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MERCADO
Abril 2020
ETANOL DE MILHO ENTRA NO RADAR DAS USINAS FOTOS DIVULGAÇÃO
Combustível passou a integrar os levantamentos da Conab O etanol de milho entrou definitivamente no radar das usinas e já é considerado como uma possibilidade significativa de incrementar a produção. Informações da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), mostram que o biocombustível derivado do milho contribuiu com o recorde de produção de etanol computado na primeira quinzena de março deste ano. “A produção de etanol a partir do milho totalizou 1,50 bilhão de litros até 16 de março, sendo fabricados 85,59 milhões de litros nos primeiros quinze dias de março”, divulgou a UNICA. A produção de etanol de milho também passou a integrar os levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A pesquisa de dados inclui as unidades produtoras do Mato Grosso. Principal polo produtor de etanol de milho do país, o Mato Grosso teve, na semana de 17 a 21 de março, técnicos da Conab no trabalho de pesquisa de dados. Conforme a Conab, o trabalho incluiu visitas às usinas full (que fazem apenas esmagamento de milho) e usinas flex (milho e cana), além das exclusivas de cana-de-açúcar. As informações levantadas são referentes à área cultivada com a matéria-prima e o resultado na produção de etanol e açúcar. Condições extras Os técnicos também avaliaram as condições gerais das lavouras, a influência do clima, os tratos culturais e as questões mercadológicas que envolvem a commoditie. O resultado do levantamento sobre a produção de etanol à base de milho em Mato Grosso será divulgado no dia 5 de maio, no site da companhia. E marca o início dos estudos voltados a esse sistema produtivo no estado, considerando o impacto atual do produto no mercado. Segundo a Conab, estudos preliminares indicam que a novidade mudou a dinâmica da cadeia produtiva. Por fim, atesta, ainda, o aumento rápido do consumo interno de milho local e, consequentemente, dos preços praticados.
PRODUÇÃO DE ETANOL DE MILHO DEVE CRESCER 74% As projeções da Unem para a produção brasileira de etanol de milho indicam que ao fim da safra 2020/21 teremos chegado a 2,9 bilhões de litros produzidos. Isso significa uma expansão de 74% de um ano para o outro. O incremento atinge 99% quando comparamos a produção 2020/21 com o volume previsto para o ciclo 2024/25, que é de 5,8 bilhões de litros. Culminando com a projeção de 8 bilhões de litros de etanol de milho brasileiro até 2028. Importante observar que os números são fruto de volumes já produzidos atualmente, adicionados com as metas de produção das usinas projetadas ou já em construção. Mudanças conjunturais e alterações no ritmo de investimento privado podem interferir nas previsões. O presidente da entidade Guilherme Nolasco, acredita que os investimentos previstos para o mercado também devem seguir normalmente. “Temos mais três usinas para inaugurar até o final deste ano e continuam em finalização de projeto. O momento atual não vai atrasar este feito e temos vários outros projetos já para os próximos anos iniciando obras”. Pensando na comercialização do milho no Brasil, Nolasco cita o exemplo do Mato Grosso, que neste mesmo período de 2019 tinha 42% da safra de milho já negociada e neste ano já registra vendas em 65% do total, garantindo o abastecimento do mercado e comprovando a mudança no cenário do milho brasileiro.