"As Boltas do Bira"

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“As boltas do bira… são boas de dar(e), se tu as nun sabes… eu bou’tensinar(e)!”

“Entre Biras, Malhões e Chulas rearranjados, propomos uma viagem pela tradição dos ritmos bem portugueses que povoam o imaginário do nosso povo e que importa, quanto a nós, promover, transmitir e viver – dançando e cantando aquilo de que somos feitos.”

Neste trabalho propomos uma viagem pelas sonoridades do Noroeste Peninsular, tentando trazer para a actualidade músicas quase esquecidas – grande parte delas recolhas renovadas do ilustre Dr. Gonçalo Sampaio (precursor e visionário que, há quase 100 anos atrás, compilou uma série de músicas do povo no seu Cancioneiro Minhoto), outras que ainda podemos ouvir nos grupos etnográficos da região e ainda alguns originais feitos com o sentir e identidade que nos fluem no sangue… acima de tudo tentámos dar à música tradicional, neste álbum, e se nos permitirem sempre mais, uma nova frescura, com novos arranjos, novas sonoridades e harmonias, respeitando sempre os ritmos que a distinguem de qualquer outra Música do Mundo e a essência das suas sonoridades e melodias. A música existe ao lado da Dança e juntas fazem sentido – que assim continue e que não se perca toda essa riqueza popular.

“Since 1978 through rearranged “Biras”, Malhões and Chulas (Portuguese Folk Music), we suggest that you travel with us through our ancestral Portuguese rhythms… dancing and singing with us, those feelings of which we are made of.”

Para que este trabalho fosse verdadeiramente uma festa, uma celebração da música tradicional e folk, uma partilha de influencias, virtuosismos e sentido de abnegação de quem a faz, convidámos uma série de amigos da cena folk nacional que por carolice acederam ao convite de nele participar – para eles o nosso grande Bem-Haja e para todos aqueles que insistem em militar pela nossa cultura, sem ir pelo caminho fácil e para quem escuta e apoia a música nacional de qualidade, em particular a música das nossas raízes, o nosso Muitíssimo Obrigado!

Origem Tradicional

2014, Daniel Pereira (Origem Tradicional)


1. Bragada (intrumental inicial) com Júlio Pereira Música: Daniel Pereira | Arranjos: Júlio Pereira Este instrumental, tal como o final, pretende mostrar a riqueza da nossa tradição e as pontes de mais de mil anos de História. Em particular a riqueza dos nossos instrumentos tradicionais minhotos (o cavaquinho, a braguesa e o adoptado bandolim) e a excelente, rica e farta criação musical que pode haver em torno deles. Os nossos sons, as nossas sonoridades que nos transportam do passado até aos dias de hoje e vice‑versa, com as portas bem abertas ao futuro… porque eles mostram bem o tanto que têm para dar e o tanto que importa que os conservemos como património cultural português, como a música e as sonoridades que nos fluem no corpo e no sangue e como identidade que urge preservar, para que não esqueçamos quem somos e o que somos, para dessa forma sabermos onde queremos ir e chegar. É também esta a nossa Militância no Origem Tradicional…

2. Bira Recolha de Gonçalo Sampaio – Vila Verde e Braga Letra: Tradicional | Música: Tradicional/Daniel Pereira Ré

As boltas do bira, Lá

Sim

São boas de dar(e); Ré

Se tu as nun sabes, Lá

Ai bira que bira Daqui p’r’àcolá; Quen bocê prècura Hoje nun está cá.

Sim

Eu bou´t’ensinar(e) Ré

Ai bira que bira

Ai bira que bira Quen bira sou eu; Teu pai é meu sogro, Teu amor sou eu.

E torna a birar(e) Que as boltas do bira Lá#dim

Sim

São boas de dar(e)

Ai bira que bira Truz, truz, no terreiro; Quen dançar comigo Tenha o pé ligeiro.

Ai bira que bira Bira lá se queres; O mundo é largo, Nun falto mulheres.


