Jornal cultural Edição 28

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20 mil exemplares (Comprovados)

Edição n0. 28 - Junho 2016

LED em Perus Distrito de Perus recebe iluminação de LED. Reivindicação encaminhada pelo Jornal Cultural ao ex-secretário de Serviços da Prefeitura Simão Pedro e ao prefeito Fernando Haddad e reafirmanda ao atual ocupante da Pasta, Alberto Serra, ampliará a segurança para o bairro com a instalaçâo de 5.500 lâmpadas Iniciativas desse porte despertam a atenção de políticos: essa já tem vários candidatos à paternidade. O Jardim do Russo está sendo o primeiro bairro a receber a nova iluminação. Na foto, a iluminação com LED e, no destaque, o mesmo local com as lâmpadas antigas. Pág. 9

Dois exemplos Webstern, abaixo, na música clássica, e Chileno, ao lado, no breakdance, um estilo do hip hop, são destaques da atual contribuição cultural de Perus.

É uma contribuição para a produção cultural cada vez mais intensa no bairro e na periferia da cidade. Págs. 10 e 12


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Estrada ou Fortunata? Estrada de Perus ou Fortunata Tardelli Natucci? Nem os moradores e nem a Prefeitura sabem, mas ainda é possível encontrar placas com duas denominações. Algumas placas instaladas em postes de iluminação entre o Viaduto da

Bandeirantes e a Rodovia Anhanguera, persistem com a duplicidade das duas denominações. Apesar de não haver dúvidas, uma padronização é fundamental. Imagine no caso de uma ocorrência qual nome seria indicado?

Na foto e no destaque as duas denominações diferentes que causam problemas de identificação

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Jornal Cultural é uma publicação da Editora Locomotiva Paulista Circulação: Perus e Anhanguera

Jornalista Responsável Paulo Eleutério MTB 11550 Dir. Comercial Irinéia Martins

Rua Baruare, 469 - Perus - 05223-090 Email: jornalzinhocultural@yahoo.com.br

Tel.: 2876-2774 Impressão - Gráfica Mar Mar Contato - Renato 11-98878-7308 e 11-3941-6140) E-mail: renatomarinho@graficamarmar.com.br


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Regulamentação da Lei de Zoneamento vai reduzir o prazo de abertura de empresas em São Paulo

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mpresas consideradas de baixo ris co, ou seja, que estão em uma lista de 500 atividades econômicas de São Paulo, serão beneficiadas por decretos da Prefeitura que tem como objetivo desburocratizar o processo de abertura de firmas nesta categoria, que poderão ser abertas em 5 dias – e não mais em 100 como é hoje - e tudo por meio de um portal na internet. “Empreendimento de baixo risco são aqueles que realizam atividades em edificações de até 1.500m 2 de área construída, em área ocupada de até 500 metros que serão definidas por atividades, em decreto, após consulta pública” – esclarece Paulo Frange. Antes de definir o decreto definitivo, a Prefeitura disponibilizou em página da Secretaria de Finanças uma consulta pública, onde os empreendedores e interessados podem opinar. A ideia é receber sugestões de empresas, entidades e profissionais envolvidos nesse processo até o dia 3 de julho. O processo passa a ser muito mais simplificado. Antes, caso o imóvel não tivesse a autorização, a empresa também não conseguia o alvará. A exigência caiu com a nova Lei de Zoneamento, que teve o vereador Paulo Frange como relator. A redução das exigências se dará a partir do conceito de autodeclaração. O Zoneamento estabeleceu prazo de 180 dias para a revisão do enquadramento das atividades de acordo com o “CNAE” (Classificação Nacional de Atividades Econômicas). Eram exigidas do empreendedor declarações por escrito, firmadas por responsáveis técnicos, como arquitetos e engenheiros, para avalizar a segurança do imóvel e construção. Agora haverá a dispensa do Habite-se (autori-

Vereador Paulo Frange, relator da nova Lei de Zoneamento da Capital zação para a construção do imóvel) para que o empresário consiga ter sua empresa aberta e regularizada.

