Jornal da Batalha edição de dezembro de 2012

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Jornal da Batalha

dezembro 2012

trução e evolução do Mosteiro da Batalha e a etnografia, até ao presente. Aliás, a cidade romana de Collippo é parte do coração do museu, que tem no seu centro uma estátua de um magistrado romano. Aliás, o peso e dimensão da estátua, obrigou à sua colocação no interior das instalações, mesmo antes destas estarem concluídas. E a história dessa cidade romana esquecida na fronteira entre os concelhos da Batalha e Leiria: Collippo, foi aliás motivo de uma recente tertúlia no museu. E pode muito bem ser encarada como uma boa metáfora para a história deste museu: tal como a cidade romana, o museu não será o maior do país, mas tem o esplendor dos melhores. No dia 7 de dezembro, a urbe romana alimentou uma conversa noite dentro. Collippo, explicou-se na altura, não era a mais relevante das cidades romanas naquele que é atualmente o território português. Longe disso. Mas teve o seu período áureo no primeiro par de séculos depois de Cristo. Muito graças a uma atividade que então como agora, serviu de base para a economia local, a construção. O que precipitou o seu declínio? Esta foi uma das questões que o investigador João Pedro Bernardes procurou responder. Embora uma cidade secundária numa região periférica do imenso império romano, com dois a três mil habitantes, - arrisca João Pedro Bernardes - e ocupando uma área de oito a nove hectares, Collippo não deixou de ostentar o esplendor cultural e civilizacional romano. Junto da estátua do magistrado romano instalada no núcleo central do museu, e que em tempos morou em Collippo, João Pedro Bernardes deixou pistas para a ascensão e queda da ainda pouco conhecida urbe romana.

Atualidade Batalha

Situada no monte de São Sebastião do Freixo, atualmente parte integrante da freguesia da Golpilheira, Batalha, a Collippo valia a sua localização estratégica, no cimo do vale do Lena, local privilegiado para perceber quaisquer movimentações na zona. E esse era um fator relevante numa altura em que se procura consolidar o império romano na região. Enquanto estrategicamente valiosa e fazendo valer da abundância de calcário para ajudar no processo de construção de cidades vizinhas – Conimbriga por exemplo – Collippo prosperou. Mas com o estabilizar da presença romana, as atenções viraram-se para nascente. Scalabis (Santarém) recebe o estatuto de colónia e “o tráfego que se fazia por aqui, passa a fazer-se pela zona de Santarém e Tomar, pela estrada que viria a ser a estrada medieval Lisboa-Coimbra”, explica. Estava sentenciado o lento ocaso de Collippo. E o seu desmantelamento ao longo dos séculos. Os materiais que antes construíram a cidade romana, disseminaram-se pela região. Algo que “é visível na construção do Catelo de Leiria no século XII. As pedras [de Collippo] estão lá e durante muitos anos pensava-se que era lá a cidade de Collippo”, refere. Se ainda no século XIX existiam alguns edifícios romanos visíveis no local, a verdade é que o tempo foi ingrato para a herança romana no local. Situados num terreno privado, os vestígios foram, em meados do século passado, mal tratados. João Pedro Bernardes recorda o cenário que encontrou nas sondagens que realizou no local: “já fiz muitas escavações e nunca vi nada assim. Foi destruído como se fosse com um bulldozer”. Se há algo que os investigadores privilegiam é a linha cronológica que é possível traçar com a estratificação

s registo No seu primeiro ano de vida, o museu teve 3500 visitantes e tem promovido diversas iniciativas de índole cultural, de que as férias pedagógicas, workshops e tertúlias, são um exemplo. Resta esperar que este prémio não seja o marco irónico do apogeu de um museu que corre o risco de fechar por imposição da lei. de vestígios no subsolo. Mas aí, “as camadas do fundo estavam por cima”. Cerâmicas e mosaicos contavam-se entre o espólio encontrado no local, mas estava “tudo completamente trucidado. Foram máquinas que andaram em cima daquilo”, recorda. Sobram ainda histórias de vestígios que ajudavam a contar a história da cidade mas que o tempo – mas não só o tempo – se encarregou de apagar. Peças que, “misteriosamente” desapareceram do local. As escavações realizadas na década de 70 do século passado, patrocinadas pelo Turismo de Leiria, são disso exemplo. Desse trabalho nada foi publicado e os vestígios desapareceram, lamenta. Este especialista admite que deverão existir ainda resquícios da presença romana no local, mas muito provavelmente danificados. Sem escavações previstas no horizonte, Collippo arrisca ficar na literalmente soterrada na história e no solo. E a parte da cidade que já não repousa em São Sebastião do Freixo, diluiu-se na região, tal como a cultura romana.

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Biblioteca disponibiliza mais de 150 obras acessíveis São mais de 150 títulos para surdos, cegos e amblíopes e estão disponíveis na Biblioteca Municipal da Batalha. A ideia passa por facilitar a leitura a pessoas com necessidades especiais e a nova área da biblioteca dispõe de diverso material informático de auxílio àquele tipo de leitores, adquirido no âmbito do projeto “Ler é Ver”, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. As obras em formato acessível estão disponíveis no sítio da biblioteca, no formato de catálogo online. Bastará, nos resultados da pesquisa no acervo da biblioteca, verificar se surge uma de duas indicações: “registo digital” ou “texto em braille”. O empréstimo é totalmente gratuito, sendo as obras em suporte físico enviadas para o domicílio e os ficheiros digitais via internet. O procedimento carece apenas de que o requisitante seja leitor da Biblioteca Municipal, devendo fazer prova documental da sua incapacidade. Em paralelo, a biblioteca conta com um Projecto de Leitura Inclusiva Partilhada, que disponibiliza no mesmo kit, a mesma obra trabalhada em multiformatos, tais como o braille, o altorelevo, áudio-livro, vídeo-livro ou em escrita simplificada. Para aceder às obras disponibilizadas em formato acessível, basta consultar o catálogo online da Biblioteca da Batalha e, nos resultados da pesquisa, verificar se contêm uma de duas menções: “registo digital” ou “texto em braille”. O empréstimo é totalmente gratuito, sendo as obras em suporte físico enviadas para o domicílio e os ficheiros digitais via internet. O procedimento carece apenas de que o requisitante seja leitor da Biblioteca Municipal, devendo fazer prova documental da sua incapacidade. Entretanto, no próximo dia 4 de janeiro, às 21h30, o Auditório Municipal da Batalha acolhe o lançamento do segundo P.L.I.P. Trata-se de “Uma questão de azul escuro”, da autoria de Margarida Fonseca Santos, um trabalho que envolveu docentes e alunos do Agrupamento de Escolas da Batalha, Rede de Bibliotecas Escolares da Batalha, entre outros organismos.

p Imagem da reconstituição virtual de Collippo. Trata-se de um vídeo – efetuado pela ESTG com revisão histórica de Isabel Brás – e que pode ser visto no museu

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