Catalogo de Plantas

Page 1


Chanceler

Dom Dadeus Grings Reitor

Joaquim Clotet Vice-Reitor

Evilázio Teixeira Conselho Editorial

Antônio Carlos Hohlfeldt Elaine Turk Faria Gilberto Keller de Andrade Helenita Rosa Franco Jaderson Costa da Costa Jane Rita Caetano da Silveira Jerônimo Carlos Santos Braga Jorge Campos da Costa Jorge Luis Nicolas Audy (Presidente) José Antônio Poli de Figueiredo Jussara Maria Rosa Mendes Lauro Kopper Filho Maria Eunice Moreira Maria Lúcia Tiellet Nunes Marília Costa Morosini Ney Laert Vilar Calazans René Ernaini Gertz Ricardo Timm de Souza Ruth Maria Chittó Gauer EDIPUCRS

Jerônimo Carlos Santos Braga – Diretor Jorge Campos da Costa – Editor-chefe


Porto Alegre, 2010


© EDIPUCRS, 2010 Capa Vinícius Xavier Preparação de originais Patrícia Aragão Revisão dos organizadores Editoração Jardson Corrêa e Supernova Editora Impressão e acabamento Gráfica Epecê

EDIPUCRS – Editora Universitária da PUCRS Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 33 Caixa Postal 1429 – CEP 90619-900 Porto Alegre – RS – Brasil Fone/fax: (51) 3320 3711 e-mail: edipucrs@pucrs.br - www.pucrs.br/edipucrs

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) C357 Catálogo ilustrado de plantas – espécies ornamentais da PUCRS/organizadores Cláudio Augusto Mondin, Lilian Eggers, Pedro Maria de Abreu Ferreira – Porto Alegre : EDIPUCRS, 2010. 136 p. ISBN 978-85-7430-721-3 1. Plantas Ornamentais. 2. Plantas - Classificação. 3. Flores - Classificação. 4. Jardinagem. I. Mondin, Cláudio Augusto. II. Eggers, Lilian. III. Ferreira, Pedro Maria de Abreu. CDD 635.9 Ficha Catalográfica elaborada pelo Setor de Tratamento da Informação da BC-PUCRS.

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos, microfílmicos, fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos. Vedada a memorização e/ou a recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte desta obra em qualquer sistema de processamento de dados. Essas proibições aplicam-se também às características gráficas da obra e à sua editoração. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal), com pena de prisão e multa, conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 101 a 110 da Lei 9.610, de 19.02.1998, Lei dos direitos Autorais)


HOMENAGEM PÓSTUMA Esta obra homenageia o saudoso Irmão Elvo Clemente, falecido em 2007, que durante anos foi um ícone da Pós-Graduação em Letras da PUCRS, sendo autor de mais de 30 livros. Nascido em Maróstica, Itália, em 1921, o Irmão Elvo Clemente era Doutor em Letras Clássicas e professor titular da Faculdade de Letras da PUCRS, sendo um dos fundadores dos seus cursos de pós-graduação. Foi presidente do Conselho Estadual de Cultura, da Academia Rio-Grandense de Letras e foi membro de entidades como a Academia Sul-Brasileira de Letras, a União Brasileira de Escritores, a Associação Rio-Grandense de Imprensa, além de instituições de pesquisa linguística e literária. Irmão Elvo foi o idealizador e grande incentivador da presente obra. A ele, a justa e carinhosa homenagem dos autores.



