JornalCana 280 (Maio/2017)

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INDUSTRIAL

Maio 2017

Tecnologias de desidratação de etanol geram disputa saudável Qual é o sistema que apresenta melhor desempenho: o que utiliza destilação extrativa com emprego do Mono Etileno Glicol (MEG) ou o processo com peneira molecular? RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS (SP)

A acirrada disputa entre o etanol hidratado e a gasolina é uma das principais “competições” que envolve hoje a cadeia sucroenergética brasileira. A busca por um melhor posicionamento no mercado também movimenta a bioeletricidade, proveniente da biomassa da cana – que tem a concorrência de outros tipos de energia –, além de diferentes marcas de açúcar que disputam um lugar de destaque no varejo, entre outros exemplos. Mas é em um “campeonato” paralelo, o tecnológico – um importante elo da “liga”, ou melhor, da cadeia sucroenergética –, que ocorrem “clássicos” apaixonados, como o da moenda versus difusor, redutores paralelos x planetários. Apesar do momento de retração de investimentos, uma nova disputa tem gerado uma saudável rivalidade quando o assunto é desidratação de etanol. Quem apresenta a

Antonio Meirelles: “decisão depende da estratégia adotada pelas unidades”

melhor performance: o processo que utiliza destilação extrativa com emprego do Mono Etileno Glicol (MEG) ou o sistema com peneira molecular? Um dos “craques” nessa área, o engenheiro de alimentos Antonio José de Almeida Meirelles, que é professor e diretor da FEA/Unicamp – Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas, mesmo tendo envolvimento com o MEG, considera que os dois sistemas são boas opções disponibilizadas pelo mercado. A decisão por um ou outro processo depende da estratégia adotada pelas unidades

Equipamento de peneira molecular em unidade do Grupo Pedra Agroindustrial

produtoras de etanol – resume.

DISPUTA O “empate” técnico entre os dois processos pode ser desfeito, em diferentes momentos dessa disputa, a partir da avaliação de alguns fatores. No quesito consumo de vapor, o “placar” favorece a peneira molecular que consome 0,6 a 0,7 quilos de vapor por litro de etanol, sendo 0,1 de vapor de alta pressão, enquanto o mono etileno glicol consome de 0,7 a 0,8 kg/l, dos quais 0,3 a 0,35 de vapor de pressão mais alta – detalha o engenheiro de

alimentos, que fez doutorado, na Alemanha, na década de 80, pesquisando desidratação alcoólica, especificamente ciclo-hexano e etileno glicol. No Brasil, Antonio Meirelles trabalhou diretamente na industrialização do processo que utiliza o MEG, com a empresa de engenharia BS, a Usina Santa Elisa e a JW Equipamentos. Ele é inclusive um dos detentores da patente do sistema com mono etileno glicol que tem a JW como fabricante licenciado do processo denominado de BSM. A tecnologia foi lançada na Fenasucro de 2000.


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