JG News 243

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ANO XXIV - EDIÇÃO 243 25 DEZEMBRO DE 2018 A 25 JANEIRO DE 2019

(1942/ 2018)

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MA TRIZ: PRAÇA MAHATMA GANDHI, 2, MATRIZ: GRUPOS 709 E 710 CENTRO, RIO DE JANEIRO, RJ CEP 20.031-100 TELEFONE ONE: (21) 2220-3635 TELEF ONE E-MAIL: sbacem@sbacem.org.br 2

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Antonio Braga - Editor

2019, o ano que definirá o rumo da nação 24 anos vivendo de música. Escrevendo matérias, compondo músicas, dando palpite, apoiando uns, sendo desaprovados por outros, assuntos super normais para quem habita neste universo. Vi muita coisa, soube de muita coisa, coisas boas e ruins. Presenciei artistas nascendo e outros partindo. Vi sucessos surgirem do nada e outros merecidos não acontecerem. Não tem lógica, não tem fórmula. O sucesso é isso, acontece e pronto. Vi empresários apostarem suas fichas e o artista não acontecer e outros, sem grandes pretenções, de repente emplacarem nas paradas de sucesso. Estou vivo, para dizer que sou do tempo do Long Play. Inacreditavelmente, vi esse produto sumir das prateleiras e ser substituído pelo disquinho platinado chamado de CD. A febre do CD, a novidade, fez muito artista vender horrores. Novidade + qualidade = Vendas. Depois, o mega produto foi caindo em desuso. Primeiro a novidade de se poder gravar qualquer coisa em gravadores portáteis em casa mesmo, depois, com a facilidade de cópias o mercado da pirataria que invadiu as ruas e becos de todo o mundo. Fim da Era CD. O DVD e o Blu Ray já nasceram mortos, não deu nem tempo que curtir. Os pen drives substituíram tudo e logo após o stream fez tudo ficar muito antigo. Vivemos a Era do mercado virtual, com suas plataformas pagando ninharias que os artistas e autores ainda têm que dividir com editoras e associações de direito autoral. Uma lástima. Desestimulante. Mas é a vida. Do outro lado da música, a indústria de instrumentos musicais também sofreu baixas. Muitas fábricas fecharam, outras se transformaram em importadoras para poder encomendar o que antes fabricavam às fábricas da China Capitalista. Nunca vi um país com leis e regime comunista ser tão capitalista. Pois é. Mão de obra escrava. Mas ninguém pensa nisso na hora de comprar um instrumento. O sujeito quer pagar pouco e que se dane os escravos chineses que moram em gaiolas e comem arroz uma vez por dia para que aquele instrumento seja vendido a preço de banana. Fim da indústria nacional. Fim do PT. Graças a Deus!! Vamos viver os próximos 4 anos buscando novos horizontes, seja na indústria fonográfica, seja na indústria de instrumentos. Final de uma Era é sempre o início de outra. Não dá para adivinhar o que virá. O que estão inventando. Para onde o vento vai soprar. Mas dá para saber que o mundo não será mais o mesmo. Sem querer entrar em política, mas já entrando, espero que nosso novo presidente deixe o mercado andar sem interferência do Governo. Menos impostos ajudaria. Menos juros, mais facilidade de crédito, menos taxas, coisas que os países desenvolvidos conhecem e funciona. 24 anos vivendo de música. Será que já deu? Momento de rever meus conceitos. JG NEWS, ANO XXIV, ED. 243, 25 DEZEMBRO 2018 A 25 JANEIRO 2019

EDITORIAL EXPEDIENTE Editores Antonio Braga e Jorge Piloto Colaboradores Elias Nogueira, Alberto Guimarães, Márcio Paschoal, Robson Candêo, Patrícia Rodrigues, Nido Pedrosa, Fábio Cezane e Marcelo Seródio.

