batalha – 1/São Mamede – 1 (4-2 após grandes penalidades). Assim ficou a classificação final: 1.º Batalha, 2.º São Mamede, 3.º Golpilheira e 4.º Reguengo do Fetal. No final, receberam os respectivos troféus. Em ambos os dias, o Município da Batalha ofereceu as refeições a todas as equipas participantes, nos restaurantes improvisados no recinto das festas, explorados por diversas colectividades do concelho. Para bem do desporto e convívio entre todas as equipas, que estes torneios se repitam no próximo ano. MCR


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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

temas

.política. Eduardo Almeida Presidente AG da JSD Batalha

Natalidade em Portugal - Desafios, Apoios e Ensino na Primeira Infância O défice demográfico em Portugal é, desde há alguns anos, uma preocupação relevante na esfera política e social. A existência de uma pirâmide demográfica deficitária, a falta de estabilidade no Sistema de Segurança Social e a falta de mão de obra são problemas presentes. Dada a existência de tamanha problemática, é necessário que sejam fomentadas medidas de apoio à natalidade e que sejam asseguradas condições laborais para que os jovens casais consigam almejar a existência de filhos. Por rotura com este tipo de incentivos, haverá sempre a abertura de portas a uma maior vaga de imigração, que também é uma forma de evitar o colapso da nossa pirâmide demográfica. Dada a importância do tema, é cada vez mais comum que os decisores políticos assumam o discurso da natalidade como prioritário, até porque, apesar de a pirâmide estar a inverter a reforma do Sistema de Segurança Social, será sempre um problema de confronto político maior, com o qual poucos estão preparados para lidar. Desta forma, os apoios à natalidade têm sido uma prioridade política, sobretudo nas autarquias que tentam atrair mais jovens casais com filhos para os seus territórios. Estes apoios fazem-se sentir por via, por exemplo, do IMI familiar, que varia consoante o número de dependentes por casal, podendo, assim, ser até abaixo da taxa mínima de 0,3%. Relativamente a este tipo de apoios, PUB

o Município da Batalha, não só tem sido pioneiro ao nível do IMI familiar, bem como ao nível do tarifário aplicado no consumo de água por parte das famílias numerosas. Apesar destes exemplos, na passada Assembleia Municipal da Batalha foi discutida e aprovada uma medida de enorme relevo no que diz respeito ao apoio à natalidade. Trata-se do programa “Crescer Mais”, um apoio relevante para os cuidados na primeira infância, cujo impacto está sobretudo relacionado com a comparticipação de 50% do valor da creche para qualquer criança residente no concelho da Batalha com idades até aos 3 anos. A par deste incentivo, existe igualmente um cheque de nascimento, que é repartido em duas tranches, uma ainda durante a gravidez (ao sétimo mês de gestação) e o restante aquando do nascimento da criança. Importa ainda salientar que este programa abrange igualmente famílias que queiram adoptar crianças nestas idades. O programa “Crescer Mais” tem ainda uma componente importante no capacitar e melhorar a resposta deste tipo de serviços no Concelho, sobretudo através de linhas de financiamento. Programas como este são cada vez mais importantes em todo o País e deverão ser replicados, por forma a podermos melhorar a nossa pirâmide demográfica, assegurando desta forma o futuro de Portugal.

.combatentes.

Coluna da responsabilidade do Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes

Aí estão elas (as eleições) e eles (os políticos)! No próximo dia 6 de Outubro haverá eleições legislativas, pelo que voltamos a ser chamados às urnas, naturalmente para elegermos os deputados para a Assembleia da República, cujo mandato vigorará para os próximos 4 anos e donde resultará também o XXII governo constitucional, em princípio, para o mesmo período. Nos regimes ditos democráticos, como ocorre em Portugal, votar é, não só, um dever de cidadania, mas também a melhor “arma” de que o povo dispõe para manifestar a sua opinião, relativamente a quem o governou nos últimos tempos. Quem entende que foi, ao menos minimamente, relativamente bem governado, vota no partido que exerceu o poder; se considera que o governo não governou para a maioria da sociedade, então castiga-o, votando noutro partido. Isto é apenas uma teoria de como qualquer cidadão empenhado e consciente gostaria de proceder, mas não é, infelizmente, o que no nosso país habitualmente acontece,

porque, em boa verdade, neste “jardim à beira mar plantado”, “outros valores mais altos se alevantam”. Com efeito, após a reimplantação, há 45 anos, da nossa democracia, não tardou que a desconfiança e o desalento começassem a grassar no seio da população em geral, ao dar-se conta de que, salvo excepções que, felizmente, ainda continuam a existir, grande parte dos políticos que nos foram governando, ao longo das últimas 4 décadas, fizeram-no de forma a merecer mais críticas do que encómios. Por inexperiência? – Sim, no princípio talvez. Por incompetência? – Sim, também terá havido uma boa dose de incompetentes a governar-nos. Por calculismo ideológico? – Sem dúvida, também, porque cada partido e os seus apaniguados têm doutrinas e agendas próprias. Por colocarem os interesses pessoais, oligárquicos e obscuros bem à frente dos colectivos? Por caciquismo, nepotismo, compadrios, subjugação ao poder económico e situações afins? Infelizmente não nos têm faltado exemplos do conjunto destes anacronismos. E se, com alguns deles, podemos ser minimamente condescendentes e até indulgentes, outro tanto não se passa com os últimos referidos, por minarem, cada vez mais, a nossa democracia, e a nossa confiança nos políticos que nos têm governado, ao ponto de hoje observarmos dois fenómenos preocupantes: haver cada vez mais gente a invocar Salazar, que o mesmo é dizer, a suspirar por uma ditadura, em detrimento da nossa democracia; vermos crescer a percentagem, que começa a atingir números assustadores, do apelo à abstenção, que nalguns casos já ultrapassou os 50%, e veremos se nestas eleições tal não se repetirá. Tememos que, se, a

curto prazo, não houver uma reforma radical na forma como se faz política em Portugal, a situação de descrença, desinteresse e suspeição sobre os políticos continuará a grassar e, a certo momento, os actos eleitorais pouco mais contarão do que com os respectivos fanáticos partidários. Em nosso entender, a abstenção massiva só facilita a vida aos carreiristas da política e achamos que não será essa a nossa melhor postura cívica. Se o “nosso” partido, no poder ou na oposição, não trilhou os caminhos que devia ter trilhado, castiguemo-lo, votando noutro que nos pareça menos mau. Mas, se consideramos que nenhum nos serve, seja pela ideologia que apregoa, seja por que não acreditamos nos seus líderes, que fazer? Abstemo-nos de votar? - Não! A abstenção continua a não ser a melhor solução e até “cheira” um bom bocado a comodismo. Vamos às urnas e votemos branco, mas votemos, porque só uma percentagem significativa de votos em branco (ou nulos) é que fará arrepiar caminho aos políticos! Até porque, só votando, seja em quem ou de que maneira for, é que temos moral para criticar. Quando optamos pela abstenção, apenas estamos a colocar o nosso futuro, e dos nossos concidadãos, num número cada vez mais restrito duma elite que se está nas tintas para os abstencionistas, uma vez que estes não evitam que essa elite continue no “poleiro”, governando a seu belo prazer. Portanto, caros concidadãos, no dia 6 de Outubro nós iremos usar a nossa “arma”, O VOTO, cumprindo o nosso dever cívico. Quem, por opção, não fizer o mesmo, deixa de ter qualquer argumento para se queixar dos políticos. NCB


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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

.impressões. Por Luísa M. Monteiro A Maria José. Caminha uns vinte metros à minha frente. A Maria José era a vizinha do meu piso, saiu do prédio no início do ano. Ela e o marido eram as pessoas mais simpáticas, delicadas e discretas de entre todos os vizinhos. Eram generosos. Nunca me deram nada materialmente falando; eram generosos de coração. Conforme já o disse noutro dia, fiquei muito triste com a sua saída; foi como se com a sua partida tivesse morrido um pouco de mim. Vejo-a agora na rua, a Maria José. Deve ter estacionado o Smart azul escuro nas traseiras do banco, pois vejo-a vir de lá, e caminha suave à minha frente. Deixo-a ir. Não se mudaram para longe, ela e o marido, apenas para o lado de lá da estrada (em linha recta não distará um quilómetro) mas para mim, que os via todos os dias, num cumprimento, num sorriso que me amanhecia, foi como se tivessem ido viver para uma outra cidade, para um outro país. Hoje vi-a, a Maria José, e alegrei-me. Deixei-a ir, contudo. É preciso deixar voar.

.JuntaInforma. Coluna da responsabilidade da Junta de Freguesia da Golpilheira

Caros amigos Golpilheirenses, No passado dia 28 de Julho, a Junta de Freguesia da Golpilheira realizou o já habitual “Passeio do Idoso”. O percurso escolhido contemplou desta feita a bela zona do Oeste – Óbidos e Peniche, seguido de almoço na Lourinhã. A tarde prosseguiu com animado convívio e lanche. A Junta de Freguesia orgulha-se de ter proporcionado mais uma actividade aos seus idosos. Como é do conhecimento de todos, o Padre Armindo Castelão Ferreira foi nomeado novo pároco da Batalha, substituindo assim o Padre José Ferreira Gonçalves. Ao padre José, uma palavra de apreço pelo trabalho desenvolvido ao longo de tantos anos. Ao padre Armindo desejamos muitas felicidades neste novo caminho a percorrer. Resta-nos desejar um excelente ano lectivo a toda a Comunidade Escolar da nossa freguesia: alunos, professores, educadores, auxiliares e encarregados de educação!