3. Nana para “Ingalhar” Meninas Recolha dos Vai de Roda, in “Polas Ondas”, Alba, 1996 Letra: Tradicional | Música: Tradicional/Vai de Roda/Daniel Pereira Lá#6 Lám Solm Rém/Ré9 Rém Ré9 Rém

Solm

O meu amor quer dormir Lá#6

O soninho não quer vir Eu bem no quero embalar

Esta noite à meia-noite Ouvi um lindo cantar

Rua abaixo rua acima Toda a gente me quer bem Só a mãe do meu amor Não sei que raiva me tem

Lararararara Larararara Larararara Julguei que era o meu amor Era a sereia do mar

Rém Lá

O meu amor quer dormir Dó#dim

Rém

Eu bem no quero embalar

Lám

Solm

Rém

4. Berde Loureiro com Júlio Pereira (Bandolim e Samplers) e Firmino Neiva (Baixo Eléctrico de 5 cordas) Recolha de Gonçalo Sampaio – Serzedelo, Póvoa de Lanhoso Letra: Tradicional | Música: Tradicional/Daniel Pereira/Júlio Pereira Lá Mi7sus Mim Lá

Mi

Loureiro, berde loureiro, Mi7

Loureiro d’ò pé da ‘strada;

Do loureiro ũa pernada.

Loureiro, berde loureiro, Baga negra é o teu fruito: Fostes meu amor primeiro, Deixar-te custa-me muito.

Loureiro, por mais que cresças, Ò céu nun hás-de chegar: Por muitos amores que eu tenha, Nunca te posso deixar.

Loureiro, berde loureiro, Que dá sombra no caminho; Cantos passo por pé dêle Todos colhe un raminho.

Loureiro, berde loureiro, Loureiro de berde rama; Umas gozo seus amores, Outras pago cun a fama.

Nun te encostes ò loureiro, É berde, pode quebrar; Encosta-t’ò meu peitinho, Que te pode segurar.

Mi

Todos quere e todos colhe Ré


5. Malhão Belho com Luís Fernandes (Voz, Acordeão e Flauta Transversal) Tema muito popular entre os Ranchos Folclóricos do Minho Letra: Tradicional | Música: Tradicional/Daniel Pereira Ré

Já fui meio marinheiro Lá

Já fui mar, já fui marinho Sol

Já fui meio marinheiro Sol

Já fui meio marinheiro Já fui mar já fui marinho Já fui meio marinheiro

Já fui meio marinheiro Já tibe amores de graça Agora nem por dinheiro

Já fui meio marinheiro Sim

Já tibe amores de graça Sol

Agora nem por dinheiro Ré Lá Sol Ré Sim Lá Sol Ré Lá

6. Berde Gaio (Rapaz do Casaquito) Recolha de Gonçalo Sampaio – Minho, dança em cadeia Letra: Tradicional | Música: Tradicional | Arranjos: Terra a Terra

Debaixo de uma latada Tirei os três a uma belha Debaixo de uma latada

Hei-de cantar, hei-de rir(e),

Debaixo de uma latada Até os cachos se riam Dos gritos qu’a belha daba

Hei-de ser muito alegre Hei-de mandar a tristeza Par’ o demo que a lebe

Lám Sol

Mim Dó

Lám

Não sei como aquilo foi Um dia fui a uma feira Não sei como aquilo foi

Berde-gaio, berde-gaio

Não sei como aquilo foi Comprei uma baca leiteira Chegou a casa era um boi

Agor’é que bai a meio

Mim

O meu amor quer que eu tenha Juízo, capacidade. Tenha ele que é mais belho Eu sou de menor idade Sei um saco de cantigas E mais uma saquetinha Quando eu as quero cantar(e) Desato-lhe a baracinha

Berde-guito Sol Sol

Dó Dó

O rapaz do casaquito

Pensas que saber cantigas É comer leite com bolo É tirá-las da cabeça É discorrer do miolo


7. Este pandeiro… com Paulo Preto (Voz e Sanfona) e Sara Vidal (Voz e Pandeireta Galega) Recolha de Gonçalo Sampaio – Vieira, Salamonde Juntando e celebrando a cultura transversal das 3 principais regiões do Noroeste Peninsular (a Minhota, a Trasmontana e a Galega) Letra: Tradicional | Música: Tradicional/Daniel Pereira

Êste pandeiro qu’eu toco, Êste que tenho na mão, Fui pedi-lo emprestado P’ra trazer ao São João.

