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na sombra de ana cabral
by O Pilão
por inês sofia silva e joana pereira
ANA CABRAL
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2010 - Iniciou atividade Docente na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, onde é atualmente Professora Auxiliar Convidada. Desde 2010 que é também Farmacêutica Comunitária na Farmácia Saúde, na Figueira da Foz, com especialização na área dos Cuidados Farmacêuticos (Revisão da Medicação, Acompanhamento Farmacoterapêutico e Farmacovigilância).
2012 - Professora Adjunta Convidada da Unidade Curricular de Farmacologia da Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.
2017 - Obteve o grau de Doutorada pela Universidade de Coimbra, na especialidade de Farmacologia e Farmacoterapia, com nota máxima, por unanimidade.
2018 - Recebeu o título de Especialista em Farmácia Comunitária pela Ordem dos Farmacêuticos.
2019 - Membro do Conselho Editorial do Boletim do Centro de Informação do Medicamento da Ordem dos Farmacêuticos.
OP: Sempre tencionou seguir uma área relacionada com as ciências da saúde? Em que momento da sua vida tomou essa decisão? AC: Sim. Tive essa consciência cedo, mas a área em particular foi difícil de escolher. Acho que só mesmo no 12º ano é que a hipótese Ciências Farmacêuticas foi colocada em cima da mesa. Mesmo assim, penso que só no 3º ano do curso é que tive a certeza de estar no curso certo.
OP: Visto que é Farmacêutica Comunitária, o que é que a levou a seguir essa área?
AC: As oportunidades que foram surgindo foram-me fazendo trabalhar nessa área, acabei por descobrir a amplitude de intervenções que um farmacêutico comunitário pode ter, a forma subaproveitada como este profissional trabalha, o imenso potencial que tem… quanto mais trabalho em farmácia comunitária, mais noção tenho do percurso que falta percorrer para que esta profissão possa ser desenvolvida em toda a sua plenitude. Contribuir para o crescimento do farmacêutico comunitário, enquanto profissional de saúde, reconhecido pelos doentes e pelos seus pares, é algo que gosto muito de fazer.
OP: Que alterações faria para mudar o atual paradigma da Farmácia Comunitária?
AC: Existem duas grandes componentes que devem ser tidas em conta, por um lado, a desmotivação do farmacêutico comunitário enquanto profissional de saúde, por outro lado, a forma como este profissional é visto pelos seus pares. Se por um lado vejo colegas muito ativos nas redes sociais, a reivindicar o seu papel enquanto profissional de saúde habilitado, por outro, no terreno, ainda são poucos os casos de sucesso no que diz respeito à integração do farmacêutico comunitário em equipas multidisciplinares. Por exemplo, são poucos os casos de contacto direto com médicos de família. É fácil apontar o dedo ao sistema, culpar a falta de acesso aos dados de saúde dos doentes, a falta de reconhecimento por parte das instâncias governamentais, e atenção que eu não estou a dizer que estas não são barreiras reais ao nosso desempenho, mas é fundamental a mudança começar de dentro. Têm de ser os farmacêuticos a mostrar o seu valor através dos atos, e isto tem de começar nas tarefas rotineiras, validar prescrições de forma proativa, confirmar doses, detetar interações, contactar o médico prescritor sempre que haja dúvida, e acima de tudo, tornar este contacto num hábito. Depois obviamente, num nível superior, há muitas mudanças necessárias. Acredito que a componente clínica do farmacêutico comunitário seja hoje em dia uma oportunidade de desenvolvimento, mas como qualquer profissional, não trabalhamos gratuitamente, é importante dar um valor ao nosso trabalho. Não podemos pedir que o farmacêutico comunitário preste serviços clínicos como revisão da terapêutica, acompanhamento farmacoterapêutico, reconciliação da terapêutica, etc e depois não haja um retorno económico dessa prestação. Da mesma forma, não podemos exigir que estes serviços sejam prestados com qualidade se o farmacêutico não tiver acesso aos dados de saúde mais básicos do doente. Em suma, há um reposicionamento da profissão que é importante e necessário ser feito, pese embora as várias barreiras que têm de ser desconstruídas, passo a passo.

OP: Qual foi o momento mais desafiante da sua carreira?
AC: O terminar do meu Doutoramento… tive de fazer muitas escolhas pessoais e profissionais… nunca sabemos se estamos a fazer a coisa certa… mas correu tudo bem!
OP: Enquanto professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC), que ensinamentos ou mais valias tem retirado da sua experiência?
AC: Eu tenho a sorte de ter o melhor de dois mundos, por um lado, na farmácia tenho uma experiência no terreno muito importante, por outro lado, na FFUC tenho a atualização teórica. Tenho a perspetiva da teoria versus realidade, guidelines versus prescrições efetivas, tenho a perspetiva dos doentes, das suas dificuldades… e é exatamente isso que tento passar aos alunos.