Sumário Introdução.......................................................................................................13 Abelia x grandiflora Hort. ex L.H. Bailey – Caprifoliaceae -abélia-da-china, abélias-..............................................................................15 Acacia podalyriifolia A. Cunn. ex G. Don­– Fabaceae/Mimosoideae -acácia-mimosas-..........................................................................................16 Acca sellowiana (O. Berg) Burret – Myrtaceae -goiaba-do-campo, goiaba-da-serras-...........................................................17 Agapanthus africanus (L.) Hoffmanns. – Agapanthaceae -agapanto-....................................................................................................18 Agave angustifolia Haw. – Agavaceae -agave, piteira-do-Caribe-.............................................................................19 Agave attenuata Salm-Dyck – Agavaceae -agave-dragão, tromba-de-elefante-.............................................................20 Allamanda cathartica L. – Apocynaceae -alamanda amarela, alamanda-.....................................................................21 Allamanda polyantha Mull. Arg. – Apocynaceae -alamanda-ereta, alamanda-de-cerca-..........................................................22 Aloe arborescens Mill. – Asphodelaceae -babosa, áloe, aloé, aloé-candelabro-............................................................23 Alpinia zerumbet (Pers.) B.L. Burtt & R.M. Sm. – Zingiberaceae -gengibre-concha, louro-de-baiano, alpínia-................................................. 24 Archontophoenix cunninghamii H. Wendl. & Drude – Arecaceae -seafórtia-.....................................................................................................25 Asparagus densiflorus (Kunth) Jessop – Asparagaceae -aspargo-pendente, aspargo-....................................................................... 26 Bambusa gracilis Hort. ex Rivière & C. Rivière – Poaceae -bambu-de-jardim, bambuzinho-de-jardim-..................................................27 Bauhinia purpurea L. – Fabaceae / Caesalpinioideae -pata-de-vaca-roxa, pata-de-vaca-................................................................28


Bouganvillea spectabilis Willd. – Nyctaginaceae -primavera, três-marias, buganvile-.............................................................. 29 Brachychiton populneum R. Br. – Malvaceae -braquiquito, perna-de-moça-.......................................................................30 Brunfelsia pauciflora (Cham. & Schlecht.) Benth. – Solanaceae -primavera, manacá, manacá-de-cheiro-.......................................................31 Bulbine frutescens (L.) Willd. – Asphodelaceae -bulbine-........................................................................................................32 Caesalpinia pulcherrima (L.) Sw. – Fabaceae/Caesalpinioideae -flamboyãzinho-............................................................................................33 Calliandra brevipes Benth. – Fabaceae/Mimosoideae -quebra-foice, caliandra-...............................................................................34 Calliandra tweedii Benth. – Fabaceae/Mimosoideae -topete-de-cardeal, caliandra-vermelha-.......................................................35 Callistemon citrinus (Curtis) Skeels – Myrtaceae -escova-de-garrafa-.......................................................................................36 Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O. Berg – Myrtaceae -sete-capotes-...............................................................................................37 Campomanesia xanthocarpa O. Berg – Myrtaceae -sguabiroba, guavirobas-...............................................................................38 Canna x generalis L. H. Bailey – Cannaceae -cana-índica, biri, caité-.................................................................................39 Cassia fistula L. – Fabaceae / Caesalpinioideae -chuva-de-ouro, acácia-imperial-.................................................................. 40 Cassia leptophylla Vog. – Fabaceae/Caesalpinioideae -falso-barbatimão-........................................................................................41 Catharanthus roseus (L.) G. Don – Apocynaceae -vinca, pervinca, vinca-de-madagascar-........................................................ 42 Chaenomeles speciosa (Sweet) Nakai – Rosaceae -marmelinho-ornamental, marmelo-japonês-...............................................43 Chlorophytum comosum (Thunb.) Jacques – Agavaceae -clorofito-..................................................................................................... 44 Cinnamomum camphora (L.) J. Presl – Lauraceae -canforeira-...................................................................................................45 Clivia miniata Regel – Amaryllidaceae -clívia-.......................................................................................................... 46


