Jornal cocamar outubro 2013

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cooperativismo

Cocamar é a primeira cooperativa do Paraná a profissionalizar sua gestão

foi obtida em AGE realizada no dia 8 de • Autorização outubro e passa a valer a partir da AGO no início de 2014 Maringá I Da Redação – No ano em que completa meio século de existência, a Cocamar é mais uma vez pioneira no cooperativismo paranaense ao promover uma mudança em sua estrutura administrativa. Conforme Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada dia 8 de outubro no salão social da Associação Cocamar em Maringá com a participação de 250 cooperados, uma alteração no Estatuto Social modificou

o perfil da Administração, visando a profissionalizá-la.

Na oportunidade, o presidente Luiz Lourenço explicou que a medida tem a finalidade de assegurar a perpetuidade da corporação, eliminando o risco de que pessoas sem o necessário preparo cheguem a cargos executivos e acabem colocando a organização em xeque. “Estamos tomando esse cuidado porque a administração de uma cooperativa como a Cocamar, por ser bastante complexa, exi-

ge uma necessária especialização”, acrescenta.

Lourenço revela que estudos nesse sentido vinham sendo conduzidos há anos, o projeto foi aperfeiçoado com a experiência de outras empresas e, após a fase de discussões no âmbito interno, o assunto foi levado entre o final de julho e início de agosto para ser debatido em reuniões que a diretoria organiza a cada seis meses com os produtores associados em suas unidades.

Duzentos e cinquenta cooperados referendaram a decisão; assunto foi debatido, anteriormente, em reuniões organizadas com os produtores em suas cidades

Estamos tomando esse cuidado porque a administração de uma cooperativa como a Cocamar, por ser bastante complexa, exige uma necessária especialização” LUIZ LOURENÇO, presidente


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Em pauta, modernidade e profissionalismo

Segundo explica o vice-presidente José Fernandes Jardim Júnior, a mudança moderniza a gestão e confere mais profissionalismo ao trabalho da Diretoria. “Não necessariamente a função de diretor precisa ser exercida por um cooperado. A ideia é que o Conselho de Administração estruture a Diretoria Executiva com profissionais de reconhecido conhecimento no mercado”

Jardim Júnior afirma também que a reestruturação administrativa se tornou necessária para que a Cocamar esteja preparada para os desafios impostos pelo crescimento. “Somos uma organização moderna, diversificada, com muitos potenciais a explorar e uma perspectiva de expansão em diferentes setores. Estamos pensando a Cocamar do futuro.”

GRANDEZA - Presente como convidado especial na AGE, o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, ressaltou o pioneirismo da Cocamar entre as cooperativas do ramo agropecuário no Paraná, ao investir na profissionalização de sua gestão. Segundo ele, o cooperativismo paranaense atingiu um nível de tamanha grandeza e importância, com crescimento médio ao redor de 10% ao ano, que a gestão precisa ser exercida

Koslovski: avanço

por profissionais altamente preparados, experientes e especializados nas respectivas áreas. Na sua visão, há algumas exigências fundamentais para que uma cooperativa realmente possa almejar a sua perpetuação.

O primeiro é aceitar o trabalho de autogestão conduzido pela Ocepar, que, por meio de uma série de avaliações, faz um acompanhamento minucioso de como a cooperativa está caminhando e os pontos que, eventualmente, devem ser corrigidos. O segundo é a certificação de conselheiros, que devem ser treinados para exercerem suas funções. O terceiro é a concepção de um plano estratégico de desenvolvimento e, quarto, a gestão profissional. “O melhor sistema de gestão é o que

mescla eleitos e contratados”, disse, completando: “A Cocamar, ao fortalecer a estrutura de gestão, vai puxar a fileira da modernização entre as cooperativas agropecuárias”.

GOVERNANÇA - Para o presidente da Sicredi União PR/SP, Wellington Ferreira, que também prestigiou o evento, um dos temas que mais têm merecido a atenção dos empresários é, justamente, a governança. “Não

Ferreira: governança

é possível que 11 mil ou 12 mil cooperados administrem uma cooperativa. Por isso, profissionalizar a gestão é algo absolutamente necessário.”

O superintendente Administrativo e Financeiro Alair Aparecido Zago salienta que a modelagem da nova gestão inspirou-se, em parte, na estrutura de governança das cooperativas do Sistema Sicredi, consideradas uma referência, “Elas foram estudadas e construídas sob o crivo do Banco Central e baseando-se em sólidos modelos internacionais.” De acordo com Zago, os primeiros passos para que a Cocamar promovesse essa mudança datam de 2009, quando a Diretoria Executiva estabeleceu as diretrizes, definiu-se pela gestão por processos e concebeu um novo plano estratégico.


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opiniões

“Não apenas o agronegócio deixou de ser uma prioridade para esse governo, como o setor, apesar de toda a sua importância para a economia do país, nem sabe mais com quem dialogar em Brasília” LUIZ CARLOS CORREIA DE CARVALHO, presidente da Associação Brasileira de Agronegócios (Abag)

“O Paraná tem uma agricultura muito dependente de pesquisa e tecnologia. A agricultura voltou a ser a grande marca do Estado” FLORINDO DALBERTO, presidente do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar)

“Acredito que quando o preço da soja cair um pouco, o sistema de integração lavoura, pecuária e floresta vai crescer muito. Hoje é muito rentável produzir soja” JOÃO KLUTCHOSKI, pesquisador da Embrapa Cerrados

“O noroeste do Paraná uma região com clima e solo bons para a seringueira, e também com muitas áreas de pastagens degradadas” NORBERTO ORTIGARA, secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná

“Onde tiver seringueira e látex, vai ter consumo” VALNEI ANDRETTA, gerente de compras da Sumitomo Rubbers Industries, fabricante de pneus que acaba de se instalar na região metropolitana de Curitiba

“Temos 100 milhões de hectares de pastagens degradadas no Brasil que poderiam ser incorporados ao processo produtivo. Mas isto não vai acontecer porque o agronegócio é muito pressionado por ambientalistas, defensores de indígenas etc. No máximo, conseguirá incorporar 50 milhões” PAULO HERRMANN, presidente da John Deere Brasil, durante palestra no Fórum Nacional de Agronegócios, em Maringá

“Goste de música, fale em tom moderado de voz, tenha objetivos, não viva em função dos outros, tenha atitude, respeito, fé e faça dos exercícios um hábito para ser mais feliz” EVANDRO DAOLIO, escritor e palestrante, falando aos 250 participantes do Jovem Coop realizado no final de setembro na Cocamar

“O que está se imaginando é que os grãos [soja e milho] continuem em queda, ou no mínimo acomodados. Uma elevação dos grãos seria uma surpresa extraordinária” AMARYLLIS ROMANO, Tendências Consultoria

“Os produtores norte-americanos seguem capitalizados e podem adiar ainda mais as vendas” FRED SEAMON, diretor de pesquisa de commodities do CME Group, informando que até o momento pouco mais de 20% da safra de soja e milho dos Estados Unidos foram comercializados


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reconhecimento

Revista Globo Rural premia a Cocamar Campeã de Sustentabilidade

• durante a nona edição do Prêmio Melhores do Agronegócio

Homenagem foi prestada em São Paulo, na noite de 22 de outubro,

Da Redação – A palavra-chave para o crescimento com responsabilidade de qualquer empresa do século XXI, Sustentabilidade, foi bem traduzida pelo projeto que produtivo de baixo carbono que a Cocamar vem desenvolvendo no qual a principal bandeira é integrar lavoura, pecuária e floresta numa mesma propriedade. Com isso, a cooperativa paranaense levou, na noite de 22 de outubro, o prêmio inédito Campeã em Sustentabilidade, criado nesta nona edição do Prêmio Melhores do Agronegócio, concedido pela Revista Globo Rural todos os anos às empresas que se destacam em seus setores. “Agradeço à Globo Rural, que muito contribuiu para que o projeto de integração lavoura-pecuária, que culminou nesse prêmio, avançasse. Estamos com muitas áreas degradadas e temos

muito para a crescer neste trabalho", destacou Luiz Lourenço, o presidente da Cocamar, ao receber o prêmio. Um dos maiores problemas enfrentados pelos pecuaristas nos últimos anos no Paraná tem sido a baixa remuneração em meio a pastos degradados e baixa produtividade. “Sem mudança no processo, em dez anos o produtor não vai tirar mais nada”, ressalta Lourenço.

Há quase duas décadas que a cooperativa vem trabalhando no projeto de baixo carbono para mudar esse cenário. Um exemplo do que é transmitido a milhares de produtores todos os anos pela Unidade de Difusão de

Tecnologias da Cocamar, em Iporã, é a alternância de soja no verão com pastagem no inverno, técnica que deixa o solo arenoso mais protegido contra erosão. Ainda há potencial de renda com madeira e lenha provenientes de reflorestamento com eucalipto, que também pode fornecer sobra para os animais nos períodos mais quentes.

A cooperativa foi escolhida entre as melhores do agronegócio por ter sido considerada a mais empenhada em desenvolver ações inovadoras em relação ao meio ambiente, conforme avaliação dos jurados da premiação. (Colaborou Marçal Siqueira)

“Agradeço à Globo Rural, que muito contribuiu para que o projeto de integração lavoura-pecuária, que culminou nesse prêmio, avançasse. Estamos com muitas áreas degradadas e temos muito a crescer neste trabalho”

LUIZ LOURENÇO

No alto, o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, durante pronunciamento; embaixo, com o diretor da Revista, Bruno Blecher


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juventude

Mais moderno, campo agora atrai a meninada

Fortalecimento da atividade agropecuária, que passou a ser mais mecanizada e lucrativa, chama atenção também às mulheres

Maringá I Rogé-rio Recco - Aos 27 anos, João Paulo Bonamin, de Iporã, município situado na região de Umuarama, não pensa mais em dedicar-se à profissão de médico-veterinário, na qual se graduou há alguns anos pensando em ficar na cidade. Seu tem-po, agora, é todo dedicado a ajudar o pai a cuidar da fazenda

de 107 alqueires da família, onde eles produzem grãos e dedicam-se à criação de gado de corte.

João e a irmã Natiel, de 16 anos, estiveram em Maringá, no final de setembro, no encontro anual com jovens cooperativistas, o JovemCoop, organizado pela Cocamar e o Serviço Na-

cional de Aprendizagem do Cooperativismo (SescoopPR). O evento reuniu 250 participantes, em sua maioria de 15 a 25 anos. João e o pai, que tem o mesmo nome, convivem bem nos negócios, mas isto não é uma regra no campo, onde em grande parte das propriedades os filhos ainda

preferem tentar a vida fora. A razão para esse êxodo é clara: muitos não conseguem se relacionar com os genitores porque estes, geralmente, são relutantes em aceitar mudanças e tecnologias mais atualizadas.