O Executivo da Junta de Freguesia

.agricultura. José Jordão Cruz Engenheiro Técnico Agrário

Casta Tamarez

Esta casta de uvas brancas foi bem conhecida na região da Batalha. Actualmente, a cultura da vinha no nosso concelho tem vindo a decrescer, infelizmente. Cultivada também no Alentejo, com o nome de Trincadeira das Pratas, é ainda cultivada nas regiões vinícolas de Lisboa e Beiras. Não sabemos se noutras regiões do País esta casta autóctone será cultivada, pelo menos, na nossa pesquisa, os agricultores não a conhecem. É uma casta do cedo (precoce), seja no abrolhamento, seja na maturação. Não conhecemos nenhum vinho produzido só com esta casta (mono-varietal). An-

tigamente, não se faziam vinhos com só uma casta (monocasta), pois na mesma parcela de vinha encontravam se várias castas. Conhecemos bem esta casta, pois existia na nossa vinha, plantada pelos nossos avós maternos, na Rebolaria. Antes de haver a enxertia em bancada, no sistema em ómega, os bacelos bravos eram plantados no local

.saúde.

Ana Maria Henriques Médica Interna

Vacina contra Sarampo, Parotidite Epidémica e Rubéola e vacina contra o HPV A vacinação contra o Sarampo, Parotidite Epidémica e a Rubéola é realizada numa mesma vacina, a VASPR, administrada aos 12 meses e reforçada aos 5 anos. Esta é uma vacina combinada, contendo vírus atenuado destas três doenças. O Sarampo é uma das infecções virais mais contagiosas. Habitualmente, tem um curso benigno, mas pode também causar uma doença grave ou mesmo fatal. O vírus do Sarampo é transmitido por contacto directo com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar, quando a pessoa infectada tosse ou espirra. No início, surge febre, conjuntivite, coriza e tosse. Depois, surgem uns pequenos pontos brancos na boca e, por fim, um exantema maculopapular (manchas vermelhas) em todo o corpo. Nas pessoas vacinadas, a doença manifesta-se menos e tem menos complicações. A infecção pode complicar-se, atingindo os ouvidos, pulmões e mesmo o cérebro. Em 2017, o Sarampo foi considerado eliminado em Portugal, mas o número de casos tem vindo a aumentar. Nos primeiros 6 meses deste ano, os casos de sarampo triplicaram em todo o mundo. A taxa de vacina-

ção actual em Portugal é de cerca de 98%, sendo muito importante manter este valor, dado que o Sarampo em crianças com menos de um ano pode ser mais perigoso e estes bebés não se conseguem proteger através da vacinação. As notícias recentes demonstram a fragilidade e importância que a imunidade de grupo fornece. A Parotidite é uma doença caracterizada pelo aumento das glândulas salivares parótidas e é conhecida por Papeira. Era uma doença muito comum e surgia normalmente por surtos, a cada 3 ou 5 anos. A Rubéola apresenta-se de forma semelhante ao Sarampo, sendo as manchas de um vermelho menos intenso. A transmissão destas duas doenças é também feita pelo contacto directo com as gotículas. Com a vacinação, ambas foram decretadas como controladas. A infecção pelo Vírus Papiloma Humano (HPV) é muito frequente e é a infecção transmitida sexualmente mais comum. Esta infecção pode manifestar-se com verrugas ou condilomas em vários locais do corpo, sendo que a maioria das infecções desaparece espontaneamente. No entanto, alguns tipos de vírus (alguns serótipos) estão na origem de

cancros como o colo do útero, ânus, boca, etc. Para alguns destes serótipos conhecidos existe a vacina e espera-se que, a curto prazo, o cancro do colo do útero seja uma doença controlada através da vacinação, dado que se considera que 100% dos cancros do colo do útero sejam causados pela infecção pelo HPV. Esta vacinação é feita às meninas de 10 anos, em duas doses separadas por 6 meses. Os rapazes também podem ser vacinados, pois além de limitarem a transmissão da doença, também estão mais protegidos contra alguns tipos de cancro causados por este vírus. A introdução das vacinas no PNV (Plano Nacional de Vacinação) é um processo moroso e minucioso. A necessidade de acompanhar a evolução da ciência, a evolução das doenças e a evolução das comunidades faz com que o PNV seja um projecto dinâmico. As migrações e o turismo dificultam este projecto, assim, existem algumas vacinas que são recomendadas a quem viaja para determinados países. Garantir que o PNV está actualizado é um dever de cada cidadão para proteger a sua saúde e a saúde de muitos outros.

divulgação / apoio

definitivo (terreno) e, no ano seguinte, fazia se a enxertia no local. Os melhores enxertadores eram muito procurados, pois, dizia-se, eram homens de sorte, com percentagens de pegamento da enxertia em quase 100 %. Claro que não era só sorte, mas o perfeccionismo e, sobretudo, o profissionalismo e o carinho com que se faz este trabalho tão delicado, que é juntar dois seres, distintos embora da mesma família. Actualmente, ainda se fazem enxertias no local definitivo, isto é, no terreno. A tendência é para subir, visto haver uma grande preocupação dos serviços oficiais e dos produtores de vinho em recuperar as nossas castas de videiras autóctones. Como somos um dos países do mundo com mais castas autóctones, se não o único, contamos com cerca de 300 castas. Esta casta dá cachos médios e medianamente compactos, com bagos arredondados, verdes amarelados. É mais uma

casta portuguesa que deve ser recuperada pelos serviços de investigação agrária, pois não tem havido, nem temos conhecimento que o agricultor a solicite. Mas, do conhecimento

empírico que temos da casta Tamarez, pensamos que deve ser melhorada geneticamente, isto é, ser recuperada, com certeza que seria uma mais valia para o património vitícola de Portugal.


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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

temas

.rumos&andanças.

.templosda nossaterra.

Márcio Lopes Docente do IPLeiria

A Capela de Santa Quitéria na Chainça Igreja do Casal do Franco

José Eusébio Médico veterinário

Esta igreja está situada na freguesia da Batalha, num dos seus extremos e no alto de uma colina de onde se avista uma linda paisagem, tendo sido começada a construir no ano de 1966. A mesma foi inaugurada em 1969, prevendo-se que a sua construção tivesse ocorrido de 1966 a 1969. Foi construída com a colaboração do povo da zona e dos arredores. A Padroeira é Nossa Senhora dos Campos. Há uns anos, havia festa no local na Quinta-Feira da Ascensão e aí era feita a bênção dos campos, pois era dia santo de guarda. Mas, quando deixou de o ser, passou a ser a festa no domingo seguinte. Actualmente, não há festa, havendo apenas celebração de uma Missa no local e bênção dos campos, no domingo a seguir à Quinta-Feira da Ascensão.

adoptar o cristianismo em Roma. Foi perseguida e morreu decapitada aos 15 anos de idade. Na Chainça, a notoriedade das graças alcançadas espalhou-se e o padre António Pereira de Oliveira promoveu, em 1862, a criação da Confraria de Santa Quitéria. E com o pecúlio do povo da Confraria se erigiu, entre 1863 e 1864, a capela hoje existente no Outeiro. Os autores supracitados não dispõem de documentação idónea capaz de comprovar os milagres/ graças alcançados sobre a cura dos animais abençoados pelo padre. No entanto, referem sobre a importância da crença e da devoção popular, e a sacralização de um elemento vital para a sobrevivência das gentes nessas terras altas e

inóspitas de Leiria – o gado. Inicialmente, a Confraria alargou-se a um raio de até 20km, mas, aos poucos, foi perdendo a sua influência consoante os avanços científicos sobre a raiva nos cães. O Homem substitui-se a Deus, segundo Yuval Noah Harari, porque hoje “a fonte de riqueza mais relevante é o conhecimento”. Mas a capela ainda está lá, com culto regular. No ano de 1939, foi reconstruída e ampliada pelo povo. E as suas festas são em Agosto. A Capela da Chainça é um dos melhores exemplos da teoria de Émile Durkheim sobre o sagrado – que é um sentimento, uma força, uma consciência colectiva. E que perdura, coabitando com a ciência. PUB

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Para Émile Durkheim, a religião é criadora de uma consciência colectiva, enquanto conjunto de crenças e de sentimentos comuns entre os membros de uma comunidade. E essa consciência colectiva transcende as consciências individuais e acaba por ser um sistema solidário de crenças e práticas relativas ao sagrado. Sob a perspectiva de Durkheim, a religião é um fenómeno social integral, sendo o sagrado uma força colectiva que tem a sua origem na sociedade. A Chainça, assim como a Santa Catarina da Serra, situa-se na parte mais Sul-Sudoeste do concelho de Leiria. São territórios contíguos e que se embrenham (ou prenunciam) num dos maiores afloramentos calcários da Europa, o Maciço Calcário Estremenho – uma esplendorosa paisagem cársica e que toca os planaltos de São Mamede e de Fátima. Segundo Vasco da Silva e Joaquim Vicente (2013), a capela foi erigida entre os anos de 1863 e 1864, no lugar chamado Outeiro, e que fora precedida por outra capela de devoção a Santa Teresa. Há documentação coeva que comprova a existência dessa anterior capela já no ano de 1721. Mas qual foi a razão que levou a terra a mudar de templo e de orago? Na capela da Chainça, há um manuscrito sobre o padre António Pereira de Oliveira referindo que, numa época em que se propagou uma epidemia de raiva canina e que se alastrou a outros animais, era ele, o padre António, que dava a bênção aos animais em nome de Santa Quitéria, a santa que advoga contra a raiva. Quitéria foi uma entre nove irmãs que nasceu no ano 120 d.C. e que profetizava a fé em Cristo antes de Constantino


Este é um espaço de partilha de saberes e experiências gastronómicas, sejam elas receitas tradicionais, culturas diferentes e porque não novas combinações e práticas de comidas saudáveis. Envie as suas sugestões para: mesa@ jornaldagolpilheira.pt

.gastronomia.