Comercial Rio de Janeiro Antonio Braga Whatsapp: 22 98828-0041 CEL: 21 98105-4941 bragaa@gmail.com Bahia Jorge PIloto (71) 98647-7625 (71) 9922-1828 jorge.piloto@yahoo.com.br Redação: Rua Cristóvão Barcellos, 11/103, Laranjeiras/ Rio de Janeiro, RJ CEP 22.245-110 Os artigos assinados são única e exclusivamente de responsabilidade de seus autores. A revista JG News é a continuação, em formato revista, do Jornal das Gravadoras, fundado em novembro de 1996 pelo jornalista Antonio Sergio de Farias Braga, Registro Profissional 18.851 L87 fl8v, emitido em de 16/09/1986. 3


Alberto Guimarães

PORTUGAL

QUADROS DO 2018 MUSICAL PORTUGÊS

A 15 e 16 de novembro teve lugar na cidade portuguesa de Leiria a Conferência de Exportação Musical que reuniu profissionais da indústria da música portuguesa e instituições públicas e privadas cuja atividade se relaciona com a promoção e exportação da música. O evento foi da responsabilidade da Why Portugal, plataforma de promoção e da indústria musical portuguesa. A Conferência de Exportação Musical contou com a presença de 4

diversas organizações internacionais e teve, no seu encerramento, a participação da Ministra da Cultura de Portugal, Graça Fonseca. O jornal on-line português Observador fez eco das palavras da ministra portuguesa na Conferência de Exportação Musical, que declarou em Leiria: "Portugal é um país rico em talento, história, criadores e programadores, mas é um país pequeno, pela sua geografia". Por essa razão, para Graça Fonseca, "é mui-

to importante conseguirmos abrir novos mercados e conseguirmos perceber que a cultura tem de ser atravessada por lógicas de posicionamento internacional". A ministra justificou: "Se conseguirmos posicionar os nossos criadores e artistas, isso tem impacto económico para os próprios e também para o país". Eventos como a Conferência de Exportação Musical e a relevância prestada pelo Estado em Portugal

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PORTUGAL Ministra Graça Fonseca

Klaus Kinski

à produção cultural, abrem perspetivas positivas para o já dinâmico movimento musical português. 2018 foi mais um ano úbere para a música em Portugal. Os produtores de espetáculos musicais não se podem lamentar da falta de um público. Este sempre corresponde marcando presença no encontro com os seus artistas preferidos, sejam nacionais ou internacionais. Durante o ano continuaram a ser diversos, em todo o país, os grandes festivais de música que resultaram em bilheterias esgotadas e onde se apresentaram nomes como U2, Roger Waters, Arcade Fire ou Nick Cave. No que respeita à música brasileira, a lista de artistas que tiveram encontro com o público português é imensa. A paixão dos portugueses pela música brasileira continua bem perceptível. A esse sentimento os

portugueses juntaram uma especial e grande admiração por Chico Buarque, lotando os seus vários shows nas grandes salas dos coliseus do Porto e Lisboa. Preiteando Chico, desfrutando das suas canções. Chico Buarque continua a ser o grande embaixador musical brasileiro na Europa, onde os seus seguidores se maravilham com a poética de Chico e encontram na sua verve uma síntese de toda a história da música popular brasileira. Foi bonita festa destes shows a propósito do CD Caravanas de Chico Buarque. Festa desde logo sintomaticamente iniciada com o velho samba " Minha embaixada chegou", de Assis Valente e consagrado por Carmen Miranda: Minha embaixada chegou/deixa meu povo passar/ meu povo pede licença/pra na batucada desacatar. Fazer a decupagem do filme do

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2018 musical português poderia ocupar aqui um grande espaço. Vamos então ficar pelo reportar de dois discos importantes e significativos da intensidade atual da música lusitana e, nos casos, da sua cooperação com artistas brasileiros. A concertina é um instrumento musical da família do acordeão, sendo bastante utilizado na música tradicional portuguesa. É na primeira metade do século XIX que a concertina surge, vindo depois a ser apurada por vários construtores europeus. Desde 1989, um grupo musical português que se juntou na cidade de Águeda, constituído por Artur Fernandes, Filipe Cal, Filipe Ricardo e Francisco Miguel, alentado pela determinação de fazer coisas novas e diferentes, foi além da tradicional utilização da concertina na música folclórica portuguesa. O grupo, que viria a tomar o nome Danças Ocultas, explorou devida5


PORTUGAL

mente a riqueza sonora que proporciona um quarteto de concertinas. Os Danças Ocultas souberam converter e utilizar o instrumento para uma valorização musical, o que se fez também pela inovação, ao introduzirem na formação uma concertina-baixo. Com uma carreira de 29 anos, os Danças Ocultas têm vários discos gravados, somando sucedidas apresentações onde o público se rende ao que ali ouve, resultado de intenso trabalho de maturação musical, técnica e artística. Assinale-se que a música do Danças Ocultas tem sido motivo de coreografias, por exemplo, pelo Ballet de Lorraine, em França, ou pelo Ballet Gulbenkian, em Portugal. Almejar ainda novas sonoridades e utilizações para as suas concertinas, levou os Danças Ocultas ao Brasil. Pretendendo pesquisar todos os recursos das concertinas, os quatro músicos portugueses procuraram um produtor externo para um novo disco. Em dezembro de 2017 os Danças ocultas gravaram na Casa do Mato Estúdios, no Rio de Janeiro, um CD que foi lançado recentemente, com o título "Dentro desse mar". Parceiro do grupo e produtor do disco foi o brasileiro Jaques 6

