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2 Tessalonicenses 3:6 6 - Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu. Paulo não tem nada a dizer sobre os fariseus (a facção que já afirmou ter pertencido), ou quaisquer outros judeus sectários historicamente bem documentados durante o século I: saduceus, essênios, zelotes, etc. Se ele fosse realmente um polemista da primeira metade do século a omissão seria curiosa e suspeita. Por outro lado, a presença de sombras de outras facções do segundo século é encontrada nas cartas paulinas: ceríntios, docetistas, marcionitas, ebionitas, os nazarenos. 

Foi a carta original para os "Coríntios" uma carta na verdade dirigida a um grupo de hereges, os seguidores de Cerinto?

Costuma-se dizer que Paulo estava de olho nos "judaizantes", mas nunca utilizava a palavra por si mesmo, os adversários se referem apenas de forma relativa ("São hebreus? Bem, eu sou") e nunca os citou especificamente como sectários. Estas passagens poderiam estar direcionadas aos chamados "re-judaizantes" do segundo século, os que puseram em causa aos marcionitas e gnósticos para removê-los completamente das escrituras judaicas. Parece que alguns, pelo menos dos adversários de Paulo negavam a ressurreição dos mortos: 1 Coríntios 15:12 12 - Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? Estes dissidentes, e, talvez outros, praticam um estranho batismo para os mortos, mas o ritual não tem origem anterior ao segundo século entre marcionitas (Harnack, Marcion, 176). 1 Coríntios 15:29 29 - Doutra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos, se absolutamente os mortos não ressuscitam? Por que se batizam eles então pelos mortos? Pouco se sabe sobre Cerinto, um inovador religioso com seu próprio grupo de seguidores, talvez ativo na Ásia romana a fins do século I e início do século II. Acredita-se ter sido um contemporâneo de São João, que escreveu o quarto Evangelho contra ele e seus ensinamentos. Semelhante a muitos dos primeiros cristãos, era um adocianista (adocianismo: professa que Jesus nasceu humano, tornando-se posteriormente divino por ocasião do seu batismo, ponto em que foi adotado como filho de Deus.), ensinando que o espírito entrou em Jesus no batismo e se foi antes da crucificação. "Depois há que conter o herege Cerinto e seus ensinamentos. Pois ele também disse que o mundo foi criado por anjos. E apresenta Cristo como nascido da semente de José, afirmando que era meramente humano, sem divindade, afirmando também que a Lei foi dada por anjos, que representa o Deus dos Judeus e não como o Senhor...”. - Tertuliano, Contra Todas as Heresias, 9.3. O primeiro a contar sobre Cerinto foi Irineu em sua refutação do Gnosticismo, “Adversus Heresias”, escrito por volta do ano 170. De acordo com Irineu, Cerinto, um homem educado na sabedoria do Egito, afirmava ter inspiração angélica. Ele ensinou que o mundo visível e os céus não foram feitas por um ser supremo, mas por um poder menor (o Demiurgo) distinto dele. Não Yahveh, mas os Anjos fizeram e lhe deram suas leis. Esses anjos criadores não tinham conhecimento da existência de Deus. Lei judaica tornou-se então sagrada e essencial

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