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“Hoje o filho do produtor não pensa apenas em ajudar o pai, seu foco é participar da gestão do negócio para desenvolvê-lo”, ressalta o agrônomo Rodrigo Burce Dias, de Maringá, ele próprio filho de um pequeno produtor de café. Segundo Dias, MÁQUINAS - O jovem agri- que foi um dos palestrantes cultor de Iporã, entretanto, do encontro, a tendência é tem um motivo a mais para acontecer o caminho inverso. se sentir atraído pela roça. Com a rentabilidade e a cheHoje, ao contrário de antiga- *gada de máquinas modermente, quase tudo é oper- nas, o campo se tornou ado com máquinas, incluin- fascinante para jovens filhos do colheitadeiras sofistica- de produtores, muitos dos das servidas de ar refrige- quais certamente não teriam rado e todo o conforto. melhores oportunidades fora “Ficou mais fácil e essa das fazendas. Mesmo na promodernização ajuda muito”, priedade, eles não largam afirma, emendando: “os seus aparelhos eletrônicos. mais novos já nem sabem “O perfil está mudando muimais o que é pegar na en- to”, completa o agrônomo. xada”. Equipamentos sofisticados encantam e permitem que a nova geração faça o que gosta, independente de ser na agricultura


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Trabalho não assusta

Dias: “Hoje o filho não pensa só em ajudar o pai, mas participar da gestão”; abaixo, detalhe do encontro

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Que eles estão conseguindo romper barreiras é fato, mas dificilmente se poderia imaginar que a rotina das propriedades estaria interessando, também, a um número cada vez maior de meninas.

Bem penteadas, elegantes e invariavelmente trazendo no rosto delicados adereços metálicos , elas cursam agronomia, veterinária ou zootecnia com o propósito de regressar para junto das famílias e cuidar “do que é seu”. Aos 21 anos, essa é a ideia de Ruanna Crippa, de Paranavaí, onde a família produz laranja e mandioca. “Coube a mim dar espe-

rança aos meus pais de que as terras da família teriam prosseguimento. Meu irmão de 15 anos só quer saber de internet”, conta.

Nas universidades, os cursos de agrárias estão repletos de futuras profissionais, algo que quase não se via antes.

Em Floresta, perto de Maringá, a família Corsolini, produtora de soja e milho, faz sua aposta na filha de 17 anos, Carla, que se direciona a cursar agronomia. “Desde pequena que vou ao sítio com meu pai e aprendi a gostar da terra. Esse é o nosso mundo”, afirma.

Enquanto muitos jovens do campo preferem sair, há outros tantos que perseveram. No município de Santa Mariana, região de Londrina, os irmãos Ricardo e Sérgio Sambe, de 20 e 18 anos, ainda não contam com equipamentos modernos que tornariam mais fácil o trabalho deles. A família possui 30 alqueires e, desde muito novos, ambos ajudam os pais, de origem nipônica, a cuidar da propriedade, fazendo de tudo um pouco. “Nunca recuso serviço”, cita Ricardo, que garante não achar ruim a vida no campo. “Sei que esse é o meu futuro”, diz. Mesmo em propriedades onde as práticas são mais atrasadas, há jovens dispostos e permanecer. Em Icaraíma, no extremo noroeste do Estado, ainda é comum ver ordenha manual de vacas leiteiras, “um serviço cansativo e chato”, segundo Henrique Amorezi, de 17 anos, afirmando ser esta uma de suas tarefas diárias. Mas ele está confiante: “Um dia desses, quem sabe, o pai compra uma ordenha mecânica, igual às que tem por aí, e aí sim vai ficar melhor”,

Futuros gestores precisam preparar-se

“Os jovens precisam preparar-se para assumir a propriedade e no futuro, quem sabe, a própria cooperativa.” A afirmação foi feita durante o JovemCoop pelo superintendente de negócios da Cocamar, José Cícero Aderaldo. Segundo ele, no passado os filhos de produtores preferiam sair do campo, mas hoje a realidade é outra e eles pensam em voltar para gerir os negócios. Aderaldo enfatizou que os produtores paranaenses construíram o sistema cooperativista mais avançado do Brasil. “Foi graças ao cooperativismo que a agricultura deu certo no Paraná. Agora, cabe aos jovens trabalhar nessa mesma direção.”

Saída vem diminuindo

A saída de jovens das zonas rurais do Brasil rumo às concentrações urbanas preocupa as famílias de pequenos agricultores, principalmente das regiões Sul e Sudeste, com a falta de perspectiva de passar adiante suas propriedades e a produção. No entanto, o IBGE vem registrando uma diminuição dessa corrente migratória.

Centros urbanos ainda são atrativos para jovens que buscam alternativas econômicas e educativas diferentes daquelas encontradas no meio rural. Entretanto, para o pesquisador Valter Bian-

chini, ex-secretário de Agricultura do Paraná, que elaborou um estudo sobre projetos para o desenvolvimento da juventude rural, medidas como políticas de capacitação profissional, criação de linhas de crédito específicas e ampliação das atividades de lazer poderiam reverter as perspectivas e o quadro do êxodo rural dos jovens. Em 2000, o Brasil contava com 6,1 milhões de jovens no campo, o que representava 18% do total do número de pessoas residentes no meio rural. Porém, o último

censo, o de 2010, registrou 5,4 milhões de pessoas nas mesmas localidades e na mesma faixa etária, entre 15 e 24 anos, o equivalente a 16% da população total de jovens do país.

QUEDA MENOR - Nos últimos anos, o IBGE constatou diminuição do total de habitantes no meio rural, com taxa negativa de crescimento populacional detectada pelos últimos censos. No período de 1991 a 2000, a taxa foi negativa em 1,3% ao ano. Já no período 2000 a 2010 a taxa continuou negativa, mas com uma queda menor,


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safra 2013/14

Semeadura em ritmo rápido

“É produzir mais rápido e cultivar, em seguida, o milho safrinha mais cedo para escapar do frio” JOAQUIM GOMES NETO, cooperado de Floresta

A maior parte dos materiais é de ciclo precoce; produtores estão preocupados com o aparecimento de pragas de difícil

gião, e também com a possível aparecimento de uma lagarta da soja, a Helicoverpa armigera, que tem causado sérios danos em outros Estados. Em Ivatuba, na mesma região, Paulo Cezar Mori, que cultiva 380 alqueires em sociedade com um irmão, conta que também está preocupado com a tal lagarta.

GERMINAÇÃO - As lavouras estão germinando bem, conforme avaliação do coordenador técnico de culturas anuais da cooperativa, agrônomo Emerson Nunes. “O clima vem ajudando e a semeadura segue dentro da normalidade.”

Nunes orienta que os produtores devem ficar atentos à incidência de pragas neste início de ciclo, pois em algumas lavouras já foram identificadas lagartas dos gêneros Helicoverpa e Heliothis, que também são de difícil controle. “É importante que o sojicultor faça o monitoramento constante das áreas e, ao menor sinal, entre em contato com o departamento técnico da cooperativa para que as providências sejam tomadas rapidamente.”

O predomínio da precoce

A preferência dos produtores de soja tem sido por cultivares de ciclo precoce, de 120 dias, que representaram 70% das sementes adquiridas junto a cooperativa. Na segunda colocação estão as superprecoces, com duração de 100 a 110 dias e 20% do total da comercialização, seguidas das semiprecoces, com ciclo de 120 a 140 dias, com participação de quase 10% do mercado.

Neto diz estar confiante em repetir a média de 150 sacas obtida na safra passada

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Região I Cleber França - O clima tem ajudado e a semeadura de soja avança na região da Cocamar. Em Floresta, perto de Maringá, o cooperado Joaquim Gomes Neto já terminou o serviço em seus 20 alqueires. Como nas safras passadas, a opção foi por variedades de ciclo precoce, seguindo uma tendência quase geral. O objetivo, explica, “é produzir mais rápido e cultivar, em seguida, o milho safrinha mais cedo para escapar do frio". No ciclo anterior (2012/13), mesmo com o clima atrapalhando um pouco, ele conseguiu a média de 150 sacas por alqueire. “Se repetir este ano, está ficar muito bom”, observa. Também de Floresta, o produtor Reginaldo Campagnoli, que cultiva terras em sociedade com familiares, semeia 250 alqueires. Na expectativa de alcançar uma produtividade próxima a da safra anterior, que foi de 147 sacas por alqueire, Campagnoli se mostra receoso com duas pragas de difícil controle: a erva daninha buva, presente em lavouras de toda a re-


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Em sentido horรกrio: Reginaldo Campagnoli , Paulo Cezar Mori e detalhe do plantio, que segue normalmente, com tempo favorรกvel


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Uma safra quase toda de soja transgênica

Região I Rogério Recco - Embora ainda seja questionada por importantes mercados compradores, a soja transgênica avança rapidamente para ser a totalidade da produção dessa oleaginosa no Brasil e no mundo. Segundo estimativas de especialistas, 92,4% das lavouras da safra 2013/14, que está sendo semeada no Brasil, serão geneticamente modificadas. Elas vão cobrir 26,9 milhões de hectares, registrando avanço de 7,3% em

comparação ao ciclo anterior e atingindo níveis semelhantes aos dos Estados Unidos e da Argentina. Os três países são os principais produtores mundiais do grão.

Já as lavouras convencionais estão restritas a espaços cada vez menores para atender a nichos específicos, em que os compradores, ainda desconfiados dos transgênicos, pagam um pouco mais pelo produto. O Paraná é o segundo Es-

92,4%

É difícil encontrar um produtor que ainda prefira cultivar sementes convencionais

das áreas com soja receberão sementes geneticamente modificadas

safra 2013/14

tado que mais emprega sementes geneticamente modificadas de soja, atrás de Mato Grosso. A previsão é que os produtores paranaenses cultivem 7,2 milhões de hectares, aumentando em 5,6% o emprego do insumo em relação à safra anterior.

MAIS FÁCIL - “Lidar com lavoura transgênica é muito mais fácil”, diz o agricultor Hélio Fonseca, de Maringá. Ele semeou todos os 100 alqueires da família – situados na comunidade Guerra -, com esse tipo de sementes.

De acordo com Fonseca,

que há anos optou por variedades geneticamente modificadas, a principal vantagem é a praticidade no controle de ervas daninhas, diferente do que acontecia quando usava sementes convencionais.

“A semente transgênica deixa o produtor em situação mais confortável”, comenta o agricultor, que observou nos últimos anos, entretanto, um aumento do número de ervas daninhas resistentes à tecnologia glifosato, fato que o preocupa. “Isto representa um aumento de custos e não sabemos onde vai parar.”

Quase 100%

Em pouco mais de uma década, desde que a tecnologia foi aprovada no Brasil, o percentual de sementes transgênicas de soja no Paraná saiu do zero para 97% na safra 2012/13, colhida no início deste ano e, pelas contas dos técnicos da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, de Maringá, deve chegar agora a 99% ou 100% nas áreas cultivadas em sua região.

• No caso do milho geneticamente modificado, o índice deve chegar a no Brasil, o que significa 12,9 milhões de hectares plantados.

81,4%

• De acordo com relatório da consultoria especializada Céleres, a área total cultivada com variedades transgênicas no Brasil, somando milho e soja, deverá totalizar já nesta maior ante o plansafra 40,3 milhões de hectares, tio do ano anterior.

7,3%

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Facilidade no manejo é um dos principais atrativos

• Além do Mato Grosso e do Paraná, a adoção da biotecnologia mostra crescimento expressivo no chamado Matopiba (sul do Maranhão e do Piauí, norte do Tocantins e oeste da Bahia) e também no Rio Grande do Sul.



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Em campo, a Intacta, a segunda geração da tecnologia transgênica safra 2013/14

Em matéria de transgênicos, para muitos produtores e pesquisadores, a grande expectativa em torno da safra 2013/14 será o desempenho da Intacta RR2 PRO, a segunda geração de tecnologia de soja transgênica da Monsanto.