Morelenbaum. "Dentro desse mar" teve a par ticipação de Carminho, Zélia Duncan, Dora Morelenbaum, David Feldman, Marcos Suzano, Paulo Braga, Lula Galvão, Rogério Caetano, Luis Barcelos, Marcelo Costa, Robertinho Silva, Tiago Abrantes e do próprio Jaques Morelenbaum. Quanto às letras, os Danças Ocultas trabalharam com letras de Arnaldo Antunes, Carlos Rennó e Tiago Torres da Silva. Tudo em deslumbrantes associações sonoras e de timbres, bem como nas belas interpretações vocais associadas. António Zambujo chegou a tempo das vendas natalícias de 2018 com um novo álbum, intitulado "Do avesso". Zambujo lança o seu oitavo álbum após dois anos de ter lançado "Até pensei que fosse minha", um tributo a Chico Buarque. A sua aproximação à música brasileira está

va Martins. À revista musical BLITZ, António Zambujo justificou o título "Do avesso": "Este título faz sentido. O disco acaba por mostrar outras influências que eu já tinha, que não estavam muito presentes nos discos anteriores e que neste estão. É quase como virar do avesso". Em "Do avesso" está um António Zambujo que assume as influências de tudo que tem ouvido e permeia a sua vida e a sua criação. Como seja o álbum "Cavalo" de Rodrigo Amarante, que muito escutou, ou discos de The Beatles e Beach Boys. Ouça-se (ou veja-se no Youtube)"Sem palavras", single que apresentou o álbum, canção servida plena de harmonias beatles. O amor e o que pode ser o seu avesso, o desamor, são cantados num disco intimista, daqueles que ouvimos como se tivesse sido feitos especialmente para cada um de nós. Por um Zambujo que pode ser universal deixando indeléveis marcas das ruelas de Lisboa ou da paisagem do seu Alentejo, ao cantar, por exemplo, "Amapola" de José Maria Lacalle, espanhol que se radicou nos Estados Unidos e emocionou o mundo todo. Que 2019 seja um feliz ano musical para todos!

aqui patente nas composições incluídas de Ro-drigo Maranhão ou das parcerias Arnaldo Antunes/Cézar Mendes e Fernando Brant/ Milton Nascimento. Três composições são de Zambujo ele mesmo, que recorre ainda a Aldina Duarte, João Monge, Jorge Benvinda, Luísa Sobral, Márcia, Mário Laginha, Miguel Araújo, Paulo Abreu Lima e Pedro SilJG NEWS, ANO XXIV ED. 243, 25 DEZEMBRO 2018 A 25 JANEIRO 2019


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MUITO BOM

Ednardo inéditas O cantor e compositor José Ednardo Soares Costa Souza, mais conhecido como Ednardo, está preste a lançar disco de músicas inéditas, o que não acontecia desde 1985. A novidade mesmo fica por conta da parceria de Ednardo com Belchior, amigos de longa data. O eterno autor de pérolas do cancioneiro popular como Pavão Mysterioso, de 1974; Artigo 26, de 1976; Terral, de 1973, dentre outros tanto megasucessos, agora aos 73 anos, volta ao mercado fonográfico e garante lançar outras tantas pérolas para ficarem para sempre na história da música popular brasileira. O novo disco tem a assinatura de seu filho Daniel Limaverde, como produtor e inclui a faixa Bip Bip, composta com o amigo Belchior na época do Festival Internacional da Canção (FIC), da TV Globo, acontecido em 1972. O último disco de inéditas do artista foi Libertree, lançado em 1985.