Uma re cozinhar nfeição não é apena s in ão Uma refe é apenas confecc gerir alimentos, ionar uma ição será sempre qu u r e cozinha m momento de par efeição. r for um a t cto de am ilha or! ja… maçã assada… erva-doce e canela… delicioso!

À procura do quentinho...

lavado e cortado em pedaços é colocado no tacho. Tempere com sal, pimenta e pimentão-doce e regue com um pouco de vinho branco. Deixe cozinhar até ficar tenro. Retire o frango e reserve. Coloque água no tacho para a porção de arroz que pretende cozinhar (de preferência arroz malandrinho). Deve ir rectificando a água do arroz pois fica melhor se ficar com caldo… Quando o arroz estiver quase pronto junte cuidadosamente o sangue (que terá sido guardado com vinagre) mexa suavemente e deixe cozinhar apenas 2 a 3 minutos. Sirva de imediato e acompanhe com um vinho tinto robusto. Para preparar a sobreme-

As noites começam a ficar um pouquinho mais frescas e nesse caso nada como preparar uma refeição bem calorosa…

• Queijo curado com mel e amêndoa • Frango do campo de cabidela • Crumble de Maçã

Fotos da autora

Para entrada a minha sugestão, acompanhada por um vinho branco seco, vai para um queijo curado de mistura (ovelha e vaca), cortado em finas fatias sobre uma tábua de ardósia, regado com mel e polvilhado com raspas de laranja e amêndoas laminadas. O prato principal seria tradicionalmente confeccionado com galo caseiro, mas… é difícil… consegue-se, todavia, encontrar frango do campo bastante bom, e o importante mesmo é ser bem fresco e de confiança, pois necessitamos que traga o sangue. Comece por preparar um refugado normal em azeite com cebola picada, alho e cenoura. O frango depois de

DR

Com a chegada da nova estação, voltam a relembrar as receitas de Outono para aquecer e prepararmo-nos para o frio que vem aí! É também a época de preparar os doces e compotas e quase sentimos no ar os aromas adocicados e as especiarias… doce de abóbora… compota de laran-

Cristina Agostinho

À mesa!

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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

sa comece por escolher um tabuleiro de vidro ou de louça bonito que vá ao forno. Descasque e corte as maçãs tipo em luas (oitavos) até cobrir todo o fundo do tabuleiro.

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Salpique com uma colher de açúcar mascavado, canela e raspa de limão. Leve ao forno a cozer a temperatura média. Prepare de imediato crumble, amasse grosseiramente a

mesma proporção de farinha, açúcar e manteiga (por exemplo 150gr). Espalhe o crumble (fica em pedaços, não é uma massa) sobre as maçãs e leve novamente ao forno cerca de 15/20 minutos. Pode servir-se frio ou quente com uma bola de gelado de baunilha. Sempre bom para terminar uma refeição de Outono umas castanhas assadas e batata-doce assada! Bon appétit, mes chers!

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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

história

. curiosidades

dopassado.#18

Joaquim Santos Jornalista e investigador

1500 pessoas do Reguengo foram armadas de alfaias para reaver um baldio Os habitantes do Reguengo do Fetal queriam mato para colocar nos seus currais, mas uma charneca conhecida como «Algar d’Agoa» e «Lagôa do Boi» estava tomada por forasteiros. Mais de 1500 pessoas foram de fouces, roçadouras, machados e enxadas, expulsar os indesejados. A Câmara da Batalha foi criticada porque a ela lhe competia evitar problemas do género, que poderiam ter graves consequências. “Baldio publico na freguezia do Reguengo – No dia 17 do corrente o povo da freguezia do Reguengo, em numero superior a 1500 pessoas, foi á charneca denominada do «Algar d’Agoa» e «Lagôa do Boi» destruir todos os cerrados e tapumes que ali se encontravam, pois que, no dizer d’aquelle povo, esta charneca que tem cerca de quatro léguas quadradas, se achava toda tomada por meia dúzia de indivíduos, não tendo aquella pobre gente aonde ir cortar um feixe de matto para estrumar os seus curraes. Cumpria á Câmara da Batalha não ter deixado apossar meia duzia de indivíduos, d’um baldio tão importante que desde sempre pertenceu a todos os habitantes da freguezia do Reguengo. Não sabemos porém se a camara, que tem actualmente como presidente um homem recto e digno, como o é o sr. Salles, tem recebido alguma queixa directamente, mas, indirectamente, cremos que sim, e que devia estar ao facto, e n’esse caso cumpria-lhe ou éra seu dever ter feito ali uma vistoria, mandando destruir todos os cerrados e plantações que ali existissem e assim teria evitado graves consequencias que d’aqui podem advir. E’ preciso que a auctoridade intervenha afim de que as regalias de tanta gente não o sejam só de meia dúzia e para que de futuro não haja a lamentar desgraças.” Autor desconhecido, (1906, 20 de Junho, nº 1266), Baldio publico na freguezia do Reguengo, O Districto de Leiria, p.3.

. história .

Saul António Gomes Historiador

Lendas da Batalha - 2 Entre as lendas populares, uma outra há que avulta sobre todas, justamente a da valorosa Padeira de Aljubarrota. Tem fundamentos de autenticidade o episódio. Eis como a história é contada pelo anónimo memorialista, já várias vezes citado por nós nestes apontamentos, de finais do século XVI: “Havia cinco dias que paçava a batalha, e andavam famintos, e mortos de fome duma parte para outra, para se hirem para Lixboa ou Santarem. Nesse couto [de Alcobaça], que

estava junto [a] Aljubarrota, hum casal com hum forno aceso para coser seu pam. Os tristes dos castelhanos acodiram ao lume do forno sete ou oitto que eram e, pedindo pam, e que comer, como era de noitte, pella lingoa foram conhecidos. Entre estes hiam dous gascoins ou franceses. A molher como [os] conheceo deu tais grittos, tomando a pá do forno se foi a elles. E acodindo aos gritos della os filhos e gente sem piedade alguma os mataram a todos. Daqui se disse que huma forneira matava com a pá sete castellaos em Aljubarrota. Todos esses rusticos lavradores andavam espós elles fazendo matança como em porcos, e aviam que gainhavam perdoanças. E querendo alguns deffender-se, que havia alguns estrangeiros esforçados, vinham outros detras e os matavam. E acha-se que muitos mais mataram deste modo que na propria batalha. O seu esconder delles era debalde, porque ahi nom avia mal os que o fazer podessem porque era campina e enté o mar pellos matos d’Alpedris [e] Pataias se escondiam. E os vinham os portugueses

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Zelamos pela sua segurança!

esperar a sertos passos onde os roubavam e matavam. Esta gente era dos Coutos d’Alcobaça e logares ao redor. E avia rustigo aldeam que matava sinco e seis e tam desejosos de os matarem, que nas mãos e braços de Egas Coelho mataram a Diog’Alvares Pereira yrmam do Condestable. E tambem elRey lhe quis acodir e nam pôde pella ferocidade que contra os castellãos tinham.”


história • 31

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

. história . Miguel Portela Investigador

O arrendamento do Almoxarifado do Campo de Leiria [1798-1803] Em 8 de maio de 1798, foi lavrada na cidade de Coimbra a escritura de fiança do arrendamento do Almoxarifado do Campo de Leiria, pertencente à Casa do Infantado pelo tempo de seis anos que outorgaram os sócios fiadores e principais pagadores doutor João Henriques Seco de Coimbra, José Contente do lugar de Revelas e Serafim de Oliveira do Carvalhal de Maiorca ao rendeiro Francisco de Paula Xavier Batista, morador na vila de Soure. Esteve presente, neste contrato, António de Abreu, negociante de chapéus, como procurador de dois fiadores, designadamente de José Contente e de mulher Maria de Freitas do dito lugar do Carvalhal, e do doutor João Henriques Seco e de sua mulher Joana da Conceição. Constatamos que este arrendamento do Almoxarifado do Campo de Leiria teve o seu início em janeiro de 1798 e o seu términus ocorreria no fim de dezembro de 1803, perfazendo assim os seis anos contratualizados, tudo pelo preço anual de 11 contos e 700.000 réis “livres para a minha Real Fazenda de todos e quaisquer emcargos athé ao prezente nellas impostos e dos frutos da folha e mais duzentos e setenta mil reis e trinta alqueires de milho para os ordenados do Inspector das Obras, do Provedor das Vallas e do Aparelhador das mesmas Obras tudo já estepulado no contracto passado sendo também obrigado a pagar á sua custa o ordenado que se estabaleser ao terceiro Mestre das Vallas aos trinta mil reis da proprina concedida do Escrivão das Vallas e pagando logo no Theozureiro da minha Caza do Infantado hum por cento do presso dos seos annos deste contracto na comformedade do Decreto de seis de fevereiro de mil setecentos noventa e quatro fazendo á sua custa os concertos menores das Cazas, Oficinas, louza e fabrica do dito Almoxarifado comforme o Decreto de trinta de março de mil setecentos setenta e hum reservados os Laudemios das vendas dos prazos para a minha Real Fazenda” (Apêndice documental – Documento 1). São vários os documentos inseridos neste contrato de fiança que permitem compreender todo o processo que culminou com a aprovação dos fiadores como abonação do contrato de arrendamento do Almoxarifado do Campo de Leiria, destacando-se procurações, nomeações, acórdãos, inquirições, etc, que só por si são um verdadeiro repositório de informação. Constatamos que este contrato de fiança se reveste de importância manifesta para a compreensão da história da cidade de Leiria e da região pois que, os valores e condições contratualizadas permitiam pagar os ordenados de vários indivíduos das obras das valas, tais como o inspector das obras, o provedor, o aparelhador, o mestre e escrivão das valas, permitindo também fazer-se os consertos das casas, oficinas e fábrica do Almoxarifado.