Após duas safras cultivadas em campos experimentais, a novidade chega ao mercado com a promessa de controlar as quatro lagartas que afetam a soja – lagartadas-maçãs, broca das axilas, a lagarta da soja e a falsa medideira -, de tolerância ao glifosato. Para esta safra, estão sendo ofertados 2,8 milhões de sacos de se- drina, na safra 2015/16 haverá 106 variedades com tecmentes, quantidade suficiente para cobrir 2,5 milhões nologia Intacta para atender a necessidade do produtor brasileiro. de hectares.

A gerente de Biotecnologia de Soja da Monsanto para Na opinião do pesquisador da Embrapa Soja, Amélio Dall’Agnol, a Intacta “pode representar um grande dife- o Cerrado, Suzeti Ferreira, afirma que há muitas biotecrencial tecnológico para quem quiser continuar plan- nologias em estudo, todas fundamentadas na plataforma da Intacta. “Além das lagartas, são muito detando e competindo no mercado”. mandadas pelos produtores, por exemplo, ferramenO otimismo quanto a essa segunda geração é tão tas contra a ferrugem, mosca branca e mofo branco”, grande que, segundo a Embrapa Soja, sediada em Lon- finaliza.

Refúgio que já vem no saco

Além do uso comercial da tecnologia Intacta RR2 PRO, a safra de soja 2013/14 vai apresentar outra novidade no Brasil: o início de uma técnica focada em sementes que promete aumentar a longevidade dos eventos biotecnológicos no milho. É o chamado “refúgio do saco”, lançado por várias empresas de genética nos Estados Unidos e no Brasil para a safra em começo de plantio. Em resumo, disponibiliza sementes resistentes a insetos e não eficazes no mesmo saco. Os especialistas explicam que, com isso, elimina-se a necessidade de plantar um refúgio num talhão em separado, medida necessária para assegurar a tecnologia no longo

prazo. A Monsanto, dona da tecnologia, não informou quanto cobrará pela semente e qual volume deve oferecer no país.

Nos EUA, esses materiais foram lançados há duas safras com preço majorado. O aumento da velocidade de plantio e a economia de tempo são normalmente mencionados pelos agricultores como os trunfos da tecnologia. Ganha-se também em produção e simplicidade nos tratos culturais, mas o objetivo mais importante é reduzir a velocidade com que os insetos se tornam resistentes a biotecnologia.

“Intacta pode representar um grande diferencial tecnológico para quem quiser continuar plantando e competindo no mercado”, afirma Amélio Dallagnol, da Embrapa Soja

8%

da soja cultivada no Brasil ainda é convencional, o que faz com que o país seja o maior fornecedor mundial


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comunicação

Tecnologia na palma da mão

Aparelhos inteligentes facilitam a vida dos agricultores; infraestrutura de telefonia móvel no Brasil ainda é um gargalo que precisa ser vencido

tura está entre os segmentos que ganharam agilidade com os aparelhos de alta performance. Na palma da mão é possível saber a previsão do tempo, checar o valor das commodities na Bolsa de Chicago, fixar a safra na Cocamar, ler as últimas notícias, enfim. Dois sistemas dominam o mercado nos telefones inteligentes: Android, do Google, e IOS, da Apple. O primeiro é utilizado na maioria dos celulares com múltiplas funções,

Apple, como o Ipad. “Dessa forma é possível sincronizar os dados. O Iphone é mais fácil de configurar do que os aparelhos com Android, entretanto, é preciso pagar para ter acesso a maioria dos aplicativos”, aponta.

Para quem procura status, o Iphone é o ideal, segundo a gerente de TI. A maçã - marca registrada da empresa na parte traseira do aparelho é o que garante essa condição.

Aparelhos melhores

De acordo com Victor Hitoshi Senoo Aisawa, analista de TI da empresa B5s, o Galaxy S4, da Samsung, e o Iphone 5, da Apple, são os melhores aparelhos disponíveis no mercado, atualmente. “Estes são destaques

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Maringá | Lincoln Souza – Com o avanço da tecnologia empregada na telefonia móvel, receber e fazer chamadas tornou-se apenas um acessório. Com processadores cada vez mais potentes, os smartphones ganharam status e desempenho semelhante ao dos computadores. Com esses aparelhos também surgiram os aplicativos, que facilitam a vida e ajudam a distrair. Com os celulares de alta tecnologia é possível ver e-mails e navegar pela internet. A agricul-

já o segundo é exclusivo do Iphone. “A escolha vai muito do gosto. O Android, em princípio, seria mais adequado, porque tem mais aplicativos, a maioria grátis, e é possível encontrar aparelhos mais baratos. Porém, essa tecnologia é mais vulnerável a vírus”, diz Paula Rebelo, gerente do departamento de TI (Tecnologia da Informação) da Cocamar. Ela conta que os aparelhos com tecnologia IOS são vantajosos para quem tem outras plataformas da


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por causa do hardware que têm”, afirma.

Se numa ponta estão os aparelhos cada vez mais modernos, na outra está a infraestrutura, que segundo Paula e Aisawa é o gargalo do setor de telefonia móvel, no Brasil. “A tecnologia evoluiu muito, mas a infraestrutura não condiz com os superaparelhos. Têm vários locais em que não é possível, por exemplo, acessar a internet 3G. No campo essa dificuldade existe”, comenta o analista de TI.

Mais facilidades

Há dois anos, Edvaldo Silvio Baveloni comprou o seu primeiro smartphone, um Iphone 4. Até hoje usa o aparelho, que segundo ele ajudou a facilitar o trabalho no campo. “Acesso bastante essa tecnologia. Mesmo quando estou fora do computador consigo ficar por dentro das informações do mercado”, relata.

Uma das vantagens listadas por Baveloni é a possibilidade de ter aplicativos relacionados à agricultura que ajudam na execução das tarefas diárias. “Tenho um aplicativo que faz medição de terreno. É tipo uma tecnologia de precisão”, exemplifica.

Apesar da infraestrutura de telefonia móvel ainda ser considerada um problema no país, o agricultor diz que consegue acessar à rede na maioria dos espaços de sua propriedade, “mas tem lugar que a torre não alcança, aí não tem jeito”.

Fábio José Chavenco, agricultor e engenheiro agrônomo, viajou recentemente para o exterior e aproveitou a oportunidade para comprar um smartphone, já que no seu destino era mais em conta do que no Brasil. “Trouxe muito mais facilidades para meu trabalho”, conta.

Para Chavenco, tecnologia é algo que o produtor não pode prescindir

Loja no novo Condor em Maringá oferece condições especiais para colaboradores e cooperados da Cocamar Uma loja de eletroeletrônicos situada no Hipermercado Condor – inaugurado no dia 26 de setembro em Maringá, na Avenida Colombo (quase em frente a Noma Motors) -, está oferecendo condições especiais de negociação para colaboradores e cooperados da Cocamar. Sob a direção de Tiago Conti, que é filho de José Conti, gerente da Cocamar em Doutor Camargo, a empresa King Cell trabalha com celulares Apple, Sansung, Motorola, LG, Nokia e Sony, celulares com saída para antena rural, tablets Apple, Sansung e da linha infantil, câmeras digitais, fones de ouvido para notebooks, computadores, celulares, MP3, caixas de som personalizadas, rádios FM (em formato de miniaturas de veículos Kombi), pendrives, cartões de memória, carregadores de celulares para automóveis, recarga para celulares Tim, Vivo e Claro, chip e outros produtos. Segundo Tiago, colaboradores e cooperados da Cocamar ganham desconto especial de acordo com a compra que efetivarem. Ele cita que outro atrativo de sua

loja é a extensa variedade de capas para celulares, como as da linha infantil. “Fazemos também a troca de aparelhos celulares”, ressalta o proprietário. A King Cell aceita todos os cartões de crédito e as compras podem ser parceladas em até 12 vezes. SERVIÇO: King Cell, tel. (44) 3023-8236 e 9964-3578

Tiago Conti com caixa de som em formato de miniatura de Kombi: sucesso de vendas



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laranja

Ação conjunta para prevenir o greening

Produtores fazem pulverização simultânea para tentar combater com mais eficiência o psilídeo transmissor da enfermidade

Região I Cleber França - Entre os dias 14 e 19 de outubro, produtores de laranja da região da Cocamar fizeram uma pulverização conjunta dos pomares para tentar controlar com mais eficiência o psilídeo (Diaphorina citri), vetor da bactéria transmissora do greening, a doença mais preocupante da cultura. A iniciativa foi coordenada por cooperativas e empresas com apoio do go-

res de Nova Esperança já convivem com o greening. Foram utilizados insetici- “É preciso que os agriculdas de formulações varia- tores estejam em alerta, não das. Segundo explica o téc- descuidem.” Por ano, acresnico agrícola da Cocamar centa o técnico, são recomenem Nova Esperança, Junior dadas de 9 a 12 aplicações Cezar Costa, 43 citricultores na área toda, além das apliassociados à cooperativa cações semanais nas bordas participaram do controle no dos pomares. Também são município, onde há 1.100 realizadas, em média, quatro inspeções para identificar hectares com laranja. as plantas doentes e as que Costa informa que aproxi- apresentam a doença são madamente 1,5% dos poma- eliminadas.

A Granja Jequitiba, modelo em produção de laranja na região, possui 69 hectares cultivados com a fruta, sendo que os pomares foram plantados há uma década. O proprietário Celso Carlos dos Santos Junior disse que, apesar de todos os cuidados, tem havido aumento do número de plantas infectadas nos últimos anos. O primeiro caso foi diagnosticado em 2008, mas em 2009 surgi-

ram 24 plantas doentes, número que subiu para 26 em 2010, 86 em 2011, 97 em 2012 e 992 somente neste ano.

verno do Estado.

Infestação deu um salto

“Saltamos de 1% de plantas infectadas na média de cinco anos, para 5% das plantas com a doença em menos de um ano. O cenário é preocupante”, comentou Santos. As variedades cultivadas são Iapar 73, Folha Murcha, Valência e Pera.

Manejo integrado movimentou produtores nas regiões noroeste e norte do Estado; na foto de baixo, técnico mostra árvore doente, que será erradicada

“Saltamos de 1% de plantas infectadas na média de cinco anos, para 5% das plantas com a doença em menos de um ano. O cenário é preocupante” CELSO CARLOS DOS SANTOS JÚNIOR, produtor


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A preocupação com o greening não tira a Granja Jequitiba de seu foco na produtividade. Em 2012, faturou o prêmio conferido pela Cocamar com média de quase 2 mil caixas por hectare – mais que o dobro da média nacional que é de 900 caixas. Além de fazer o manejo de pragas e doenças conforme orientação técnica, Santos integra a produção de laranja com aviários e, anualmente, 15 quilos de cama de frango, em média, fertilizam cada planta.

Quem também fez aplicação conjunta foi Raphael Urbano dos Santos, administrador e filho do proprietário do Sítio das Torres, Pedro Evangelista dos Santos. A família possui 50 hectares cultivados com as variedades Pera, Folha Murcha, Iapar 73 e Valência. Segundo ele, “um problema são alguns produtores que não fazem corretamente as aplica-

ções. Isso ajudar a disseminar o vetor e acaba sobrando pra quem trabalha certo”.