Este pandero que toco Eche de carneiro branco Toca pandeirinho toca Que manhã é dia santo

No altar de S. João Nasce rozas amarelas; S. João subiu ò céu A pedir pelas donzelas.

P’ra trazer ao São João, P’ra trazer à romaria; Êste pandeiro qu’eu toco Nun é meu, é da Maria.

Se S. Juan bin sabira Cando era o seu dia, Baixara do céu à tirra Cun prazer e alegria

Este pandeiro qu’eu toco, Este que tenho na mão, Fui pedi-lo emprestado P’ra trazer ao S. João.

Este pandero que toco É de pelica de obelha Inda comeu onte à noute Oje toca que rabeia

Agora no S. Juan É o tomar dos amores; ‘stão los linos por als campos, Toda la tirra tem flores.

Ré Lá Ré Lá Dó Lá# Lá Ré


8. Sinos da Sé de Braga com Arménio Santa (Concertina) e Ricardo Coelho (Gaita-de-foles) Tema muito popular entre os Ranchos Folclóricos do Minho Letra: Tradicional | Música: Tradicional/Daniel Pereira (Dó)

Dó Sol Rém Dó (x3)

Sol Dó Rém Sol Dó

Dó Sol Rém Lám

Sol Dó Rém Sol Lám Dó

Sol

Ai os Sinos da Sé de Braga Rém

Sol

Ai eu passei à tua porta Ai pedi-te água não ma deste Ai quando passares à minha Ai farei o que tu fizeste

Ai tocam todos à Paixão Ai os Sinos da Sé de Braga Ai tocam todos à Paixão Ai o pequeno toca o Bira Ai o grande toca o Malhão Ai o grande toca o Malhão Ai ó ai ó larilolela

Ai à minha porta tem lama Ai à tua tem um lameiro Ai quando falares de mim Ai olha para ti primeiro Ai o meu amor é de Braga Ai de Braga eu sou também Ai as coisas que são de Braga Ai na minha mão se dão bem


9. Eu que nunca vi o mar… com Nuno Flores (Bouzouki Português e Sanfona), Bruno Cardoso (Bohdran) e Azeituna (Coros) Letra e Música: Daniel Pereira Ré9

Dó9

Meu Deus que nunca saí Fá

Sol

Ré9

Dó9

Menina das sete saias Ré9

Daqui destas Serranias Sabes bem o que sofri Nestas noites tão sombrias

Tu que danças sem parar Lá#

Conta-me tudo o que saibas Dó

À noite quando me deito Se a Lua no céu não está Sinto uma dor cá no peito Com o medo que me dá

Tenho um lenço bordado Não sei para quem será Onde estará meu amado? Só Deus é que saberá

Lá#

(eu que nunca vi o Mar!) Conta-me os teus mistérios De lendas e feiticeiras De tantos outros impérios Ao redor destas fogueiras

Os mitos que cá se conta Serão verdade ou não? Mas para mim o que conta É que nunca falte o Pão! O fio faz-se do linho A faca é na bigorna Na vinha se faz o vinho Que mais alegres nos torna Rém Fá Sol

10. Encadeia

com Firmino Neiva (Baixo Acústico) e Gonçalo Cruz (Gaita-de-foles em Ré e Low Wistle em Ré) Letra e Música: Tradicional (Região de Lafões, Beiras) | Arranjos: Daniel Pereira Ré Ré

Encadeia bem encadeado Sol

Não me aperta a mão Ré

Eu passei numa terra estranha Pedi esmola ninguém ma deu Ai eu hei-de deixar escrito “Ai à fome ninguém morreu”

Que me estala o braço Sim

Encadeia, dá-me um beijinho Sol

Encadeia, dá-me um abraço

Ao entrar nesta roda viva Olhei para o lado e o que foi que vi Vi uns olhos que não largavam Os meus olhos… e eu sorri

Nesta roda não quero perder A primeira mão que me apertou Dei a volta cheguei ao fim Encontrou-me não me largou