APÊNDICE DOCUMENTAL DOCUMENTO 1

1798, maio, 8, Coimbra – Escritura de fiança do arrendamento do Almoxarifado do campo da cidade de Leiria pertencente ao Real Infantado pelo tempo de quatro anos. Arquivo da Universidade de Coimbra, Cartório Notarial de Coimbra, Livro de Notas n.º 17 [1797-1800], do notário Manuel Lopes da Cruz Freire, Dep. V-1ªE-9-3-34, fls. 106-108v.

Fora hum. Escritura de segurança e fiansa ao aremdamento do Almoxarifado da cidade de Leiria pertencente ao Real Infantado que fazem os sócios fiadores e principais pagadores do mesmo arendamento o Doutor João Henrriques Seco desta çidade, Jozé Contente do lugar de Revelas e Serafim de Oliveira do Carvalhal de Maiorca. Destrebuida em 4 de maio de 1798 a fl. 66 a Tabaliam Freire. Conservador Oliveira. Destrebuidor Carvalho. Em nome de Deus ámen. Saibão quantos este publico instromento de fiansa e abonação, obrigação e aceitação ou como em Direito milhor dizer se possa virem que sendo no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil setecentos e noventa e outo aos outo dias do mes de maio do dito anno nesta cidade de Coimbra e moradas do Doutor Francisco António da Silva do Dezembargo de Sua Magestade, seu Corregedor com Alsada em a mesma e sua Comarca aonde eu Taballião para o cazo deste instromento e ahi se achava elle prezente com a acistencia do Doutor Procurador da Real Fazenda António Jozé de Mendonça Rascão Corte Real e bem asim o estava António de Abreu, Negociante de Chapéus, moradores nesta mesma cidade como Procurador de Joze Contente Cravo e sua mulher // [fl. 106v] mulher Marcelina da Silva do lugar de Reveles, Serafim de Oliveira e sua mulher Maria de Freitas do lugar do Carvalhal, Coutto de Maiorca e do Doutor João Henrri-

Vista geral da cidade de Leiria no início do século XX. Postal ilustrado. ques Seco e sua mulher Dona Joanna da Conceição desta mesma cidade pella procuração que dos mesmos me aprezentou e ao diante vai copiada a qual reconheço por própria e as pessoas prezentes eu Taballião reconheço e as testemunhas deste instromento ao diante nomeadas e asignadas de que dou fé. E por elle António de Abreu foi dito prezente elle Doutor Corregedor o Doutor Procurador da Fazenda e as ditas testemunhas que seos constituintes como sócios fiadores e principais pagadores de Francisco de Paula Xavier Baptista morador na villa de Soure, sabião muito bem que tinha tomado de arendamento a renda do Almoxarifado do Campo da cidade de Leiria pertencente a Serenissima Caza do Infantado por tempo de seis annos contados do primeiro de janeiro do corrente anno athé o ultimo de dezembro do anno de mil e outocentos e tres no presso anual de onze contos e setecentos mil reis para a Real Fazenda e todos os mais emcargos thé o prezente nella impostos, e porque para a seguransa da mesma renda lhe era presiza a prezente fiansa e esta devia ser aprovada a favor do referido Francisco de Paulla Xavier Batista se passou a Provizão a elle Doutor Corregedor da qual o seu theor hé o seguinte: § Corregedor da Comarca de Coimbra requerendome Francisco de Paulla Xavier Baptista morador na villa de Soure < Provizão > lhe mandase passar ordem para prestar perante a Camera desta cidade as fiansas que era obrigado a dar ao arrendamento que tinha feito das rendas do Almoxarifado do Campo da cidade de Leiria por tempo de seis annos contados do primeiro de janeiro do corrente athé o ultimo de dezembro de mil e outocentos e tres no presso anual de honze contos e setecentos mil reis livres para a minha Real Fazenda de todos e quaisquer emcargos athé ao prezente nellas impostos e dos frutos da folha e mais duzentos e setenta mil reis e trinta alqueires de milho para os ordenados do Inspector das Obras, do Provedor das Vallas e do Aparelhador das mesmas Obras tudo já estepulado no contracto passado sendo também obrigado a pagar á sua custa o ordenado que se estabaleser ao terceiro Mestre das Vallas aos trinta mil reis da proprina concedida do Escrivão das Vallas e pagando logo no Theozureiro da minha Caza do Infantado hum por cento do presso dos seos annos deste contracto na comformedade do Decreto de seis de fevereiro de mil setecentos noventa e quatro fazendo á sua custa os concertos menores das Cazas, Oficinas, louza e fabrica do dito Almoxarifado comforme o Decreto de trinta de março de mil setecentos setenta e hum reservados os Laudémios das vendas dos prazos para a minha Real Fazenda sobre que respondeo o Procurador do Estado e Caza do Infantado: Hei por bem ordenarvos que sendo abastados de bens que possão obrigar a esta renda lhas aceitei por escritura publica com as solemnidades do estillo e otorga das // [fl. 107] Das mulheres dos fiadores e abonadas que sejão pellos Officiais da Camera as referidas fiansas mas remetereis com o vosso pareser em carta fixada pella Junta da sobredita minha Caza e Estado por mão do Escrivão da Fazenda Joze Caetano Sergio de Andrade. O Príncipe Nosso Senhor a mandou pellos Menistros Deputados da dita Junta abaixo asignados Joaquim Joze Mascarenhas de Carvalho a fes em Lisboa a onze de janeiro de mil setecentos noventa e outo Caetano Joze de Campos e Andrade a fes escrever – Pascoal Joze de Mello – Joze Bernardo da Gama Ataide. Registada a folhas duzentas e trinta e cinco versso – passada por Despacho da Junta da Serinisima Caza do Infantado de des de janeiro de mil setecentos noventa e outo e não se continha mais em a dita Provizão em virtude da qual sendo esta destribuida a hum dos Escrivaens do seo Juizo e sendo esta autuada se prosederam as deligencias necessárias em que o mesmo Escrivão Francisco Jozé dos Santos Albuquerque labrou o termo do theor seguinte: § Termo de Nomeação de fiadores que fas Francisco de Paulla Xavier

Batista aos vinte hum dias do mes de abril de mil setecentos e noventa e outo annos nesta cidade de Coimbra e meo escritório ahi apareseu prezente Francisco de Paulla Xavier Baptista morador na villa de Soure e por elle foi dito que para a abonação do contracto incerto na ordem retro da Serenessima Caza do Infantado nomeava os fiadores seguintes, o Doutor João Henrriques Seco desta cidade de Coimbra Joze Contente de Revelles, Coutto de Serra Ventozo e Serafim de Oliveira do Carvalhal do Couto de Maiorca de que fis este termo que elle asignou com as testemunhas abaixo asignadas e comigo Escrivão Francisco Jozé dos Santos e Albuquerque que que [sic] o escrevi e assignei – Francisco Joze dos Santos e Albuquerque – Francisco de Paulla Xavier Baptista – Matheus Alves de Carvalho e Silva – António Joze Vieira de Lemos. § E outrosim em virtude do prezente termo de nomeação elle mesmo Menistro procedeo a huma exacta Inquirição de testemunhas de abonação na sua prezença pello mesmo Escrivão que abonavão os mesmos fiadores as quais erão Manoel de Almeida e Souza, Homem de Negocio nesta cidade António Cardozo Pinheiro, Labrador do lugar de Alfarelos e Francisco Cardozo Pinheiro do mesmo lugar termo da villa de Monte Mor o Velho; á vista de cuja Inquirição e abonação elle Doutor Corregedor mandou fazer patente ao Ilustre Senado da Camera desta mesma cidade para efeito de aprovarem a abonação dos fiadores e a vista da mesma abonação haverão por bem virem com o seo acórdão a favor do mesmo Francisco de Paula Xavier Baptista e seos sócios fiadores e principais pagadores da mencionadas rendas do qual o seo theor hé o seguinte: § Acórdão em Camera etecetra que em cumprimento deste Precatório aprovavão as fiansas com as clauzulas e circonstancias ponderadas na escretura do contracto de sosiedade que fizeram entre si Francisco de Paulla Xavier Baptista e mais sócios feita nas nottas do Tabellião Joaquim Alexandre de Oliveira datada em vinte tres de abril do prezente anno de mil setecentos e noventa e outo que nos foi prezente nesta acto, Coimbra em Camera vinte outo de abril de mil setecentos e noventa e outo = Rezende = Doutor Neves Antunes – Doutor Pinto da Silva – Vieira Provedor Geral – A vista do referido acórdão // fl. [107v] Acórdão o sobredito Escrivão fes os autos concluzos a elle Menistro e nelles por o seo despacho do theor seguinte: § Como os fiadores sam tam abonados como depõem as testemunhas de abonaçam e se acham aprovadas pella Camera da cidade de Coimbra os aseito visto ficar a renda de que se tracta segura sem que possa ter falência alguma na prezença de muitos bens que qualquer dos fiadores pessue pasese a fazer a escritura com as solemnedades do estillo e com otorga das mulheres dos mesmos fiadores Monte Mor o Velho trinta de abril de mil setecentos e noventa e outo Francisco António da Silva depois do que fes sua nomeação por seo mesmo Despacho do theor seguinte: § Nomeio por Procurador da Real Fazenda ao Doutor João de Barros Cardozo para assistir e asignar a Escritura que será feita na minha prezença e para se fazer asigno o dia sete de maio era ut supra = Silva = á vista deste Despacho de sua escuza o nomeado Barros Cardozo a qual hé do theor seguinte: § Estou impedido e molesto e nos termos de ser sangrado hum dia desta somana Coimbra o primeiro de maio de mil setecentos e noventa e outo – João de Barros Cardozo. E logo deferio elle Doutor Corregedor o seguinte Despacho: § Visto o impedimento do primeiro nomeado nomeio o Doutor António Joze Rascam Corte Real = Silva = e Em observançia do mesmo Despacho o mesmo Doutor António Joze de Medonça Rascão Corte Real por a sua resposta do theor seguinte: § Não duvido se lavre a escritura por nam haver prejuízo a Real Fazenda visto a justificação da abonação dos fiadores que dá o rematante e aprovação que delles fes o Ilustre Senado da Camera e sa-

