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gama que vai da corrente racional neoplatônica, ou emanacionística, à corrente mística e intuitiva. O panteísmo oriental acentua o caráter vivencialmente religioso: toda a natureza está animada pelo alento divino, e por isso é como se fosse o corpo da divindade, que como tal deve ser respeitada e venerada. As doutrinas hinduísta e budista combinam os diversos tipos de panteísmo em seus livros sagrados: no Upanishad, no Bhagavadgita e nos Vedas. Este último apresenta a imagem da divindade como um mar, em que os seres são as ondas que participam da totalidade. Sistemas clássicos - A forma assumida pelo panteísmo clássico vê no mundo simples emanação, revelação ou realização de Deus, sem realidade própria independente, nem substância permanente, que não sejam a própria substância e demais atributos de Deus. Para os estoicos, o universo é o próprio Deus, como qualidade de toda substância existente ou a existir, imortal e não gerado, criador da ordem universal, que em si consuma toda a realidade e a gera continuamente. Deus "impregna todo o universo e toma vários nomes conforme as matérias diferentes em que penetra". No século III da era cristã, o panteísmo assume sua forma mais elaborada no neoplatonismo de Plotino. O mundo emana necessariamente de Deus, tal como a luz emana necessariamente de sua fonte. O ser gerado existe junto com o gerador, dele não se separa e é meramente sua parte ou aspecto. No século IX, no início da escolástica cristã, João Escoto Erígena defendeu a ideia de que Deus seria super-substância, da qual emana o universo, como substância simples, como manifestação sua como teofania. Na Renascença, Giordano Bruno retomou as ideias neoplatônicas e considerou Deus como natureza, como causa e princípio do universo. Sistemas modernos - Modernamente, foi Spinoza que concebeu a forma mais completa e elaborada do panteísmo. Deus e a natureza são a mesma coisa, mas enquanto Deus é naturante, a natureza é naturata (gerada). O universo não só é a emanação e a manifestação de Deus, mas é sua própria realização, na ordem de todas as coisas. Hegel denominou o panteísmo de Spinoza de "acosmismo" (negação da existência de um universo fora de Deus). Segundo ele, Spinoza não confunde Deus com a natureza e com o universo finito, nem considera Deus o universo. Pelo contrário, nega a realidade do universo, vendo em Deus a única realidade. Na filosofia contemporânea há exemplos de doutrinas panteístas e místicas, ainda que em pensadores voltados para outros campos do conhecimento, como Henri Bergson em Les Deux sources de la morale et de la religion (1932; As duas fontes da moral e da religião), embora tal panteísmo tenha sido negado por seus intérpretes católicos. Outro exemplo é Alfred North Whitehead, em Process and Reality, an Essay in Cosmology (1929; Processo e realidade, um ensaio de cosmologia). Os críticos do panteísmo acusam-no de ser uma espécie de ateísmo, que nega a pessoalidade de Deus, como anterior, superior e externo ao próprio universo. 

Algumas declarações e pensamentos Panteístas:

Quando nós afirmamos “O UNIVERSO É DIVINO” não falamos de um ser sobrenatural. Falamos da maneira como nossos sentidos e nossas emoções nos forçam a responder diante do poder e mistério profundo que nos rodeia.   

O Panteísmo é uma religião que não sacrifica a razão. Não exige fé em coisas impossíveis, tão só na ciência e no sentido comum. Não necessita nenhum guru, apenas seu próprio ser.

O panteísmo possivelmente conta com centenas de milhões entre seus membros. A maioria dos Taoístas são panteístas, assim como muitos Budistas Ocidentais, Japoneses e Chineses, pagãos, animistas, seguidores de muitas religiões indígenas e Universalistas Unitários. Os

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