11. Romance de Santa Helena com Maria João Barreto (Narradora e Piano), Miguel Marinho (Violino) e Sara Mota (Pastorinhos com Ana Pereira) Recolha da Rusga de S. Vicente Letra: Tradicional | Música: Tradicional/Daniel Pereira | Arranjos Vocais: Daniel Pereira Sol Ré Mim Ré

<Helena> Sol

Ré/Fá#

Estando eu cosendo, Mim

Mim/Ré

Dó7M

Sol

Estando eu cosendo na minha almofada, Minha agulha d’oiro, meu dedal de prata, Passou um passageiro, me pediu pousada. Meu pai era velho, não me disse nada. Se lho eu dissesse, ele não me levava. Lá por essa noite, ele me levou, No meio da serra, ele desapeou. <Passageiro/Traidor> — Lá na tua terra, como te le chamam? <Helena> — Eu na minha terra, Helena prendada, Agora na sua, triste, malfadada. <Narradora> Puxou de uma espada, e ali a matou, Coberta de ramos ali a deixou. Daí por sete anos, por ali passou… <Passageiro/Traidor> — Pastorinhos novos, qu’olhais pelo gado, Que santinha é ‘quela, que está naquele adro? <Pastorinhos> — É Santa Helena, qu’o traidor matou, Coberta de ramos, ali a deixou!

<Passageiro/Traidor> — Ó Santa Helena, meu amor primeiro, Se me perdoares, farei-te um romeiro. <Helena> — Eu não te perdoo, ladrão carniceiro, Que do meu pescoço, fizeste talheiro, Tu mo degolaste com’o dum carneiro, Agora no outro mundo, negro candeeiro.


12. Beijai O Menino com Cristina Castro (Voz e Acordeão), Ricardo Coelho e Bruno Cardoso (Bohdran) Letra e Música: Tradicional (Trás-os-Montes) | Arranjos Vocais: Daniel Pereira BandoCeltada (Instrumental final) – Música: Daniel Pereira | Arranjos: Nuno Flores Ré

Beijai O Menino Beijai-O agora Dó

Beijai O Menino Sol

Beijai O Menino Beijai-O no pé Beijai O Menino De São José

Em palhas deitado Em palhas esquecido Filho de uma rosa De um cravo nascido

Beijai O Menino Beijai-O na mão Beijai O Menino De São João

Os filhos dos homens Em bons cobertores E Vós, meu Menino Gemendo com dores

Os filhos dos homens Em berços dourados E Vós, meu Menino Em palhas deitado

Os filhos dos homens Em bons travesseiros E Vós, meu Menino Preso a um madeiro

De Nossa Senhora Ré

Beijai O Menino Dó

Beijai-O agora Sol

Beijai O Menino Lá#

De Nossa Senhora


13. Passeio ao Minho com Azeituna Tema Gravado no 1.º trabalho discográfico do Origem (“Hei-de Subir ao Paço”, 1985) Letra: Óscar Martins Caro | Música: Carlos dos Santos | Arranjos Vocais: Daniel Pereira Fá Dó Fá Dó

Quem vem ao Minho não se esquece com certeza Dó

Deste cantinho mais belo da Natureza Lá

Rém

Vai ao Sameiro também à Santa Luzia És forasteiro? – Vai quando houver Romaria Tens broa e vinho como há muito tu não vês Porque no Minho é tudo bem Português

Ternura e luz há nesta bela paisagem Lá

Rém

Que o Bom Jesus construiu à sua imagem Passando o Lima deves subir ao Gerês P’ra veres de cima este Jardim Português E de abalada vê, p’ra não esqueceres o Minho, Dó Fá

Uma desfolhada regada com Verde Vinho Dó

Anda ver o Minho e as suas moçoilas

Que trazem nas faces a cor das papoilas Dó

Anda ver o Minho terra sem igual

Porque o Minho é Jardim de Portugal Vem ver o Minho que não esqueces com certeza Este cantinho mais belo da Natureza Da Penha vês a “loucura divinal” Onde se fez o Berço de Portugal

14. Mourisca (instrumental final) Música: Daniel Pereira


Origem Tradicional (por ordem alfabética)

Casimiro Pereira Guitarra acústica, Voz (em Encadeia, Passeio ao Minho e Sinos da Sé de Braga) e Coros

Ana Pereira

Carlos Cruz

Flauta de Bisel e Coros

Cavaquinho e Coros

Pertence ao Origem Tradicional desde 1997, assumindo também como sua, a paixão do irmão (Daniel) e do pai (Casimiro) que a levaram com eles para as andanças da música. Participou na gravação de “Um Sol Maior” em 2007.

