A travessia william p young

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– Meu demônio? – ela disse, ofendida pela insinuação. – Ele não é meu demônio e é claro que não tem sobrenome. Qualquer um sabe que demônios não têm... – É claro que tenho – atalhou Tony. – Meu sobrenome é... – Cale a boca – murmurou Maggie. – Não me venha dizer que tem sobrenome, seu demônio mentiroso das profundezas do inferno. – Maggie – prosseguiu Tony –, sei que você é amiga de Molly, e também sei a respeito de Lindsay e Cabby. – Oh, meu Deus. – Ela apertou mais forte a mão de Clarence. – É um espírito familiar. Ele acabou de me dizer que sabe tudo sobre Molly, Cabby e... – Maggie, preste atenção – disse Clarence, largando com cuidado a mão dela. – Acho que preciso orar por você agora... hã, acho que todos nós precisamos. Sabe como gosto de você. Não entendo que tipo de pressão talvez esteja sofrendo nesse momento, mas quero que saiba que estamos do seu lado. Se você, Molly, ou Lindsay e Cabby precisarem de qualquer coisa, é só pedir. Foi então que Maggie teve certeza de que Clarence e os demais nunca iriam acreditar que havia um demônio falando com ela. Quanto mais insistia, pior ficava a situação. Estava na hora de calar a boca antes que eles chamassem ajuda profissional. Todos se juntaram ao seu redor, e Maggie deixou que eles a ungissem com um óleo perfumado da Terra Sagrada. Então fizeram uma longa oração, tentando encontrar as palavras certas para auxiliar Deus naquele estranho acontecimento. E isso ajudou. Maggie foi invadida por uma tranquilidade e por uma certeza de que tudo melhoraria de alguma forma, por mais que parecesse impossível naquele momento. – Minha nossa, está ficando tarde – disse ela enquanto todos se levantavam. – Tenho que buscar Cabby antes que me atrase mais ainda.


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