OP: Que mensagem gostaria de deixar aos estudantes da nossa faculdade, futuros profissionais de saúde?
AC: Que a aprendizagem não termina quando acabam o curso. Que se quiserem ser bons profissionais de saúde, têm de se manter atualizados, e isto é um processo extremamente proativo – na nossa área é muito fácil confundir formação com informação. A informação que recebemos de determinados laboratórios, de determinadas marcas, é fundamental, mas apenas é verdadeiramente útil se for acompanhada por um espirito crítico e este tem de ir beber a formações com base científica. A ciência desenvolve-se a uma grande velocidade, todos os anos temos medicamentos novos no mercado, dispositivos médicos novos, que mudam a forma de tratar as doenças – é importante conhecer as novas alternativas terapêuticas, de que forma se posicionam no algoritmo de tratamento dos doentes, de que forma o farmacêutico pode atuar para otimizar o tratamento dos doentes e os seus outcomes.
OP: Mudando um pouco a dinâmica desta entrevista, gostaríamos de lhe fazer algumas perguntas de resposta rápida.
Pessoa que tenha marcado o seu percurso?
A Professora Isabel Vitória.
Uma frase que a identifique?
“Só conseguimos mudar as coisas se formos resilientes.”
Hobby? Ler.
Livro ou série/filme que recomenda?
“O Deus das Pequenas Coisas”, de Arundhati Roy.
Cor preferida?
Branco.
Dia ou noite?
Dia.
Nascer do sol ou pôr do sol?
Pôr do sol.
A cadeira que menos gostava no curso?
Física.
Qual o seu ídolo de infância? Não me lembro de nenhum…
Uma cidade?
Londres.
Plano ideal para o fim de semana?
Estar com a família.

Algo que não possa faltar no seu dia a dia?
O beijinho da minha filhota.
Momento mais marcante do percurso académico?
O meu Doutoramento.
Um sonho para o futuro?
A integração do farmacêutico comunitário nos cuidados de saúde primários.
ESPAÇO PEDAGÓGICO
Como se constrói o calendário da Época de Exames ?
A Época de Exames é um dos momentos mais importantes do semestre. As longas horas de estudo, as reduzidas horas de sono, as conquistas e as desilusões são algumas das características de uma árdua Época de Exames. Mas como é que se constrói o Calendário de Exames?
1Após a Universidade de Coimbra (UC) anunciar o calendário letivo, é a vez da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) realizar uma adaptação do mesmo face à sua realidade, respeitando sempre o calendário disponibilizado pela a UC.
Após aprovação em Conselho Pedagógico da 2 FFUC, o pelouro da Pedagogia do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) entra em contacto com as diferentes Comissões de Curso do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (MICF), Licenciatura em Ciências Bioanalíticas (LCB) e Licenciatura em Farmácia Biomédica (LFB) para solicitar uma proposta de calendário de exames do respetivo ano e curso. Esta proximidade entre o pelouro da Pedagogia do NEF/AAC e as Comissões de Curso permite que a proposta de calendário de exames esteja de acordo com as necessidades dos estudantes.

Compiladas as onze propostas de Calendário de 3 Exames das Comissões de Curso (5 do MICF, 3 da LCB e 3 da LFB), o pelouro da Pedagogia analisa detalhadamente e inicia a construção global do Calendário. O método de avaliação de cada Unidade Curricular, o facto da avaliação ser antecipada, entre outros, são fatores tidos em conta durante a elaboração do Calendário de Exames. Finalizada a proposta global, é agendada uma reunião com os alunos do Conselho Pedagógico da FFUC, de modo a debater eventuais alterações e a recolher diferentes pontos de vista. Aprovada a proposta global do Calendário de 4 Exames, é momento de averiguar a disponibilidade dos docentes responsáveis pelas Unidades Curriculares para a data e hora marcada para a realização do Exame Final na Época Normal e na Época de Recurso. Esta é uma das etapas mais morosas de todo o processo, uma vez que na impossibilidade de um docente comparecer no dia/hora proposta devido a compromissos previamente agendados, induz obrigatoriamente à alteração da data ou horário de um Exame de outra Unidade Curricular. A alteração de datas pode gerar uma nova incompatibilidade de horários.
Confirmadas, individualmente, todas as suges5 tões é agendada uma nova reunião de Conselho Pedagógico, onde estão presentes docentes e alunos integrantes do mesmo, bem como o pelouro da Pedagogia. A reunião é dirigida pelo Diretor da FFUC. É realizada uma votação para aprovação do Calendário, sendo que o pelouro da Pedagogia do NEF/AAC não tem direito de voto, uma vez que está presente em reuniões de Conselho Pedagógico como convidado.
Admitido o Calendário de Exames, este é dispo6 nibilizado no website da FFUC.
É importante referir que o principal objetivo tanto do pelouro da Pedagogia do NEF/AAC como do Conselho Pedagógico da FFUC é estabelecer o melhor Calendário de Exames possível, de modo a proporcionar o maior sucesso académico aos Estudantes.