É um dos elementos mais antigos do grupo tendo entrado para o Origem no início dos anos 90. Aprendeu cavaquinho, bandolim e guitarra com o seu pai – com quem fez parte nos anos 80 do “Grupo de Cavaquinhos” de Este S. Pedro (Braga).

Como disse Júlio Isidro, à conversa com ele num programa da RTP, podemos considerá-lo um dos grandes dinossauros da música tradicional… Dedicou toda a sua vida ao associativismo, à música e ao teatro. Desde muito novo começou a tocar guitarra em vários projectos em Braga. Em 1977 muda-se do centro da cidade para Este S. Mamede, onde funda o Grupo Cultural – liderando as secções de teatro, como encenador e a de música, o Origem Tradicional, como ensaiador. Pelo seu altruísmo, muitos aprenderam a tocar instrumentos tradicionais, aprendendo também a dar valor à nossa, tão rica e infelizmente tantas vezes tão esquecida, cultura tradicional. É o único fundador que ainda faz parte do grupo. Militante convicto da música de raiz tradicional, é também fadista e poeta.


Daniel Pereira Bandolim, Braguesa, Cavaquinho, Guitarra folk, Flautas, Gaita-de-foles, Adufes, Voz em Bira, Nana para “Ingalhar” Meninas, Encadeia, Berde Loureiro, Beijai O Menino, Romance de Santa Helena e Malhão Belho Multi-instrumentista, compositor e produtor, começou a tocar cavaquinho com 8 anos. Entrou para o Origem em 1988, com 9 anos de idade, onde teve contacto e aprendeu a tocar uma série de instrumentos. Faz parte da Azeituna

Eduardo Castro

Francisco Serafim

Baixo acústico, Contra-baixo e Coros

Percussões

Entrou para o Origem Tradicional em 2003. O seu percurso musical começou na Azeituna – Universidade do Minho, onde aprendeu vários instrumentos, chegando a desempenhar a função de ensaiador e responsável artístico.

Entrou para o Origem Tradicional em 2006. O seu percurso musical começou com o estudo de percussão e bateria na sua cidade natal (Évora), é também membro e percussionista da Azeituna – Universidade do Minho.

– Universidade do Minho (onde foi ensaiador e onde desenvolveu trabalho de composição e orquestração), Neurórios Abariados (banda pop rock de Braga) e Arrefole (grupo folk do Porto), tendo passado por vários projectos, a saber: Bia Luli, Suspeitos do Costume, com Luís Muxima e, mais recentemente, Dança dos Homens. Em todos eles esteve ligado à produção e direcção musical de vários trabalhos discográficos. O projecto a solo como Daniel Pereira “Cristo” vai acontecendo sempre com a militância nele usual. A palavra também faz parte das suas paixões destacando-se a passagem breve pelo Teatro Universitário do Minho e as colaborações com o Sindicato de Poesia de Braga.


Paulo Peixoto

Pedro Guimarães

Raquel Ferreira

Percussões

Bandolim, Braguesa, Guitarra folk e Coros

Voz em Encadeia, Beijai O Menino, Este Pandeiro, Berde Gaio, Eu que nunca vi o Mar e Romance de Santa Helena

É o benjamim do grupo, pois entrou em 2011 para o Origem Tradicional, antes do início das gravações deste álbum, mas não é nenhum iniciante na música… em 1982 formou o grupo “Anima”, juntamente com Firmino Neiva, Manuel Beleza, Zé Menezes e Casimiro Talaia. Em 1986, a convite de Pedro Abrunhosa, foi percussionista da Orquestra de Jazz do Porto. Estudou e tocou com Rui Júnior, na Escola de Jazz do Porto e integrou diversas formações, com Edgar Caramelo e Mário Laginha entre outros. Em 1996, com Manuel Beleza e Manuel Marques, formou o trio “Sonoridades”, participando em diversos Festivais de Jazz. Do seu percurso fazem parte ainda as participações no grupo “Som Ibérico” e “Dança dos Homens”, entre outros.

