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Instituto Periférico inicia em Araxá projeto de Registro dos Modos de Fazer os Queijos Artesanais de Minas
Equipe do Instituto Periférico inicia o processo de ampliação do reconhecimento dos modos de fazer os queijos artesanais mineiros como patrimônio cultural com a realização de uma série de agendas em Araxá nos últimos dias 17 e 18.
Atualmente, há reconhecimento na esfera estadual pelo Iepha-MG somente do Modo de Fazer o Queijo Artesanal da Região do Serro. Agora Minas Gerais pretende ampliar o registro dos saberes relacionados à produção de queijo artesanal de leite cru feito para todo o Estado. O processo de ampliação começa pela região de Araxá que será a primeira a ter os estudos elaborados. Durante o processo serão feitas pesquisas, registros audiovisuais e outras ações. A comitiva reuniu-se com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo, Juliano César da Silva, a presidente da Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB), Cynthia Rocha Verçosa, além de representantes da CBMM que é uma das patrocinadoras do projeto. Na reunião, foram estreitados importantes laços que vão facilitar o acesso da equipe a docu- mentos históricos, acervo e outras informações sobre os detentores dos saberes locais.
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Cynthia diz que sob a tutela da fundação existe um acervo importante relacionado à história da cidade, incluindo itens de fazendeiros e de produção do queijo ao longo dos anos. O Instituto Periférico também organizou uma audiência pública com produtores e representantes de instituições envolvidas na cadeia produtiva do queijo como a Emater e o Sebrae para troca de informações e escuta, o que é importante para melhor entendimento sobre o setor, processos, distribuição e consumo do queijo na região.
Para a extensionista da Emater-MG em Araxá, Silvia Passos, é importante trabalhar a questão do Queijo Minas Artesanal na região com seu resgate e identificação, valorizando a tradição e a cultura envolvida na sua fabricação. “Historicamente, o queijo artesanal fez parte da construção da sociedade de Araxá, foi e continua sendo muito importante economicamente. Muitas famílias têm o queijo como fonte de renda. Esse resgate vai envolver as novas gerações e trazer novas pessoas para esse cenário, promovendo um desenvolvimento ainda maior do setor”, explica.
A coordenadora do pro- jeto, Luciana Praxedes, diz que conhecer de perto o trabalho de alguns produtores e ouvir os desafios que se encontram no processo produtivo foi de extrema importância para a equipe gestora e as pesquisadoras que desenvolverão os inventários da região de Araxá. “A oportunidade de partilhar expectativas e a compreensão sobre a centralidade do queijo na vida dos produtores e demais profissionais do setor permi- tirão ao projeto realizar ações que de fato correspondam à realidade da cadeia produtiva”, diz.
O gerente de Meio Ambiente e Apoio Tecnológico da CBMM, Thiago Amaral, diz que a empresa trabalha para valorizar as potencialidades locais e o empreendedorismo com esse viés da cultura. “O queijo de Araxá é parte da nossa cultura, da nossa história. Assim como o nióbio está para Araxá, o queijo também está para nossa região. E nada mais interessante que participar desse processo para trazer reconhecimento a esse bem imaterial”, explica.
O registro dos Modos de Fazer os Queijos Artesanais Mineiros como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais é uma realização do Instituto Periférico com o patrocínio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa MG) por meio da Lei de Incentivo à Cultura do governo federal em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) através do Iepha-MG. O projeto também conta com o apoio técnico da Seapa, Emater, IMA e Iphan.