tisfazendo-se a todo o determinado no despacho retro Coimbra sete de mayo de mil setecentos e noventa e outo como Procurador da Real Fazenda – Rascão Corte Real. E não se continha mais em a dita Provizão termo de nomeação dos fiadores com a abonação de testemunhas. Acordão em que abonão os fiadores e despachos e resposta athé folha dezaseis versso em virtude de tudo o que dito hé dice elle Procurador em nome de seos constituintes que elle de suas próprias e livres vontades sem constrangimento algum fiavão e ficavão por fiadores e principais pagadores, e sócios do principal Rendeiro Francisco de Paulla Xavier Baptista da villa de Soure < não só > em todo o principal destas rendas mas em tudo o que menciona a mesma Provizão neste contheuda e ainda mesmo na forma do contracto passado e para seguransa do referido contracto obrigavão como expecial epoteca todos os seos bens asim moveis como de rais havidos e por haver onde quer que os tiverem e lhe forem achados e que para asim o haverem de cumprir dicerão se sogeitavão a toda e qualquer execução e ao ónus com que as Leis do Reino e Direito lhe incumbem e a satisfazerem tudo o que menciona a mesma Provizam sengindose em tudo as clauzolas estipuladas della e a procuração de que aqui se faz menção o seo theor hé o seguinte: § Procuração bastante que fazem < Procuraçam > Joze Contente Cravo e sua mulher Marcelina da Silva do lugar de Reveles e Serafim de Oliveira e sua mulher Maria de Freitas do Carvalhal, Couto de Maiorca a António de Abreu, Negociante de Chapeos da cidade de Coimbra. Saibão quantos este publico instromentos de Procuração bastante virem que sendo no anno do Nascimento de Nosso // [fl. 108] Do Nosso Senhor Jezus Christo de mil setecentos noventa e outo annos aos tres dias do mes de maio do dito anno neste lugar da Abrunheira em cazas de morada do Bacharel Theotonio Alves da Cruz aonde eu Tabellião estava destricto do Couto de Serra Ventozo ahi apareserão prezentes em suas próprias pessoas Joze Contente Cravo com otorga de sua mulher e Serafim de Oliveira com otorga de sua mulher Maria de Freitas do lugar do Carvalhal Couto de Maiorca pessoas reconhecida de mim Tabellião e das testemunhas deste instromento ao diante nomeadas e no fim asignadas e por elles todos e por cada hum in solidum me foi dito na prezença Procurador a António de Abreu morador na cidade de Coimbra Negociante de Chapéus para que em nome delles outorgantes possa asignar huma escritura de fiansa da renda do Almoxarifado do Campo da cidade de Leiria pertensente á Serenessima Caza do Infantado de que hé rematante Francisco de Paula Xavier Baptista morador na villa de Soure pello tempo de seis annos que tiveram seo principio no primeiro de janeiro deste prezente anno pello prezo em cada hum delles de onze contos e setecentos mil reis alem das proprinas estipuladas no auto de rematação por elles me foi dito que fiavão por fiadores e principais pagadores ao pagamento da dita renda e epotecavão todos os seos bens prezentes e futuros tanto moveis como de rais como expecial epoteca e poderá o dito Procurador asignar a dita escritura com todas as clauzollas que a favor della se pozerem pois por tudo estão e lhe dão amplo poder em fé do que abaixo asignarão os ditos outorgantes e a rogo das outorgantes asignou o Bacharel Theotonio Alves da Cruz por ellas dizerem não sabião ler nem escrever de que dou fé ellas asim o dizer sendo testemunhas prezentes Manoel Alves da Cruz e António solteiro filho do dito que todos abaixo asignarão comigo Tabellião em publico e razo depois desta lhe ser lida e declarada por mim Tabellião João Coelho da Silva que o escrevy e assignei – Lugar do signal publico em fé de verdade João Coelho da Silva – Joze Contente – Serafim de Oliveira a rogo Theotonio Alves da Cruz, Manoel Alves – António Alves. § Também concedemos ao mesmo Procurador António de Abreu os nossos poderes em Direito nacessarios para asignar a escritura nesta mencionada como sócios fiadores e principais pagadores com todas as clauzolas que pareserem nacessarias em benefício da Real Fazenda Coimbra quatro de maio de mil setecentos e noventa e outo – Donna Joana da Conceição – João Henrriques Seco e não se continha mais em as ditas procuraçõens a qual reconheço por verdadeira dos próprios. E logo por elles Doutor Corregedor e Doutor Procurador da Fazenda foi dito que açeitavão a prezente obrigação na mesma forma que dita fica e não se continha mais na verdade em fé e testemunho da mesma asim o outorgarão e pedirão a mim Tabellião lhe fizesse este instromento neste meu Livro de Nottas em que asignarão de que pedirão hum deste theor e os mais que delle cumprir que aceitarão eu como pessoa publica o estipulei e aceitei em nome de quem tocar possa quanto em Direito devo e posso ao que foram testemunhas prezentes António Joaquim, Alfaiate morador na Rua da Calsada e Manoel Rodrigues, Alfaiate morador na Rua das Azeiteiras desta mesma cidade que todos aqui asignarão depois que // [fl. 108v] que este lhe foi lido por mim Manoel Lopes da Cruz Freire Tabellião o escrevy. (a) Francisco António da Sylva (a) António Jozé de Mendonça Rascão Corte Real (a) António de Abreu (a) António Joaquim (a) Manoel Rodriguez


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sugestões de leitura

Paulus Editora . Espiritualidade .

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

Paulinas . Espiritualidade .

O que és para mim - Palavras sobre a intimidade

Contar Deus hoje - como falar de religião aos jovens

Parar é necessário! Na fugacidade do tempo e na necessidade de trabalhar e produzir a todas as horas, encontrar um espaço adequado para Deus e para si é um dom precioso. Descanso e espiritualidade. Pilares que ajudam a continuar os afazeres e nos ajudam a encontrar um equilíbrio para as responsabilidades de cada um. O padre Luigi Maria Epicoco convida o leitor a fazer cinco pausas. O “kairós” na vida da pessoa para a oração, leitura da Palavra de Deus e um salto para o interior. Com este livro nas mãos, o leitor será levado a um descanso operante e eficaz.

Paulinas

Luigi Maria Epicoco

A barca de Paulo -Cartas inéditas de S. Paulo VI Leonardo Sapienza

Como é sabido, nos anos do pontificado de Paulo VI, a barca da Igreja teve de navegar contra ventos e no alto-mar agitado por contrastes, contestações, oposições, inimizades, perseguições. Paulo VI foi contestado por minorias, entre si contrapostas: uma constituída pelos progressistas exagerados, e a outra pelos tradicionalistas, desde sempre seus opositores. Paulo VI amou profundamente a Igreja. Sentia-se lacerado, tentado, débil, incerto. Por isso, preparara em tempos não suspeitos a sua renúncia, em caso de doença incapacitante. Todavia, quis permanecer até ao fim ao leme da Igreja, pois sabia que o Senhor não abandona a sua Igreja, mesmo que às vezes a barca esteja quase a naufragar. O caminho da Igreja, de cada comunidade cristã, de cada um de nós, conhece e conhecerá contrariedades, horas de temor, sofrimento e fadiga. Mas Paulo VI encoraja-nos a não ter medo. Cristo, que por vezes pode parecer ausente ou a dormir na popa, está presente mais do que nunca, e guiará a barca da Igreja até ao porto seguro do Reino de Deus. Diz o Papa Francisco sobre os textos aqui reunidos: «Li com admiração estas cartas de Paulo VI, que me parecem um humilde e profético testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja, e uma prova ulterior da santidade deste grande Papa.»

Escândalo dos escândalos - A história secreta do Cristianismo Manfred Lütz

Muito se tem falado da imagem cristã do homem, dos valores cristãos ou mesmo do Ocidente cristão. Esquerda e Direita, mas também o centro político, não ficam indiferentes quando se fala do Cristianismo. Ao mesmo tempo, porém, o público em geral associa o Cristianismo a Cruzadas, caça às bruxas, Inquisição e, mais recentemente, a escândalos sexuais e de poder. Como chegámos a esta situação? O que existe realmente de escandaloso na história do Cristianismo, a ponto de quase todas as produções cinematográficas associarem-lhe sempre sexo, sangue e poder? O que nos diz a mais recente pesquisa histórica? O Cristianismo ainda é um adequado fundamento espiritual da Europa ou passou a ser o euro e o mercado interno? Esta obra deve interessar também aos ateus que, como Jürgen Habermas, procuram desesperadamente «salvar as traduções do conceito judaico-cristão da imagem divina de Deus». Com a colaboração científica de Arnold Angenendt, Manfred Lütz conta a empolgante história do Cristianismo de acordo com as mais recentes descobertas da investigação histórica. Prepare-se para ler muitas páginas surpreendentes. Um livro esclarecedor para quem quer entender as raízes espirituais da Europa, sem preconceitos nem “mitos”, numa experiência educativa única, contada em forma de thriller.