Por conta disso, acredita, a incidência de plantas contaminadas aumentou 50% nos últimos dois anos. “Mais ou menos 7% do pomar precisou ser erradicado e replantado por conta do greening.”

Multa para quem não controlar

O combate ao psilídeo é uma exigência da Instrução Normativa 53, editada em 2008 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (Mapa), pela qual o produtor infrator pode ser autuado. Além da aplicação de produto químico, o citricultor precisa fazer a eli-

minação de árvores doentes.

Foi a segunda vez este ano que se faz uma mobilização de produtores para combater o inseto. A primeira foi em maio e, segundo o especialista da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), José Croce Filho,

essa é a maneira mais eficaz de controle. O greening, que muitos produtores chamam de “doença do ramo amarelo” e os especialistas identificam como hunglonbing (HBL), é a enfermidade mais devastadora dos pomares, para a qual ainda não existe tratamento.

Croce explica que só realizando um manejo com várias frentes simultâneas de combate ao inseto é possível tornar mais lenta a sua propagação. “Todos os citricultores têm que fazer a sua parte, se um único se omitir, sua propriedade pode se tornar um foco de disseminação da doença para a vizinhança”, adverte. Frutos com sintomas da enfermidade, também conhecida como “doença do ramo amarelo”


Jornal de Serviço Cocamar O utubro 2013 - Pág. 18

especial

SERINGUEIRA

Cultura é apresentada como opção interessante para a diversificação dos negócios no noroeste do Paraná


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Indianópolis I Rogério Recco - Com a participação de aproximadamente 300 convidados, entre produtores, técnicos e lideranças, foi promovido no último dia 24 em Indianópolis, município da região noroeste do Paraná, um dia de campo sobre a cultura da seringueira. A iniciativa foi da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e Instituto Emater, com apoio do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e Universidade Estadual de Maringá (UEM).

COMPROMISSO - Ao fazer a abertura do evento, o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, enfatizou que a cooperativa tem o compromisso de contribuir para com o desenvolvimento regional e, por isso, é receptiva a novas propostas para a diversificação dos negócios no campo. “A produção de borracha natural é uma excelente opção para quem deseja diversificar”, mencionou, comentando que a cooperativa pretende oferecer assistência técnica, fornecer todos os in-

sumos necessários, adquirir e processar a matéria-prima. MUDAS – O coordenador de florestas plantadas da Seab, Mariano Félix Duran, informou que o governo estadual vai subsidiar 50% do valor da muda, estimada em R$ 6,50, sendo toda a produção paranaense canalizada para a fabricante japonesa de pneus Sumitomo Rubber Industries, já em operação na região metropolitana de Curitiba. A Sumitomo, informou Duran, foi atraída pelo programa Paraná Competitivo. O clima frio, com geadas fortes, pode ser uma dificuldade inicial para a cultura, segundo o coordena- dor, mas o produtor Ângelo Romero, dono de seringal em Indianópolis, explicou que uma lavoura bem formada consegue passar pela intempérie sem maiores problemas.

Demanda por borracha natural vai crescer mais que a oferta

Segundo Heiko Rossmann, diretor da Associação Paulista de Produtores de Borracha (Apabor), atualmente a produção mundial é apenas 495 mil toneladas maior que a demanda, quantidade suficiente para apenas dois meses de consumo. Mas, projeções indicam que a continuar o ritmo de crescimento do consumo, em 2021 a produção mundial ficará pelo menos um milhão de toneladas abaixo da procura. Tailândia e Indonésia são os principais produtores, sendo a China a maior consumidora de borracha natural, seguida de Europa e Estados Unidos. “Mais de 90% da produção, em todo o mundo, está nas mãos de pequenos produtores”, afirmou Rossmann, enfatizando que o Brasil produz 171 mil toneladas para uma demanda de 343 mil toneladas, sendo franco importador. Diante desse cenário, segundo o palestrante, vários Estados estão apostando na heveicultura. São Paulo responde por 54% da produção nacional, seguido por Bahia (18%), Mato Grosso

p

Pela manhã, houve palestras no salão paroquial da Igreja Matriz com vários especialistas sobre perspectivas do mercado internacional, o atual momento da heveicultura no Brasil, a possibilidade de inserção do

seringal na recomposição de reserva legal e oferta de crédito subsidiado para investimento. À tarde, os participantes se deslocaram até a propriedade de Ângelo Romero, dono de 2,1 mil árvores, onde produz a média de 2 mil quilos mensais de borracha natural.

Luiz Lourenço: “Cocamar tem o compromisso de contribuir para com o desenvolvimento regional e a produção de borracha é excelente opção para diversificar”


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(9,4%) e Minas Gerais (6%). A média é de 500 plantas por hectare, no espaçamento de 8mx2,5m ou 7mx2,5m. O Paraná, com pouco mais de 1 mil hectares plantados, participa com apenas 0,5% do total nacional. Atualmente o preço médio do quilo de coágulo (látex) está na faixa de R$ 2,31 para o produto com 53% de borracha seca (em 2011 a cotação atingiu o seu pico), sendo possível obter média de 800 gramas de matéria prima por árvore/mês, durante dez meses consecutivos. “Se vai plantar, é preciso fazer bem feito desde o início para que os resultados lá na frente sejam os melhores”, comentou Rossmann.

Crédito com taxa de apenas 1% ao ano O representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Onaur Ruano, disse que a seringueira pode ser implantada em até 50% da área a ser recomposta para reserva legal e informou que o Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar) disponibiliza R$ 70 mil (duas vezes de R$ 35 mil) que podem ser pagos com taxa de 1% ao ano, 8 anos de carência e 20 para pagamento. Já a linha Eco Seringueira oferece R$ 80 mil por produtor (R$ 15 mil por hec-

João Sampaio e o representante da Sumitomo, Valnei Andretta Júnior

“Tem tudo para dar certo”

Considerado um dos maiores incentivadores da heveicultura no país, o ex-secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, João Sampaio, garantiu que o plantio de seringais no Paraná “tem tudo para dar certo”. Conforme Sampaio, a seringal é uma oportunidade para que os produtores tenham uma renda mensal ou até quinzenal. Sua sugestão é que o investidor comece com 4 mil árvores, sendo que por alguns anos a cultura pode ser consorciada com café, soja, milho, abacaxi, mandioca e outras. Perguntado se a escassez de mão de obra no campo seria um fator limitante no Paraná, Sampaio declarou que um homem é capaz de cuidar, tranquilamente, de 4 hectares. “A preferência é que a atividade seja conduzida pela própria família”, acrescentando que um seringal remunera bem e pode ser explorado por mais de 30 anos. O investimento é estimado em R$ 16 mil por hectare.

Sumitomo compra a produção

O grupo japonês Sumitomo Rubber, fabricante dos pneus das marcas Dunlop e Falken, investiu R$ 750 milhões em sua primeira fábrica fora da Ásia, situada em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba. Iniciou com uma produção de dois mil pneus/dia, mas deve aumentar para oito mil no próximo ano e chegar a 15 mil pneus/dia em 2015, conforme informou durante o evento o representante da companhia, Valnei Andretta Júnior. Ele disse que a matéria-prima é comprada do Estado de São Paulo, mas há o compromisso de adquirir a produção paranaense “desde que apresente a qualidade desejada”.

Cerca de 300 convidados, entre produtores, técnicos e lideranças, compareceram ao evento

tare) com taxa de 1% ao ano para quem financiar até R$ 10 mil e 2% acima desse valor, 12 de carência e 20 anos para efetuar o pagamento. “São valores muito acessíveis, a exigência é que a própria família se dedique a essa atividade”, comentou Ruano. Ele disse também que a elaboração do projeto e a assistência técnica serão fornecidos gratuitamente ao pequeno produtor. “Temos uma parceria muito boa com a Emater e vamos incrementar isto em 2014”, acrescentou.

• Por alguns anos, após o plantio, cultura pode ser consorciada com várias outras, como mandioca e cultura de grãos • Sumitomo já está operação na região me-

tropolitana de Curitiba e tem demanda

para pelo menos ringais

17 mil hectares de se-

• O Estado de São Paulo é o principal pro-

dutor nacional, com 54% de participação,

(18%), Mato Grosso (9,4%) e Minas Gerais (6%). O Paraná,

seguido por Bahia

que apresenta condições de solo e clima semelhantes a de São Paulo, responde por

apenas 0,5% do total

• VEJA MAIS FOTOS DO DIA DE CAMPO EM WWW.JORNALCOCAMAR.COM.BR


Produtor implantou

Em visita à propriedade de quatro alqueires de Ângelo Romero, que fica praticamente dentro do perímetro urbano de Indianópolis, os participantes viram que, mesmo aos 73 anos, o produtor cuida pessoalmente de suas 2,1 mil árvores, onde obtém média de 1 quilo por árvore ao mês, durante dez meses consecutivos. Na última vez em que comercializou, o valor era de R$ 2,50 por quilo. Sua produção é vendida para uma usina de Cedral (SP), a Quirino, que vem ao Paraná buscar a matéria-prima. A safra, segundo Romero, começou agora em outubro e vai até julho, parando somente durante o inverno. Ele explica que assim como o preço, que pode oscilar de um mês para outro, a produtividade também é variável. “Tem mês que a gente consegue acima de um quilo de borracha por árvore, mas às vezes isto cai.”

ença que ataca o tronco, mas seu tratamento é simples. Anualmente é feita adubação com esterco orgânico, adquirido junto a aviários. “É uma árvore que gosta de adubo orgânico”, diz Romero conta que comprou a propriedade em 1989, um ano antes de implantar o seringal. Era uma época em que os pequenos produtores se desfaziam de suas terras, devido a decadência da cafeicultura, que predominava ali. “Vi que a borracha era um bom negócio e investi nela”, acrescenta o produtor, ressaltando que nunca se arrependeu de sua decisão. “O que mais eu poderia fazer em uma propriedade tão pequena?”, questiona.

Com uma média de 800 gramas por árvore/mês, e considerando a cotação atual de R$ 2,31 o quilo, Romero teria uma extração de 1.680 quilos mensais em seu seringal, vendidos a R$ 3.880,00, totalizando R$ 38.800,00 ao longo de dez meses consecutivos.

p

Os gastos, segundo ele, são poucos, pois a cultura quase não precisa de defensivos químicos. A única preocupação é com a antracnose, do-

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Romero garante que nunca se arrependeu de ter investido na cultura


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especial/seringueira

AO PREÇO ATUAL DE R$ 2,31 POR QUILO DE COÁGULO, E UMA MÉDIA DE 8 QUILOS POR ÁRVORE/ANO, SERINGUEIRA OFERECE RENTABILIDADE MÉDIA ENTRE R$ 1.100,00 A R$ 1.200,00 POR HECTARE/MÊS, DURANTE DEZ MESES CONSECUTIVOS, DE OUTUBRO A JULHO



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pragas

Chegou a vez da helicoverpa?

Fábio Gonçalves Pirajá

Engenheiro Agrônomo da Unicampo em Rolândia (PR)

Com grande parte da soja plantada na região da Cocamar, os produtores iniciam o processo de controle de pragas, em especial, as lagartas. Mas este ano promete ser diferente, pois existe uma nova lagarta atacando as lavouras no Paraná. Estamos falando da temível helicoverpa, que vem dizimando lavouras na Bahia desde a safra 2011/12 e que, nesta nova safra 13/14, já está deixando preocupados os produtores daquele Estado, onde a soja precoce está plantada embaixo dos pivôs desde o início de outubro.