A consulta A consulta destina-se a colher manifestações sobre as minutas de decreto relacionadas ao projeto. As contribuições serão recebidas por e-mail (consultaaberturadeempresas@prefeitura.sp.gov.br) e podem ser feitas no formato de comentário, propostas de alteração e/ou sugestões, seja ao projeto de forma ampla ou a pontos específicos de cada decreto. As colaborações serão incorporadas aos decretos em um prazo de 15 dias. A estimativa é que a prefeitura desenvolva um sistema na internet para unificar as exigências federal, estadual e municipal em um prazo de 60 dias. Informe-se: www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/financas/index.php?p=20184

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Por Irinéia Martins

Uma casa de farinha funciona em Perus Todo mundo aprecia uma boa farinha de mandioca, não é mesmo? Mais duvido que você, saiba o que é uma casa de farinha? Nossa dica desta edição é a casa de farinha da dona Antonia dos Santos, pernambucana de 67 anos, uma figura encantadora: cinco filhos, 11 netos e seis bisnetos. Ela diz que buscou inspiração na sua memória afetiva, da infância passada em Pernambuco, quando ficava vendo seu pai fazendo farinha. Aqui em Perus ela instalou uma pequena “fabrica” de farinha. A mandioca, que vem do próprio quintal, é descascada, lavada e moída, depois prensada para tirar o excesso de água e depois é colocada em cima de um forno e mexida até chegar ao ponto. Antônia conta com a ajuda de amigos e chega a fazer até 120 quilos por vez. Eu experimentei a farinha e posso garantir que é simplesmente deliciosa. Eu perguntei se ela precisava de ajuda para vender a produção, ela disse:

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Antonia toca esse trabalho...


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Macarrão & Cia, sob nova direção. E com churrasco

... com dedicação e produz farinha de excelente qualidade “Carece não, o pessoal vem de longe para comprar”. Antônia também vende verduras cultivadas sem o uso de agrotóxicos. Antônia conta que veio para São Paulo, carregando cinco filhos depois de ser abandonada pelo marido. Aqui fez de tudo para sustentar as crianças: foi cozinheira, doméstica e um monte de coisa, mas ela se considera uma vitoriosa. Há cerca de doze anos, juntou-se ao MST e com outras famílias tomaram posse de um terreno, na Vila Maria Trindade, depois do pedágio da Anhanguera, onde a Sabesp pretendia instalar o “Pinicão”, um lixão para receber lodo de esgoto. Hoje ela possui um lote de cinco mil metros quadrados, onde planta de tudo, hortaliças, mandioca e frutas, inclusive uva, tudo livre de agrotóxico. Ela também cria patos, galinhas e uns “porquinhos”. “Esta terra me trouxe felicidade e realização”. Sugerimos as escolas e professores agendar uma visita, com alunos para conhecerem, a técnica de produção de farinha, isto também é tecnologia.

Agora sob a direção do Rafael, o Macarrão & Cia está servindo almoço com churrasco a preço bastante acessível. De 2ª. a 6ª., à vontade, por apenas R$ 15,00. Aos sábados, R$ 16,00. Rafael ressalta que o macarrão na chapa e as deliciosas panquecas continuam.

Serviço Onde Fica: Rua Leonel Martiniano, depois da Terram, junto ao Portão da empresa Karpler. Telefone: 96681 4921

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Endereço: Av. Dr. Silvio de Campos, 538 (ao lado da Pizzaria Kenno) Delivery 3919 3881 e 27726616.


6 Papo de Boleiro

Os amigos e as histórias do futebol de várzea da região, lembradas por Armando Evaristo Aos 77 anos, o corintiano Armando Evaristo, pai de Marcela e André, ainda é um grande observador do futebol. Lateral esquerdo por formação, ele afirma que mudou muito a forma de jogar: “o tempo levou; falta aquela ligeireza daquela época”, diz ele. Campeão de Perus jogando pelo Hércules, ele também se orgulha de ter defendido as principais equipes do bairro, destacando o Portland, o Florestal e as cores do Melhoramentos. Armando fala com saudades dos grandes amigos que fez no futebol. Entre eles, o Zague, “seo” Alfredo Ruas, Neneca, Ilário, que era um excelente goleiro, Candê, o “grande reclamão” do Chico Ramos, além do Edson Pappiani, o “mascrinha”, ou seja, era mascarado, driblava muito, arrumava muita confusão e sempre “dava no pinote”. Também a exemplo do amigo Guido Ricomine, Armando diz que não era craque, mas era bom na marcação e Armando Evaristo atacava pouco. Ele lembra com saudades do tempo que era chamado de “gringo” e mantém inalterada a lembrança dos amigos da várzea do bairro. Hoje a ligação dele com o futebol é assistir os jogos do glorioso “curíntia” pela televisão. A pouca visão de Armando nos impediu de identificar a escalação do time da foto. Para isso, o Jornal Cultural pele a colaboração de outras pessoas