Andrea Monda

«A dimensão pessoal, isto é, relacional, é o centro da educação; esquecê-lo significaria perder o seu sentido. (...) O que será que, mais precisamente, os estudantes observam no adulto que se move diante deles? Procuram uma coisa que está antes da preparação, da “competência” sobre a matéria porque, inicialmente, estes dois requisitos são considerados adquiridos; por isso, os alunos buscam a autenticidade: querem compreender se aquele professor é, antes de tudo, um homem, uma mulher, verdadeiros, uma pessoa sincera que, em primeiro lugar, deseja entrar em contacto com eles, que está de tal modo apaixonado pelo seu trabalho de ensino, que está disposto a pôr-se em jogo para abrir caminho a uma relação leal com todos os membros da turma. Procuram a pessoa dentro do papel que desempenha, tentam compreender de que massa é feito aquele adulto que acabaram de conhecer, se se trata de uma pessoa confiável, “credível”. É este o desafio que se nos apresenta sempre que entramos numa sala de aula.»

Francisco - O consolador de Deus M. Fernando Silva Paulinas O nome da Colecção em que se inscreve este livro ajuda a compreender a razão desta publicação: o pequeno Francisco é um dos grandes da nossa história de fé. O padre Fernando Silva, resume em 8 capítulos o essencial do testemunho que Francisco, o pastorinho de Fátima, nos legou. Começando pelos aspectos da sua individualidade – seus traços físicos, traços de carácter e índole mistérica dada à reflexão intimista – o curto tempo de vida deste pequeno pastor da Serra d’Aire é perpassada desde aqueles simples e singelos episódios do dia a dia, passando pelos primeiros arrebatamentos que o contacto com o Divino o levaram à contemplação e que tiveram o seu ápice no assentimento à causa da «salvação dos pecadores» e especialmente ao ardente e ingénuo propósito de, movido pelo que sentia ser a tristeza de Deus, querer consolar o Consolador!

Empreendedorismo – aprender a saber ser empreendedor Agostinho Inácio Bucha Editora RH (2.ª edição) O espírito empreendedor é objecto de um esforço de difusão e consolidação nas diferentes faixas etárias e sociais, no sentido de concretização da ideia de que ser empreendedor é aprender a criar valor para a sociedade através de várias ferramentas, como é o exemplo da inovação. A escola como local privilegiado de introdução da mudança deve reflectir uma acção educativa que corresponda à satisfação das diferentes e diversas necessidades de todos os intervenientes (independentemente da sua preparação e idade), que devem ser objecto de um diagnóstico que será complementado com uma actuação na linha de divulgação e consolidação do empreendedorismo. Neste livro aborda-se o processo de integração do ensino do empreendedorismo no sistema educativo como meio de melhorar a ligação entre as instituições educativas e as organizações do meio envolvente, através do cruzamento de uma avaliação mais formativa e de uma pedagogia mais diferenciada, bem como entre as experiências e as aprendizagens portuguesas e as de outros países. Ao acreditarmos que o país poderá ser diferente através das pessoas e das organizações, acreditamos na educação, no empreendedorismo, na inovação e no conhecimento como factores de coesão da visão do país que queremos construir.

A Raposa

Frederick Forsyth Bertrand Editora Adrian Weston, ex-chefe do MI6, Serviço de Informações Secretas britânico, é acordado a meio da noite por um telefonema da primeira-ministra que lhe dá uma notícia perturbante. Os impenetráveis sistemas de informação da NSA, a Agência de Segurança Nacional americana, foram violados por um inimigo desconhecido, imediatamente baptizado como a «Raposa». A caçada começa e, surpreendentemente, descobre-se que o responsável pelo ataque é Luke Jennings, um inofensivo adolescente inglês excepcionalmente inteligente. Os americanos exigem a sua extradição, mas Weston tem outros planos: se Luke fez o que fez, por que não aproveitá-lo contra as ameaças ao Ocidente? Se foi capaz de quebrar os nossos sistemas de segurança pode fazer o mesmo com os dos nossos inimigos. Luke, uma vez identificado, torna-se vulnerável, fica inevitavelmente exposto a enormes perigos e transforma-se rapidamente no homem mais procurado do planeta. Perseguido, detido, protegido ou em liberdade, aconteça o que acontecer, o que importa é que não caia em mãos erradas, porque se tal suceder as consequências são imprevisíveis e podem comprometer o equilíbrio mundial. Uma intriga arrepiante que atravessa continentes e que é pautada pelos novos rumos que, nos dias de hoje, acompanham a espionagem tecnológica.

Humanizar as Organizações – Novos sentidos para a gestão das pessoas Org. Helena Águeda Marujo, Luís Miguel Neto e Mário Ceitil Editora RH A humanização das organizações não é, em si mesma, um tema novo – a história da gestão tem assinalado a concretização de inúmeras investigações, cujos resultados se expandiram e popularizaram em variados modelos, que têm vindo a demonstrar de forma crescente a existência de uma relação virtuosa entre o bem-estar das pessoas e a produtividade no trabalho. Reunindo abordagens e perspectivas de diferentes autores nacionais e internacionais – desde o Brasil aos Estados Unidos, a Espanha e Itália –, bem como análises e investigações de grande actualidade, esta obra evidencia como as organizações que colocam as pessoas no centro da gestão e da inovação atingem melhores resultados, sendo por isso do interesse de quem realmente se preocupa em encontrar plataformas concretas para transformar as organizações em espaços de construção de uma maior e mais profunda humanidade.

Família Empresária – Estrutura, Recursos e Poder Jorge Rodrigues Editora RH A família empresária é uma instituição social sobre a qual ainda pouco se sabe. Logo, impõe-se o seu estudo, nomeadamente sobre a disponibilização de recursos, os seus públicos, a sua estrutura de governo e relações de poder respectivas. A teoria dos recursos da firma pode fornecer um quadro teórico apropriado para a explicação da superioridade do desempenho da empresa familiar na criação e redistribuição do valor transgeracional, por utilização de recursos e capacidades idiossincráticos com origem na família empresária. Enquanto campo social, cada família empresária transmite aos seus membros o “habitus”, responsável por uma orientação empreendedora através da interiorização de valores e atitudes vivenciados no seio dessa família. O envolvimento da família empresária na empresa familiar influencia e afecta a sua própria harmonia, os objectivos e a gestão da mesma, bem como o seu desempenho. Da leitura deste livro, percebe-se a existência de um espaço social específico, relativamente autónomo, com regras de funcionamento, objectivos e interesses específicos. Contém os estudos de caso da família Champalimaud e da família Espírito Santo.


sugestões de leitura • 33

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

Autobiografia

Saturnália

Sentinel

Quetzal

Guerra e Paz Editores

ASA

Um jovem escritor, José, é incumbido de escrever a vida do consagrado escritor, José. Este é o ponto de partida do livro que marca o regresso de José Luís Peixoto ao romance, quatro anos depois de “Em Teu Ventre” (2015) e de um interregno pelo mundo da não-ficção, com “O Caminho Imperfeito” (2017). Com lançamento em simultâneo no Brasil, “Autobiografia” é a história dentro da história, um romance que junta o autor ao mais reconhecido dos escritores portugueses, José Saramago. Na Lisboa de finais dos anos noventa, um jovem escritor em crise vê o seu caminho cruzar-se com o de um grande escritor. Dessa relação, nasce uma história que mescla realidade e ficção, um jogo de espelhos que coloca em evidência alguns dos desafios maiores da literatura. A ousadia de transformar José Saramago em personagem e de chamar “Autobiografia” a um romance é apenas o começo de uma surpreendente proposta narrativa. José Luís Peixoto explora novos temas e cenários e, ao mesmo tempo, aprofunda obsessões, numa obra marcante, uma referência futura.

É numa nova Lisboa que emerge uma personagem sedenta de experiências e da libertação de tudo o que lhe não permite agarrar o sonho de ser um grande escritor. António Fausto é um jovem adulto igual a tantos outros da geração millennial, cheio de projectos e de aspirações megalómanas. Quer ser gigante, mas atormenta-o a banalidade. Quer um caminho, mas falta-lhe encontrar-se. Na amizade, no sexo e na literatura encontra o refúgio necessário para que o peso de crescer lhe seja mais suportável. Bem-vindos a esta Saturnália moderna, repleta de erotismo, boémia e angústias de uma nova geração num mundo igualmente novo. Da outra margem a Lisboa, o retrato convulsivo de uma geração insatisfeita. Saturnália é, se a analogia ainda vale alguma coisa, um regresso à Roma antiga e às festas em honra de Saturno, descritas por Catulo (84-57 a. C.) como «o melhor dos dias». O autor não esconde a sua vontade de reviver o obscuro e antiquíssimo passado, nem na escolha do título nem nas referências. Afirma, com ironia, que Lord Byron, o poeta dândi, criador de Don Juan, «foi o primeiro André Fontes a habitar a Terra».

