Jornalzen Abril 2017

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‘Abril’ as portas Faço essa brincadeira com as palavras que me inspiram a compartilhar com vocês, meus queridos leitores, o sentimento ou a intuição a respeito deste momento. Começou o outono e, assim como eu, muita gente adora essa estação. Trata-se de um tempo bastante auspicioso em todos os sentidos. Tanto no sentido do clima ameno e temperado, que agrada a todos por ser friozinho pela manhã e noite, e quente à tarde. Nesta época, a natureza se desapega de suas folhas para economizar energia para o inverno quando chega e para depois se renovar na primavera. Da mesma forma devemos nos comportar, pois fazemos parte da natureza e precisamos aprender com ela a nos conectar com o curso natural das coisas. É tempo de nos desapegar de alguns padrões ou situações, ou até mesmo pessoas, que não correspondem mais ao nosso campo vibracional de crescimento. Fazendo um comparativo dessa estação do ano com as fases de nossa vida, o outono representa nossa maturidade e sabedoria. No sentido metafórico, esta época remete ao recolhimento interior e à renovação que a Páscoa nos con-

JORNALZEN NOSSA MISSÃO:

Informar para transformar DIRETORA SILVIA LÁ MON EDITOR JORGE RIBEIRO NETO JORNALISTA RESPONSÁVEL MTB 25.508 TELEFONES Redação (19) 3324-6062 Comercial (19) 3044-1286 contato@jornalzen.com.br www.jornalzen.com.br CIRCULAÇÃO Campinas Indaiatuba Valinhos Vinhedo Jaguariúna São Paulo (Avenida Paulista, Vila Madalena e Vila Mariana)

vida. Renovar as nossas esperanças em dias melhores no trabalho, na economia do País, em nossas relações SILVIA LÁ MON pessoais, em nos- Diretora do JORNALZEN sos estudos. É 0 momento ideal para avaliar o primeiro trimestre do ano e fazer um planejamento para impulsionar o segundo trimestre e avançar no segundo semestre. A meditação é uma grande aliada para iluminar nosso interior a fim de buscar essa força necessária para implantar as mudanças, além de nos trazer insights importantes por meio do desenvolvimento de nossa intuição. O JORNALZEN sempre traz informações das quais podemos buscar grupos ou pessoas para nos ajudar com essas práticas saudáveis. Fiquem ligados em nossos artigos, entrevistas, nas programações dos espaços parceiros e na AgendaZen. Com certeza, você encontrará o lugar certo, a pessoa certa e o momento certo para a mudança. Que este auspicioso mês de abril possa nos abrir portas e portões; abrir casas e corações.

ABRIL/2017

CIÊNCIA DA FELICIDADE Gratidão, fonte de felicidade Sermos agradecidos pelo que somos e por tudo o que recebemos em nossa vida é um dos segredos da felicidade. Um olhar sobre nosso presente e nosso passado nos mostra o quanto devemos ser gratos por tudo o que recebemos. De Deus, recebemos a vida; de nossos pais, nosso corpo, alimentação, amor e carinho. Desde pequeninos, os seres humanos dependem dos outros para sobreviver, em especial das próprias mães. A gratidão nos torna mansos de coração, mais compreensivos e menos egoístas. Sua prática fortalece nossos corações e nos torna mais fortes para enfrentar momentos difíceis. Em seu livro Convite à Felicidade, o mestre Ryuho Okawa nos ensina que “a gratidão é capaz de levantar nossos ânimos mesmo quando estamos em ambientes negativos, com poucos motivos para nos sentirmos gratos – por exemplo, diante de circunstâncias difíceis ou de sofrimentos físicos”. Okawa nos aconselha a formu-

lar frases de gratidão para repetir diante de situações rotineiras: “agradeço por estar vivo hoje”; “apesar das dificuldades e dos problemas, o dia de hoje é uma dádiva”; “que bom que o sol ainda continua a brilhar”; “consegui perseverar por mais um dia”; ou “amanhã será um novo dia”. “A gratidão realmente surge quando retornamos ao passado, ao início da nossa vida neste mundo... A maioria das pessoas não percebe que recebeu tantas coisas desde a infância – roupas, comida, um lar para morar, educação, amigos, ajuda financeira, presentes e, acima de tudo, a esperança de ter um futuro brilhante. “Tudo isso são as dádivas com as quais temos sido abençoados. Mas, apesar disso tudo, muitos de nós formamos uma autoimagem negativa e desenvolvemos o hábito de reclamar do que nos falta na vida”, afirma Okawa, lembrando que a prática da gratidão fará você “abrir os olhos para a abundância de amor que já recebeu”.

