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Em Dia

Teresina, Segunda, 1º de Outubro de 2012

No futuro

Crianças obesas têm mais chances de ter enfarte

Estudo mostra que elas têm um risco de 30% a 40% maior de, no futuro, sofrerem enfarte Katylenin França Especial para o Em Dia Biá Boakari Editora Os apelos de propagandas de TV e banners espalhados pela cidade são atraentes e deslumbrantes para criançada, mas preocupam pais e mães que sempre acabam cedendo aos apelos dos filhos. Um estudo feito pela Universidade de Oxford, publicado esta semana, mostra que crianças obesas têm um risco de 30% a 40% maior de, no futuro, sofrerem enfarte ou outras doenças isquêmicas cardíacas, em comparação a crianças com índice de massa corpórea (IMC) normal. Segundo o estudo, as crianças obesas e com sobrepeso apresentam maior pressão arterial e maior concentração de colesterol e triglicérides no sangue, sendo esses alguns dos fatores que contribuem para elevar os riscos cardiovasculares dessas crianças em relação a outras, com peso dentro dos padrões. A pesquisa teve como

Alimentação pobre em nutrientes é fator para obesidade base 63 estudos anteriores que analisaram mais de 49 mil crianças e adolescentes saudáveis de 5 a 15 anos de idade, moradores de países desenvolvidos. Os resultados foram publicados nesta semana na revista científica British Medical Journal. Vale destacar que ainda que os riscos cardiovasculares passem a ser mais significativos quando a criança passa à fase adulta, a obesidade infantil também representa risco imediato, pois, é crescente o número de crianças e adolescentes que desenvolvem a diabetes tipo 2 e têm níveis elevados de ácido úrico. Segundo o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatísticas (Ibge), no Brasil, uma em cada três crianças com idade entre 5 e 9 anos está acima do peso. Essa maior incidência de crianças com obesidade durante os últimos anos tem impacto direto nos consultórios dos cardiologistas, que observam jovens com doenças cardiovasculares cada dia mais cedo. “Existem fatores de risco para o aparecimento de doenças coronárias como hipertensão arterial, elevadas taxas de colesterol, vida sedentária e tabagismo. Esses são fatores que, com o passar dos anos, provocam o depósito de gor-

duras nas artérias e podem levar a problemas de saúde. Se a criança apresenta esses fatores precocemente, consequentemente, ela também terá grandes chances de ter doenças cardíacas mais cedo”, explicou o cardiologista Edmirton Soares de Macedo. Entre os grandes vilões dessa realidade, segundo os médicos, estão o sedentarismo, a ingestão de comida em excesso e os maus hábitos alimentares, adquiridos principalmente na escola. “É na escola onde as crianças aprendem a ter maus hábitos alimentares. Durante os intervalos da aulas, elas têm à disposição todas aqueles alimentos industrializados como batatinhas, salgadinhos, com alto teor de gordura, além daquelas bombas e pastéis. Acredito que lanchonetes que existem dentro das escolas deveriam ser proibidas de vender esse tipo de alimento, assim evitaríamos esses maus hábitos alimentares, que levam a problemas de saúde durante o crescimento da criança”, opinou Edmirton Macedo.

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