Cordyline terminalis (L.) Kunth – Laxmanniaceae -cordiline, dracena-vermelha-........................................................................47 Cortaderia selloana (Schult. et Schult. f.) Asch. et Graebn. – Poaceae -capim-dos-pampas, penacho-branco, cortadeira-....................................... 48 Crossandra infundibuliformis Nees – Acanthaceae -crossandra-................................................................................................. 49 Ctenanthe setosa Eichler – Marantaceae -maranta-cinza-.............................................................................................50 Curculigo capitulata (Lour.) Kuntze – Hypoxidaceae -capim-palmeira, curculigo-...........................................................................51 Delonix regia (Boj. ex Hook.) Rafin. – Fabaceae/Caesalpinioideae -flamboyant, flamboiã-..................................................................................52 Dichorisandra thyrsiflora J. C. Mikan – Commelinaceae -dicorisandra, marianinha-.............................................................................53 Dietes bicolor Sweet ex G. Don – Iridaceae -moreia-bicolor, dietes-.................................................................................54 Dietes iridioides (L.) Sweet ex Klatt – Iridaceae -moreia-........................................................................................................55 Duranta repens L. – Verbenaceae -violeteira, duranta-.......................................................................................56 Dypsis decaryi (Jum.) Beentje & J. Dransf. – Arecaceae -palmeira-triângulo-......................................................................................57 Eugenia involucrata DC. – Myrtaceae -cerejeira-do-mato, cerejeira-........................................................................58 Euphorbia pulcherrima Willd. ex Klotzsch – Euphorbiaceae -poinsétia, bico-de-papagaio-........................................................................59 Euphorbia trigona Haw. – Euphorbiaceae -candelabro-................................................................................................. 60 Ficus organensis Miq. – Moraceae -figueira-de-folha-miúda, figueira-................................................................61 Grevillea banksii R. Br. – Proteaceae -grevílea-anã-................................................................................................62 Hedera canariensis Willd. – Araliaceae -heras-...........................................................................................................63 Hedychium coccineum Bunch.-Ham ex Sm. – Zingiberaceae -gengibre-vermelho, jasmim-vermelho-....................................................... 64


Heliconia rostrata Ruiz & Pav. – Heliconiaceae -helicônia, bananeira-do-brejo, caeté-...........................................................65 Heliconia velloziana Emygdio – Heliconiaceae -helicônia, caeté, bananeirinha-.................................................................... 66 Hemerocallis flava L. – Hemerocallidaceae -lírio-de-São-José, hemerocalis, lírio-de-um-dia-...........................................67 Hibiscus rosa-sinensis L. – Malvaceae -hibisco, mimo-de-Vênus, hibisco-da-China-................................................ 68 Inga marginata Willd. – Fabaceae/Mimosoideae -ingá-feijão-.................................................................................................. 69 Ixora coccinea L. – Rubiaceae -ixora-coral, ixora-.........................................................................................70 Jacaranda mimosifolia D. Don. – Bignoniaceae -jacarandá-mimoso-......................................................................................71 Jatropha podagrica Hook. – Euphorbiaceae -batata-do-inferno, tártago, jatrofa-..............................................................72 Lagerstroemia indica L. – Lythraceae -extremosa-...................................................................................................73 Lantana camara L. – Verbenaceae -camarazinho, lantana-cambará, cambará-miúdo, cambará-de-cheiro- �������74 Ligustrum lucidum W.T. Aiton – Oleaceae -ligustro, alfeneiro-........................................................................................75 Ligustrum sinense Lour. – Oleaceae -ligustro-chinês, ligustro-arbustivo-...............................................................76 Luehea divaricata Mart. – Malvaceae -açoita-cavalo-..............................................................................................77 Magnolia grandiflora L. – Magnoliaceae -magnólia, magnólia-branca-........................................................................78 Miscanthus sinensis Andersson – Poaceae -capim-zebra-................................................................................................79 Monstera deliciosa Liebm. – Araceae -banana-do-mato, costela-de-Adão-............................................................ 80 Nerium oleander L. – Apocynaceae -espirradeira-.................................................................................................81 Nopalea cochenillifera (L.) Lyons – Cactaceae -nopal, palmatória-doce-...............................................................................82


