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Proclamemos a Verdade ao Mundo

-se a Deus é fazer do próprio espírito uma habitação do Cristo.

O tema anual da Convenção Batista Brasileira, “Proclamemos a Verdade ao Mundo”, é bastante oportuno. Em tempos nos quais fala-se de “pós-verdade”, as palavras de Paulo a Timóteo parecem estar grafadas em ouro nas Escrituras Sagradas: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (II Tm 2.15).

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Observando esse versículo, que é divisa do tema, vale destacar o termo “procura”. O vocábulo grego empregado pelo apóstolo foi ‘spoudàzo’, que significa esforço. Não é uma procura desidiosa, mas corajosa. Apresentar-

No decorrer do versículo, Paulo apóstolo compara tal aprovação ao sentimento de um obreiro que não tem do que corar quando indagado acerca de seu labor. Ora, o trabalhador hábil e fiel não tem motivos para se sentir envergonhado; antes, é reconhecido pelo seu desempenho e comprometimento com o serviço.

Por fim, entendemos que manejar a Palavra é mais do que simplesmente conhecer versículos e realizar exegeses. É ter um viver reto, a partir do modelo do Senhor Jesus Cristo. Ler a Bíblia é mais do que decodificar as palavras ali escritas, mas é permitir-se ser lido pelo Deus da Palavra, sendo moldado conforme a vontade do Criador.

Entretanto, heresias do passado voltam a rondar a Igreja, valendo-se de novas roupagens. Exemplo disso é o arianismo, que nega a divindade de Cristo. Quantos grupos hodiernos não abraçam essa ideia, apresentando Jesus como um Mestre, mas negando-Lhe o Senhorio? Há, ainda, o pelagianismo, pensamento herético que o ser humano é capaz de alcançar a salvação por seus próprios méritos. Quem não percebe que as Igrejas evangélicas estão infectadas com essa erva daninha, que busca corromper o genuíno Evangelho? Não podemos esquecer, ainda, do pós-modernismo, uma verdadeira escada decrescente que leva o ser humano aos pântanos mais tenebrosos. O filósofo brasileiro Mário Ferreira dos Santos denunciou esse fenômeno como uma invasão vertical dos bárbaros, ou seja, uma quebra da espinha dorsal da cultura ocidental e cristã por meio de múltiplos ataques à inteligência e instalação do caos.

Voltemos ao texto de Paulo a Timóteo. Sabe-se que essa carta foi escrita por volta de 64 a 68, quando Nero era imperador romano, compondo um contexto de apostasia e desafios absolutos à fé. Os conselhos e os exemplos de Paulo são como um farol para nosso proceder: devemos buscar ardentemente a Palavra de Deus, como obreiros fiéis, hábeis e dedicados ao serviço. Sabemos que, assim como foi ao longo de toda a história, a Providência se mantém providente e misericordiosa.

Avancemos, pois, proclamando e encarnando a Verdade, até chegar o dia em que cada um de nós poderá dizer como o Prisioneiro do Senhor: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (II Tm 4.7).