que conhecem a história do futebol varzeano de Perus. Esta coluna tem o patrocínio da Embu Mineradora S.A.


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Figueira eliminada na Praça Inácia Dias causa revolta em moradores laudo, negada pela servidora municipal. A técnica, que parece desconhecer a Lei de Acesso a Informações, da qual a Prefeitura é signatária, que a obriga disponibilizar todo tipo de informação no Portal da Transparência da Prefeitura de São Paulo para acesso dos cidadãos. O Jornal Cultural esteve no local momentos após o corte da árvore e pode verificar que o tronco e os galhos tinham presença de muito visco. Essa árvore – uma Ficus Elástica –, quando esta em declínio perde as folhas, seus gaA poda drástica de uma figuera ... lhos e troncos secam. Essa situalantada pelos alunos da Escola Dona Suzana ção é causada por um fungo conhecido por orelha de Campos no distante ano de 1968, uma de pau, que interrompe o fluxo da seiva (leite). Elias Aoun, autor do livro Perus o Bairro dos figueira removida nesta semana pela SubMinérios, um apaixonado por plantas, classifica prefeitura era um marco na paisagem de Perus. A eliminação da árvore causou uma série de protes- como um absurdo a extinção desta árvore: “não vi sinal de degradação na árvore”, diz ele. Elias tamtos e muito descontentamento no bairro. E o pior estava por vir, a equipe da subprefeitu- bém se prontifica a doar uma muda de Guatambu ra voltou, a praça e suprimiu a figueira, causando para plantio no mesmo local. Por sua vez, Andrews revolta nos moradores, já tão acostumados com pede para mais pessoas acessarem o portal da transparência solicitando o laudo. sua majestosa presença.

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Depois de árvore sofrer uma poda drástica, necessária segundo a técnica Daysi E. Urushima, da Subprefeitura de Perus, para preparar o transplante da árvore. Em seu parecer, a técnica afirmou que “devido ao declínio da vida da figueira, que apresentava-se debilitada, poderia ocorrer queda de galhos, um procedimento comum à espécie”. Não agradou! Esta resposta não agradou várias pessoas, dentre elas o Andrews Michel, estudante de bilologia, que solicitou cópia do

... revoltou moradores e ambientalistas


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Rede Hora Certa na Praça do Samba Unidades podem fazer consultas, médicas, exames laboratoriais e até mesmo pequenas cirurgias

Unidades

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ois módulos de atendimento da Secretaria Municipal de Saúde já estão instalados e funcionando na Praça do Samba. Essas unidades fazem parte do Projeto

estão

da Rede Hora Certa e estão capacitadas para realizar consultas, exames e até cirurgias de pequeno porte. O foco do atendimento são consultas oftalmológicas e os casos que venham a necessitar de cirurgias, como cataratas, como por exemplo, serão realizadas em julho, quando outro modulo específico funcionará durante todo mês. Mas como agendar consultas e exames nesses módulos de atendimento? O primeiro passo é realizar uma avaliação na UBS mais próxima de sua residência. O encaminhamento só poderá ser feito pelas várias Unidades da região.