Parkinsonia aculeata L. – Fabaceae/Caesalpinioideae -cina-cina, espinho-de-Jerusalém-.................................................................83 Pelargonium hortorum L. H. Bailey – Geraniaceae -gerânio-...................................................................................................... 84 Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. – Fabaceae/Caesalpinioideae -canafístula-..................................................................................................85 Pennisetum setaceum (Forssk.) Chiov. – Poaceae -capim-do-Texas, capim-chorão-.................................................................. 86 Philodendron bipinnatifidum Schott – Araceae -banana-de-imbê, banana-de-macaco, guaimbê, imbê-................................87 Phoenix roebelenii O’Brien – Arecaceae -tamareira-de-jardim, tamareira-anã-.......................................................... 88 Pilea cadierei Gagnep. & Guillaumin – Urticaceae -pílea-alumínio, pileia-.................................................................................. 89 Plumbago auriculata Lam. – Plumbaginaceae -bela-Emília, plumbago-............................................................................... 90 Plumeria rubra L. – Apocynaceae -jasmim-manga-............................................................................................91 Podocarpus macrophyllus (Thunb.) Sweet – Podocarpaceae -pinheiro-budista, pinheiro-de-buda-........................................................... 92 Podranea ricasoliana (Tanfani) Sprague – Bignoniaceae -sete-léguas-.................................................................................................93 Prunus serrulata Lindl. – Rosaceae -cerejeira-do-japão, cerejeira-ornamental, cerejeira-.................................... 94 Punica granatum L. – Lythraceae -romã, romãzeira-.........................................................................................95 Pyracantha coccinea M. Roem. – Rosaceae -espinheiro-de-fogo-.................................................................................... 96 Rhododendron x simsii Planch. – Ericaceae -azaleia-........................................................................................................97 Ruellia squarrosa (Fenzl) Cufod. – Acanthaceae -ruélia-roxa-................................................................................................. 98 Russelia equisetiformis Schlecht. et Cham. – Plantaginaceae -flor-de-coral-............................................................................................... 99 Schizolobium parahyba (Vell.) Blake – Fabaceae/Caesalpinioideae -guapuruvu-..................................................................................................100


Spathiphyllum wallisii Regel – Araceae -lírio-da-paz-.................................................................................................101 Sphagneticola trilobata (L.) Pruski – Asteraceae -vedélia, insulina-.........................................................................................102 Spiraea cantoniensis Lour. – Rosaceae -grinalda-de-noiva-.......................................................................................103 Strelitzia reginae Aiton – Strelitziaceae -flor-ave-do-paraíso, estrelítzia, ave-do-paraíso-..........................................104 Syzygium cumini (L.) Skeels – Myrtaceae -jambolão-....................................................................................................105 Syzygium jambos (L.) Alston – Myrtaceae -jambo-amarelo, jambeiro-..........................................................................106 Tabebuia heptaphylla (Vell.) Tol. – Bignoniaceae -ipê-roxo, pau-d’arco-roxo-...........................................................................107 Thevetia peruviana (Pers.) Schum. – Apocynaceae -chapéu-de-Napoleão-.................................................................................108 Thunbergia grandiflora Roxb. – Acanthaceae -tumbérgia-azul-..........................................................................................109 Tibouchina moricandiana Baill. – Melastomataceae -quaresmeira-arbustiva-...............................................................................110 Tipuana tipu (Benth.) Kuntze – Fabaceae/Papilionoideae -tipuana, tipa-............................................................................................... 111 Tradescantia pallida (Rose) D. R. Hunt var. purpurea Boom – Commelinaceae -trapoeraba-roxa-.........................................................................................112 Washingtonia robusta H. Wendl. – Arecaceae -palmeira-de-leque-do-México, palmeira-de-saia-........................................ 113 Yucca filamentosa L. – Agavaceae -iuca-mansa-................................................................................................114 Glossário.........................................................................................................115 Índice de nomes populares..............................................................................125 Índice de nomes científicos e famílias..............................................................126 Referências.....................................................................................................127