Entrou para o Origem Tradicional em 2008. O seu percurso musical começou com a entrada para a Azeituna – Universidade do Minho, onde desempenhou a função de ensaiador e esteve ligado à produção dos últimos trabalhos discográficos editados. Colaborou por duas vezes como músico com a associação cultural bracarense Sindicato de Poesia.

Teve formação em piano, sendo há vários anos a responsável e ensaiadora de um dos grupos corais da freguesia onde reside (Midões, Barcelos). Entrou para o Origem Tradicional em 2004 e é também a vocalista dos portuenses “Arrefole”. O seu dom para o canto não deixa ninguém indiferente e é, quanto a nós, uma das vozes mais belas da música tradicional portuguesa.


Ilustres Convidados (por ordem alfabética)

Arménio Santa

Azeituna

Apaixonado pela música tradicional e pelo rock progressivo, grande concertinista, tocou um pouco por todo o lado: grupos de baile, Grupos Folclóricos, “De Café”, “Celtas Iberos” e com Nuno Flores (ex-Corvos). Integra os grupos “Ginga”, “Banda Futrica” e “Fazenda”.

Anacleto (Eduardo Castro), CC (Carlos Afonso), Chuck (Vitor Silva), Cristo (Daniel Pereira), Galhão (Pedro Pereira), Grunho (Bruno Pereira) – cavaquinho em Passeio ao Minho, Melão (Norberto Sousa), Mula (André Carvalho), Obo (Sérgio Costa), Pika (Pedro Guimarães), Poiol (Emanuel Gouveia) – contrabaixo em Passeio ao Minho, Quim Fim (Hugo Marques) – guitarra em Passeio ao Minho, Soneca (João Lopes) e Tretas (Tiago Sá). A Azeituna é uma das tunas com mais notoriedade no país. Tendo sido fundada em 1992, tem dedicado muito do seu esforço também com a divulgação da música e da cultura tradicionais pelo mundo fora, sempre com o seu espírito irreverente, aventureiro e insatisfeito e com a qualidade musical que todos lhe reconhecem. Organiza anualmente no Theatro Circo o festival CELTA.


Bruno Cardoso

Cristina Castro

Firmino Neiva

Estudou Percussão na Escola de Jazz do Porto. Colaborou com vários projectos de variadas áreas tais como “Ornatos Violeta”, “FolkOff”, “Jig´Olos”, “Trovas ao Vento” e “Arrefole”. Desde 1995 é membro apaixonado dos “Comvinha Tradicional”.

É vocalista do grupo “Pé na Terra”, onde toca acordeão e percussões. Desde 2002 passou por vários grupos de música tradicional portuguesa (“Arrefole” e “Lúmen” entre outros), com uma paixão e uma alegria em palco muito suas.

Com mais de 50 anos a tocar pelo mundo fora, do Jazz à Música Tradicional, passou por bandas como “Turma 6”, “Pentágono”, “Tarwathy”, “Laser og Pjalter”, “Alias”, “Anima”, “Raízes” e “Som Ibérico” e tocou com artistas como “Paulo de Carvalho”, “Fernando Girão”, “Maria Anadon”, “Carlos Mendes”, “Lara Li”, “Fernando Tordo” e “João Loio”. Respira música em tudo o que faz e para ele o nosso grande abraço e homenagem.

Gonçalo Cruz Construtor, professor e tocador exímio de Gaita-de-foles, fundou a associação “PortoCéltico“, com vista à promoção do estudo e desenvolvimento das tradições musicais Portuguesas. É um dos membros integrantes e fundador da banda “Arrefole”.


