JornalCana 315 (Abril/2020)

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36 AGRÍCOLA

Abril 2020

Inoculante é uma das tendências para aumentar produtividade da cana FOTOS DIVULGAÇÃO

Grupo varietal, correção de solo, uso de adubação foliar e controle biológico compõem a lista de alternativas ANDRÉIA VITAL, DA REDAÇÃO

Atentos às tecnologias que resultam positivamente nos campos, os fornecedores de cana investem cada vez mais para garantir maior produtividade nos canaviais. Uma das novidades implantadas por grande parte dos mil associados da Socicana, de Guariba/SP, é o uso de inoculante, tecnologia que contribui para o crescimento de raízes, parte aérea, e oferece uma maior absorção de nutrientes. “Os produtores estão usando o inoculante no suco de plantio, muitos testes estão sendo feitos e acreditamos que isso pode gerar um ganho bastante expressivo, principalmente na diminuição de fertilizante nitrogenado”, disse Bruno Rangel, presidente da associação. Beneficiados pela chuva abundante, os canaviais na região prometem uma boa safra este ano. 100% da plantação é feita pelo sistema de meiose. “O que nos dá oportunidade de plantar uma muda sadia no mês de agosto e fazer a dobra dela em fevereiro ou março, o que tem dado muito ganho de produção e rendimento de mudas, com ganhos de 10 a 15% em economia de muda e melhoria de plantio”, comenta o agricultor. Outra tecnologia que os produtores de cana de Guariba estão de olho é a muda encapsulada, que já vem pronta para ser plantada e promete revolucionar o plantio de cana. O insumo está sendo utilizado na Adecoagro, de Ivinhema/MS, e deve expandir as plantações para outras regiões. No caso do agricultor Luiz Carlos Dalben, presidente da Associação dos Plantadores de Cana do Médio Tietê (Ascana), as tecnologias empregadas em uma área plantada de 5.200 hectares são muitas. “Nossos solos são pobres, portanto, os ambientes de produção são restritivos, temos 87% de ambientes E e D”, conta o agricultor. A fazenda

Rangel, da Socicana: inoculante pode diminuir uso de fertilizante nitrogenado

fica em Lençóis Paulista/SP, município onde se localiza a Usina Zilor, que recebe 100% da matéria-prima plantada ali. Para corrigir o solo, Dalben realiza um preparo direcionado e canteirizado. O plantio é feito com espaçamento de 1,40 m por 0,50 m: tipo abacaxi, sendo que 100% de todo o processo é feito com piloto automático e GPS nas operações mecanizadas, com o tráfego na lavoura direcionado na colheita e tratos culturais.

O uso de adubação foliar parcial com a escolha das áreas e estágios da cana, controle biológico e químico nas pragas, principalmente broca, além da remineralização do solo com Reminer, rico em silício, cálcio, ferro e magnésio, e aplicação de composto orgânico em 100% das áreas de plantio são outras medidas tomadas para garantir uma boa produção. “Com o uso dessas tecnologias, o potencial de produção vem variando entre 69 e 71 t por hectares

sem vinhaça e com vinhaça respectivamente. A produtividade nos últimos anos foi em torno de 80t/h”, afirmou. A correção do solo e correção de micro elementos com auxílio de biológicos também ganhou ênfase na fazenda do produtor Rogério Consoni Bonaccorsi, localizada em Luiz Antônio/SP. Adepto do cultivo de mudas pré-brotadas (MPB), sendo um dos pioneiros a utilizar o sistema de plantio do IAC, o adotando em 2013, o agricultor tem plantado, atualmente, 480 hectares, com idade média de quatro cortes, conseguindo produtividade média de 101 ton/ha na safra passada e previsão de 104 ton/ha na safra que se inicia. “Na parte de solos, já usamos há algum tempo, extração de amostragem do solo com sonda, retirando amostras de 0-20 20-40 40-60 cm para verificarmos a mobilidade dos nutrientes e a correção nas diversas camadas. Nas análises de solo verificamos como estão os macros e micros elementos, bem como o alumínio”, contou. De acordo com o produtor, depois de definida a necessidade de aplicação de corretivos, pode-se escolher dois caminhos, um para soqueira e outro para cana planta. Em ambos os casos é usado o aplicador de corretivo em perfil a 20, 40 e 60 cm de profundidade, com auxílio de trator com GPS. No caso da cana soca é posicionado nas entrelinhas e na cana planta na linha de cana antes da sulcação. “Com esses dados definimos a quantidade de macro elementos (N, P r K) que iremos colocar no plantio ou soqueira, bem como a divisão dos micros entre solo e foliar”, afirma, comentando que estão usando também produtos biológicos tanto na aceleração de decomposição da palha, melhorador de enraizamento como combate a nematoides, fixação de nitrogênio e combate a broca e cigarrinha. “Não dá para falar em uma única tecnologia milagrosa, pois já temos uma boa produtividade por hectare. Neste momento, temos uma somatória de pequenas atitudes e tecnologias que nos dão um pouco de melhoria no final”, ressaltou Consoni, que fornece sua cana para a Central Energética Moreno e Biosev Bioenergia S.A. – Santa Elisa.


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