Introdução A utilização de espécies vegetais como elemento decorativo da paisagem urbana tem sido empregada há muito tempo. Os primeiros registros dessa utilização encontram-se documentados em desenhos e pinturas rupestres e em hieróglifos egípcios, datados de 2200 a.C. Foram os egípcios que desenvolveram o conceito de jardim, como um local fechado, dispondo suas casas entre paredes ajardinadas com fins de afastar intrusos e promover proteção dos ventos desérticos. No decorrer da história, destacaram-se ainda os persas, os gregos e os romanos e, após 1500 d.C., os jardins de castelos europeus tornaram-se famosos por sua extensão e riqueza em ornamentação. Acreditase que, a partir daí, o interesse por plantas ornamentais e jardins ampliou-se além da realeza, e pessoas comuns começaram a dar valor e a cultivar jardins em pequenas extensões de área e em suas próprias casas (SIMPSON & CONNER-OGORZALY, 2000). Em instituições que agregam grande quantidade de pessoas, sejam de caráter público ou privado, a vegetação tem função não somente de embelezamento, mas também de criação de um ambiente agradável. Relacionado a essa ideia está o conceito de conforto ambiental, que proporciona bem-estar físico e satisfação psicológica (SANTOS & TEIXEIRA, 2001). Quanto aos aspectos físicos, a vegetação traz benefícios na qualidade do ar, na diminuição da poeira que se encontra em suspensão e na absorção de alguns gases poluentes. Além disso, atua como filtro de ruído e influi no controle de ventos, no aumento da umidade relativa e na redução da temperatura do ar, aumentando a sensação de bem-estar do ambiente (GRAHN, 1994). Os benefícios psicológicos são comprovados pela pesquisa científica e incluem a influência na habilidade de concentração das pessoas e o benefício no inconsciente humano. Com relação a esse aspecto, comprovou-se que quando expostas a ambientes com vegetação, as pessoas apresentam restabelecimento da energia física, diminuição das respostas de estresse e redução da agressividade (ULRICH, 1993). Em instituições de ensino, a vegetação pode propiciar uma forma de relaxamento que descansa o indivíduo e favorece o aprendizado. Desde a pré-escola até o ensino superior, atividades específicas de aprendizado podem ser desenvolvidas utilizando-se a vegetação circundante. A universidade, principalmente nos cursos de graduação de Ciências Biológicas e de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS, pode ser o “laboratório” para os alunos. Os estudantes de biologia realizam atividades práticas no Campus para conhecer características diagnósticas de famílias botânicas e espécies vegetais representativas dessas famílias. Os estudantes de arquitetura podem exercitar a identificação de espécies, o reconhecimento das formas, cores e texturas, assim como a avaliação da compatibilidade destas com o espaço construído. O estudo da forma de vida, crescimento, porte, hábitat, fenologia, toxicidade e da variabilidade existente em uma espécie vegetal é de máxima importância para esses futuros profissionais, já que são fatores que influem e determinam a implantação ou permanência da vegetação em projetos arquitetônicos. Além disso, o interesse do público leigo por plantas ornamentais e sua utilização pode ser comprovado

13


pelo sucesso de livros como Lorenzi & Mello Filho (2001) e Lorenzi & Souza (2001). Essas publicações tornaram acessível o estudo da flora e a atividade de reconhecimento de espécies vegetais. São de notável valor pela facilidade de consulta, linguagem acessível, representatividade e beleza das fotografias, que permitem uma identificação rápida e correta.