As reflexões desta coluna são extraídas dos livros Convite à Felicidade e As Leis da Justiça, do japonês Ryuho Okawa, pensador, líder religioso e escritor na área da espiritualidade

A responsabilidade dos adultos: o melhor presente Daniel Medeiros

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m historiador disse certa vez que nossa relação com o tempo se dá em torno de dois campos: a experiência e a expectativa. O primeiro constitui o que conhecemos como passado e como presente e o segundo, o futuro. E nossa percepção das experiências e nossa concepção de expectativa é singular. A forma como sentimos é o resultado do jeito como aprendemos a sentir. Por isso, sem alguns parâmetros, alguma orientação, isso tudo que chamamos de “nossa vida” fica restrita a marcos estabelecidos por fora, por forças “estrangeiras”, como a mass media – para dar um exemplo cada vez mais onipresente – e passamos a nomear nossas vivências e expectativas com as chancelas do momento midiático. Um exemplo claro desse processo é a relação com o nosso corpo. O cabelo da moda, da novela, da apresentadora de TV, da modelo em alta no mercado, torna-se parâmetro para definirmos a beleza de nosso próprio cabelo. Nem sempre percebemos, mas, seis meses ou um ano depois, estamos reavaliando nossa percepção de beleza graças à nova novela, apresentadora de TV, modelo e alta, etc. A família contemporânea, em regra, afirma considerar uma virtude o

estabelecimento de espaços para os filhos escolherem e firmarem suas próprias convicções: “ele deve escolher por si mesmo, afinal, a vida é dele, não é mesmo?” Ou: “não quero fazer como meus pais, que impuseram o que eu deveria fazer.” O fato é que estamos muito distantes dos tempos nos quais a regra era a família escolher até com quem casaríamos. Mas agora estamos ficando igualmente distantes da prática de os mais experientes orientarem sobre como iniciarmos nossas próprias experiências. E as duas coisas são trágicas. Não. Considero a primeira opressora. A segunda situação, esta sim, é trágica. Não tenho a pretensão de demonizar as forças externas que colaboram na construção de nossa identidade. Pelo contrário, os suportes midiáticos dispõem de um sem número de informações pertinentes, úteis e formativos. O que devemos entender, porém, é que esses conteúdos precisam ser encontrados e as crianças e jovens precisam ser estimuladas a conhecê-los. E aí que entramos nós, pais, professores e adultos afins dessas crianças e jovens. Sem assumirmos a responsabilidade de orientar, conduzir e corrigir os passos de ingresso deles no mundo público, não poderemos depois imputar a eles a inaptidão no

trato com o coletivo. Já nos anos 80, o semiólogo Umberto Eco disse que no futuro – e quando ele disse isso nem havia internet – “o fluxo de conteúdos seria tão grande que ninguém poderia mais reclamar da falta de informações. Mas um novo problema surgiria: como encontrar as informações que nos interessam? Como saber quais são confiáveis? Como discerni-las de outras e assumi-las como parte de nossa formação? E qual a resposta para essas perguntas? Nós, novamente. Se não acreditarmos que o nosso protagonismo na orientação para o mundo público, tanto no que concerne a iniciação da experiência (que significa sair do perímetro) como para oferecer um repertório de expectativas às crianças e jovens, saibam que as forças mais rasteiras e mesquinhas acreditam. Salvo as honrosas exceções, é nosso esforço constante de adultos que vai melhorar o mundo público. As crianças e os jovens precisam ser preparados e depois acompanhados nesse processo de inserção no mundo público, de ação consciente nesse mundo até enfim assumirem a titularidade. E é esse o melhor presente para as crianças e jovens que podemos imaginar dar a eles. Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)


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