DUO GISBRANCO, JAQUES MORELENBAUM E CARLOS MALTA - O SHOW QUATRILHO, o quarteto estabelece um jogo musical que une os pianos de Bianca Gismonti e Claudia Castelo Branco (Duo Gisbranco), os sopros de Carlos Malta e o violoncelo de Jaques Morelenbaum. Todos os músicos possuem uma carreira longa e sólida, e já haviam se encontrado em outros projetos. Porém, este ano, pela primeira vez, os quatro músicos se reuniram para tocar dentro de um universo bastante sofisticado e surpreendente, tendo sido a sua estreia no Rio de Janeiro. Explorando diversas possibilidades de formações entre eles, neste show inédito em São Paulo, foram interpretadas músicas consagradas de grandes compositores brasileiros como Egberto Gismonti (Forrobodó e 7 Anéis), Villa-Lobos (Bachianas Brasileiras n.4), Tom Jobim (Garoto), Hermeto Pascoal (Capivara), entre outros. (Assessoria) 8

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CHUPADO DA INTERNET

WINTEL 2018 anuncia a mais recente e abrangente análise de mercado independente global Os independentes agora representam 39.9% do mercado de música gravada no mundo. Receitas cresceram 10,9% em relação ao ano anterior, receita global de streaming cresceu 46% ano a ano. Londres, 4 de dezembro de 2018 WINTEL 2018 é o terceiro relatório produzido pela WIN (Worldwide Independent Network), mapeando o mercado global independente em relação à propriedade de fonogramas, e não em relação aos canais de distribuição. Este novo relatório desenvolvido para analisar o impacto econômico e cultural do setor da música independente foi criado a pedido da WIN por Mark Mulligan da MIDiA Research e editado pela Music Ally (Reino Unido). Os resultados, colhidos em 33 países, representam a mais abrangente pesquisa global do setor de gravadoras independentes feita até hoje. O estudo mostra que o mercado independente cresceu 39,9% em 2017. As receitas globais também cresceram de US$6.2 bilhões em 2016 para US$6.9 bilhões em 2017, demonstrando um forte crescimento ano a ano de 10,9%. É importante ressaltar que o setor independente teve uma performance superior ao do mercado de música como um todo, que cresceu 10,2% no último ano. O rápido crescimento dos chama10

dos mercados emergentes - com a China apresentando um crescimento de 36% em faturamento, Ásia e Austrália assistindo a um pico de 5,4% em receita e a América Latina com um aumento de quase 50% na receita de streaming - tudo isso faz com que a indústria observe com muita expectativa os próximos movimentos. Importante enfatizar que este relatório utiliza critérios baseados em detenção de direitos, e não em vendas feitas pelos canais de distribuição. Esta é uma distinção crucial, pois tendo em vista que as companhias independentes usam as grandes gravadoras (ou empresas de propriedade das grandes gravadoras) para distribuir sua música, estas grandes gravadoras incluem o valor da receita derivada da distribuição dos direitos dos independentes na mensuração do seu próprio mercado. A análise da WINTEL à luz da detenção dos direitos, portanto, promove uma visão mais exata do mercado. Isto também é relevante porque o tamanho do mercado é usado pelas empresas líderes de música digital como Apple, Google e Spotify em negociações com o setor independente, eventualmente determinando o nível de remuneração pago por estas empresas aos detentores dos direitos musicais. Ao final de 2017 os serviços de assinatura de streaming de música

atingiram 176 milhões de assinantes globalmente, comparados a 64 milhões em 2016. Este crescimento incrementou a receita das companhias independentes em 46% em 2017, atingindo US$3.1 bi. É extremamente provável que o streaming represente mais de 50% da receita das companhias de música independente num futuro próximo; as vendas físicas continuam a cair. Uma razão provável para este crescimento contínuo é o fato de que os selos independentes se ajustaram para acomodar e tirar proveito do ambiente de streaming, com 47% dos participantes da pesquisa respondendo que isto melhorou significativamente seu fluxo de caixa, um número que se eleva a 73% para selos nos quais streaming já representa mais de 30% de sua receita. Uma outra conclusão positiva e interessante da pesquisa é que 76% dos artistas que assinaram com selos independentes decidiram renovar seus contratos. Isto é sem dúvida um reflexo da estabilidade encontrada nos selos que estão trabalhando com tais artistas. As respostas demonstram que 42% das equipes nas companhias independentes permanecem por lá desde o início da empresa, um fato a destacar considerando que a média dos selos independentes tem 14.9 anos de existência. Também é válido refletir sobre o que define "independente" em 2018 - o termo está certamente evoluindo na indústria da música, e além de selos, o termo agora inclui os chamados artistas "autoprodutores", que estão lançando por conta própria sua música através dos distribuidores do mercado. O WINTEL 2018 revela que a renda dos artistas que se "auto lançam" cresceu de US$94 milhões em 2016 para US$101 milhões em 2017. Como estes artistas constro-