A helicoverpa é de difícil identificação, sendo bem semelhante a lagarta das maçãs (Heliothis virescens), que também ataca a lavoura de soja. A praga possui três espécies conhecidas, que causam danos econômicos. São elas: a Helicoverpa Zea, com hábito menos agressivo e que atua originalmente no continente americano; a H. armigera, proveniente da Ásia e Oceania, com hábito muito agressivo; e uma outra espécie vinda da Argentina, a H. gelotopoeon. Elas já foram encontradas em lavouras de soja, milho, feijão, girassol,

trigo, gramíneas e em plantas daninhas, como a buva.

Como dissemos, a identificação das espécies de helicoverpa é muito difícil, restando apenas exames laboratoriais para tanto. O controle deve ser iniciado desde o início do aparecimento na área, pois quanto menor for a lagarta, mais fácil será o controle com inseticidas. A correta identificação da mesma é fundamental para o sucesso de seu controle, já que para o controle da lagarta da maçã é indicado uma dose de produtos registrados, mas, se

Ainda não se sabe qual vai ser o comportamento da lagarta nos ambientes das regiões mais ao Sul do País, mas é recomendável que o produtor fique de olhos abertos

for a helicoverpa, a dose será outra bem diferente.

A rotação dos princípios ativos e modos de ação precisa ser uma prática real do produtor, uma vez que isto contribuirá para o sucesso do controle. Dessa forma, o produtor deve consultar o Departamento Técnico da Cocamar para definir a sequência dos inseticidas a serem usados na lavoura, caso a helico-

verpa seja encontrada na área de produção.

Fica o alerta, no entanto: ainda não sabemos como essa lagarta irá se comportar nos ambientes da região mais ao Sul do Brasil. No Cerrado, pelo menos, a praga vem dizimando plantações de soja e algodão, a ponto do produtor ter de destruí-las por não terem mais viabilidade econômica.



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destaques

ÍMPAR –

O superintendente de Negócios, José Cícero Aderaldo, representou a Cocamar na solenidade em que o Grupo RIC fez a entrega do Prêmio Ímpar 2013, na noite de 22 de outubro, em Maringá, que ressaltou a Cocamar como um dos vencedores em âmbito estadual. A pesquisa foi feita pelo Ibope/Inteligência

GUERREIRO - A empresa Guerreiro Agromarketing, umas das pioneiras na comunicação focada no agronegócio brasileiro, comemorou dez anos de fundação no dia 13 de setembro. A empresa atende as principais agências de propaganda e departamento de marketing de grandes companhias do agronegócio, no planejamento e execução de mídia e ações direcionadas a comunicação com este nicho de mercado.Em comemoração a data, realizou um evento no Giardino, fazendo uma homenagem a comunicação do agronegócio brasileiro. Com patrocínio da Bayer Cropscience, que comemora 150 anos como uma das líderes mundiais nas áreas de ciência agrícola e saúde ambiental, e apoio da FMC Agricultural Products, uma das empresas líderes no fornecimento de inseticidas, herbicidas e fungicidas, o evento homenageou profissionais da comunicação do agronegócio de diversos estados e trouxe para Maringá Richard Jakubaszko, jornalista com extenso currículo voltado ao marketing agrícola e autor de diversos livros na área, que falou sobre a importância da comunicação no agronegócio. “É um trabalho especifico e traz paixão aos envolvidos por sua peculiaridade e relevância”, cita Glaucia Guerreiro, Diretora executiva e idealizadora da empresa.

Hold, da Stoller, reduz o estresse nas plantas As plantas também sofrem as consequências de fatores estressantes. A falta ou excesso de água, variação na temperatura, disponibilidade de nutrientes, ocorrência de pragas e doenças, geram grandes perdas de produtividade. Do real potencial de uma cultura, estima-se que, devido ao estresse, a planta expressa apenas de 30% a 50% do seu potencial genético, o que incide em menor produtividade.Lançado recentemente pela Stoller, o produto Hold tem como diferencial a redução de etileno, hormônio causador do estresse. Essa solução, segundo a empresa, melhora a condição fisiológica e nutricional das plantas e seus efeitos também são vistos em termos de resistência das culturas, cooperando para um manejo mais eficiente de doenças. A evolução de pesquisas na área agronômica tem cooperado para o desenvolvimento de tecnologias modernas que permitem ao agricultor buscar novos patamares de produtividade, contribuindo para maiores retornos aos seus investimentos. Com sua solução nutricional, Hold inibe a ação da enzima ACC oxidase, formadora do etileno, possibilitando aumentar a fixação de flores e frutos. O produto possui registro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).



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sustentável

Com projeto Integração, da Bayer, Cocamar fortalece e amplia iniciativa sociaombiental •

Desde que foi firmada a parceria, em 2010, produção de mudas de espécies nativas do Projeto Cultivar, em Maringá, equivale a recuperação de 160 hectares de matas ciliares – o equivalente a 148 campos oficiais de futebol oficial

Da Redação - Além de ser uma das principais parceiras comerciais da Cocamar, a Bayer CropScience mantém desde 2009 com a cooperativa um importante trabalho de relacionamento por meio do Projeto Integração. Criado por aquela companhia, o Integração tem a finalidade de intensificar e fortalecer os laços com cooperativas, desenvolvendo ações sociais, ambientais e econômicas.

vas, da Bayer, um dos principais objetivos da iniciativa é fazer com que a empresa se consolide como uma parceira de valor. “Estamos escrevendo uma história juntos”. Em 2010, 35 ações foram implementadas junto a cooperativas do Paraná e de outros Estados e investidos R$ 3,58 milhões. Em 2011, 146 ações demandaram a aplicação de R$ 3,84 milhões e, ano passado, 125 ações que absorveram R$ 4,36 milhões. Segundo José Símaro Para 2013, são 125 ações e Neto, coordenador de rela- investimento de R$ 4,95 cionamento com cooperati- milhões.

Em relação à Cocamar, a Bayer é parceira em um projeto que surgiu em 2006 e, ao longo dos anos, conquistou uma série de reconhecimentos, vários dos quais de âmbito nacional: o Cultivar. Socioambiental, o Cultivar promove a inclusão de alunos da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) no mercado de trabalho, em Maringá, os quais produzem mudas de espécies nativas para distribuição a produtores visando a recomposição de matas ciliares (áreas de proteção permanente). O projeto, que abrange atualmente 30 alunos – contratados como colaboradores da Cocamar – é acompanhado por uma consultoria técnica, a Flora Londrina. Em média, a produção é de 100 mil unidades por ano, a partir de sementes doadas por viveiros do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Os alunos trabalham em um amplo viveiro da própria Apae.

Símaro observa que, desde 2010, o Cultivar já produziu mudas o suficiente para co-

brir uma área de 160 hectares de matas ciliares, o equivalente a mais de 4 mil alqueires paulistas (66 alqueires). Só para se ter uma ideia, isto daria uma floresta do tamanho de 148 campos de futebol oficial juntos – ou seja, recuperando uma área correspondente a 37 campos por ano.

Nerocy Miranda Filho, que responde pela área socioambiental da Cocamar, comenta que a diversidade e a qualidade das mudas “são pontos marcantes do projeto Cultivar”.

EM ROLÂNDIA - Interessadas em fomentar ainda mais a parceria, Cocamar e Bayer estão viabilizando uma segunda unidade do projeto em Rolândia, na região de Londrina. Com uma proposta idêntica a de Maringá, o viveiro deve ficar pronto até o final do ano, com a contratação de 12 alunos da Apae. A nova estrutura está sendo construída com o acompanhamento da consultoria e o objetivo é produzir cerca de 50 mil mudas/ano.

Iniciativa premiadíssima, que absorve 30 alunos da Apae em Maringá, vai ganhar nova versão até o final do ano com formato semelhante em Rolândia

“Estamos escrevendo uma história juntos” JOSÉ SIMARO NETO, coordenador de relacionamento com cooperativas, da Bayer





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negócios

VENDAS DE INSUMOS EM FORTE EXPANSÃO

Crescimento foi turbinado, nos últimos anos, pela presença da cooperativa na região norte do Estado

Maringá I Da Redação - A entrada da Cocamar há pouco menos de quatro anos em 24 municípios do norte do Estado, onde arrendou estruturas operacionais da Corol, promoveu um impulso em vários setores da cooperativa. Atualmente, 45% do total de coo- perados, para se ter ideia, são da região norte. Produzindo grãos (soja, milho e trigo), café, laranja e com atuação também em vários segmentos da atividade pecuária, eles trouxeram um forte incremento na demanda por insumos, o que fez com o faturamento dessa área tivesse uma previsão de crescer 20% entre 2012 e 2013.

O avanço dos negócios é observado em todos os itens do portfólio, em especial defensivos, fertilizantes, corretivos e sementes, lubrificantes, pneus, implementos, óleo diesel, produtos da linha pecuária e outros.

Contribui para isso, segundo o gerente comercial de Insumos João Carlos Ruiz, a qualidade dos produtos, a competitividade da Cocamar, o bom atendimento prestado aos produtores e as promoções periódicas, “que oferecem preços atraentes e condições especiais de pagamento”. Ruiz salienta que quando da aquisição antecipada de insumos para a safra, as opções oferecidas pela coo-

perativa estão tecnicamente de acordo, “nossos técnicos recomendam o que realmente é necessário e os produtores sabem exatamente o que compram, a que custo e qualidade. E acrescenta: “É diferente do que acontece normalmente

Crescimento sustentável

As vendas de peças, pneus, lubrificantes, máquinas agrícolas e óleo diesel estão entre as que apresentam crescimento vigoroso e sustentável. O coordenador comercial Wilson Miranda informa que esse setor tem previsão de faturar 22% a mais em comparação a 2012. Se essa evolução for confirmada, o crescimento será superior a 40% em relação a 2011.

res estão adquirindo a cultura de incorporar tecnologias mais modernas, de olho no aumento da produtividade. Isto explica porque as vendas de máquinas agrícolas, na Cocamar, pularam de R$ 9 milhões em 2011 para os R$ 28 milhões projetados este ano – mais que o triplo.

Prova de que o crescimento é sustentável, segundo WilO bom momento vivido pe- son Miranda, são os nególo agronegócio, principal- cios com óleo diesel (TRR) – mente em razão dos preços combustível que a cooperarecordes alcançados pela tiva começou a fornecer aos soja e o milho em 2012, fator cooperados em 2009. Para que capitalizou o setor, tem este ano, a estimativa é cocolaborado para que haja mercializar 20 milhões de limais investimentos. Contu- tros, um avanço de 24% sodo, o gerente João Carlos bre os 15,6 milhões de litros Ruiz destaca que os produto- em 2012 e 40% em compara-

ção aos 13,4 milhões vendidos em 2011. Já as vendas de peças, pneus e lubrificantes devem ser 13% maiores em relação a 2012.

CALCÁRIO - Na busca pela maior produtividade, um destaque é a quantidade crescente de calcário demandado pelos produtores. Todos os anos, para incentivar o uso do corretivo, a cooperativa promove campanha às vésperas do plantio de verão oferecendo prazo de três anos para pagamento. “A resposta tem sido grande”, comemora Geraldo Ganaza, coordenador comercial responsável pela área de fertilizantes. Em 2013, informa, foram nada menos que 60 mil toneladas.

em outras empresas, onde o agricultor negocia trocas simples de pacotes de insumos por produção e, embora veja alguma vantagem, isto nem sempre corresponde ao que um profissional recomendaria para sua lavoura”.