O Campus Central da PUCRS apresenta mais de 55 hectares de área, onde funcionam 22 faculdades, oito institutos e nove órgãos suplementares. Acolhe mais de 30 mil alunos, 1,8 mil professores e 1,6 mil funcionários em um ambiente agradável e arborizado (CAMPUS, 2008). A vegetação faz parte do ambiente universitário e é objeto de permanente cuidado por parte dos órgãos responsáveis. Segundo levantamento da flora do Campus da PUCRS realizado pelo Prof. Dr. Nelson I. Matzenbacher (2001, dados não publicados) encontravam-se no Campus, na época, 192 espécies vegetais arbustivas e arbóreas, não tendo sido contempladas, nesse estudo, as espécies herbáceas e trepadeiras. O presente catálogo pretende contribuir para a atualização e divulgação do levantamento de espécies botânicas presentes na PUCRS, além de propiciar o maior conhecimento dos vegetais pelo público-alvo, integrando as pessoas ao ambiente que as cerca. São apresentadas 100 espécies de fanerógamas (plantas que apresentam as estruturas reprodutivas visíveis), principalmente da Divisão das Angiospermas. Procurou-se ilustrar cada planta com duas fotografias: uma destacando o aspecto geral da folhagem e o hábito do vegetal e a outra detalhando, sempre que possível, as flores. O nome científico, juntamente ao nome do autor da espécie, somados ao nome popular e à família botânica à qual o vegetal pertence são apresentados logo abaixo da imagem geral. As famílias botânicas seguem o Sistema de Classificação proposto pelo Angiosperm Phylogeny Group (com base em JUDD et al., 2007, STEVENS, 2008 e SOUZA & LORENZI, 2008), o que explica, por exemplo, o desmembramento de famílias como Liliaceae e a reunião das famílias Sterculiaceae, Bombacaceae e Tiliaceae em Malvaceae (s.l.). As espécies são apresentadas com uma pequena descrição de aspectos morfológicos vegetativos e reprodutivos, elaborada com a utilização de bibliografia pertinente (BACKES & IRGANG, 2002; DIMITRI, 1978-1980; LORENZI & MELLO FILHO, 2001; LORENZI & SOUZA, 2001; LORENZI et al., 2003 e vários exemplares da Flora Ilustrada Catarinense). A experiência dos autores também é agregada ao texto. Por último, sempre que possível, é apresentada a etimologia do nome científico (gênero e epíteto específico), o que por vezes nos faz perceber, distinguir e gravar características relevantes para o reconhecimento do vegetal. Por meio deste catálogo, pretendemos destacar e divulgar a beleza dos vegetais que nos cercam em nosso ambiente de trabalho e oferecer aos alunos e interessados em geral a prática da observação e reconhecimento dos mesmos com o objetivo de ampliar a integração do homem ao seu próprio meio. Para nós, a execução deste trabalho foi um prazer, e muito nos alegra compartilhá-lo com o leitor.

14

Introdução


Abelia x grandiflora Hort. ex L.H. Bailey – Caprifoliaceae -abélia-da-china, abéliasArbusto semilenhoso, bastante ramificado. Cultivado e mantido geralmente com porte de 1 a 1,5 metros, podendo atingir até 3 metros de altura. A espécie é produto de hibridação. Folhas opostas, verde-escuras, brilhantes, glabras, curtamente pecioladas e de ápice acuminado. Há uma forma de cultivo variegada, com as margens das folhas na cor amarela. Inflorescências densas, terminais de numerosas flores brancorosadas, campanuladas, ligeiramente zigomorfas. Cálice paleáceo, persistente, com duas a cinco sépalas oblongas. Ovário ínfero. Fruto seco. O florescimento ocorre do verão até o inverno. Cultivado na forma isolada ou em conjuntos ao longo de muros, cercas ou bordaduras. É bastante tolerante a variações climáticas. Requer solo rico em matéria orgânica. Abelia, em homenagem ao médico e naturalista britânico Clark Abel (17801826); grandiflora, em alusão ao tamanho das flores.

Cláudio Augusto Mondin, Lilian Eggers e Pedro Maria de Abreu Ferreira (Orgs)

15


Acacia podalyriifolia A. Cunn. ex G. Don­– Fabaceae/Mimosoideae -acácia-mimosasArbusto ou árvore de pequeno porte, inerme, proveniente da Austrália, caracterizada pela folhagem perene oriunda dos filódios de cor acinzentada. Apresenta tronco de casca lisa, de cor cinza. Mede de 5 a 7 metros de altura. Flores amarelas, perfumadas, dispostas em racemos axilares de capítulos florais globosos. O florescimento ocorre no inverno. Fruto do tipo legume, com margens onduladas. A maturação dos frutos ocorre na primavera. Cultivada em grande parte do globo, devido ao efeito ornamental da coloração acinzentada da folhagem e da floração no inverno. Multiplica-se por sementes, cuja produção é abundante nas condições do sul e sudeste do Brasil.

16

Catálogo ilustrado de plantas – espécies ornamentais da PUCRS

Acacia podalyriifolia – Acacia, do grego akakia, achachia (espinho), devido aos espinhos presentes no caule e ramos de espécies do gênero; podalyriifolia, em alusão aos pecíolos alados (filódios).


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.