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CHUPADO DA INTERNET em times ao seu redor para exercer funções típicas de selos, este setor da comunidade da música independente tende a crescer significativamente. Alison Wenham, CEO da WIN afirma: "_Com 2018 chegando ao fim, estamos felizes em publicar a terceira edição do relatório anual WINTEL, que destaca o mercado global independente crescendo impressionantes 39.9% em 2017, um número que ultrapassa tanto as grandes gravadoras quando o setor de música como um todo. Há inúmeras informações interessantes a extrair desta pesquisa, mas uma coisa que realmente me chamou a atenção foi o fato de 76% dos artistas escolherem renovar seus contratos com seus selos, o que demonstra que os independentes estão estreitando fortes laços com os artistas que representam. Mais doze meses se passaram, turbulen-

tos para nossa indústria em muitos aspectos, mas surgiram novas legislações poderosas para proteger nossos negócios, houve um crescimento fantástico em alguns territórios inesperados, e o suporte contínuo dos fãs de música que continuaram a desfrutar e a se conectar com a música incrível que vem da comunidade global independente." "Este terceiro relatório da WIN é uma demonstração de força do setor da música independente global. Uma indústria sem números é uma indústria desempoderada. Diante desta realidade e do crescimento consistente das plataformas digitais, uma de nossas prioridades para 2019 será um estudo ainda mais aprofundado da produção musical brasileira e do perfil do produtor independente local." (Carlos Mills, Presidente da ABMI Associação Brasileira da Música Independente). (ASSESSORIA)

O grupo Os Paralamas resolveu partir para um Ska Natalino Herbert, Bi e Barone, acompanhados de João Fera (teclados), Bidu Cordeiro (trombone) e Monteiro Jr. (sax tenor), apostaram em versões para músicas tradicionais do mês de dezembro. "Jingle Bells", "We Wish You a Merry Christmas", "Feliz Navidad" e "Noite Feliz". "Resolvemos gravar essas músicas como uma brincadeira interna dos Paralamas, coisa que sempre fizemos aqui. Foi um momento muito alto astral, num clima muito positivo no estúdio", enaltece Barone.

TRADIÇÃO E MODERNIDADE 72 ANOS DEDICADOS AO DIREITO AUTORAL 12

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Robson Candêo

robson.candeo@uol.com.br

MUSICANDO rock de primeira. E, atenção! Eles estarão no Brasil para show em 2019.

álbum novo Neverland. Christine and the Queens cantora francesa que faz um pop eletrônico bem interessante, lançou seu segundo álbum - Chris - que traz músicas tanto em inglês quanto em francês. Um som muito bom, que encanta os ouvidos.

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Forever

Primeiro álbum de estúdio do DJ inglês Sigala - Brighter Days é um CD com uma música eletrônica muito animada com hits de grande sucesso.

Vale a pena prestar atenção no álbum Suncity do cantor soul Khalid que tem canções suaves e muito boas.

Slash, guitarrista do Guns'n'Roses e um dos grandes nomes do rock mundial, lançou Living the Dream trazendo em sua banda o vocal excelente de Myles Kennedy. O álbum vale a pena, com um 14

A jovem cantora pop Noah Cyrus tem como novidade o EP Good Cry que tem uma pegada muito boa apesar de poucas canções. Conhecida como MØ, esta dinarmarquesa faz um eletro pop bem bacana e está com JG NEWS, ANO XXIV ED. 243, 25 DEZEMBRO 2018 A 25 JANEIRO 2019


Robson Candêo escreve para o blog www.blurayedvdmusical.blogspot.com/ siga sua playlist na Apple Music no perfil @rcandeo

E os fãs da música instrumental moderna, vão curtir o álbum Let There Be Cello da dupla de violoncelistas 2Cellos onde apresentam grandes canções pop ao som de seus instrumentos, com clássicas como Eye of the Tiger, Perfect, Hallelujah e muito mais.

MUSICANDO

qualidade, ouça MassEducation da cantora St. Vincent que traz as canções do seu álbum anterior ao piano e ficou show de bola.