O avanço é´ observado em todos os itens do portfólio

20%

é a previsão de crescimento das vendas, no geral, em comparação a 2012

22%

é a evolução estimada para a área de de peças, pneus, lubrificantes e máquinas

24%

é quanto deve aumentar a comercialização de óleo diesel, frente a 2012


Oportunidades

Quanto aos insumos pecuários, depois de atingir em 2012 a meta de R$ 50 milhões, a Cocamar planeja faturar R$ 62 milhões em 2013 e ajusta o foco em objetivos ainda mais ambiciosos, investindo inclusive na abertura de unidades para atender pecuaristas em Estados vizinhos. Com uma rede de 43 lojas e um diversificado leque que compreende desde madeira tratada, suplementos, rações e resíduos vegetais, a uma parceria com as principais marcas do mercado na área de medicamentos, vacinas, ferramentaria e outros, a cooperativa vê no setor uma oportunidade para impulsionar ainda mais seus números. O coordenador comercial de pecuária, Clóvis Aparecido Domingues, ressalta que a Cocamar, por ser uma cooperativa, obriga-se a tomar certos cuidados em relação aos produtos que comercializa para garantir que os cooperados e clientes tenham os melhores resultados. É o caso das vacinas, mantidas em unidades de

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refrigeração equipadas com sensores que sinalizam quando de quedas de energia – problema que, dependendo da duração, pode comprome-

ter a qualidade das doses

A diversificação ajuda a conquistar espaços, observa Domingues, refe-

A partir da esquerda, de pé: Lucas Rebonato Savoia, auxiliar administrativo; Geraldo Amarildo Ganaza, coordenador comercial de fertilizantes; João Carlos Ruiz, gerente comercial de Insumos; Solange Cristina Correia, analista comercial; Eliza Felipe da Silva, auxiliar administrativa e Tiago Santana Zefirino, auxiliar administrativo; sentados: Joel Kehiti Murakami, coordenador técnico de pecuária; Tiago Henrique Palaro, assistente comercial de defensivos; Fausto Piovan, coordenador comercial de sementes; Clóvis Aparecido Domingues, coordenador comercial de pecuária, e Wilson Aparecido Miranda da Silva, coordenador comercial do grupo Peças

rindo-se às rações: entre os itens oferecidos, há opções para várias espécies animais. Além de atender a criadores de bovinos de corte e de leite, equinos, suínos, caprinos e peixes, a cooperativa atua também desde o início do ano com uma linha específica para cães.

PISCICULTURA - De 2011 para 2013, a comercialização de ração para peixes, produzida pela Cocamar, apresentou crescimento significativo, somando atualmente cerca de 500 toneladas/mês. A principal razão para o incremento nas vendas foi o aprimoramento na formulação, aumentando o percentual de proteínas e a digestibilidade do produto. Além da melhor qualidade, como o organismo dos peixes absorve mais os nutrientes, e consequentemente emite menos dejetos, a conversão alimentar é bem maior e a contaminação da água, menor. A entrega rápida e as condições facilitadas de pagamento, por outro lado, também contribuíram para a expansão dos negócios.


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pecuária

Aproveitar o manejo do gado para investir na sanidade

De 1º a 30 de novembro acontece no Paraná a segunda etapa estadual de vacinação contra a febre aftosa e todos os bovinos e bubalinos devem ser imunizados; rebanho está sujeito a outras enfermidades

Da Redação - Na segunda etapa de vacinação do rebanho bovino estadual contra a aftosa, de 1º a 30 de novembro, devem ser imunizados contra a enfermidade todos os bovinos e bubalinos, independente da idade. “De mamando a caducando”, brinca o coordenador comercial de pecuária da Cocamar, Clóvis Aparecido Domingues. Na primeira etapa, que ocorre sempre em maio, apenas os animais com até 24 meses recebem a dose.

Segundo Domingues, o pecuarista deve aproveitar o manejo do gado, já que vai vaciná-lo contra aftosa, para fazer também a prevenção de outras doenças, como carbúnculo, raiva e brucelose. “Vale a pena investir na sanidade do rebanho, o preço da arroba vem subindo e o mercado encontra-se bastante favorável a esse setor”, finaliza.

dos, ou seja, animais que possuem cascos bipartidos. Os mais afetados são bovinos de leite e de corte e os tos a animais infectados, suínos. tecidos de animais infectaCARBÚNCULO - doença in- dos ou elevadas concenfecciosa aguda, é provocada trações de esporos de carpela bactéria Bacillus an- búnculo. thracis e a sua forma mais virulenta é altamente letal. RAIVA - Doença infecciosa Trata-se de uma enfermida- que afeta os mamíferos, caude comum dos animais her- sada por um vírus que se inbívoros, quer dos selvagens stala e multiplica primeiro AFTOSA - É uma doença quer dos domésticos, mas nos nervos periféricos e deviral altamente contagiosa também pode afetar os seres pois no sistema nervoso cenque afeta animais biungula- humanos que sejam expos- tral e dali para as glândulas

calcário

De “mamando a caducando”, todos devem receber a dose

salivares, de onde se multiplica e se propaga.2 Por ocorrer em animais e também afetar o ser humano, é considerada uma zoonose.

BRUCELOSE - também conhecida por febre de Malta ou ondulante é uma doença crônica causada pelas bactérias do gênero Brucella, transmitida pelos laticínios não pasteurizados.

Correção da acidez dá maior eficiência à adubação

Corretivo deve ser aplicado mediante amostragem do solo

Falta de cálcio e excesso de alumínio e/ou manganês são fatores que limitam a produtividade

Todas as maneiras de aumentar a eficiência da adubação e a produtividade nas lavouras são bem-vindas. E a aplicação de calcário no solo, ou calagem, é uma dessas medidas. "Solos ácidos, caracterizados por baixos valores de pH (menor que 5,5), teores insuficientes de cálcio e excesso de alumínio e/ou manganês, são predominantes na maior parte do Brasil e limitam fortemente a produtividade das culturas, pois impe-

dem absorção plena dos nutrientes pelas plantas", afirma o engenheiro agrônomo Emerson Nunes, coordenador técnico de culturas anuais da Cocamar. A aplicação de calcário agrícola corrige essa acidez, permitindo que a adubação seja plenamente aproveitada.

INDISPENSÁVEL - Segundo Nunes, o uso de calcário para correção do solo é uma das medidas que os produtores não podem deixar de tomar

todos os anos. Mediante uma amostragem do solo que deve ser feita com a orientação de um técnico e envio para análise a um laboratório especializado, é possível conhecer com exatidão as deficiências do mesmo e também o nível de acidez. “Mediante o laudo fornecido pelo laboratório, o produtor é orientado sobre a quantidade de calcário a comprar e a maneira como o corretivo deve ser aplicado”, afirma.


reciclagem

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Fazendo Arte com Sabor

Um total de 1.250 alunos de 27 escolas públicas do município, participa de um dia de arte, diversão e conhecimento sobre sustentabilidade na Associação Cocamar em Maringá

Maringá I Cleber França - No dia 24 de outubro, a criançada tomou conta da Associação Cocamar durante a 4º etapa do projeto “Fazendo Arte com Sabor”, desenvolvido pela área de Marketing da Cocamar, que reuniu 1.250 alunos de 27 escolas municipais de Maringá. Além de se divertir, eles aprenderam um pouco de arte e sustentabilidade.

Gabriel dos Santos Marcos, de 10 anos, disse que gostou de participar das atividades, principalmente da oficina de pintura. Ele estuda na Escola Municipal Gabriel Sampaio, no Conjunto Patrícia. Ele participou de uma gincana em que foram arrecadadas centenas de embalagens cartonadas de suco vazias. “É muito importante preservar o meio ambiente”. Heloisa Rodrigues Lima, de 7 anos, também contribuiu para a arrecadação de embalagens recicláveis. “Se cada um fizesse a sua parte o meio ambiente não estaria com tantos problemas. Além de recolher, temos que economizar água, energia e não maltratar os animais”, citou Heloísa, completando: “Estou gostando muito de ter vindo aqui, aprendi a confeccionar fantasias”.

CONSCIÊNCIA - A diretora da Escola Municipal Rui Alvino Alegrete, Deli Vieira Silveira, disse que a iniciativa mobilizou toda a comunidade e deixou os alunos motivados. “Mesmo tendo encerrado esta etapa, eles já estão se organizando e fazendo recolhimentos para o próximo ano. Um projeto como este ajuda na educação das crianças, que serão cidadãos mais conscientes.”

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SEMENTES - O projeto contou com o apoio da UniCesumar. “É uma ação muito legal que envolve arte, sustentabilidade, educação ambiental. Ao todo, 150 alunos desenvolveram oficinas de arte, música e dança. Estamos plantando uma semente para futuro”, comentou a coordenadora dos cursos de Artes Visuais e Música da instituição, Débora Kemer.


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Além da diversão garantida, durante todo o dia as crianças receberam alimentos e sucos. Foram recebidas com lanche, almoçaram lá, saborearam café da tarde e houve distribuição à vontade de pipoca e algodão doce. PREMIAÇÃO – Os cinco alunos que mais se destacaram em recolhimento, serão premiados em novembro. O 1º lugar vai receber um notebook, o 2º um netbook, o 3º um tablet e o 4º e 5º colocados, cada, um estojo profissional de lápis de cor. Por sua vez, o aluno participante de cada uma das 350 turmas que mais arrecadou receberá um estojo escolar de 18 peças de lápis de cor.

Foi um dia inteiro de atividades em 12 oficinas; projeto será encerrado em novembro, com premiação

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Projeto “zera” quantidade de embalagens que Cocamar põe no mercado

Segundo o responsável pelo “Fazendo Arte com Sabor”, Rafael de Souza Chacon Pignati, o projeto atua com a arrecadação de embalagens e desenvolve conceitos de sustentabilidade nas escolas municipais: “No evento, os alunos participaram de 12 oficinas de arte, que ensinaram como reutilizar e transformar materiais recicláveis em porta-retratos, porta-canetas, vasos para plantas e diversos outros produtos”.

Pignati informa que o volume arrecadado pelos alunos este ano, em torno de 2,4 milhões de embalagens, o equivalente a quase 70 toneladas, é praticamente tudo o que a Co-

camar colocou no mercado de embalagens Purity.

“Temos informações de alunos que produziram panfletos por conta própria e saíram distribuindo pela vizinhança, pedindo que embalagens fosse reserva-

das para recolhimento”, completa Pignati.

Todo o material foi recolhido pela cooperativa e entregue para uma cooperativa de reciclagem, visando sua destinação correta.


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orientação

Café após a geada, o que fazer?

a retomada das chuvas e a consequente brotação, • Com é possível definir o tipo de poda a ser feito Região I Marly Aires - Com a volta das chuvas e a ocorrência da brotação é possível definir melhor o local de poda do cafezal que sofreu geada, orienta o engenheiro agrônomo especialista em café da Cocamar, Francisco Ubiratã Aires, o Bira. Ele recomenda aos cafeicultores que tiveram suas lavouras queimadas que definam com seus agrônomos qual o tipo de poda a ser feito, o es-

queletamento ou um corte mais radical, se necessário.