Júlio Pereira

Luís Fernandes

Maria João Barreto

Multi-instrumentista virtuoso, compositor apaixonado e produtor exímio, reconhecido por todos como um dos nomes grandes da música. Fez parte do movimento rock dos anos 70 e do movimento da renovação da música portuguesa que se seguiu ao 25 de Abril. Acompanhou Zeca Afonso vários anos como produtor e instrumentista e inspirou toda uma geração com a recuperação de instrumentos seculares como o cavaquinho, a braguesa e o bandolim, dando-lhes nova vida e fazendo com eles música de excelência. Acedeu com amizade ao nosso convite e ainda fez questão de nos ajudar com a pós-produção deste CD. A ele a nossa devida homenagem, merecido reconhecimento e obrigado Mestre!

Professor de música e músico de grande virtuosismo e estilo singular, é a Voz, músico e mentor dos “Toques do Caramulo”. É também programador e gestor cultural na “d’Orfeu Associação Cultural”, onde tem feito um trabalho de militância brilhante no panorama cultural português.

Professora de música, com formação em piano e canto. Tem uma sensibilidade musical muito especial, não se deixando ficar apenas pela sua área de formação clássica, acedeu de imediato ao nosso desafio, emprestando a sua bela voz doce e o seu piano ao nosso Romance de St.ª Helena.

Miguel Marinho Violinista virtuoso, é formado em violino clássico/erudito, tendo em 2008 conhecido e “desviado” o seu percurso musical para a música tradicional e folk. Fundou o grupo “Deu La Deu” e integrou as bandas “Bailebúrdia”, “Uxte” e “Bailenda”.


Nuno Flores

Paulo Preto

Ricardo Coelho

O seu percurso musical leva-o do “heavy metal virtuoso de garagem”, até à música celta e à música tradicional e folk com os “Arrefole”, tendo passado pela “Tuna Universitária do Porto”. Adepto dos cordofones portugueses, tem-se dedicado ao Bouzouki e à Sanfona.

Professor de Música, é a Voz irreverente, Gaiteiro e Tocador de Sanfona dos incontornáveis e já míticos “Galandum Galundaina”. Apesar da distância que nos separa, fisicamente, das Terras de Miranda ao nosso Minho, acedeu de imediato ao convite de partilhar o tanto que nos aproxima. Grande Paulo que essa força e boa disposição continuem sempre!

Foi gaiteiro e flautista nos grupos “Arrefole”, “Bailebúrdia” e “Lúmen”. Actualmente, é músico dos “Pé na Terra”, “Karrossel”, “Míscaros” e “Trovas d’Amigo”. É dos gaiteiros mais conhecidos do país, onde se dedica a dar aulas de Gaita-de-foles, tendo fundado o projecto “Gaiteirus.com”, que tem como propósito a divulgação da Gaita‑de-Foles em Portugal.

Sara Vidal A paixão pelo fado Fado e pela Música Tradicional aparece muito cedo na sua vida, tendo passado por grupos académicos, foi vocalista do mítico grupo galego “Luar na Lubre”. Tem colaborado com diversos grupos de música portuguesa: “Origem Tradicional”, “Toques do Caramulo” e “Quadrilha”, entre outros. Dá formação de canto tradicional e pandeireta galega e integra, actualmente, a d’Orfeu e o seu projecto de música de intervenção “Contracorrente”.