Já a britânica Jess Glynne tem um som pop com um toque eletrônico muito bom e que vale a pena conferir no novo trabalho Always in Between.

voz original da personagem Elsa (Frozen) e Let it Go é um grande sucesso dela. Agora lançou o ótimo álbum ao vivo Idina:live que todos esses hits e muito mais, onde destaco a brilhante versão para Bridge Over Troubled Water.

E não posso deixar de comentar como gostei de ouvir o novo álbum da banda de rock inglesa Echo & The Bunnymen The Stars, The Oceans & The Moon, que me transportou ao som deles lá dos anos 80... para cinquentão nenhum botar defeito. E aqueles que como eu, adoram descobrir coisas novas de Em seu quarto álbum - Mirror The Master, a banda Young The Giant traz mais de seu ótimo rock alternativo que vale a pena ouvir. Aposto que poucos sabem quem é Idina Menzel, mas essa cantora de musicais da Broadway (trabalhou em Rent e foi premiada em Wicked) é a JG NEWS, ANO XXIV, ED. 243, 25 DEZEMBRO 2018 A 25 JANEIRO 2019

E o cantor Tom Odell já está em seu terceiro álbum tão bom quanto os anteriores - Jubilee Road - baseado muito no piano e sua ótima voz, sem deixar de comentar as belas músicas. Verônica Sabino, grande cantora da MPB moderna, apre15


MUSICANDO

senta seu novo trabalho - Esse rão e muito mais. Meu Olhar (Ao Vivo) - com clássicas como Chega de Saudade, E quem tem feito muito sucesBésame Mucho, Samba de Ve- so com o público jovem no Bra-

sil é Vitor Kley que no CD Adrenalizou traz o hit O sol e muitas outras músicas bem legais.



INFORME

O projeto AMC NO CHORO E NO SAMBA Fuhrmann levou lançamentos para contrabaixo e violão na Music Show Pensando em atender cada vez melhor as diferentes necessidades dos músicos, a Fuhrmann apresenta este ano o seu primeiro pedal destinado a violonistas, o String, além do BASS + preamp, um drive e pré-amplificador para contra-baixo. O pedal String possui efeito de reverb e chorus e é indicado tanto para violão como para instrumentos acústicos em geral. O controle enhance é um controle equalizador que ressalta frequências graves e agudas, e ainda conta com o controle notch para atenuar microfonia. Já o BASS + preamp proporciona uma incrível unidade de drive, além da função preamp com controles de graves, médios e agudos. Ambos os pedais possuem saída balanceada XLR, o que permite ao músico ligar o pedal diretamente em uma mesa de som. Dados técnicos:

STRINGS Alimentação 9V Consumo 50ma Controles: - Reverb - Chorus - Enhance - Notch - Bypass - Ground Lift

BASS + Preamp Alimentação 9v Consumo 15ma Controles: - Clean Leve - Drive Leve - Drive Gain - Bass - Mid - Treble - Bypass - Channel - Ground Lift

A Associação do Movimento de Compositores da Baixada Fluminense, conhecida por AMC da Baixada Fluminense, é uma entidade sem fins lucrativos, criada e legalizada em fins de 1991, localizada em São João de Meriti. As oficinas de samba e choro, que acontecem mensalmente na Escola de Música, são bastante conhecidas no meio artístico. Sempre acompanhados pelos músicos da AMC - alunos e professores - já participaram das oficinas artistas importantes como Turíbio Santos, Odette Ernest Dias, Ademilde Fonseca, Nelson Sargento, Wilson Moreira, Nei Lopes, Walter Alfaiate e Monarco. Devido ao sucesso deste projeto, que acontece há dez anos consecutivos, os fundadores da AMC resolveram difundi-lo, criando o projeto "AMC no Choro e no Samba" no Teatro Solar de Botafogo, com show mensal até abril de 2019. Em cada apresentação, os jovens músicos instrumentistas dividirão o palco com artistas já consagrados, iniciando com Nei Lopes e seguindo com Nilze Carvalho, Daniella Spielmann, Dorina e encerrando com Marcos Sacramento. "Este projeto, que conta com o patrocínio da Petrobras, funciona como um meio de dar continuidade ao aprendizado desses jovens, dando a eles a oportunidade de se profissionalizar e ao mesmo tempo, arrecadar fundos para ajudar na manutenção da escola", explica Lena de Souza, uma das fundadoras da AMC. Todos as apresentações contam com a direção musical e arranjos do maestro Ruy Quaresma. Para a estreia do projeto, o cantor e compositor Nei Lopes preparou um repertório autoral de grandes clássicos. Entre eles, Coisa da Antiga, Tempo de Dondon, Baile no Elite, Senhora Liberdade, Goiabada Cascão e Morrendo de Saudade. Programação Completa: 10 de janeiro de 2019 - Nilze Carvalho 07 de fevereiro de 2019 - Daniela Spielmann 14 de março de 2019 - Dorina 11 de abril de 2019 - Marcos Sacramento Ficha Técnica: Direção Executiva: Lena de Souza (AMC) Administração: Shirley Moyses (AMC) Produção Artística: Tereza Quaresma (Alma Brasileira) Direção Musical | Arranjos: Ruy Quaresma (Fina Flor) https://www.escolamc.com.br/ https://www.facebook.com/EscolaDeMusicaDaAmc/