“Esse é o momento ideal também para fazer a correção do solo e dar ao cafezal as melhores condições para aproveitamento do adubo e da água”, avisa. A análise do solo deve ser feita em camadas de 0 a 20 cm e de 20 a 40 centímetros, efetuando a correção indicada. “Não se pode descuidar dos micronutri-

entes, por meio de adubação foliar, fundamentais para o aproveitamento de todos os nutrientes pela planta”, diz.

Com a brotação, o cafeicultor precisa ficar atento também ao controle de pragas e doenças. Uma enfermidade típica desse período, que ataca principalmente as folhas novas e que demanda maior cuidado, é a bacteriose.

Replantio de olho na mecanização

Para os cafeicultores que vão aproveitar o arranquio do café para replantar a lavoura já no padrão ideal para a mecanização, é recomendada também uma análise de solo, adubação e correção conforme a demanda. Antes, entretanto, é preciso fazer também uma análise nematológica, em caso de suspeita de nematoide, optando por variedades resistentes ou por mudas enxertadas, onde for identificado o problema.

Segundo Bira, a correção do solo, na substituição da lavoura, deve ser em área total, com incorporação, além da adubação no sulco de plantio. “O sulcamento precisa ser bem feito para garantir um o “pegamento” da muda: com profundidade, largura e adubação adequadas conforme seu volume/metro linear e a análise de solo”, recomenda. O ideal é que o sulco tenha pelo menos de 30 a 40 centímetros de largura com 40 centímetros de profundidade. O corretivo deve ser depositado no fundo e o adubo químico e orgânico precisam ser misturados a este.

O plantio é feito em nível e com espaçamento entrelinhas e entre plantas adequados à mecanização da lavoura, especialmente da colheita, planejando também os carreadores laterais e centrais para manobras das máquinas. Os espaçamentos entre plantas variam de 0,5 a um metro, conforme a variedade escolhida, plantando uma planta por cova e caprichando no alinhamento para facilitar a passagem da máquina. Além de efetuar o molhamento das plantas após o plantio, é preciso manter as entrelinhas com vegetação (adubação verde ou braquiária), roçando sempre que necessário, evitando a erosão. Da mesma forma, a linha do cafeeiro precisa ser mantida sempre limpa, livre de plantas invasoras.

Recomendação é produtor conversar com seu agrônomo para definir o melhor a fazer com sua lavoura

registro

Fipronil e Imidacloprid, da Nortox, agora também no Paraná

Dois produtos da Nortox, que já tinham registro para outros Estados, passam a ser comercializados também no Paraná: o Fipronil Nortox 800 WG e o Imidacloprid Nortox. A comercialização no Estado foi aprovada, respectivamente, em maio e

julho pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar/Seab).

O Fipronil é um inseticida e cupinicida do grupo químico pirazol, com ação de contato e ingestão. Pode ser utilizado para aplicação fo-

liar no algodão e na soja e para aplicação via solo na batata, cana de açúcar e milho. Apresenta controle para uma série de alvos biológicos que causam consideráveis danos à produção. O Imidacloprid Nortox, in-

Os produtos são comercializados desde meados do ano

seticida sistêmico do grupo químico neonicotinóide, é um produto diferenciado, com indicação para as principais culturas e com uma gama completa de alvos biológicos. Pode ser aplicado

em todas as fases das respectivas culturas, já que possui modalidade de aplicação via sulco, tratamento de sementes e foliar, o que vem fazendo dele uma referência no mercado.


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família do campo

Chegando para desbravar o sertão •

Família Sutil veio para o lugar onde atualmente é São Jerônimo da Serra entre 1890 e 1900, onde se estabeleceu como produtora de suínos, tomando posse de 800 alqueires de terras devolutas

São Jerônimo da Serra | Marly Aires - A história de São Jerônimo da Serra tem a ver com o desbravamento do sertão do Paraná e a abertura das matas no norte e noroeste do Estado. O povoado surgiu a partir de um pedido do governo imperial, em 1846, de que fosse aberta uma rota estratégica de acesso da região de Curitiba e Campos Gerais ao Mato Grosso. A família Sutil chegou ao município entre 1890 e 1900, tomando posse de 800 alqueires, onde se estabeleceu como produtora de suínos. O casal Gertrudes e Antonio Sutil, oriundos de São José dos Campos (SP), tiveram 10 filhos, entre eles o seu João, atualmente com 96 anos - a pessoa mais idosa da cidade. O irmão dele, Loureano (já

Acima, Orozimbo com a esposa Horizontina e uma das netas, na sequência fotos antiga e mais atual dos filhos

falecido), é pai do produtor Orozimbo Sutil, 74 anos, cooperado da Cocamar. NA MATA - Quando a família chegou, foi escolhido o lugar e demarcado o terreno com uma picada ao redor de 800 alqueires de terras devolutas, onde tomou posse. O primeiro rancho de palmito coberto de folha de palmeira e sapê foi a morada deles por muitos anos. Eles viveram grande parte da vida no meio da mata, onde criaram seus oito filhos. Hoje, Orozimbo possui 4,5 alqueires e arrenda mais seis onde cultiva soja e milho e 16 mil pés de café, 1,8 mil pés de uva e uma pequena pastagem para gado de corte e leite. Casado com dona Horizontina, é pai de oito filhos.

João Sutil, a pessoa mais idosa da cidade


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Tensões e conflitos

Como a região era ocupada por posseiros, ou seja, que não tinham a posse legal, pois as terras devolutas pertenciam ao Estado, negociando-se apenas o direito de uso, conflitos eram inevitáveis. Mesmo os terrenos na cidade eram posses e só na década de 1950 o governo começou a legalizar a situação.

Quando da chegada dos Sutil, outros desbravadores estavam na região. Mas havia um respeito mútuo e uns não invadiam as terras dos outros. Mesmo assim, sem a definição precisa e legal das divisas de cada propriedade, dúvidas suscitavam tensões que convergiam para atritos. Demorou até que as matas fossem derrubadas e, no dia a dia, famílias transportavam mercadorias nas costas ou em lombo de burro. Vivendo com simplicidade, posseiros se alimentavam do que produziam, além da caça e da pesca farta. Dependiam pouco de cidades, onde só se dirigiam para comercializar suínos. Quando Orozimbo nasceu, em 1939, ainda havia muito sertão. Aos 15 anos, conta que viu o pai abrir de vez a mata para plantar café. Ao casar-se, construiu um pequeno rancho coberto de pequenas tábuas. Já a madeira para as paredes foi cortada no machado.

Porcos em vez de café

Na fase inicial de colonização predominava em São Jerônimo da Serra a extração de madeira, atividades mineradoras no Rio Tibagi e criadores de porcos. O café não teve a mesma primazia que em outras regiões. Entrou na mesma época em que algodão, milho, feijão, arroz, mamona e outras passaram a ser plantados. Conforme relatos, os desbravadores abriam uma clareira e plantavam uma roça de milho para alimentar os porcos. Quando no ponto, colhiam o milho e soltavam os animais. Só com os babujos da palha da lavoura e as muitas abóboras pelo chão, davam para engordar os bichos. O milho do paiol era usado para uma nova criada. A criação de porcos na mata só perdeu espaço após a seca de 1944 e acabou quando da chegada da peste suína em 1945. Atualmente, predomina nos campos da região a

Café tropeiro

Nas andanças com os animais, cruzando as trilhas na mata, Orozimbo lembra que aprendeu a fazer café tropeiro. Ele ensina a receita: “É só colocar água e pó para ferver na chaleira. Para separar o pó, basta jogar um pedaço de brasa acesa dentro da chaleira. Todo o pó vai se juntar à brasa e o café está pronto para ser servido.” Orozimbo conta que acompanhou várias tropas. Os safristas de porcos saíam praticamente na mesma época, dando dois dias de diferença para não se encontrarem na estrada. Era mais de um mês de viagem, caminhando por um “carreirão” de mais de 140 quilômetros no meio na mata. Na hora de dormir, em pontos de pouso predeterminados, os tropeiros faziam uma roda de ramos para contar os animais, armavam as redes, acendiam a fogueira e deixavam sempre alguém de vigia. Despertavam bem cedo e, quando amanhecia, já estavam longe. Quando chegavam a Ibaiti ou Castro, havia os caminhões esperando nos pontos de venda. Embarcados, os animais eram levados para São Paulo e outras regiões. “A gente negociava ali mesmo. Normalmente, um safrista tinha mais de mil cabeças”, afirma.

Parte da família em fotos de arquivo pessoal


Jornal de Serviço Cocamar

“É produzir mais rápido e cultivar, em seguida, o milho safrinha mais cedo para escapar do frio”

O utubro 2013 - Pág. 40

integração

JOAQUIM GOMES NETO, cooperado de Floresta

ILPF é tema de Fórum em Maringá •

Palestrantes deixaram claro: integração lavoura, pecuária e floresta é a maneira de o país atender à demanda mundial por mais alimentos para sustentar o aumento da população nas próximas

Maringá I Rogério Recco - Mais de 550 convidados, entre produtores e técnicos, participaram em Maringá, na noite de 17 de outubro, da segunda etapa do Fórum Nacional de Agronegócios, evento promovido pela Rádio CBN com o apoio

da Cocamar. Em sua palestra, o presidente da John Deere, Paulo Herrmann, destacou que o maior desafio da humanidade, nas próximas décadas, será alimentar uma população crescente – hoje ao redor de 7 bilhões de indiví-

Areia vira solo produtivo

duos e que, em 2050, estará em 9 bilhões. “Esse crescimento vai demandar mais eficiência produtiva no campo e com sustentabilidade”, afirmou Herrmann. Segundo ele, vai ser preciso ampliar em 20% a produção global de alimentos até 2050 e o Brasil, ainda com fronteiras agrícolas a explorar, deve responder por pelo menos 40% desse aumento. “Temos 50 milhões de hectares a incorporar, isto significa quase que dobrar a área cultivada atualmente no país”, ressaltou. Herrmann fez menção, no

“É difícil encontrar algum defeito na integração”, garantiu o pesquisador da Embrapa Cerrados, João Klutchoski, o João “K”, que também palestrou no Fó-

entanto, a um fato que tem dispensado a incorporação de novos espaços para a agricultura. Em 1990, o Brasil produziu 58 milhões de hectares com uma superfície cultivada de 38 milhões de hectares; em 2012, essa área havia subido para 53 milhões de hectares (30% a mais), para uma colheita de 187 milhões de toneladas (mais que o triplo em volume). “Graças a sucessivos ganhos de produtividade, economizamos 70 mil hectares, levando em conta a média de expansão agrícola até 1990”, comentou.

rum. “Com esse sistema de produção, o Brasil vai oferecer ao mundo a maior revolução verde de todos os tempos”, citou, lembrando que tal modelo pode ser im-

Segundo Herrmann, o Brasil tem a agricultura mais eficiente do planeta. “O PIB [Produto Interno Bruto] só não é negativo por causa da agricultura”, citou. Para ele, o crescimento da oferta de alimentos no país vai passar pelo sistema de integração lavoura, pecuária e floresta (ILPF)– em uma fazenda de gado, por exemplo, passa a produzir também soja no verão, de forma sustentável e com alta produtividade. “Assim como o plantio direto foi uma quebra de paradigma, está acontecendo a mesma coisa com a integração”, afirmou o palestrante. plantado em propriedade de qualquer tamanho e mesmo em solo pobre. “A integração consegue transformar areia em solo produtivo”, comentou, relacionando que os be-


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nefícios são de ordem ambiental, econômica, agronômica e social.