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Prefeitura começa a instalar 5.500 lâmpadas de LED em todas ruas de Perus Iluminação de LED foi pedida pelo Jornal Cultural ao antigo secretário de serviços Simão Pedro trais, como a Dr. Silvio de Campos, já está sensivelmente mais iluminadas. A colocação das lâmpadas em todo o bairro deve durar de duas a três semanas para ser cocncluída. Paternidade

As ruas do Jardim do Russo... A Prefeitura, através do Departamento de Iluminação Pública (Ilume), iniciou nessa semana a instalação de 5.500 luminárias com a tecnologia LED, beneficiando todas as ruas do distrito de Perus. A aprovação da medida foi comunicada na nossa edição anterior. A iniciativa, que faz parte do programa LED nos Bairros, partiu de uma solicitação encaminhada pelo ambientalista Paulo Rodrigues, diretor do Jornal Cultural, ao então secretário de Serviços da Prefeitura, Simão Pedro durante inauguração de um equipamento para coleta de entulho, conhecido como bigtender em maio último, no Recanto dos Humildes. Reafirmada mais recentemente ao atual titular da Pasta, Alberto Serra e ao prefeito Fernando Haddad, essa solicitação é uma ação concreta da Prefeitura para melhorar a segurança dos moradores e permitir que as pessoas possam ocupar espaços públicos, tais como praças e vias, para recreação e lazer. A região do Jardim do Russo foi a primeira a receber a nova iluminação. Além dela, vias cen-

Em ano eleitoral o que mais acontece é surgir “pai” de obras públicas. E, por ser uma conquista para os moradores, todos que querem obter votos em reconhecimento a um trabalho que não fez. A iluminação de LED também já está sendo assediada pelos políticos de “eu é que consegiui”. Na próxima edição o Jornal Cultural voltará ao tema. E, fartamente documentado, para não cometer injustiça, vamos dizer para a população do bairro que está tentando se arvorar de “pai” dessa conquista. E há com certeza casos de pessoas que inclusive trabalharam contra o interesse do povo de Perus e que a primeira coisa que fizeram ao ter acesso à edição anterior do Jornal foi colocar nas redes sociais que tinha conseguido mais esse benefício para o povo de Perus. Aguardem!

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... foram as primeiras a receber a nova iluminação


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O break era dançado por amor’, diz Chileno, b-boy de 57 anos Jéssica Moreira, 24, é correspondentede Perus@gegis00 jessicamoreira.mural@gmail.com

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ram 10h15 de uma quinta-feira quando encontrei no ponto de ônibus o b-boy que se intitula como um dos dançarinos mais velhos do Brasil de breakdance (estilo de dança que faz parte dos quatro elementos do hip-hop). ‘Chileno’, ou José Carlos Barroso, 57 anos de uma história de amor envolvendo muita dança e o estilo. “Muita gente tem preconceito, acha que somos marginais, por nos ver com essas roupas. O hip-hop pode colaborar em todos os aspectos e em qualquer lugar. Para ingressar no mundo do trabalho, eles precisam de cultura, educação, humildade e respeito, elementos do hip-hop”, aponta o b-boy e arte-educador, que sonha em transformar sua comunidade por meio do ritmo. Foi em São Luís do Maranhão que, em 10 de outubro de 1958, vinha ao mundo José Carlos Barroso, apelidado de Chileno em uma batalha (competição de dança) em São Paulo, por conta dos olhos miúdos, apertados, que leva no rosto. Conhecido em rodas de dança São Paulo afora, ‘Chileno’ acompanhou o começo do hip-hop tanto em seu estado natal, quanto na São Paulo dos anos 1980 e 1990, quando os jovens se reuniam na região do Metrô São Bento, 24 de Maio, ou na Praça Rooselvelt, para conhecer o ritmo que chegava ao país. Cresceu na periferia da capital maranhense, onde plantava verduras para sustentar a mãe e a avó. Aos 15, o menino deixou a vida interiorana para se aventurar pelo centro de São Luís, onde teve o primeiro contato com o hip-hop, por meio do skate. “No Maranhão, já rolavam as músicas de hip-hop e eu não sabia o que era”. Ao redor de sua casa, o estádio Governador João

Castelo, o Castelinho, era o point da molecada. Um dia, enquanto treinava, se surpreendeu com os movimentos de breakdance, que quase caiu da pista: deixou o esporte para aprender a dançar. Dois anos depois, tornou-se segundo lugar em festival na cidade. A vontade de ganhar visibilidade e criar independência de sua família, o fez abandonar a construção de uma casa na beira da praia para migrar em direção a São Paulo.

