4 minute read

Sem palco

Araxá é riquíssima culturalmente, porém carece de gestores municipais que também priorizem não só a memória como o presente e o que de fato está sendo legado às próximas gerações. A cultura não é estática e nem se compõe de isoladas ações, precisa ser lembrada e construída dia a dia. Para a evolução de um povo não pode haver esquecimento, desconstrução, omissão e desvalorização cultural.

A singularidade do povo araxaense é ameaçada a cada momento em que o patrimônio histórico é destruído diante da falta de uma efetiva política pública para a sua proteção e conservação. Pelo contrário, a prefeitura tem sido omissa à falta de um arquivo público municipal, à irrelevância do Setor de Pesquisa e Publicações da Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB) até a falta de acesso aos palcos pelos artistas que produzem espetáculos abertos sem cobrança de ingre ssos. Aliás, a cultura que circula dentro de um próprio grupo e ambiente torna-se elitista e não promove a necessária interação popular. A impessoalidade também não se impõe na medida em que não há necessária transparência na destinação de recursos via leis de incentivo, pois comissão julgadora sequer informava aos interessados porque determinado projeto foi recusado.

Advertisement

O conceito de cultura é amplo e não pode ser resumido a chamar de educação patrimonial um despretensioso e isolado projeto que atinge um universo muito pequeno da população com conteúdo social pouco impactante. Enquanto por outro lado, a prefeitura dá mau exemplo ao construir banheiros públicos ao lado do teatro municipal, deseducando a população quanto à importância da história dos bens públicos que não podem ser descaracterizados dessa forma ainda mais no

Centro Histórico da cidade. Mesmo que a decisão de atender a população com a construção dos banheiros nesse local tenha sido do prefeito municipal, caberia a todos os seus órgãos técnicos ponderar sobre os impactos negativos dessa decisão. A própria FCCB, a Procuradoria Jurídica, o Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável de Araxá (IPSA), a Secretaria Municipal de Obras, o Conselho Municipal de Política Urbana (Compur) tinham o dever de posicionar-se porque essa construção pode tornar-se símbolo do descaso com o patrimônio público mesmo que não tenha sido a intenção.

O despejo sem aviso prévio da Academia Araxaense de Letras (ALL) de sua sede na Casa do Poeta (Cine Teatro Brasil) concedida pelo ex-prefeito Olavo Drummond há mais de 20 anos no primeiro mês da atual gestão foi como um sinal de alerta. A Ouvidoria Municipal se instalou de forma improvisada no espaço que tinha sido recém-reformado pelos acadêmicos e pouco tempo depois foi transferida para um local bem longe do Centro, no bairro Silvéria, desmontando qualquer argumentação. Dois anos depois, o episódio foi superado pela academia, mas a precária situação do histórico prédio do Clube Brasil continua sem definição. Outra questão é a necessária interação entre cultura e turismo que não se desassociam devendo trabalhar em conjunto, o que tem sido difícil até por razões administrativas porque a fundação é uma autarquia. A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo é uma tendência em municípios turísticos como Araxá, mas onde foi poucas vezes cogitada porque desencadeia uma profunda transformação na condução dessas áreas inclusive em termos administrativos e orçamentários.

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO PARA MELHOR ATENDE-LOS mente, de forma independente e harmônica em relação ao Executivo.

Segunda à sexta das 7h às 20h. Sábado das 7h às 16h. Domingo das 7h às 12h. Feriados das 7h às 18h. Plantão funciona até as 22h da noite qualquer dia da semana.

Veto mantido - A apertada votação do veto total do Poder Executivo ao Projeto de Lei nº 32/2023 de autoria do vereador Luiz Carlos Bittencourt que propunha a indicação pelo vice-prefeito Mauro Chaves dos sete cargos comissionados do seu Gabinete que hoje são de livre nomeação do prefeito Robson Magela como os demais da prefeitura demonstra como o Poder Legislativo está politicamente dividido a um ano e meio do pleito eleitoral. A votação empatou em 7 x 7 e coube ao presidente Bosco Jr. desempatar seguindo o parecer da Assessoria Jurídica da Câmara Municipal pela inconstitucionalidade do projeto de lei. Além de Bosquinho, votaram pelo veto os vereadores Alexandre Irmãos Paula, Jairinho Borges, João Veras, Pastor Moacir, Dirley da Escolinha, Raphael Rios, Wellington da Bit. Já para derrubar o veto votaram Evaldo Ferrocarril, Fernanda Castelha, Leni Nobre, Luiz Carlos, Maristela Dutra, Valtinho da Farmácia e Zidane.

Coincidências - As histórias se assemelham quanto à apuração de irregularidades na administração municipal em 2015 e agora em 2023, ambas vêm à tona cerca de um ano antes da realização de eleições municipais, envolvendo servidores e agentes públicos como o próprio prefeito que tem foro privilegiado e, por isto mesmo, existe o sigilo de Justiça. Outra coincidência é a tentativa de abertu- ra de CPI na Câmara Municipal para investigar o que a Polícia Civil (PC) já fez, porém com foco político visando ao impedimento do chefe do Executivo, o que consequentemente levaria à ascensão do viceprefeito. Ainda bem que a cada pleito Araxá se vacina desse tipo de política que busca derrubar o adversário em detrimento da vontade do povo e que faz muito mal a Araxá.

Santa Casa - A construção de um hospital municipal não elimina a necessidade de readequação do antigo prédio da Santa Casa e o término do seu anexo para abrigar as unidades sanitária e nutricional. Araxá precisa oferecer mais serviços de saúde pela rede pública e não reduzir esse atendimento que já é aquém da demanda. Mais do que já faz com o pagamento de plantões e complementação da baixa remuneração SUS, o município precisa sim enfrentar o desafio de não só manter abertos como viabilizar os dois hospitais que hoje atendem SUS, a Santa Casa e Casa do Caminho.

Venha conhecer nossas opções de almoço! Churrasco e refeição comercial. Ótimo atendimento. Esperamos por vocês!

Polarização - Está claro que essa política de polarização das pré-candidaturas a prefeito muito antes da realização das Eleições Municipais não faz bem a ninguém e pode ser um tiro no pé dos vereadores que buscam a reeleição. Lá se vão três meses do exercício legislativo neste ano e os vereadores devem se perguntar o que de concreto têm feito pela população em termos de legislar para melhorar de fato a cidade e, efetiva-

Necessidade - O vereador Pastor Moacir em requerimento solicitou a normatização e fiscalização do trânsito de veículos pesados como carretas e caminhões de grande porte nas ruas e avenidas de Araxá. Realmente têm ocorrido rompimentos de fiação e outros problemas em decorrência da circulação de veículos de alta tonelagem no Centro e nos bairros, especialmente com as obras na av. Hitalo Ros e Viaduto Domingos Vaz. É preciso sinalizar bem as rotas alternativas para que esses veículos não cheguem às áreas centrais e que sejam multados caso haja descumprimento da rota. O prefeito Robson Magela enquanto vereador conseguiu aprovar uma lei nesse sentido, é momento de avaliar se está sendo cumprida ou precisa ser alterada.

This article is from: