Região de Leiria de 16 de Abril de 2010

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OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA 5

Região de Leiria 16 | Abril | 2010

No país das maravilhas...

Vamos a isto que se faz tarde

DIRECÇÃO Director Francisco Rebelo dos Santos (C.P. TE nº 421) francisco.santos@regiaodeleiria.pt

Director Executivo João Carreira (C.P. nº 3139) joao.carreira@regiaodeleiria.pt

REDACÇÃO Editor Coordenador João Paulo Silva (C.P. nº 3299) (joao.silva@regiaodeleiria.pt)

João Paulo Marques professor do Ensino Superior Politécnico joao.paulo@regiaodeleiria.pt

Redacção: Carlos S. Almeida (C.P. nº 2830), Cláudio Garcia (C.P. 5104), Manuel Leiria (C.P. nº 4159), Marina Guerra (C.P. nº 8516), Mário Rui Nicolau (C.P. nº 4997), Martine Rainho (C.P. nº 2609), Paula Sofia Luz (C.P. nº 2579) e Sandra Mesquita Ferreira (C.P. nº 8858). Fotografia: Joaquim Dâmaso (C.P. nº 5613). Correspondentes locais: Armindo Vieira (C.P. nº 6771) e Artur Ledesma (C.P. nº 2140).

Colaboradores e Cronistas Carlos André, Feliciano Barreiras Duarte, Edgar de Carvalho, Helena Vasconcelos, Irene Cordeiro, João Paulo Marques, João Paulo Pedrosa, José Manuel Silva, José Parreira, Leonel Pontes, Olímpio Pereira, Paulo Ribeiro, Pedro Neto, Sérgio Claro, Sílvia Alves (editora d’A Bruxinha), Sílvia de Oliveira e Susana Carvalho.

DEPARTAMENTO COMERCIAL Directora: Alda Moreira alda.moreira@regiaodeleiria.pt publicidade@regiaodeleiria.pt

Gestores de Cliente: António Cardoso, Élia Ramalho, João Agrela (Coordenador), Lúcia Alves, Luís Vieira, Margarida Cordeiro, Maria do Carmo Rebelo e Sandra Nicolau.

... se eu tenho que escrever, parece que o nosso primeiro vai ter de fazer o mesmo. Nem ele sabe no que se meteu.

A apenas algumas horas do Benfica– Sporting e a poucas mais de fechar a edição do nosso mais bem amado pasquim, RL para os amigos, aqui estou eu na tão bem conhecida e já por outros melhor caracterizada angústia do cronista que se define como “tenho que escrever”! Bem sei que é por estas e por outras que não tenho bónus de produtividade na ordem de uns quantos milhões de euros. Mas para isso meus amigos, eu precisava de me mexer como me “mexia” e a idade e o peso já não perdoam. Ainda assim, num rebate de consciência sempre me vou questionando, face aos novos conceitos de corrupção que por aí estão a surgir, sobre a legitimidade de aceitar o jantar de Natal que o jornal oferece anualmente aos seus colaboradores, acompanhado habitualmente por algum espécime bibliográfico de sua lavra. E, principalmente, pelo facto de não declarar esse jantar, o que deve preocupar imenso

os novos arautos da transparência. Acima de tudo, sou funcionário público! Não é um bónus de se lhe mexer, ou mesmo de se lhe remexer (pode vomitar-se), mas sempre é um bónus. Mas vamos a isto, que se faz tarde e o país das maravilhas não pode esperar. Não tendo a solidariedade dos bónus para me diminuir a angústia do “ter de escrever” tenho, pelo menos a solidariedade dos que “têm de escrever”. E se eu tenho que escrever, parece que o nosso primeiro vai ter de fazer o mesmo. Nem ele sabe no que se meteu. Primeiro a angústia. É terrível! No dia marcado, tal como eu, de quinze em quinze dias para o RL, lá terá ele de apresentar o texto. A única diferença é que a comissão não é um jornal. Muito menos um pasquim, claro. Em segundo lugar, o problema eterno de “o que está escrito está escrito”. É que, “palavras, leva-as o vento”. E o senhor, falando, podia ter aproveitado. Nunca

mais se falava no caso e, mesmo gravado, a possibilidade de ir tudo para o lixo era grande. O tempo da cassete pirata passou de moda. Bem sei que, mesmo escrito, a probabilidade de se voltar a falar no caso também é mínima, mas era escusado. E não gastava nem tinta nem papel. Por fim, com a habilidade que ele tem para o verbo, originária nalgum arquétipo derivado do nome, é uma pena privar a comissão de inquérito de umas quantas peças de oratória que seriam dignas... de um filósofo. Aliás, tenho muito mais confiança na oratória dos filósofos do que na dos engenheiros. Mas isso é outra questão. Posto isto, equipemo-nos com uns tremoços, umas pevides e umas imperiais e vamos ver o futebol. Afinal, mesmo para quem não gosta do dito, como eu, estamos perante um assunto nacional! Se assim não fosse como é que se justificava tanta polícia?