Na sequência de “Watchers”, com dois finais distintos, Luís Louro apresenta-nos agora “Sentinel”, também em duas versões, desta feita com dois inícios e apenas um final. Após o desaparecimento do Sentinel, na última história, assiste-se aqui ao surgimento de uma legião de seguidores, os Discípulos, cujo objectivo é preservar o legado do seu herói e manter bem viva a luta pelo maior número de visualizações. Mas, como em tudo na vida, há sempre duas faces para a mesma moeda… Neste caso, uma das faces são os Discípulos; a outra, algo bem pior! Sim, porque desta vez a questão é pessoal!!!!

José Luís Peixoto

O universo num grão de areia Mia Couto

André Fontes

Sozinho nas Montanhas Behrouz Boochani

Caminho Neste livro, Mia Couto, fazendo uso da sensibilidade poética que o caracteriza, aborda temas que vão da política à literatura e da cultura à antropologia e à biologia. O Universo num Grão de Areia é um livro de textos de intervenção cívica, publicados nos mais diversos lugares e perante as mais diversas audiências: uma conferência no Estoril, um artigo no The Times, discursos numa Universidade do estado norte-americano de Oklahoma e numa Universidade moçambicana de Maputo, entre outros. Trata-se de um livro em que prevalece a reflexão crítica de um autor de ficção que, ao mesmo tempo que reinventa o seu universo, não abdica da sua missão de pensar o mundo. “O percurso da minha vida faz de mim uma criatura de múltiplas fronteiras. Sou um africano filho de europeus. Sou um escritor numa nação que vive na oralidade. Sou um poeta que trabalha como cientista, sou um ateu numa sociedade profundamente religiosa. Nasci num tempo de charneira, entre uma pátria que nunca houve e uma nação que ainda está nascendo. Esta nação nascente é uma simbiose de culturas e línguas diversas e integra vários modos de entender e sentir o mundo.” - autor.

O Milagre Espinosa Frédéric Lenoir Quetzal Filósofo judeu de origem lusa, obrigado a deixar Portugal para escapar às malhas da Inquisição no século XVII, Espinosa dedicou a sua vida a descobrir «o gozo de uma alegria suprema e incessante». Precursor do Iluminismo e das ideias das nossas democracias modernas, bem como da aliança entre liberdade e razão, a obra e os exemplos de Espinosa são apresentados por Frédéric Lenoir, filósofo do século XXI, autor de O Milagre Espinosa – bestseller que já vendeu mais de 300 mil exemplares em França – com tradução de Sarah Adamopoulos. Espinosa não esteve apenas muito à frente do seu tempo, mas também do nosso: foi o pioneiro de uma leitura histórica e crítica da Bíblia, o fundador de uma «psicologia das profundezas», o grande mestre da filologia, o criador da sociologia e da etologia – e, acima de tudo, o inventor de uma filosofia baseada no desejo e na alegria, que alterou radicalmente a nossa concepção de Deus, da moralidade e da ideia de destino. O livro é um relato dos ensinamentos do filósofo, aplicados à nossa vida e à nossa busca da felicidade. É esse o milagre de Espinosa.

ásio « A leitura é o geinnte » da m

Casa das Letras Natural de Ilam (Irão), Behrouz Boochani, jornalista curdo-iraniano, foi preso em 2013 quando tentava a sua sorte – chegar à Austrália para pedir asilo. A viagem de barco entre a Indonésia e aquele país não correu como planeado e foi detido por tentar entrar sem visto. Há 6 anos aguarda, juntamente com outros 600 refugiados, resposta ao pedido de asilo que fez à Austrália num centro de detenção de migrantes na ilha de Manus, na Papua Nova Guiné. Inicialmente, o jornalista e defensor dos direitos humanos foi enviado para o centro de reclusão, onde passou 5 anos, mas depois passou para um alojamento alternativo na ilha. O principal objectivo de “Sozinho nas Montanhas” é que o resto do mundo saiba o que se passa nas ilhas de Manus e Nauru, «um sistema que tortura pessoas inocentes». O livro não foi escrito em papel ou num computador, mas sim com recurso a um telemóvel, através do envio de milhares de mensagens, a maioria através da aplicação Whatsapp, durante cinco anos e traduzidas a partir de Farsi. Já em 2019, esta obra conquistou os prémios de literatura e de não-ficção no Victorian Premier’s Literary Awards, atribuídos pelo país que o mantém cativo. É a voz de uma testemunha, um acto de sobrevivência. Um relato lírico na primeira pessoa. Um grito de resistência. Um retrato vívido de cinco anos de exílio e encarceramento.

Alterações Climáticas Judith A. Curry

Guerra e Paz Editores A Terra vive um período de alterações climáticas e de aquecimento global. Sabemos que o comportamento humano e as emissões de CO2 associadas contribuem para esse aquecimento. Mas tanto as alterações climáticas como a sua solução foram ampla e excessivamente simplificadas. De forma precoce, uma hipótese passou a teoria dominante, proibindo outras hipóteses e enviesando a investigação científica. Com clareza e frontalidade, uma cientista opõe-se ao actual consenso, que considera desvirtuar o método científico e ser determinado por razões políticas. São muitas as incertezas relativas às interacções gravitacionais e magnéticas do sistema solar, aos vulcões subaquáticos, à oscilações oceânicas a longo prazo e, por isso, este é um livro que nos alerta para o perigo de agirmos sem conhecimento: não resolveremos as alterações climáticas e podemos provocar uma catástrofe humana, gerando atraso, pobreza e morte. Judith A. Curry é climatologista e está na linha da frente do movimento climático céptico. Há 40 anos que a sua investigação incide em furacões, detecção remota, modelação atmosférica, climas polares e interacção ar–mar.

Luís Louro

O Apicultor de Alepo Christy Lefteri ASA Comovente, poderoso, escrito com enorme beleza e compaixão, este livro teve origem no trabalho da autora como voluntária num centro de apoio, da Unicef, aos refugiados em Atenas. Contado de uma forma clara, é o tipo de livro que nos recorda o poder das boas histórias. Nuri é apicultor e a sua mulher, Afra, uma artista. Vivem uma vida simples, com uma bela família e amigos, na bonita cidade síria de Alepo. Até que o impensável acontece. Quando tudo o que mais prezam é destruído pela guerra, são forçados a fugir. Embarcam numa perigosa viagem pela Turquia e Grécia, até ao futuro incerto no Reino Unido. Viajam por um mundo despedaçado e têm de confrontar a indizível dor da sua perda, enquanto enfrentam perigos que assustariam a mais corajosa das almas. Acima de tudo – e talvez esta seja a coisa mais difícil que enfrentam –, têm de se encontrar um ao outro.

Conhecimentos vs. Competências João Costa e João Couvaneiro Guerra e Paz Editores Há uma disputa antiga na educação, em que uns defendem os conhecimentos, e outros, as competências. Este livro mostra que a dicotomia não faz sentido. São ambos indispensáveis e indissociáveis na formação dos alunos. É necessário que tenham conhecimentos para serem competentes e que desenvolvam competências para aprofundarem conhecimentos. João Costa, linguista que assumiu funções como secretário de Estado da Educação, e João Couvaneiro, reconhecido a nível mundial como Apple distinguished educator e finalista do Global Teacher Prize, são professores universitários com uma vasta experiência. Neste livro, revelam como os dois conceitos estão interligados e como é possível avaliá-los com rigor e objectividade. Abordam ainda o papel da memória no processo de desenvolvimento, a importância de uma educação inclusiva e a necessidade de abertura da escola ao contexto e à comunidade para reforçar o desenvolvimento de conhecimentos e competências. PUB

Filipa Silva Solicitadora Agente de Execução Estrada de Fátima, n.º 16-B, R/C Esq. 2440-100 Batalha Telm. 910 865 979 | Tel./Fax 244 765 466 4830@solicitador.net


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poesia/ /obituário

. Poesia . Vernaculize Camões Esqueça Cervantes Vernaculize Camões Victor Hugos distantes Goethe aos trambolhões Melhor Pessoa louco Maria Callas de sinusite Pavarotti rouco Thomas Mann de artrite Sinta ironia no Sesimbra Teatro só de Gil Vicente Visite Coimbra Neste Portugal tão quente

Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

O valor de quem sofre

Superação reinventiva

Só quem alguma vez sofreu saberá dar esse justo valor; Deus apenas escolheu gente digna de amor. Por isso o mundo de má fé está triste e revoltado, a tempestade aumenta a maré e o amor é abandonado. Certa gente só pensa no cofre, sem sequer nada semear para o valor de quem sofre. Adormece no silêncio a dor, por tanto esperar simplesmente por pedaços de amor. António José Carreira Santos - 19-12-2012

Reinvento-me quotidianamente Constante movimento cerebral Nesta necessidade premente Activo exercício mental