Fluxo grande em São Paulo Chegando à Terra da Garoa, no início dos anos 1980, sentiu medo da multidão que atravessava o Terminal Tietê. Com os documentos em mãos, ficou à espera de um conhecido que havia lhe prometido emprego. O trabalho, na avenida Amaral Gurgel, no centro de São Paulo, era de repositor em supermercado e aproveitava o horário de almoço para ir para as rodas de break. Segundo o b-boy, a maior parte dos meninos era de origem nordestina, de 15 a 20 anos. “Pessoas vinham de lá para São Paulo para trabalhar e quando surgiu o hip-hop esse fluxo foi grande, todo mundo queria aprender. Todo lugar que via espaço para treinar, eu treinava. No Anhangabaú, na República, na estação São Bento do metrô. Mal imaginava eu que a São Bento iria se tornar o mundo do hip-hop mais tarde”. Em seu grupo, cada matéria de jornal que falava da cena do hip-hop na ‘gringa’ era recortada e organizada em uma pasta que girava entre eles, sem contar que ‘Chileno’ era um dos poucos que

Chileno tinha rádio-gravador para passar as músicas dos discos em vinil para o cassete. “O Box (rádio) era a nossa arma no break”, afirma. “Guardávamos as fotos para mostrar no fim de semana seguinte para a galera. Era uma felicidade muito grande, todo mundo sentava para ver. Numa época que internet nem existia, muitos até escondiam as reportagens, não mostrava para qualquer um”, comenta. Na época, muitos nem sabiam os nomes dos movimentos em inglês, por isso tudo era chamado de break, até que começaram a organizar os campeonatos. “Muita gente começou a ir para o exterior trazendo filmes, o primeiro que entrou no Brasil foi o ‘Beat Street’ e o único cinema que rodava esse filme era o de filme pornô. Os caras saiam de lá impactados, possuídos, dançando em qualquer lugar, dentro do trem, metrô, ônibus e nas ruas”, relembra. Chileno aponta que o break foi uma loucura para no Brasil, mas avalia que houve mudanças. “Hoje, a maioria da galera jovem busca mais por status, aparecer na mídia, mas deixaram de lado a cultura hip-hop, a raiz do break. Não se tornaram dançarinos, apenas atletas e isso é triste. Pra gente e pra eles”, lamenta. “Nós fazíamos tanto por amor que até esquecíamos de ganhar campeonato, era dançado por amor”, conclui.


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Cinco atitudes para uma cidade melhor Será que o caminhão passou? A primeira coisa que vem à cabeça quando nos vemos diante de uma situação irregular de descarte é que a coleta falhou. “É muito difícil que isso aconteça, pois cumprimos um plano de trabalho estabelecido pela Amlurb. Os caminhões são dotados de computador de bordo e saem da garagem com um mapa do que deve ser realizado para que a rota seja cumprida sem falhas. Dia e noite, os trajetos e paradas são acompanhados em tempo real, via GPS, pela central de monitoramento da Loga”, informa Francisco Vianna, coordenador de Planejamento e Controle Operacional da Loga. É por esses registros, inclusive, que a empresa consegue provar a realização da coleta nos dias, horários e locais programados.

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ense na cidade como uma casa em grande escala: se não há coopera ção, por mais que alguém limpe, a pia estará sempre cheia de copos por lavar, vai haver roupa espalhada pelos cômodos, toalha molhada na cama etc. Nos dois casos, faltam respeito ao trabalho já realizado (afinal, a cidade conta com coleta regular e serviço de zeladoria) e percepção do desperdício de recursos (humano, logístico e monetário) acarretado pela constante refação, que, no final, é custeada pelo dinheiro público. Com base nos problemas que mais prejudicam a coleta domiciliar na cidade, a Loga, concessionária responsável pela coleta, transporte e disposição final dos resíduos domiciliares e de saúde na região Noroeste de São Paulo, aponta cinco atitudes simples que todos devem ter em mente na hora de descartar seu resíduo. Confira.

1 Ao fechar o saco de lixo, não o encha demais e

É ilegal e dá multa do cidadão para ter um destino correto.