(11) 3326 3809


LANÇAMENTOS

JIMMY PAGE Álbum solo, em breve Jimmy Page, (Led Zeppelin), contou sobre seu próximo álbum (o último foi há 30 anos), esclarecendo, óbviamente, que terá parte acústico e parte elétrica: "Eu pretendo fazer algo que, obviamente, irá parecer como um álbum. Estou ansioso para fazê-lo, inde-

pendente do projeto. Mas se você considerar todas as áreas que eu tentei na guitarra, seja acústica ou elétrica ou qualquer outra coisa, todas as abordagens diferentes que fiz, ele será uma extensão de tudo isso. Então, não é apenas acústico, não é apenas elétrico, é tudo o que eu conseguir reunir." A ideia está posta, porém sem previsão para o lançamento para este será o primeiro projeto fonográfico desde Outrider (1988) que teve a participação de Robert Plant, como cantor e também compositor. Outro integrante do último álbum foi

Jason Bonham que também participou do trabalho como baterista do disco e turnê. https://youtu.be/TSDWzA2LDwU

LANÇAMENTOS DE CDs FÍSICOS

ROBERTO CARLOS Amor Sem Limites

NIDO PEDROSA DAVI SACER Sucateando A Música Sustentável Deus de Promessas

DAVID GUETTA 7

JOTA MARANHÃO Virtude

JOÃO DONATO Bluchanga


CD "A COR DO SOM - 40 ANOS"

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O grupo A Cor do Som, que sacudiu a galera nos anos 80 com inúmeros sucessos, está completando 40 anos de carreira e para celebrar a data lançou o CD A Cor do Som - 40 anos. O show de lançamento passou por diversas capitais do Brasil. O grupo, que mantém a mesma formação original com Armandinho (guitarra e voz), Dadi (baixo e voz), Mú Carvalho (teclado e voz), Gustavo Schroeter (bateria) e Ary Dias (percussão), agora conta com as participações especialíssimas dos cantores da nova geração Luiz Lopes e Pedro Dias, da banda Filhos da Judith. O novo disco e o show trazem releituras de seus maiores sucessos, como "Abri a porta" de Gilberto Gil e Dominguinhos, "Alto astral" de Mú Carvalho, Dadi e Evandro Mesquita, "Zanzibar" de Armandinho e Fausto Nilo e "Swingue menina" de Mú Carvalho e Morais Moreira, além das novas canções "Alvo certo" de André Carvalho e Dadi Carvalho e "Somos da cor" de Armandinho e Maria Vasco.

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Nido Pedrosa

nido.pedrosa10@gmail.com

MERCADO MUSICAL

ROSE AGUILAR

Da Era do Rádio à Modernidade da MPB Nesta edição, abro o ano de 2019 com uma matéria sobre a cantora Rosimeire da Silva, mais conhecida no meio musical de Caruaru-PE como Rose Aguilar. Mas antes de começar a fazer uma narrativa sobre essa cantora, que nasceu em Paulo Afonso-BA, no dia 11 de outubro de 1953, quero aproveitar a oportunidade para desejar aos leitores, músicos, cantores, compositores e produtores musicais que prestigiam há anos a coluna Mercado Musical e a revista JG NEWS, um 'Ano Novo' criativo repleto de realizações e muitos sucessos - Feliz 2019! Então, Rose Aguilar teve seus primeiros contatos com a música na sua pré-adolescência, quando foi envolvida pelas obras de grandes compositores e magníficos intérpretes de uma época de ouro da música brasileira: A Era do Rádio. O pai de Rose contribuiu muito para que a menina passasse a amar nossa Música Popular Brasileira. Ele, o Sr. Manoel José da Silva, era um assíduo comprador e ouvinte dos discos de boleros que eram lançados todos os anos pelas grandes gravadoras e a partir deste hábito do pai, Rose Aguilar, com apenas 10 anos, já entoava as canções interpretadas por Ângela Maria, Nelson