A comemorar 36 anos de militância ininterrupta pela música tradicional, o Origem Tradicional é dos grupos mais antigos da cena tradicional, folk e popular portuguesa! Tem percorrido Portugal de lés a lés, entre teatros, festivais e romarias, e, internacionalmente, em certames culturais folk e junto de comunidades emigrantes lusas, onde transmitem nos seus concertos a alegria de todo um povo e o seu património secular que, segundo eles, importa preservar. Conta com cinco trabalhos discográficos: os LP “Hei-de Subir ao Paço” (edição de autor, 1985), “Origem” (edição de autor, 1993), “Um sol maior” (Açor, 2007), o EP “Ai bira que bira…” (Açor, 2011) e o EP de Natal “Linda Noite” (edição online, 2013), sendo o presente trabalho o seu quarto álbum LP, o sexto no total. Sem desvirtuar o seu passado e as suas sonoridades, querem que o novo álbum marque um ponto de viragem, tornando o seu som mais contemporâneo, voltado para um futuro que está aí, onde querem ter um papel importante na mostra da riqueza das nossas tradições às novas gerações e aos povos de todo o mundo… Inserido no Grupo Cultural de S. Mamede de Este (Braga), fundado a 14 de Fevereiro de 1978, o Origem Tradicional assume a sua paixão pela música tradicional, dedicando-se ao estudo e à divulgação do nosso património etnomusicológico, entre viras, malhões, chulas e demais ritmos do folclore português. O Origem Tradicional tem sido presença assídua em Teatros, desde o Theatro Circo e o Teatro Vita, em Braga, ao Teatro da SOIR em Évora, em Romarias um pouco por todo o Norte do País e grandes Festivais de Música Folk e Tradicional como o mítico Andanças da Pé de Xumbo – S. Pedro do Sul e Castelo de Vide, o Arredas Folk – Barcelos, o Castro Galaico – Braga, o MascarArte – Bragança, A Festa do Caldo de Quintandona – Penafiel, o Festival de Música Tradicional de Braga, Die Lange Nacht der Music – Munique, entre outros…

Gravado no Estúdio Toste Direcção Musical e produção artística: Daniel Pereira Gravação: Emiliano Toste Pré-Mistura: Emiliano Toste Pós-Produção, Sintetizadores e Samplers: Júlio Pereira Mistura: Júlio Pereira e Daniel Pereira Mistura Final e Masterização: Quico Serrano

Produção Executiva: Daniel Pereira e Pedro Guimarães Fotos: Léa Prisca Lopez, Rui Martins, Hugo Lima, André Brandão, entre outros Design: Jorge Portugal (esquemas de dança do livro “Danças Regionais do Minho”, de Joaquim Cândido da Mota Leite) Açor 2014


1. Bragada (instrumental inicial)

6. Berde Gaio (Rapaz do Casaquito)

10. Encadeia

com Júlio Pereira Música: Daniel Pereira

Letra: Tradicional | Música: Tradicional/ Terra a Terra

com Firmino Neiva e Gonçalo Cruz (Arrefole) Letra e Música: Tradicional

2. Bira

7. Este pandeiro…

Letra: Tradicional | Música: Tradicional/ Daniel Pereira

3. Nana para “Ingalhar” Meninas

com Paulo Preto (Galandum Galundaina) e Sara Vidal Letra: Tradicional | Música: Tradicional/ Daniel Pereira

Letra: Tradicional | Música: Tradicional/ Vai de Roda/Daniel Pereira

8. Sinos da Sé de Braga

4. Berde Loureiro com Júlio Pereira e Firmino Neiva Letra: Tradicional | Música: Tradicional/ Daniel Pereira/Júlio Pereira

5. Malhão Belho com Luís Fernandes (Toques do Caramulo/d’Orfeu) Letra: Tradicional | Música: Tradicional/ Daniel Pereira

11. Romance de Santa Helena com Maria João Barreto e Miguel Marinho (Bailenda) Letra: Tradicional | Música: Tradicional/ Daniel Pereira

com Arménio Santa e Ricardo Coelho (Pé na Terra) Letra: Tradicional | Música: Tradicional/ Daniel Pereira

12. Beijai O Menino

9. Eu que nunca vi o mar…

13. Passeio ao Minho

com Nuno Flores (Arrefole), Bruno Cardoso (ComVinha) e Azeituna Letra e Música: Daniel Pereira

com Azeituna Letra: Óscar Martins Caro Música: Carlos dos Santos

com Bruno Cardoso, Ricardo Coelho e Cristina Castro (Pé na Terra) Letra e Música: Tradicional

14. Mourisca (instrumental final) Música: Daniel Pereira

Adress: Origem Tradicional – Grupo Cultural de S. Mamede d’Este R. Campo, n.º 7 – 4715-477 Este S. Mamede (Braga) – PORTUGAL E-mail: geral@origemtradicional.com Phone: (+351) 96 568 37 93 – Daniel Pereira Web: www.origemtradicional.com www. facebook.com/origemtradicional


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