Medite com Vaz e Agostinho Sócrates ou Platão À sua terra, dê carinho Sinta Portugal no coração Deixe o espanhol em Badajoz O francês em Paris Seja o Português a sua voz Em Portugal seja feliz Vaz Pessoa CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas trinta e nove a folhas quarenta, do Livro Duzentos e Quarenta e Cinco - B, deste Cartório. Adelino Frazão de Matos, NIF 175 504 679 e mulher Susana Maria de Almeida Ferreira, NIF 193 080 486, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia e concelho da Batalha, ela da freguesia de Barreira, concelho de Leiria, residentes na Rua de São Silvestre, nº.566, Cumeira, Barreira, Leiria, declaram, que com exclusão de outrem, , o outorgante marido é dono e legítimo possuidor do prédio rustico, composto de terra de cultura, com a área de setecentos e vinte metros quadrados, sito em Rua Mestre António de Almeida Grosso – Golpilheira, freguesia de Golpilheira, concelho da Batalha, a confrontar de norte com serventia comum, de sul com Maria do Rosário Frazão de Matos, de nascente com Rua Mestre António de Almeida Grosso e de poente com José António Frazão de Matos, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Bata-lha, inscrito na matriz sob o artigo 841, com o valor patrimonial de €691,20. Que, o identificado prédio veio à posse do justificante, no ano de mil novecentos e oitenta e cinco, ainda no estado de solteiro, por doação verbal de seus pais José Bento de Matos e mulher Maria do Rosário Frazão, residentes que foram em Carvalhal do Picoto, Golpilheira, Batalha, contudo, sendo esta transmissão meramente verbal não existe título formal que a comprove, para proceder ao registo; Que em consequência daquela doação verbal, o justificante possui o identificado prédio em nome próprio, há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé, durante aquele período de tempo, adquiriu o referido prédio, por usucapião. Batalha, vinte e quatro de setembro de dois mil e dezanove. A funcionária com delegação de poderes Lucília Maria Ferreira dos Santos Fernandes - 46/5

Dou passos sagazes Mesmo tremendo Rasgos abertos eficazes Ideias novas em crescendo Entrelaço esse querer Sempre mantendo a humildade Para um dia poder Alcançar minha liberdade Vaz Pessoa

Concurso O Jornal da Golpilheira tem para oferecer aos leitores 5 livros de cada uma de 3 obras editadas por dois dos nossos colaboradores. Serão entregues aos primeiros 15 leitores que os pedirem, por mensagem no Facebook do Jornal ou por email para geral@ jornaldagolpilheira.pt, com o assunto “Gosto de Poesia” e a indicação da ordem de preferência destas 3 obras: - Coruchéu Poético (Vaz Pessoa) - Arco-Íris Lusitano (Vaz Pessoa) - A Estrada da Vida (Cremilde Monteiro) Responderemos conforme a ordem de chegada dos pedidos e pela ordem pretendida (enquanto houver).

Leia poesia!

. obituário . AGRADECIMENTO

Manuel Filipe Ferreira

N. 25-04-1943 • F. 19-09-2019 Sua esposa, filhos, nora, genro, netos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido. Apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado!

AGRADECIMENTO

António Adelino Ferreira

N. 11-05-1931 • F. 21-09-2019 Seus filhos, noras, netos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido. Apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado!

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Joaquim Pereira Ferreira

Maria de Lurdes Monteiro Bourdain

N. 10-06-1942 • F. 30-09-2019 Seus filhos, genro, nora, netos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido. Apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado!

N. 03-04-1937 • F. 26-09-2019 Seus filhos, genro, noras, netos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido. Apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado!

Jornal da Golpilheira, ed. 257, 07-10-2019 PUB

OBITUÁRIO

Informamos que a publicação dos agradecimentos por ocasião de falecimento é gratuita para naturais e residentes na Golpilheira. Publicaremos apenas quando nos for pedido pelos familiares ou agências funerárias.

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R. Principal, 141 - Brancas • Est. Fátima, 10B - Batalha AGORA TAMBÉM EM PORTO DE MÓS - Lj. D. Fuas - Lg. Rossio, 35C


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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

. telefones úteis .

Número europeu de emergência Bombeiros Voluntários da Batalha G.N.R. Batalha Junta de Freguesia Golpilheira Câmara Municipal Batalha Centro de Saúde da Batalha Centro Hospitalar N. S. C. - Brancas Escola Primária da Golpilheira Jardim-de-Infância da Golpilheira Agrupamento Escolas Batalha Correios (CTT) - Batalha Mosteiro de Santa Maria da Vitória Águas do Lena (Piquete: 939 080 820) Táxis da Batalha Centro Recreativo da Golpilheira Linha de Saúde Pública Linha de emergência Gás EDP - Avarias (24 horas) SUMA - Levantamento de “monos”

112 244 768 500 244 769 120 244 767 018 244 769 110 244 769 920 244 769 430 244 766 744 244 767 178 244 769 290 244 769 101 244 765 497 244 764 080 244 765 410 244 768 568 808 211 311 808 200 157 800 506 506 244 766 007

. Tintol & Traçadinho . Mais uma grande Semana Cultural aí vem!

Desta vez é que não vou perder pitada! Deixa lá espreitar aqui atrás o programa...

Semana Petiscal

.fotodestaque. LMF O lixo... a seu dono!

. ficha técnica

Miguel Monteiro

Por incrível que pareça, os sofás não se dissolvem com a chuva e muito menos com o sol ou o vento. Por incrível que pareça, ainda não inventaram a reciclagem de banheiras e de entulho com cacos. Já se faz a reciclagem de roupas e de pneus, mas, por incrível que pareça, a recolha não se faz no camião do papel, do plástico ou do vidro e muito menos à pazada. Por incrível que pareça, temos cá na freguesia sítios próprios para colocar quase tudo isto. E, quanto aos móveis, electrodomésticos e outros “monos”, até vêm buscar a casa de borla: basta telefonar para o 244 766 077. Por incrível que pareça, no século XXI ainda há quem não saiba estas coisas básicas. Como, hoje em dia, anda tudo agarrado ao telemóvel... pesquisem como se faz em: pontoverde.pt

LMF

Registo ICS . 120 146 / Depósito Legal . 104.295/96 Contribuinte . 501 101 829 Director . Luís Miguel Ferraz (CP 5023) Director-adjunto . Manuel Carreira Rito (TE-395) Composição . Paginação . Luís Miguel Ferraz Colaboradores . Ana Maria Henriques, António Ferraz (assinaturas), Carolina Carvalho (secretária), Cremilde Monteiro, Cristina Agostinho, Fernando Vaz Machado, Joaquim Santos, José António Santos, José Jordão Cruz, José Travaços Santos, Marco Ferraz (publicidade), Rafael Silva, Rui Gouveia. Propriedade/Editor . Centro Recreativo da Golpilheira (Instituição Utilidade Pública - D.R. 239/92 de 16/10) Presidente: Fernando Figueiredo Ferreira Sede do proprietário e da redacção . Estrada do Baçairo, 856 - 2440-234 Golpilheira . Tel. 965022333 / 910 280 820 Composição. Est. do Vale, 100 - 2440-232 Golpilheira Impressão . Empresa Diário do Minho, Lda . - Rua Santa Margarida, 4A - 4710-306 Braga - Tel. 253303170 . Tiragem desta edição . 900 exemplares Sítio: www.jornaldagolpilheira.pt Google+: www.google.com/+jornaldagolpilheira Facebook: www.facebook.com/jgolpilheira Twitter: www.twitter.com/jgolpilheira Email: geral@jornaldagolpilheira.pt Estatuto Editorial: jornaldagolpilheira.pt/about

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DR

de Joaquim Vieira R. Leiria, 73 - Cividade 2440-231 GOLPILHEIRA Tel/Fax 244767839 Tlm. 919640326 lenacopia@sapo.pt WWW.LENACOPIA.PT

Esta fotografia recorda-nos uma actividade que, infelizmente, já não se realiza na nossa colectividade, neste momento. Não podemos realizá-las todas. No entanto, esta não era difícil de recomeçar. Lanço aqui um desafio às mulheres da altura. Às que felizmente ainda estão vivas, porque algumas, infelizmente, já não pertencem ao mundo dos vivos. Lanço daqui este desafio.


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Jornal da Golpilheira • Setembro / Outubro de 2019

divulgação

25ª GOLPILHEIRA SEMANA CULTURAL

DA

8 a 17 de Novembro de 2019 Dia 9 • sábado • 21h00

Dia 8 • sexta-feira • 21h00

Arraial Popular de S. MARTINHO

No salão do CRG

no largo da Ponte de Almagra

• TEATRO DE COMÉDIA

Cova do Picoto

Castanhada e petiscos, com animação do rancho “As Lavadeiras do Vale do Lena”

> Saídos da Casca c/ Luís Aleluia e Vítor Emanuel

Dia 10 • domingo • 13h00

Dia 12 • terça-feira • 21h00 Colóquio

ALMOÇO +60

• CAMINHOS DA CULTURA LOCAL - HORIZONTE 2027 > com responsáveis da candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura

Almoço oferecido aos maiores de 60 anos

Tarde de animação

Dia 13 • quarta-feira • 21h00 Colóquio

Dia 14 • quinta-feira • 21h00 Colóquio

Dia 15 • sexta-feira • 21h00

Saúde e bem-estar na velhice

Reabilitação Urbana da Golpilheira

CINEMA INFANTIL

- Que residências?

Dia 16 • sábado • 22h00 DESFILE & DANÇA HIP-HOP • Colecções FC...IN de Fátima Cruz e criações de Melissa Cruz Atelier

Dia 17 • domingo

- Que área?

Animação e muitas surpresas!

MODA

GOLPILHEIRA 2 0 1 9 • DIA DA FREGUESIA •

11h00 PASSEIO PEDESTRE “Golpilheira em Movimento” 13h00 ALMOÇO e tarde de CONVÍVIO no largo da Junta 17h30 MISSA DE DEFUNTOS e romagem ao cemitério Organização: Junta de Freguesia, Centro Recreativo, Comunidade Cristã, Jardim-de-Infância, Escola do 1.º Ciclo

APOIOS

Porco no e speto, caldo verd e, petisco s, bebidas, fil hós, café d a avó, doce, feirin ha de pro dutos locais, e m uito mais...


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