Gonçalves, Núbia Lafayette, Altemar Dutra, Cauby Peixoto, Roberto Carlos, Dolores Duran, entre outros grandes nomes da MPB que marcaram aquela Era do Rádio. Na década de 1970, foi realizado o primeiro festival de música em Paulo Afonso e Rose ficou com a segunda colocação, cantando uma música de Taiguara, a composição: 'HOJE' e aí, a partir deste feito, a menina foi convidada por Altemar Dutra para ir a São Paulo dar início na sua carreira de cantora profissional, o maior sonho de Rosimeire da Silva, mas por ser menor de idade, sua mãe não concordou e vetou a possibilidade da menina virar uma grande cantora no cenário musical brasileiro. A partir desse fato, Rose começou a se apresentar nas festas de bailes dos clubes da cidade e em outros

eventos como aniversários e datas comemorativas. Onde cabia shows, lá estava a cantora Rose Aguilar. Quando ela terminou o segundo grau em Paulo Afonso, em 1973, mudouse com a família para SalvadorBahia e lá, teve que trabalhar com outras atividades que não tinham nada a ver com a música. Após 16 anos em Salvador, sua família mudou-se novamente, dessa vez, para Caruaru, uma cidade do Agreste pernambucano. Chegando nesta cidade, se inscreveu para fazer o exame do vestibular e passou para a Faculdade de História, exerceu a profissão de professora por 07 anos e em 2010, foi a glória para Rose Aguilar, ela trocou a sala de aula pelos palcos da cidade. Pergunto para a cantora Rose Aguilar como foi essa sensação de poder realizar o grande sonho de sua vida que estava adormecido, trancado no seu coração e ela nos diz: 'A música, Nido Pedrosa, é meu grande sonho desde os 10 anos de idade, é aonde me realizo. Hoje, estou com meus 64 anos e perdi muitas oportunidades, mas posso dizer para todos em cinco mil alto-falantes que o sonho não acabou, como você mesmo falou, ele só ficou


Colaborou com fotos: Rossana Santos adormecido por algumas décadas. Mas nunca é tarde para ser feliz! Hoje faço o que mais amo na minha vida: Cantar! - Em Caruaru, por quatro vezes participei do evento 'Troféu Ouro', do colunista Cervantes; Programa Coisas da Terra - TV Asa Branca (repetidora da Rede Globo). Neste ano de 2018 participei do polo das quadrilhas no São João de Caruaru-PE, 'O Maior São João do Mundo' cantando Forró, Baião, Xote e outros gêneros da música nordestina. Também faço shows em bares, restaurantes e festas particulares... Shows temáticos homenageando grandes interpretes da nossa MPB, Bossa Nova e ainda, tenho um trabalho voltado para o resgate na nossa música, através da 'ACAMUS - Associação dos Amantes da Música de Caruaru'. Estes meus shows acontecem não apenas na cidade de Caruaru-PE, mas em Recife-PE... onde tenho ido com frequência; na minha querida Bahia! Nestes shows apresento um repertório voltado para as pérolas da MPB, do Samba

MERCADO MUSICAL

de raiz e Bossa Nova, claro que não deixo de uma vez por outra de incluir no repertório um Baião, Xote e Forró que representa a cultura de Pernambuco e do Nordeste do nosso Brasil. Não tenho uma formação em canto, coral ou coisa parecida, meu canto é intuitivo, sou autodidata, mas tenho familiaridade com o canto desde os meus 10 anos e acima de tudo... Amo cantar'. Finaliza a cantora. Rose Aguilar tem uma voz bem melódica e potente, é uma pessoa muito querida por todos e neste exato momento está preparando o

projeto do seu primeiro CD de carreira, com repertório autoral de grandes compositores pernambucanos, nordestinos e cariocas. Este trabalho está sendo dirigido pelo violonista Sostenis Rodrigues e terá a participação de grandes músicos da cena artística do Nordeste. Um trabalho que eles estão inscrevendo no Funcultura - Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura para poder buscar um apoio para financiar o trabalho e assim poder lançar o disco no final de 2019. Um álbum que com certeza será um ótimo registro para nossa música!



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