“O Paraná já tem 250 mil hectares cultivados com sistemas de integração”, afirmou o presidente do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Florindo Dalberto. Daquele total, segundo ele, cerca de 50 mil são na região do arenito caiuá (áreas atendidas pela Cocamar). No Brasil, são aproximadamente 3 milhões de hectares.

é o desenvolvimento gigantesco do processo tecnológico”, disse o pesquisador do Iapar, Sérgio José Alves, que também esteve no Fórum. Ele frisou que na integração se usa cada vez menos herbibidas e inseticidas. Da mesma, devido ao plantio direto, o solo fica coberto o ano inteiro, permanecendo úmido por mais tempo.

“A oportunidade é agora”, destacou o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, explicando que o governo fede-

ral disponibiliza linhas especiais de crédito, por meio do Programa Agricultura de Baixo Carbono, a juros de apenas 3,5% ao ano, para investimentos em integração. Na visão de Lourenço, é o momento de o pecuarista modernizar a sua atividade. Com a degradação natural das pastagens, consequência do modelo extrativista, a pecuária tornouse o primo pobre do agronegócio. “Continuar dessa forma é inviável economicamente. A única saída é a integração”, completou.

A partir da esquerda: Florindo Dalberto, presidente do Iapar, Luiz Lourenço, presidente da Cocamar, Paulo Herrmann, presidente da John Deere Brasil e João Klutchoski, pesquisador da Embrapa Cerrados

Braquiária, o capim versátil que viabiliza a integração “Não é uma saída mágica,

A braquiária ruziziensis não é novidade no Brasil. Esse capim rústico e exótico, de origem africana, foi introduzido no país ainda na década de 1970, ganhou importância como pastagem em quase todo o território nacional, onde se adaptou facilmente, mas seu potencial para revolucionar o agronegócio brasileiro somente foi percebido

pelos pesquisadores há menos de uma década.

Atualmente a braquiária – que faz bem ao solo, à pecuária e à agricultura - é a “menina dos olhos” da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Uma unanimidade entre especialistas, agricultores e pecuaristas, o capim tem

quebrado paradigmas e sepultado antigos conceitos da agropecuária.

REAPRENDER - O pesquisador da Embrapa Cerrados, João “K”, afirma ficar emocionado quando vê o que a braquiária é capaz de fazer. “Com tantos anos na pesquisa, tive que reaprender muita coisa por causa dessa espécie”, lembra. O modelo de integração de atividades começa um ano antes com a correção do solo onde, no verão, vai ser cultivada soja. Após a colheita do grão, planta-se

João “K”: enraizamento da braquiária “quebra” a compactação e oxigena o solo

braquiária para alimentar o gado no inverno seguinte. Se o período frio é geralmente uma época de pastos destruídos, em que os bovinos emagrecem ou morrem desnutridos, isto não acontece onde a braquiária foi instalada. Não raro, é possível engordar o rebanho à média de 600 gramas por dia, durante três meses seguidos. Em seguida, a braquiária é dessecada na primavera para um novo ciclo de soja, reiniciando o sistema.

De acordo com os técnicos, a palhada da braquiária deixa o solo fresco e

úmido por mais tempo após uma chuva. Isto, segundo eles, minimiza o efeito do calor forte e até de uma estiagem de curta duração. E acrescentam que se o solo ficasse à descoberto, esquentaria tanto que a camada superficial poderia chegar a 60 graus centígrados, inviabilizando a agricultura. O intenso enraizamento do capim traz outras vantagens ao solo, comenta o pesquisador. Impede e erosão, promove a descompactação e, por fim, recupera a fertilidade com a produção de matéria orgânica.

Espécie de origem africana tem surpreendido especialistas por aposentar velhos conceitos da agropecuária e pelos benefícios que proporciona ao meio ambiente


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Alimento garantido no inverno integração

Quem investe na implantação de uma pastagem de capim braquiária logo no final do verão e início de outono, poderá ter uma quantidade de massa verde suficiente para engordar ao menos quatro unidades animais em um hectare durante os meses mais críticos do inverno.

pois de três geadas seguidas, entre o final de julho e início de setembro, os pastos da Fazenda Santa Luzia ficaram arrasados e o rebanho só escapou da fome porque o proprietário havia plantado uma parte com aquele capim. “Foi providencial, se soubesse teria plantado mais”, afirma.

Segundo o especialista João Batista Barbi, do Instituto Emater em Tapejara (PR), o gado conseguirá comer apenas metade de toda a braquiária. O que restar vai servir como cobertura do solo no verão.

Em Cidade Gaúcha, 28 dos 85 alqueires de pastos da Fazenda Bom Jardim, de Ademir Ferrarini, já são cultivados com braquiária e a tendência, segundo ele, é ir aumentando. “A gente se sente mais seguro e encorajado para investir na atividade”, conta Ferrarini. Já no ano passado ele decidiu partir para um programa de integração, interessado em dar novo rumo à propriedade. “Pelo sistema tradicional não dava mais, estava inviável”, conta. No início de 2013 o produtor colheu sua primeira safra de soja e diz contar com a ajuda do filho Aden, que é veteri-

Barbi observa que o capim viceja e fica pronto justamente no período em que há déficit de pastos na região – entre os meses de maio e agosto. Foi a braquiária que livrou o pecuarista Carlos Ehlers, de Douradina, no noroeste paranaense, de um grande prejuízo este ano. De-

Ehlers: sem o capim, prejuízo teria sido grande no último inverno

nário, para modernizar a pecuária. Com a braquiária garantindo alimento e a engorda do gado mesmo no frio, a próxima meta é reduzir a idade de abate do plantel para 14 meses, ofertando animais jovens e de carne mais macia ao mercado. A fazenda de Ferrarini sediou um dia de campo sobre integração lavoura, pecuária e floresta no dia 10 de outubro, promovido pela Cocamar, por meio da unidade de Tapira. Cerca de 200 produtores e

Aden e o pai Ademir Ferrarini: agora é só crescer

técnicos participaram do evento que foi organizado em parceria com o Instituto Emater. “Eu conheci a integração num evento da Abag realizado pela Cocamar em Maringá”, comentou o proprietário. De acordo com o gerente da Cocamar em Tapira, Luiz Américo Tormena, a integração vem ganhando espaço na região “e a cooperativa estruturou-se com uma equipe especializada para orientar e garantir suporte aos produtores”.


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Braquiária, o capim versátil que viabiliza a integração

Duzentos produtores e técnicos participaram de um dia e campo promovido pela Cocamar em parceria com o Instituto Emater, no último dia 10 em Cidade Gaúcha. Ademir Ferrarini, o proprietário da fazenda, está no segundo ano da integração: “tendência é só aumentar”

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Prefeitos da Amusep abrem espaço em reunião para palestra sobre o sistema No dia 25 de outubro, reunião dos 30 prefeitos integrantes da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep), realizada na Casa da Cultura em Doutor Camargo, a 30km de Maringá, abriu espaço para uma palestra sobre integração lavoura, pecuária e floresta (ILPF), com o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, e o pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Sérgio José Alves.

Ao iniciar os trabalhos, o presidente da Amusep, Edgar Silvestre, o Deca, prefeito de Marialva, saudou a iniciativa da Cocamar de divulgar o sistema entre as lideranças municipais, por ser uma oportunidade para a geração de riquezas por meio do fortalecimento da agropecuária. “É um trabalho que precisa ser visto com carinho pelos prefeitos, principalmente dos municípios situados em região de solos arenosos”.

Ao fazer sua palestra, Luiz Lourenço disse que tão importante quanto tentar levar empresas e indústrias aos municípios é incentivar a ILPF. “As fazendas se tornam verdadeiras indústrias de alimentos, explorando uma vocação regional. Temos tecnologias, profissionais especializados e recursos a custo barato para implementar o programa”, comentou. Segundo ele, há pelo menos 1,8 milhão de hecta-

Para municípios, sistema é oportunidade de geração de riquezas

res de pastos degradados, ou seja, de baixo retorno econômico, na região noroeste paranaense, onde os solos são de consistência arenosa, com potencial para a ILPF.

“Não é uma saída mágica”, afirmou o pesquisador do Iapar, Sérgio Alves. A integração, disse, garante sustentabilidade ao negócio. “Quem investe, não quebra nunca.”


Jornal de Serviço Cocamar O utubro 2013 - Pág. 44

almanaque

“Fumaça”, uma vaca diferente

O cooperado da unidade da Cocamar em Sabáudia, Dorival Crespo Gigliotti, possui um sua propriedade uma vaca leiteira com uma característica incomum. “Fumaça”, uma mestiça de quatro anos de idade, que já teve a sua primeira cria, possui 6 tetas, duas a mais que o normal. “O bom é que a vaca produz leite em todas as tetas, ou seja, 50% a mais que qualquer outra”, brinca Gigliotti. O assistente administrativo Fábio Carvalho Beloti foi conferir e registrou as fotos para o Jornal Cocamar

O tratamento de males com plantas medicinais A prevenção e até mesmo a cura de doenças com o uso de plantas medicinais era mais comum antigamente, quando as pessoas tinham uma ligação mais próxima com a natureza. Qualquer casa tinha a sua horta e, nela, eram cultivadas ervas e frutos que originavam chás e com os quais se podiam fazer até curativos.

Curiosa no assunto, dona Clarice, esposa do cooperado Antonio Vieira Assunção, de Alvorada do Sul, fez um resgate desse conhecimento que era passado de geração em geração, mas que hoje, com a mudança de hábitos das famílias e a praticidade da

vida moderna, foi esquecido.

Pesquisando em livros, ela aprendeu a plantar um pouco de tudo no fundo do quintal, utilizando-as para tratar doenças corriqueiras. Não demorou muito para começar a aparecer vizinhos e amigos em busca de um chá, uma compressa, ou ao menos dicas de como usar plantas medicinais.

Como foi dona Clarice quem implantou a Pastoral da Saúde em Alvorada do Sul, dela participando por 17 anos, a especialização no assunto ocorreu de forma natural, realizando cursos de homeopatia e terapias com

Dona Clarice: resgate de um conhecimento que, com a vida moderna, foi ficando de lado essenciais florais. Com isso só cresceu o número de pessoas que a procuravam em busca desses medicamentos alternativos.

isso, mas aceitava doações, através da Pastoral da Saúde, visando a aquisição de matérias primas, bem como muletas, cadeiras de rodas e outros itens que eram entregues a famílias carentes.

Sabão em pó de óleo usado Ela conta que nunca cobrou por

A produtora Diva Tavares, de Alvorada do Sul, é quem dá a dica. INGREDIENTES

• 4 litros de gordura (óleo usado) • 2 litros de água • 1 kg de soda • 2 copos de amaciante • 1 vidro (500 ml) de desinfetante

• 2 caixas de anil

COMO PREPARAR

Misture tudo em uma bacia e mexa. Reserve de um dia para outro até endurecer. Rale na peneira e deixe secar esparramado sobre um pano por dois dias. Guarde em recipiente bem fechado.


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