3 Coloque o lixo para fora apenas duas horas antes

amarre bem. Assim, o saco não se rompe e o coletor consegue segurá-lo pelo nó para jogá-lo no cocho do caminhão. Evite também jogar líquidos que possam vazar, causando mau cheiro, atraindo insetos e sujando a calçada.

do horário previsto para a coleta. Se ela acontecer pela madrugada ou em um horário no qual que você estará fora de casa, ponha o lixo na calçada o mais tarde possível, para diminuir o tempo de exposição a animais que possam rasgar os sacos em busca de recicláveis e sobras de alimentos.

2 Ponha o saco de lixo na calçada em frente ao

4 Não faça descartes nos finais de semana, se não

portão da própria casa ou deposite-o dentro do contêiner disponível para esse fim. É proibido por lei realizar descartes em terrenos baldios e áreas públicas, como canteiros centrais, esquinas e praças. Essa prática expõe o coletor a riscos de atropelamento, dificulta a parada do caminhão, aumenta a geração de pontos viciadas e revela falta de respeito a um espaço que é de todos. Lembrando que o contêiner disponível nas ruas em que o caminhão não tem acesso deve ser usado para descarte de apenas de resíduo domiciliar e não para acomodar resíduos volumosos como sofás, colchões, carcaças de móveis. Estes devem ser conduzidos ao ecoponto mais próximo da casa

houver coleta na sua rua aos sábados e domingos. Se ninguém vai coletar, para que expor esse resíduo? Além de causar má aparência para o lugar onde você mora, é maior a probabilidade de o saco ser rasgado ou se romper e de uma chuva ocasional carregá-lo para o bueiro.

5 Jamais descarte seu resíduo domiciliar junto das papeleiras da cidade ou em pontos onde exista acúmulo de entulho, móveis, eletrodomésticos e outros grandes objetos. Além de proibido, os serviços de coleta domiciliar e de varrição/zeladoria são realizados por empresas diferentes.

O descarte fora do horário ou em áreas públicas é ilegal e expõe quem o pratica a multas que podem chegar a R$ 14.325,75, de acordo com as leis 13.478/2002 e 15.244/2010. Outro inimigo da limpeza pública é o descarte irregular por parte de comerciantes que produzem mais de 200 litros diários de resíduos. Esses casos não são atendidos pela coleta domiciliar e devem contratar coleta particular. O descumprimento dessa regra pode acarretar multa de até R$ 16.144,95. Os casos de descarte irregular podem ser denunciados para 156.


Webster Silas, aos 21 anos e com muito talento

O

contrabaixista de Perus foi destaque do Globo Repórter sobre a influência das ar tes – e da música em especial – em jovens de comunidades carentes da periferia paulistana Filho do casal José Carlos e da professora Rute Pereira, Webster nasceu em Perus e sempre encontrou nos pais apoio para as artes. Dona Rute conta que o filho estudou em escola pública, mas logo cedo começou a aprender desenho e, depois da inauguração do CEU Perus, ele foi matriculado no Projeto Guri que ensina música. Webster é contra baixista de música clássica e sua história fez parte de programa especial do Globo Repórter, que mostrou como as artes, estão mudando a vida de jovens da periferia. O primeiro contato dele com a música foi na igreja. Ele se define como um “Filho do CEU”, e diz que deve muito ao Projeto Guri e seus mestres Daniel Torezan,

Leopoldo Carvalho, Marco Brucoli e Ana Valéria. Silas passou um mês na cidade alemã Poomersfelden, num encontro de orquestras: “um mês de estudos intensos”, enfatiza ele, que destaca que seus compositores favoritos são Bethoven e Koussevtski. Dono de uma deliciosa rotina voltada para a música, ele divide seu tempo entre os estudos na Faculdade Cantareira e concertos e ensaios nos finais de semana pela Orquestra Experimental de Repertório ou pela Camerata Cantareira. Nas poucas horas vagas, ele ouve muito jazz, especialmente Louis Armstrog, sempre com o ouvido atento no contrabaixista da banda, Lucas Angico, , “um monstro”, segundo ele. Angico estudou no mesmo projeto, mas seguiu pro Rock, destaca que Webester “, uma pessoa que se define como um cara focado e que quer chegar longe”.

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Webster, aos 21 anos, experimenta o sucesso


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