DEPARTAMENTO GRÁFICO Coordenadora: Cristina Silva Paginação: Carlos Alberto Cardoso, Eduarda Lopes, Margarida Côrte-Real e Vítor Pedrosa.

Eu penso que...

Projecto Gráfico defrank - Comunicação Editorial.

Comércio de rua deve abrir ao domingo

Impressão Imprejornal, S.A. Distribuição Vasp Tiragem média 15.000 exemplares por edição

Contactos Rua D. Carlos I, 2-4 Apartado 102 2415-405 Leiria-Gare Telefone: 244 819 950 - Fax: 244 828 905 www.regiaodeleiria.pt

Paulo Sousa

Linha do Assinante Tel.: 808 201 933 assinaturas@regiaodeleiria.pt

presidente da ACILIS – Associação Comercial e Industrial de Leiria, Batalha e Porto de Mós

Propriedade Empresa Jornalística Região de Leiria, Lda. Contribuinte Nº 500 096 805 Capital Social 250.000 euros Detentores de mais de 10% do capital: Sojormedia, SGPS, António Barroca Rodrigues e Joaquim Barroca Rodrigues. Depósito Legal Nº 44 731 - 91 Título registado no ICS sob o nº 100 512

GERÊNCIA Ângela Gil, Francisco Rebelo dos Santos e Pedro Costa.

DEPARTAMENTO FINANCEIRO Ângela Gil (Direcção), Catarina Branquinho, Celeste Pereira, Gabriela Alves, João Machado e Patrícia Santos. info@lenacomunicacao.pt

DEPARTAMENTO DE MARKETING Patrícia Duarte (Direcção), Susana Santos (Coordenação), Catarina Fonseca e Catarina Silva. marketing@lenacomunicacao.pt

DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS Nuno Silva (Direcção) e Sónia Vieira. drh@lenacomunicacao.pt

DEPARTAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Tiago Fidalgo (Direcção) e Hugo Monteiro. dsi@lenacomunicacao.pt

UNIDADE DE PROJECTOS Lúcia Silva (Direcção) e Joana Baptista (Coordenação). projectos@lenacomunicacao.pt

Membro de: Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem Associação Portuguesa de Imprensa

Ao domingo à tarde, é de admitir que os centros das cidades para serem competitivos se tenham de aproximar dos horários das “catedrais do consumo”.

A lei deveria respeitar a cultura, o lazer, a família, o direito ao descanso semanal, etc, não permitindo a abertura ao Domingo. Poderiam haver pequenas excepções: Natal, lojas de conveniência, Turismo, etc. Mas a Lei portuguesa afinal permite que todas as lojas abaixo de 1000/2000m2 abram 24 horas por dia. Os centros comerciais “grandes”, pelo poder que têm, impõem 90 horas de abertura aos lojistas que lhes pagam renda, e isso capta clientes que anteriormente compravam nas ruas das cidades. As lojas de rua já fazem entre as 44 e as 60 horas, sendo já um grande esforço financeiro. Esta diferença de horários continuará a desequilibrar cada vez mais os fluxos de clientes entre as ruas e as “catedrais do consumo”. As “grandes superfícies alimentares” também querem abrir ao domingo à tarde, e com isso levariam ainda mais consumidores para os centros comerciais onde estão integradas. Não nos admiremos que um dia destes para reunir a família se tenham de esperar largos meses por uma oportunidade de “coincidir” as folgas de cada filho, com as folgas dos pais, etc.. O argumento de que mais horas de abertura aumentam o emprego, só é verdade para esses espaços grandes, porque cada 100 empregos que criam, destroem outros 100 nas empresas mais pequenas, sendo o saldo nulo. Se perguntarmos aos consumidores se querem todas as lojas abertas 24 horas por dia eles respondem que sim. O

“abaixo-assinado” com 250 mil assinaturas que a APED entregou até podia ter 10 milhões de assinaturas. Mas se fizéssemos um inquérito com um cenário onde por o marido não se encontrar com a esposa durante 7 dias por semana como consequência do parágrafo anterior, as respostas seriam uma minoria. Não seria difícil encontrar 250 mil assinaturas que quisessem o comércio fechado ao Domingo para que as cidades se tornassem mais modernas, com menos prédios degradados, com mais gente a viver nos centros históricos. As “catedrais do consumo” já estragaram suficientemente os centros das cidades para que se lhes dê mais força. Enquanto a Lei não se adapta aos países evoluídos da Europa, forçando o fe-

cho de todos ao Domingo, estaremos agora no tempo de as cidades recuperarem do “ataque” que sofreram nos últimos 15 anos, e apenas nos resta: Ou mantemos as 44 a 60 horas que já fazemos, e continuamos a perda ou recuperamos devagar. Ou aceitamos mais algum risco e tornamo-nos mais agressivos, e crescemos para as 50 a 70 horas semanais, voltando a captar alguns clientes que só podem comprar depois das 19h e 30m, ou depois das 21 horas durante a semana. Ao Domingo à tarde, enquanto a lei não obriga todos a fechar (e estaremos longe disso) é de admitir que os centros das cidades para serem competitivos se tenham de aproximar dos horários das “catedrais do consumo”.


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